Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 4

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Assim que vi a criança, achei que aquele conceito sobre "bebê recém-nascido ter cara de joelho" era realmente verdade. Todos iguais, diferenciados por uma pulseira e a cor da manta que os cobriam. Fui chamado para ver a mãe, mas recusei. Perguntei se ela já havia visto a criança, mas por ordem da justiça, ela não tinha a permissão de sequer saber o sexo do bebê. Levantei as sobrancelhas visivelmente surpreso, mas não disse nada sobre o assunto. Voltei a encarar o bebê que estava no berço e respirei fundo.
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  Saí da sala para discutir sobre o processo de retirada da criança do hospital. Enquanto o médico conversava com meu advogado sobre os papéis que eu deveria assinar, olhei para o lado, onde a moça que eu havia discutido estava parada em frente do berçário com um sorriso nos lábios. Surpreso, resolvi me dirigir até ela, para não ter que encarar a conversa burocrática que os dois estavam amigavelmente tendo.
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  - Qual deles é seu?
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  - Aquela garotinha ali - ela aponta com uma voz terna e sorriso nos lábios. -, tão linda quanto à mãe.
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  Encaro-a um tanto desconfiado e por sentir que eu não falava nada, me encarou esperando por algum cumprimento. Ao ver minha expressão, provavelmente deve ter pensado o que eu exatamente estava pensando naquele momento, pois sua expressão logo mudou para uma mais desconcertada:
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  - Não sou lésbica! - disse levemente ofendida. - A mãe é minha irmã... - e volta a encarar o bebê, trazendo de volta o sorriso nos lábios tão rapidamente quanto os tirou.
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  Balanço a cabeça finalmente entendendo e olho para o berçário, vendo a sobrinha dela a alguns berços de distância do meu filho. Meus olhos voltam para a moça, que agora tinha os olhos cheios de lágrimas.
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  - Você está chorando porque sua sobrinha nasceu? - pergunto, a achando um tanto maluca e emotiva demais. Eu sempre soube que mulheres descontroladas não tivessem controle também sobre suas emoções, mas assim dessa maneira...
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  Ela me encarou surpresa e seu sorriso rapidamente saiu do rosto como se tivesse se lembrado de algo ruim. Em seguida, um sorriso sem graça toma conta de seus lábios:
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  - Claro... - sua voz era distante. - É isso mesmo.
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  Voltamos a nos calar, até eu me lembrar que devia um agradecimento à ela:
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  - Sobre a sala de espera e o cara inoportuno... Obrigado.
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  Ela virou seu rosto para mim, mais uma vez surpresa, e balançou a cabeça:
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  - Existem pessoas que às vezes não sabem o momento e lugar para discutir certas coisas.
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  - Concordo. - respondo. Não posso deixar de mencionar minha surpresa em ter de consecutivas vezes puxar conversa com a mulher. Nunca, em todos os relacionamentos que tive, precisei me esforçar tanto em chamar a atenção de alguém. - Então. Você só veio para ver sua sobrinha nascer?
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  - Minha irmã é mãe solteira, quero dizer, o infeliz do ex-namorado dela a engravidou. Tem dezesseis. - balança a cabeça pesarosa. - É uma longa história e você não deve gostar de pessoas falando sobre seus problemas pessoais no seu ouvido.
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  Viro meu corpo para ela visivelmente admirado. Poucas eram as pessoas que falavam na hora certa coisas que eu queria ouvir. Principalmente as que eu havia acabado de conhecer. Elas geralmente pareciam desesperadas sobre quererem conhecer mais de mim, principalmente as mulheres, que sempre que me viam, podiam enxergar as cédulas dos dólares que eu tenho em minha conta bancária serem direcionadas a seus prazeres.
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  - Engraçado - comento -, estou interessado agora.
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  Eu estava começando a me acostumar com os olhares de surpresa que recebia dela. Analiso seu perfil e vejo que ela não era nada de se jogar fora. Nada como minhas ex-namoradas manequim zero, mas era bonita demais para uma mulher comum. Com mais essa personalidade maternal e compreensível que tinha, olho para meu filho ainda sem nome, e volto a encará-la. Um sorriso se forma dentro de minha mente.
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  Talvez... Não. Com certeza.
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