Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 2

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

A semana não parecia acabar. Durante todos os dias desde aquela maldita reunião, tive que entrar em contato com todos os advogados novamente e dar um jeito de tirar a minha pele debaixo dessa chuva ácida. Desta vez, parece que eles foram mais ineficientes do que imaginava, pois no final das contas, eu acabei sendo sentenciado à morte:
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  - %Luke% %Blanc%, o senhor está sendo intimado a manter a criança sobre sua custódia, cuidando, alimentando-o e educando-o como seu filho. Durante este primeiro ano, o senhor será acompanhado de perto por dois oficiais que garantirão que Luna Ginger Weifare não tenha contato com a criança. - a batida do martelo da juíza no prato fora como se ela tivesse socado meu pulmão, me deixando completamente sem ar. Olhei para Luna, que tinha seus olhos lacrimejados e desço os olhos para sua barriga que agora estava enorme.
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  Sem dizer sequer uma palavra, me levanto e encaro bem os olhos da juíza, antes de lhe dar as costas e sair seguido dos meus advogados e seguranças.
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  O dia seguinte do julgamento fora um tormento, jornalistas e a mídia internacional... Todos atrapalhando minha vida, como sempre. Anunciando minha paternidade obrigatória e me colocando nos olhos do povo. Recebi ligações de parabenizações que não atendi; os donos da empresa que patrocino enviaram presentes de bebê e tudo o que fiz foi enfiá-los em um quarto qualquer de minha mansão. Klein, o único advogado que, na minha opinião, presta, se reuniu comigo para um almoço em casa. Fora de casa havia sempre alguém tirando fotos de longe, perguntando sobre o dia do nascimento do bebê ou achando que eu estava feliz por ser um futuro pai. Desde quando um homem de vinte e cinco anos, rico como eu, quer se tornar pai de uma criança cuja mãe é uma condenada?
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  - Está claro no documento redigido pela juíza Martinez que você deve, pessoalmente, cuidar da criança. A contratação de babá integral é proibida, o horário permitido é das nove da manhã a uma da tarde, tempo que fica na empresa. - Klein dizia olhando para a folha dentro da pasta de papel pardo intitulado como Caso 9355854. 9355854 outros homens estiveram nessa mesma situação a que estou agora. 9355854 outros homens que estão na berlinda até hoje. - Como ela sabe de seu poder financeiro, também colocou como obrigatório o tipo de educação e proteção que a criança deve ter, além da conta que deverá ser aberta como poupança para que o futuro da criança seja bem estabelecida durante a vida universitária. O juizado estará de olho no senhor, cada multa por infração lhe custará de setenta a oitenta mil dólares.
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  - Isso é um absurdo! - bato na mesa com o punho fechado, nervoso e estressado. - Quem ela pensa que é? Ela está descontando em mim a raiva que possui do provável homem que a engravidou! Ela sabe que eu não posso ter uma criança vinculada a mim. Diversos homens no mundo engravidam mulheres e sequer lhe pagam uma pensão e eu tenho de pagar uma multa de quase um milhão porque aquela imbecil fazia o trabalho sujo? Dê um jeito nisso!
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  - Eu tentei, %Luke%. - ele diz, visivelmente cansado. - Conversei com todos os melhores profissionais da área para achar uma brecha, mas todos nós conhecemos a juíza Martinez e seu espírito maternal. Foi um grande azar termos pega-a para o caso.
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  Bufo e massageio as têmporas.
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  - Tem que ter uma maneira. – resmungo e ouço o suspiro de meu advogado. Quando eles suspiram, quando Klein suspira, entendo a mensagem de que não há outra maneira senão seguir a sentença ordenada pela juíza. - Quando essa coisa nasce? - pergunto depois de um tempo, quando me senti humorado o suficiente para falar do assunto sem ter de fincar a faca do peixe na mesa. Klein pega outra pasta e abre-a, passando os olhos em uma folha branca por alguns minutos e então volta-se para mim:
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  - Duas semanas.
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  - Aonde?
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  - Einstein. - ele murmura e fecho a expressão novamente.
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  - Achei que tivessem congelado a conta dela. - tomo um gole do gim antes de colocar uma garfada de salada na boca. Albert Einstein era o hospital particular mais particular dos Estados Unidos. Assim que ele fora lançado, os maiores economistas do mundo compraram quartos que seriam usados para benefício próprio, podendo alugá-los para o hospital para manutenção interna, recebendo pacientes de fora que pagariam um preço nada simbólico. Eu tinha sete quartos no prédio A, o melhor prédio.
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  Klein nada diz. Seu silêncio fora o suficiente para eu saber que aquilo passara de apenas uma exploração em cima de mim.
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  - Você está dizendo--
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  - Está no contrato.
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  - Para o inferno este contrato! - jogo o garfo no prato. - O que eles pensam que estão fazendo comigo? Por acaso sou eu o criminoso? Como se não fosse o suficiente ter de lidar com essa criança e tudo ao redor dela, eu ainda tenho que cuidar daquela mulher? - me levanto, o fazendo nada dizer. - Isso é um absurdo! De jeito algum permitirei que ela fique naquele hospital por minha custódia! Se ela quiser ter esse monstro lá, que pague com o dinheiro que conseguiu vendendo órgãos!
