Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 10

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

Para fugir da responsabilidade de ter de lidar com Sophia, falei a %Joyce% que nós estávamos indo para Dubai viver um tempo por lá. Como sempre, ela não questionou. Arrumou as malas com todas as nossas roupas e no dia e horário que a avisei que iríamos sair, ela estava pronta, com as crianças em suas cadeiras móveis. As malas foram despachadas antes e nós fomos logo em seguida. Fora questão de o avião começar a se mover, que meu celular tocou. Olhei no visor e vi o nome de Sophia nele, atendi:
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  - O que foi?
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  - Onde diabos está toda a documentação da empresa?
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  - Como irei saber, não vou no escritório faz uma semana. - respondo no mesmo tom rude que ela usara comigo. Mexi a mão e a comissária de bordo correu até o piloto, pedindo para ele atrasar alguns minutos a decolagem. O som do motor sendo desligado fez com que %Joyce% me encarasse confusa. Me levantei e fui até a cabine de trás.
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  - Não minta para mim, %Luke%. É sua responsabilidade ter um backup de tudo.
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  - Está em meu computador, e no de Casandra.
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  - Os dois computadores estão vazios.
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  - E a senhora quer que eu faça o quê? Meu avião está para decolar. - olho para a comissária e mexo a mão, fazendo-a ir até o piloto e dizer que ele poderia iniciar a decolagem. - A propósito, eu tenho que desligar.
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  - %Luke% %Blanc%! Não ouse desligar este telefone...
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  Eu daria de tudo para ver o rosto em tom púrpura dela. Gastaria uns bons milhões para recuperar tudo. Nada que não tenha gasto antes com Christopher.
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  Voltei para minha poltrona e desliguei o celular, assim como o piloto pedira. %Joyce% olhara para mim, depois que checara os cintos das crianças e perguntou:
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  - Está tudo bem?
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  Olhei para ela e abri um sorriso, voltando a relaxar em minha poltrona:
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  - Melhor, impossível.
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  O lugar onde iríamos morar por um tempo, não era como os outros lugares fáceis de achar e viver. Era preciso milhões para conseguir se manter ali. A casa ficava um tanto afastada da cidade e mantinha diversas famílias trabalhando nela. Famílias que viviam confortáveis em chalés próximos e ao redor da mansão. Eu havia migrado todas as famílias carentes para aquele local, abastecendo-as com comida e energia, além de educação que os projetos sociais ofereciam para o mundo. Eles deviam tudo à mim. Não havia guerra interna ou desentendimentos sobre poder. Assim que chegamos na mansão, %Joyce% fora muito bem recebida pelos nativos, que treinavam seu inglês com ela, a fazendo rir com o sotaque deles.
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  - Cuidarão bem das crianças. - digo, a vendo sorrir para mim e concordar com a cabeça.
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  Meus advogados teriam de lidar com os oficiais da justiça sobre as visitas deles a nós. Não queria nosso paradeiro divulgado e nem muito menos receber a visita inesperada de Sophia.
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  - Então - ela me chamou, quando estávamos em nosso quarto com as crianças rolando no chão com a bola que os nativos haviam dado aos dois. -, vai me dizer aonde achou este lugar?
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  - Quando você quer ter algo que alguém jamais teve... você começa a procurar, até achar. - deito na cama, não quebrando o contato entre nós.
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  Ela passou os olhos pelo lugar, e correu até Vita, que colocava a bola na boca:
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  - Isso é feio, Vita. Não pode! - diz, fazendo a menina balançar os braços com manha. - Eu vou te dar, mas você não pode colocar na boca. - %Joyce% devolve a bola à Vita, que a deixa rolar até um canto do quarto, engatinhando até ela.
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  - Por que você não fala como todas as mulheres falam com crianças e cachorros?
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  - Elas entendem a gente pelo tom de voz. Se eu falar sempre dengosa com ela, ela não vai saber diferenciar o certo do errado.
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  Aquilo fazia bastante sentido. Olhei para os dois, que deixavam propositalmente a bola rolar de um lado para o outro, se divertindo em tentarem se levantar para caminhar até a bola.
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  - Posso te perguntar algo pessoal?
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  Desvio minha atenção a %Joyce%, aguardando a pergunta. Ela se senta à beira da cama e diz:
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  - Quando foi que você viu que queria se relacionar com ele? - e olhou para Liam. Acompanho seu olhar e aperto meus lábios. Suspiro e me deixo deitar na cama, colocando as mãos atrás da cabeça e olhando para o teto.
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  Demorei um tempo até me decidir dizer à ela a real visão.
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  - Nunca fui uma pessoa necessitada de atenção, sempre soube me virar muito bem sozinho. Em todas as situações. - me viro, olhando para Vita, que estava mais próxima a cama. - E então, quando vi você dormindo com os dois, descobri que nunca havia recebido esse carinho que você estava dando aos dois. E fiquei curioso.
