Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 13

Tempo estimado de leitura: 13 minutos

O céu estava claro por causa da quantidade de estrelas que haviam, além da lua estar enorme por estar mais próxima da Terra. Nós estávamos calados, ouvindo as ondas do mar se quebrarem na beira. A brisa jogava com facilidade os cabelos de %Joyce% para trás, deixando à mostra seu fino pescoço.
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  Fora ela quem acabou iniciando o assunto:
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  - Você sabe que um dia teremos que voltar, não é? - finalmente vi seus olhos em minha direção e levantei as sobrancelhas: - Sei que temos tudo o que precisamos aqui, mas não podemos privar as crianças de ficarem excluídas do mundo. Elas têm de interagir com outras crianças.
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  - Queria deixar para pensar nisso mais tarde. - resmungo.
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  Era mentira.
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  Eu não havia pensado nisso, porque eu não queria pensar. Por mais que eu sentisse falta de viajar sem parar, trabalhar e ter minha liberdade, depois de seis meses parado e sossegado, eu não sabia se queria voltar àquela vida. E também havia um outro problema: Sophia.
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  Eu tenho certeza que ela está mandando detetives me procurarem ao redor do mundo, e tenho ainda mais certeza de que ela nunca irá me encontrar. Por mais que ela não fosse boa com palavras, ou escolher a maneira certa de me castigar, sei que ela iria direto em %Joyce%, que convenhamos, não é lá a pessoa mais apropriada para enfrentar Sophia Fouvré.
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  Assim que meu pai a abandonou para fugir com a garota de Yale, ela voltou a usar seu nome de solteira. Por mais que eu quisesse levar o nome dela também, ela não deixou; alguém tinha que levar o sobrenome do meu pai na empresa, afinal, ele valia milhões.
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  Olho para ela com milhares de perguntas a fazer, mas não tenho coragem o suficiente para pronunciá-las. %Joyce% ainda não tinha visto meu lado emocional e sensível, para dizer a verdade, eu também nunca tinha visto, por isso as dúvidas. O que eu estava pensando para achar que ela saberia me responder? Não era difícil responder; ela não tinha medo de mostrar suas fraquezas, e era uma pessoa franca.
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  - Um dólar pelo seu pensamento. - ouço-a dizer. Desvio o olhar para ela e a vejo caminhar ao meu lado com as mãos para trás.
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  - Ele vale mais que um dólar. - respondo. - Acho que muitos pagariam milhões para ter meus pensamentos.
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  Ouço sua risada, mas nada além disso.
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  Aquela caminhada que deveria ser uma solução, acabou por se tornar mais uma incógnita na minha vida. Passamos o caminho de ida inteiro calados. Fora apenas na volta, que eu perguntei espontaneamente:
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  - O que você faria? Se estivesse no meu lugar?
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  - Pararia de fugir. - sua resposta imediata me pegara de surpresa. Eu não esperava que ela fosse ser tão sincera assim.
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  Depois de passado a surpresa, soltei uma risada e a olhei:
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  - Você é dura assim com quem ama?
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  - Só com quem merece. - vejo-a colocar os braços para trás enquanto olhava para o céu já escuro.
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  - Você já pensou que essa pode ser a razão de nenhum cara se interessar por você?
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  - Isso é porque eles, assim como você agora, insistem em enxergar apenas o meu lado negativo. - ela olha para mim com um olhar calmo e sereno. - Eu, ao contrário de vocês homens, enxergo os dois lados, considero o lado bom e, através dos meus comentários duros, ajudo a solucionar o caso do lado ruim.
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  Solto uma risada descrente no que eu ouvia. Não que ela estivesse errada. Ela não estava. Mas uma pessoa da idade dela ter este tipo de pensamento e comportamento... Me fazia indagar que tipo de experiências anteriores ela teve para que se tornasse essa pessoa séria.
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  Um ano já havia passado dos cinco que estavam em nosso contrato. A vida estava bem menos interessante do que quando havíamos chego. Eu olhava para o céu afora e a saudade da minha liberdade batia. As crianças agora tinham uma pequena porcentagem de consciência e sabiam distinguir o certo, do errado. Vita gostava de falar com %Joyce%, mas Liam era ainda mais tagarela com seus bichos de pano.
