Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 16

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

Abri a porta bruscamente. As babás se encontravam com Liam e Vita na sala, que, ao me verem, riam e gritavam "Papai, papai!", porém, por estar cego com meu nervosismo, ignorei os dois e perguntei diretamente para as duas babás que me olhavam assustadas:
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  - Onde está %Joyce%?
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  - Saiu para as compras, senhor.
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  - Pois liguem para ela e mandem-na voltar para casa imediatamente, quero falar com ela.
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  - Mas senhor, ela acabou de sair...
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  - É uma ordem! - grito, as fazendo pular e saírem correndo com Liam e Vita no colo gritando por mim.
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  Segui para meu escritório e não ouvi mais nenhum ruído do lado de fora. Estava tão nervoso que mal conseguia me sentar. Andava de um lado para o outro esperando %Joyce% chegar; olhava para o relógio toda hora, mas não adiantava. O tempo passava e ela não chegava. Olhei meu celular para ver se ela havia telefonado para informar algum atraso, mas nada. Apenas depois de uma hora e dez que ela foi entrar na sala.
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  - Você me... - não a esperei dizer nada. Peguei em seu pulso e a puxei para dentro, fechando a porta e trancando-a antes de virar para ela.
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  - Sente aí. - falo nervoso, e a vi me obedecer lentamente. - Agora me diga. - joguei a revista nela. - O que diabos é isso?
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  Vi seus olhos percorrerem, com o susto, rapidamente a capa e então seguir mais lentamente para o meio da revista. Parecia ter se acalmado depois que viu sobre o que eu estava falando. Leu a pequena matéria sobre o encontro dela com Sophia e então me olhou para mim:
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  - Estão falando sobre eu e sua mãe.
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  - É mesmo? - respondi ironicamente. - Por que fora se encontrar com ela? - pergunto mais alto, a vendo suspirar.
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  - Você disse que eu poderia fazer o que eu quisesse, contanto que eu não levasse Liam e nem Vita. - não pude respondê-la. Eu havia dito aquilo. - Eu fiz o que eu quis. Fui conversar com sua mãe. Você quer saber sobre o que nós falamos?
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  - Por que eu iria? Não me importo com nada do que aquela mulher faz ou fala. - viro de costas para ela. Na verdade, eu queria saber. Queria saber se Sophia falou algo sobre mim ou tentou mudar algum sentimento de %Joyce% sobre mim.
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  Ficamos calados por um longo tempo. Eu me mantinha de costas para ela, pensando na melhor maneira de sair daquela situação. %Joyce% deveria estar muito nervosa comigo, para me fazer sofrer em meu próprio silêncio. Olhei para os livros em minha estante. Livros nunca tocados, colocados ali apenas para transparecer um ambiente sério. Não sabia sequer se o conteúdo era escrito ou em branco. Assim que me virei para ela, pude-a ver olhando para mim com atenção.
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  - Você não vai apresentar Liam à ela. Me ouviu?
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  - Sim. - ela respondeu.
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  - E não quero que você encontre mais com ela.
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  - E por quê? - ela perguntou. - Por que eu não deveria encontrar com a sua mãe, %Luke%? Entendo a razão de você não querer que ela conheça Liam, mas eu não tenho nada a ver com sua família. Não faço parte dela, posso ir embora quando eu quiser, o que irá acontecer dentro de alguns anos. Por que não posso tentar entender...
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  - Porque você não entende! Você não sabe como foi meu passado e o passado dela! O que um fez para o outro, o que eu recebi dela para odiá-la! E você não quer saber! Porque você continua com aquela imagem de mim de anos atrás! Porque você ainda acha que eu irei sair por aquela porta e ir para festas foder com garotas como era sua irmã! - o sangue bombeava meu cérebro tão rápido que eu não conseguia sequer pensar em parar de respirar. - Você não percebe todo o esforço que estou fazendo aqui!
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  - %Luke%, eu sei o quanto está se esforçando...
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  - Então por que diabos faz tudo o que eu não quero que faça?
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  - Porque eu também sou humana! - ela fala mais alto e me calo surpreso. - Porque eu não entendo como pode um filho odiar sua própria mãe! Você não entende que eu tinha de encontrá-la? Tinha de conversar com ela? Como é que você acha que eu irei aceitar que você não a quer na sua vida, se eu simplesmente aceitar? Desculpe, mas eu não sou como garotas como a minha irmã que apenas concordam com tudo o que você fala apenas porque você é rico e gosta de sexo! Eu queria ver pelos meus olhos como era sua mãe!
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  Assim que percebi nossos tom de vozes, despertei do meu mundo e vi que %Joyce% estava em pé nervosa, o peito subindo e descendo rapidamente devido à gritaria, as bochechas avermelhadas. Não demorou muito para também perceber que havíamos nos exaltado. Deu um passo para trás envergonhada e passou a mão na testa, clamando por paciência. Ficamos os dois calados, provavelmente pensando se aquela briga fazia algum sentido. Apenas depois que meu coração desacelerou que pude perceber que mais uma vez %Joyce% estava muito à frente de mim. Percebi que, na verdade, ela estava apenas tentando se desapegar do meu desapego com relação à Sophia para que então ela conseguisse se sentir bem com minhas reclusões sobre o afeto mãe e filho.
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  Dei dois passos para frente e me surpreendi ao vê-la dar dois para trás. Meus olhos se arregalaram levemente com a ação. Me perguntei a razão dela ter agido daquela forma, sendo que sabia que eu não iria maltratá-la. Tentei encontrar um motivo para que ela estivesse se afastando de mim; pensei em várias coisas que poderia ter feito de errado e, na minha opinião, foi um grande erro, pois várias cenas anteriores ao dia chegaram em minha mente, atrapalhando meus pensamentos e me deixando ainda mais infeliz com minhas atitudes. Porém, o que mais me assustou foi, de fato, a sensação de estar vendo-a se afastar de mim por contra própria. Foram apenas algumas as vezes que me peguei pensando no dia que ela for embora, ou talvez no dia que ela perceber que é muito melhor do que eu. Agora era um destes momentos. A encarei com a boca entreaberta e tentei me aproximar novamente, fazendo menção de dar alguns passos para frente, em direção à ela, mas eu mal pude terminar o primeiro passo e ela se afastou novamente, dizendo:
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  - Pare.
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  Aquilo me fez me preocupar. Ela estava mesmo nervosa. Estava mesmo se afastando de mim por vontade própria.
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  - Por que... - comecei a dizer, mas, mais uma vez, ela foi mais rápida que eu.
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  - Estou apenas colocando meus pensamentos no lugar. - explicou.
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  Não foi o suficiente para me fazer acalmar. As coisas então pioraram quando a vi levantar o rosto e olhar para mim. Vi em seus olhos que ela já não era mais a garota inocente que decidiu aceitar minha proposta apenas porque se preocupava com a educação que o meu filho, uma criança que ela mal conhecia, iria receber.
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  Vi ali em seus olhos uma mulher de atitude. Independente. Que não precisa de um homem como eu para correr atrás.
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  Foi quando vi que eu precisava me apressar em amadurecer, e que ser somente jovem já não era mais um fator favorável para mim.
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