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  Abruptamente e sem pensar, levantei e deixei Klein sentado sem reação em minha mesa de refeições. Caminhei para longe de casa, as mãos no bolso e o vento gelado do inverno tentando me passar frio. Senti meus sapatos deslizarem pelo asfalto coberto por uma fina camada de gelo e me arrependi de não ter colocado algo com sola de borracha. Minha cabeça estava como panela de pressão depois de cinco horas ligada, prestes a explodir. Cenas inventadas sobre minha vida daqui para frente passavam em minha cabeça como filme. Uma tragédia. Com um final ainda mais trágico. Infelizmente, meu egoísmo não era forte o suficiente para mandá-la abortar, ou me fazer arranjar uma maneira de dar um fim nesse bebê que estava para chegar. Encaro o céu escarlate enquanto voltava para casa depois de várias horas andando. Obviamente, os seguranças haviam me encontrado e me acompanhavam onde quer que eu fosse; depois de um tempo na companhia deles, você acaba se acomodando. Ao pisar no chão de mármore da cozinha, prestes a pedir um jantar para as cozinheiras por estar faminto por ter deixado o almoço pela metade, pude ver minha mãe sentada com uma xícara de chá em mãos. Virou sua cabeça para mim e levantou a sobrancelha, de modo que analisou meu estado.
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  - Encontrei com o doutor Klein quando cheguei. - ela disse depositando calmamente a xícara no pires. Olhei para a expressão em seu rosto, e se não a conhecesse tão bem, acharia que ela era uma mulher sem coração. No entanto, eu conheço, e muito bem, minha própria mãe. E sei exatamente que ela estava extremamente aborrecida com toda a situação; ela não gosta de escândalos envolvendo seu nome. Sophia %Blanc% é um nome forte no mundo. Uma mulher de negócios que consegue fazer das tripas um corpo inteiro; não importa quem fosse, o cachorro ou o filho, ninguém poderia envolver seu nome em um escândalo como eu estou fazendo agora.
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  - Sim, tive uma reunião com ele. - vou até a geladeira e abro a porta na esperança de achar algo para comer. Se aquilo tudo que estava ali era comestível instantâneo, eu não sabia, mas não iria arriscar. - Faça alguma coisa para eu comer. - olho para as cozinheiras que veermente balançam a cabeça e se movimentam rapidamente de um lado para o outro para prepararem algo. Recentemente, meu humor esteve terrível, admito. Demiti dois jardineiros e três faxineiras por puro azar deles terem me pego em um mau dia. Por esta razão, todos estão receosos sobre quem será minha próxima vítima. - O que veio fazer aqui? - olho para Sophia.
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  - O que mais acha que vim fazer? Você está em absolutamente todas as manchetes do mundo. - sua voz poderia estar na mesma altura de quando entrei há pouco na cozinha, mas havia um tom de aborrecimento bem claro. - Por que é que insiste em se manter em problemas?
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  - Vou repetir o que disse da última vez: são os problemas quem vêm até mim. - me sento na cadeira da mesa enquanto uma das assistentes da cozinha trazia algo para eu beliscar e beber enquanto elas preparavam algo para comer. Geralmente quando eu me dava ao trabalho de pedir, era porque minha fome estava fora do controle e elas eram treinadas a me deixar à vontade. Apesar de terem sempre as expressões receosas no rosto, eram mesmo boas nas ações, senão não aguentariam uma semana em minha casa. - E não se preocupe, isso não irá interferir na sua empresa, mamãe.
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  - Não desconte sua raiva em quem não tem a ver, %Luke%. Você sabe muito bem que isso já está interferindo na imagem da empresa. - sua voz era ríspida, o que me fez voltar à época escolar, quando ela era chamada no colégio por eu ter feito algo de errado. - Vim resolver este fardo. - ela levantou a xícara novamente e a levou até a boca. Levantei novamente uma de minhas sobrancelhas e aguardei ela dizer sua solução: - Encontre uma mulher que goste de crianças. Dê um jeito, mas encontre-a. Li este contrato absurdo e vi que não se pode contratar uma babá integral, portanto, se houver uma mulher que se passe por sua namorada, ela poderá ficar com a criança o tempo que for. - ela se levanta e começo a colocar minha cabeça para funcionar ao redor do que ela havia dito. - No pior das hipóteses, pague-a. - colocou um lenço ao redor de seu pescoço e saiu da sala sem se despedir como uma verdadeira mãe.
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  Sophia era, ao contrário do que muitos pensavam, minha mãe biológica. Fora criada na alta-sociedade e teve a infelicidade de engravidar do meu pai quando ainda tinha vinte e dois. Ao contrário do meu azar, ela pode me deixar na companhia de diversas babás, enquanto fora obrigada a começar a trabalhar na empresa de meu avô. Diferente da minha mãe, eu sempre tive interesse em herdar o mais rápido possível toda a empresa. Eu gostava de mexer com o dinheiro. Dei-me o luxo de eu mesmo entrar pela porta da frente em um dia qualquer de trabalho e dizer que começaria a trabalhar naquele mesmo dia. Depois de dois meses, minha mãe já havia se acostumado com a ideia e agora eu já estava na direção da empresa por quatro anos e meio. Com o passar do tempo, ela começou a perceber as vantagens de se estar no topo e ter seu nome vinculado a uma grande quantia de dinheiro. Assim, passou a interferir em meus negócios como se fosse os dela, afinal, ela possuía 51% das ações da empresa, sendo a dona de mais da metade de tudo.
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  Tomei um gole do vinho enquanto pensava no plano de minha mãe. Não era completamente absurdo. Arranjar uma mulher que goste de crianças não era um trabalho muito difícil. A parte que exigiria mais trabalho seria convencê-la a fazer o que eu quero que faça e, ainda mais impossível, ser bonita como todas as mulheres que passaram por meus braços. Olho para o céu já escuro afora e suspiro enquanto começo a sentir o cheiro do jantar. Talvez eu devesse começar a fingir ser um pouco mais consciente sobre todo esse assunto de bebê.
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