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   %Joyce% estava, como sempre, ocupada e preocupada. Sempre que a via no computador, por mais raro que fosse e mais difícil que pudesse ter conexão naquele lugar, uma vez por mês eu a pegava em um site de alguma boa escola.
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  Fora quando Liam falara sua primeira palavra depois de seis meses da minha conversa com %Joyce%, que eu vi que estava na hora de voltar à realidade e encarar Sophia.
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   %Joyce% nada dissera, mas eu ouvi durante a última noite naquela ilha, a impressora funcionar a noite inteira.
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  Com relação a nós dois, %Joyce% estava tentando não sei apaixonar ainda mais por mim. Era claro que ela evitava olhar para meu corpo e minhas ações afetivas com Liam e Vita, mas não conseguia evitar se desfazer de meus abraços quando eu fingia estar dormindo, ou quando eu queria fazer sexo. Ela parecia de vez em quando entender minhas necessidades.
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  Eu me sentia como se nunca tivesse estado naquele lugar, e ao mesmo tempo, me sentia em casa. Ao descer do carro em frente à nova casa que eu havia comprado pela internet, fora como se eu tivesse saído dali a bem mais de um ano. Era impressionante como as pessoas quando tinham interesse, conseguiam descobrir até o que não deviam.
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  Depois de dois dias em Nova Iorque, eu não parava de receber telefonemas e cartas de boas-vindas. Meu escritório, que estava sendo reformado em um prédio que eu comprei para mim, já possuía diversos vasos de flores e cestas de café da manhã. %Joyce% saíra com as crianças para visitar algumas escolas e me ligou não muito depois que saíra de casa:
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  - %Luke%, você pode fazer alguma coisa com a nossa segurança? Deve ter uns trinta homens com câmeras aqui e as crianças estão com medo de sair do carro.
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  Fecho os olhos aborrecido, eu já havia mandado a empresa de segurança dar um jeito nesta situação, eu sabia que isso iria acontecer:
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  - Aonde estão?
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  Fora fácil. Liguei para a empresa de segurança e fui aonde ela estava com Liam e Vita. Segundos depois eu pegava Liam no colo e %Joyce% cuidava de Vita, acompanhadas por oito seguranças que tentavam manter os fotógrafos longe.
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  Entramos na escola cujos diretores nos aguardavam à porta. Estavam um pouco ofegantes, o que significava que ao saberem da minha presença, vieram correndo paparicar a decisão de matricular as crianças ali.
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  Quando se é rico como sou, dois anos é uma idade boa para começar as aulas recreativas, como natação. Na verdade, isso foi o que %Joyce% disse. Tendo uma escola que pudesse oferecer este tipo de recreação que deixasse os dois em constante movimento, seria esse o lugar que nós os colocaríamos.
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  O diretor e as pessoas importantes da escola caminhavam ao nosso lado, enquanto observávamos o espaço do colégio. Olhamos todos os andares e as salas recreativas. Era óbvio o fato de que nenhum deles dava a devida atenção à %Joyce%, que também pouco se importava. Conhecendo do modo que eu a conhecia, eu sabia que ela até preferia assim. Sem toda atenção, poderia analisar todos os aspectos que julgava necessária para as crianças.
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  - Claro que temos o melhor a oferecer a seus filhos, senhor %Blanc%. - ouvia o diretor me dizer. Mexia a cabeça demonstrando interesse, mesmo não tendo a menor noção se aquilo era ou não bom para as crianças. Virei minha cabeça para %Joyce%, que caminhava com Vita em seu colo conversando com ela de vez em quando.
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  - O que você acha? - pergunto à ela, que, ao perceber a atenção dirigida a si, abriu um pequeno sorriso sem graça. Olho para todos que me acompanhavam. - Ela é quem decidirá qual escola eles entrarão, sabe, devem saber que ela entende mais sobre isso do que eu. Mães. - falo, finalizando com um riso, sendo acompanhado por todos.
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  E então a atenção fora para quem deveria. Sou um homem livre.