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  - Curioso?
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  - Talvez invejoso... - me forço a não olhar para %Joyce%.
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  - Ninguém peca por querer atenção, %Luke%. - ela diz terna, me obrigando a encará-la. Tinha o sorriso calmo nos lábios.
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  Hipnotizado por aquele sorriso, me sentei, me aproximando dela, que desfaz o sorriso, encarando meu rosto sem nenhuma expressão. Me aproximei, com a intenção de beijá-la, ela sabendo disso, não se afastou. Fechou seus olhos e esperou que eu tomasse a iniciativa. Quando estava tocando seus lábios de leve, ouvimos o choro de Liam, nos fazendo separar rapidamente, olhando em direção ao choro. Ao vê-lo parado na sacada, %Joyce% rapidamente correu até ele, me fazendo levantar ainda mais rápido. Ela o pegou no colo antes que ele caísse dali, e o trouxe para dentro. Fechei a porta atrás dela e ouvimos seu choro até um dos empregados trazer a bola lavada para ele.
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  - Como fala para ele, Liam? - %Joyce% diz com ele no colo, tendo o empregado um pouco afastado pelo respeito que tinha por ela.
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  Liam olhou para a bola e então para o empregado. Ergueu os braços e somente quando %Joyce% fez sinal para ele se aproximar, pude ver meu filho, sangue do meu sangue, abraçando um empregado e dando-lhe um beijo em sua bochecha.
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  - Muito bem! - %Joyce% sorria e olhou para o empregado, que se curvava na frente dela enquanto se afastava. - Muito bem, meu amor, você fez direitinho, viu só, Vita? - e o coloca sentado junto com Vita, que tenta pegar a bola dele de sua mão.
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  - Você fez meu filho beijar o empregado? - perguntei em tom de riso, a vendo me encarar surpresa.
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  - Ah... bem... é a maneira que eles dizem obrigado. - diz desconcertada. Solto uma risada e o desconcerto dela se torna confusão.
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  - Isso é a coisa mais impressionante que já vi.
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  Vi o sorriso sem graça de %Joyce% e então ouvimos a empregada dizer que o almoço estava pronto.
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  As crianças tinham uma agenda bem lotada, tudo para fazê-las dormir mais fácil e mais tempo durante a noite.
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  - Elas acordam bem cedo. - %Joyce% disse assim que saímos do quarto dos dois. - Lá pelas sete.
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  - Sete? - faço uma careta. Ouço sua risada. - É por isso que dorme às oito?
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  - Oras, eles acordam durante a noite.
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  - Empregados estão aí para isso. Elas tem bem um sentimento maternal que você gosta. - falo ironicamente, a vendo me encarar aos risos.
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  - Você não perdoa nem essa?
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  - Estou de férias. - digo, retirando minha camiseta e jogando-a no cesto de palha criado pelas nativas.
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  Olho para %Joyce% a tempo de vê-la balançar a cabeça em negação e ir em direção de sua mala, já que passara o dia inteiro arrumando as coisas das crianças. Mesmo morando no meio do nada, a mansão era completa, como se fosse retirada de Nova Iorque e levada para Dubai. Fui até ela e me sentei em seu lado.
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  - O que foi?
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  - Você arrumou as malas, estou esperando minha troca de roupa.
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  - Você dorme apenas de boxer. - ela me olha com uma sobrancelha levantada. Solto uma risada.
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  - Então eu fui pego. - respondo de bom humor, a vendo levantar ainda mais a sobrancelha. - Eu vim terminar o que nós começamos antes de Liam quase se suicidar.
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  Ela abriu a boca em surpresa, e então tornou a fechá-la, ainda mais surpresa. Olhou para o lado e para meu corpo descoberto. Limpou a garganta e se levantou rapidamente:
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  - Acho melhor você ir tomar seu banho logo. Acho que não há água quente como em Nova Iorque. - e se afasta de mim. Solto uma risada e me levando, pegando em seu braço e a puxando para mim.
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  - Você não pode fugir para sempre.
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  - %Luke%, não podemos...
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  - E por que não? Somos um casal, não somos? Somos os pais dos dois, não somos?
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  - Não sou mãe...
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  - Você é mais mãe do que qualquer mulher no mundo. - falo sério. Ela arregala os olhos e abriu sua boca. - Mãe não é quem dá a luz, é quem cria. - respondo. - Eu, por exemplo, nunca tive uma mãe. - olho em seus olhos, a vendo fechar a boca. - Não é porque você não pode conceber filhos, que não pode tê-los.
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  Não me respondera. Olhara para baixo sem graça e encostou sua testa em meu peitoral. Ouvi seu nariz fungar e a abracei, finalmente ouvindo seu choro.
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  Assim como era a primeira vez que ela chorava em minha frente, demonstrando o quão frágil ela era de verdade, era a primeira vez na minha vida inteira que demonstrei carinho para alguma mulher.
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