Wilson’s

  — A paciente está fraca e está reclamando que a visão está ruim — Foreman atualizou os companheiros do quadro clínico de %Alissa%. — E Wilson não sai do lado dela. — Balançou a cabeça negativamente baixando o olhar.

  — É uma pena terem se conhecido dessa maneira... — Treze murmurou pesarosa e todos concordaram.

  — E quanto a House? Ele parece bastante abatido... Sendo ele — Taub murmurou observando de rabo de olho o chefe que agora se encontrava na sala ao lado, que era separada da de diagnósticos por uma parede de vidro.

  — Acho que está sentindo a perda de Wilson... — Treze disse também observando o homem sentado olhando pensativamente o nada.

  — O House? — Chase interrompeu. — Não... — O rapaz realmente duvidava da capacidade de sentir de seu chefe.

  — Como o Wilson está...?

  Wilson conversava com %Alissa%. Queria passar o máximo de tempo possível com a garota.

  Por mais que ela parecesse um tanto desconfortável com isso, ela não deixava de responder às perguntas de James e também não deixava de perguntar o que lhe vinha à mente.

  Os dois conversavam sobre %Lissa% quando Wilson foi bipado.

  — Droga — resmungou depois de verificar o bip. — Vou ter que dar uma saída, mas volto logo.

  — Aconteceu alguma coisa com a minha mãe? — %Alissa% questionou levantando as cobertas com certa dificuldade.

  — Não, não, fique aí! Não é nada com sua mãe — James tentou dizer enquanto andava na direção da porta deslizante.

  Por mais que Wilson dissesse que não era algo com sua mãe, %Alissa% não poderia deixar de visitá-la. Já havia recebido a notícia de que o que tinha não tinha cura, mas desde o momento em que recebera tal informação, ela sentia que precisava se sentir melhor, tinha que falar com sua mãe, ver se ela estava melhor e dizer-lhe que estava tudo bem, que %Alissa% estava bem.

  %Lissa% se sentou e colocou os pés para fora da cama. Fazia tantas horas que não se levantava, sentia que suas pernas fraquejariam, mas tinha que levantar.

  A garota apoiou o primeiro pé no chão e assim que fez menção de apoiar o segundo, ouviu um barulho terrível e assustador de ossos se partindo; viu-se caindo em câmera lenta e então sentiu a súbita dor lhe passar pela perna.

  — Síndrome de Gold não causa problemas de vista — House murmurou para si mesmo em sua sala. — Vamos, o que está faltando? — Bateu na mesa de vidro com certa força.

  — House. — Foreman adentrou a sala um pouco apressado. — A paciente quebrou a perna — informou.

  — Como diabos uma paciente em estado terminal consegue quebrar a perna? — Gregory resmungou erguendo a sobrancelha.

  — Ela só apoiou a perna no chão... — Foreman continuou, logo vendo a expressão perplexa do chefe se tornar uma iluminada por uma ideia.

  — Era isso que estava faltando. — O homem sorriu pegando sua bengala e saindo de sua sala acompanhado de Eric.

  House caminhou com pressa em direção ao quarto de %Alissa% McBell e ao chegar lá entrou sem avisos.

  — Há quanto tempo mudou sua dieta? — Gregory perguntou apontando %Alissa%, que no momento tinha a perna engessada e Wilson ao seu lado.

  — House, não acho que seja o momento para perguntar sobre--

  — Três meses. Pra acompanhar a minha mãe — a garota respondeu interrompendo Wilson.

  — Trocou uma dieta balanceada por comida de esquilo e alimentos crús.

  — Os nutricionistas disseram que era mais saudável — %Alissa% murmurou erguendo a sobrancelha.

  — Para algumas pessoas sim, mas há aqueles os quais o corpo não lida muito bem com o cobre — House começou. — E você ingeria por dia pratos cobertos de toneladas de cobre que seu corpo não conseguiu processar.

  — House, descartamos doença de Wilson, não há anéis de Kayser-Flescher! — Foreman disse apressado.

  — Não havia anéis de Kayser-Flescher porque tínhamos chegado muito cedo a essa conclusão. Aposto como agora poderemos vê-los com clareza. — O médico sorriu triunfante.

  — Esperem, o que isso tudo quer dizer? — %Lissa% perguntou, sua cabeça girando com tantas informações.

  — Vamos ver se ela puxou a você... — House murmurou olhando para Wilson que massageava a base do nariz. — A filha de Wilson tem a doença de Wilson! — disse Greg teatralmente.

  %Alissa% não entendera exatamente a piada, mas soltara um risinho. Era engraçado "a filha de Wilson ter a Doença de Wilson".

  — Não, ela tem humor — House disse satisfeito por alguém apreciar sua piada com o devido gosto. James apenas revirou os olhos para o amigo. — Refaça o teste para Wilson e comece a quelação — Gregory disse a Foreman que assentiu.

  House logo saiu do quarto sem nada mais dizer.

  — O que isso quer dizer? — %Alissa% perguntou por fim. — Eu... Não vou mais morrer?

  — Não, a doença de Wilson tem tratamento. — Eric sorriu para a paciente. — Mas você precisará de um transplante de fígado e de diálise por algum tempo — informou.

  — E quem liga pra esses pequenos detalhes? Eu não vou morrer! — exclamou %Lissa% com lágrimas nos olhos de alegria. — Mas esse transplante... É de muita urgência? — questionou olhando seu médico.

  — Seria de certa urgência, te colocaremos na fila de transplante e--

  — Acho que isso eu posso resolver. — Wilson sorriu para Foreman que assentiu com um sorriso de volta.