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  - Você não poderia ter esperado até a hora da saída para fazer seu comentário desnecessário? - ela dizia enquanto entrávamos em casa. Ainda tinha os óculos de sol no rosto, utilizávamos de propósito por causa dos flashes dos paparazzis, por ser final de tarde. Solto uma risada. - Isso não tem graça, %Luke%! Não pude prestar atenção no ambiente do berçário feminino para Vita. - ela diz mais emburrada.
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  - Não seja tão mala, você sabe que eles não pecariam em parte alguma naquela escola.
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  - Toda escola peca, %Luke%. Assim como você, Senhor Perfeito. - ela diz, me fazendo fechar a cara. Eu não gostava quando as pessoas se tornavam irônicas comigo. Levanto uma sobrancelha e faço uma careta bem feia para que ela entendesse que estava caminhando para o lado errado da conversa. Como ela tem uma boa percepção, suspirou exausta e balançou a cabeça: - Vou dar banho nas crianças e ir dormir. Tenho outra escola para conhecer na zona Oeste amanhã.
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  - Oeste? Você quer levar meu filho para uma escola na zona pobre de Manhattan?
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  - Pare com isso, eu já disse. - ela fala com Liam em seu colo, subindo as escadas. - Há uma ótima escola...
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  - Ela pode ser ótima, mas e a localização? Se descobrirem que meu filho está estudando lá, é bem capaz de invadirem a escola para raptá-lo.
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  - Pare de falar besteiras.
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  - %Joyce%, você pode escolher a escola, mas eu sei o que é ou não seguro para eles. Eu cresci neste mundo e sei o que as pessoas fazem por dinheiro.
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  Peguei em sua mão assim que ela colocou Liam com a babá e a puxei para fora do quarto, mandando as duas colocarem as crianças para dormir depois do banho.
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  - %Luke%! É importante estar presente no banho...
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  - Eles sobreviverão por um dia. - falo, a levando para meu escritório, local onde ela dificilmente entrava. Talvez fosse a primeira vez, do modo em que olhou ao redor. - Veja essa foto. - lhe dou uma moldura em que estavam eu e mais alguns amigos. - Está vendo este cara aqui? - aponto para um que estava ao meu lado. Ela assente e me encara:
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  - O que tem ele?
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  - Era meu irmão mais velho. - falo sério, a fazendo arregalar imensamente os olhos e abrir a boca em choque. - Ele morreu durante um sequestro que fizeram em uma escola onde participava de projetos sociais. Os bandidos queriam dez bilhões, praticamente oitenta por cento da nossa conta na época. Meu pai queria dar, mas minha mãe foi contra. Colocara toda a polícia dos Estados Unidos para trabalhar no sequestro. Quando eles descobriram que ela não lhes daria o dinheiro, torturaram meu irmão e o mataram. Enviaram a cabeça dele de lembrança.
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  Sentia meu estômago revirar ao me lembrar da cena da caixa sendo aberta pelos policiais no hall de casa. Meu pai berrando com minha mãe e ela em choque demais para respondê-lo. Fora neste mesmo dia que eu decidi que ela não era mais nada em minha vida.
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  Olhei para %Joyce% que fitava o chão ainda absorvendo parte da história da minha vida, algo que ninguém a não ser eu, minha mãe e os policiais que participaram do resgate sabemos. Agachei em sua frente e disse:
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  - Eu não vou passar por isso. O máximo de segurança não é nada quando os bandidos querem as pessoas. Eles são bebês, não tem nem como correr. - toco em sua perna e a vejo me olhar ainda assustada com a história. - Você me entende?
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  Demorou um tempo para ela responder. Abro um pequeno sorriso e encosto meus lábios nos dela. Eu nunca havia pensado em contar minha história para uma outra pessoa. Mas ela tinha de saber. Se eu quisesse continuar tomando conta da minha vida e de Liam, dela e de Vita, eu teria de contar algumas verdades. Ainda há muito o que ela saber sobre mim. Assim como eu tenho certeza que verdades dela virão à tona durante estes quase quatro anos que temos juntos pela frente.
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