War

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 7

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

  Toc Toc

  %Susan% olha em direção a porta e então se levanta da cama, indo até a mesma e abrindo, dando de cara com um %Zack%. Ele sorri e ela sem dizer nada abre mais a porta, dando espaço para que ele entrasse.
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  - Tire a camisa e deite ali. - ela aponta para a mesa que estava coberta com seu edredom. Sem reclamar o soldado a obedece. - Não vai demorar. - ela passa as pontas dos dedos nos lugares indicados por ele mais cedo, o fazendo reprimir o corpo com a dor. - É, está bem feio.
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  Ele murmura algo e fecha os olhos, para tentar concentrar em não sentir a dor. %Susan% então faz uma massagem, onde pegava em alguns lugar estratégicos e outros onde parecia que estava colocando a coluna de %Zack% de volta ao lugar certo. Ele gemia de dor em alguns lugares. A massagem durara cerca de uma hora, de maneira que %Zack% adormecera.
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  Ao abrir os olhos, vira %Susan% escrevendo num caderno de capa desgastada e um lápis em mãos.
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  - Por que não me acordou?
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  - Porque não causaria efeito na dor.
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  %Zack% se espreguiça, fazendo as costas estralarem mais um pouco.
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  - Foi muito bom, obrigado.
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  Ela balança a cabeça e se levanta, indo até a porta, mas pára ao ver que %Zack% encarava o álbum que estava aberto em cima da pequena mesa do quarto dela.
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  - Ele... É seu namorado?
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  - Ex. - ela o conserta. - Ele fale...
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  - Eu sei. - ele a corta, a fazendo o olhar surpresa.
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  - Como?
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  - Eu sei sobre %Joel%. - ele diz ainda encarando a foto de %Susan% com o namorado. - Se importa? - e aponta para o álbum. Ela nega com a cabeça e ele pega o objeto, passando de uma página para outra. - É exatamente igual à que ele tinha.
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  - Você o conheceu?
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  %Zack% ri.
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  - Éramos do mesmo time.
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  %Susan% então se aproxima.
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  - Então você já sabia quem eu era?
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  - Tinha uma noção. - ele concorda com a cabeça. - Ele só falava em você quando se referia à alguém da vida real.
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  Ela se senta na cadeira.
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  - O que ele dizia?
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  %Zack% olha para a foto e então respira fundo.
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  - Não sei se...
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  - Por favor. - ela diz com os olhos brilhando. - Eu só... Bom. Só queria saber como...
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  - Não acho que ele era diferente do que era lá nos Estados Unidos. - %Zack% diz se sentando na cama de %Susan%. - Ele tinha uma meta, que era sair vivo daqui. Tecnicamente ele conseguira.
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  Ela estava com a cabeça abaixada. %Zack% então se levanta, a fazendo desviar sua atenção para ele.
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  - Aonde vai?
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  - Dormir. Tenho de acordar cedo. O dia começa de madrugada para nós. Imagino que seja o mesmo para você. - ele diz sério. - Obrigado pela massagem. - e se vira, abrindo a porta do quarto dela e saindo.
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  %Susan% fica por um tempo ainda olhando por onde ele havia saído, até se levantar e se sentar onde %Zack% estava sentado até o momento. Pega o álbum e o abre. Então %Joel% era o mesmo por lá. Sorri vendo seu sorriso na foto. Imaginava se ele dera esse mesmo sorriso algum momento com os amigos soldados. Deita lentamente abraçada ao álbum.
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  - Sinto sua falta. - olha para o céu pela janela acima de sua cama. - Sinto muito a sua falta %Joel%. - sua voz trêmula e baixa sai da maneira que lhe convinha de modo que ninguém além dela pudesse ouvir. Sem dizer mais uma palavra, seus olhos se fecham e o sono toma conta de toda sua consciência.
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  Um mês no "Outro" mundo

  Era claro que %Susan% já não pensava tanto em %Joel% quanto quando chegara no Afeganistão. Porém nos dias em que ela se isolava em seu quarto, no escuro da noite, o homem tomava conta de seus pensamentos, não a deixando em paz.
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  - Por que você não vai embora? - ela dizia perturbada batendo a mão na cabeça algumas vezes, tentando afetar a imagem dele dentro de sua memória. - Por que não me deixa seguir em frente?
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  Olha para o álbum de bolso aberto em sua mesa. Se contém a ir até lá e olhar. Sentada em sua cama, encosta na parede e encolhe as pernas, as abraçando e escondendo o rosto por entre elas. Já não sabia se tinha lágrimas para derramar por ele. Talvez sim, talvez não. Passam-se minutos e ela não saía daquela posição. Olha no relógio que marcava vinte e três horas. Por que não estava na enfermaria? Porque não havia soldados gravemente feridos. As enfermeiras mais experientes estavam conseguindo lidar com tudo, então as novatas tinham de ficar em seus quartos, apenas esperando uma ordem para voltarem à base.
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  Toc Toc
  %Susan% abre os olhos.
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  Toc Toc
  Levanta a cabeça e olha para a porta. Tinha certeza de que estava ouvindo batidas.
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  Toc Toc
  Não era miragem. Se levanta e sente as costas reclamar com a dor repentina de um movimento brusco e uma posição diferente da que ela já havia se acostumado. Se dirige lentamente até a porta, massageando a coluna e a abre, vendo %Zack% encostado com o braço no batente sorrindo. Ficam calados se encarando, até ela mudar o peso de perna e ele limpar a garganta.
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  - Achei que estivesse entediada.
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  Ela nada diz.
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  - Quer jantar?
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  - Não estou com fome. - ela murmura e ele concorda com a cabeça. Ri e passa a mão pela nuca. - Sabe fazer massagem?
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  - Posso tentar.
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  Ficam por mais alguns minutos calados até ela então dar alguns passos para trás e ele entrar. Ela fecha a porta atrás dele e se dirige para a mala, pegando uma loção e colocando na mesa para que ele pudesse passar nas mãos. %Zack% se dirige até a pia que havia no quarto e lava as mãos, enxugando-as na roupa em seguida e arregalando os olhos ao ver a garota retirar a parte de cima de sua vestimenta e deitando na cama de bruços semi-nua.
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  Ele respira fundo e pega a tal loção e passando por entre as mãos, agachando ao lado da cama de %Susan% que não era tão alta e encostando sua palma em sua pele lisa.
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  - Mais para baixo. Bem na cintura. - ela murmura com a voz travada e ele desliza as mãos para o fim da costela, apertando e a fazendo estremecer e encolher, juntando os braços mais perto do corpo. %Zack% sente os pequenos calombos no local e passa a massagear moderadamente. - O que vocês faziam quando não tinham o que fazer? - ela pergunta com a voz um pouco abafada pelas mãos e o travesseiro. %Zack% a olha e então volta o olhar para o local que massageava.
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  - Nós nunca não tínhamos o que fazer.
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  - E quando não faziam? - ela insiste.
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  - Nós bebíamos sentados em frente ao quarto dele e admirávamos o céu. %Joel% era corajoso. Ele era ousado.
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  %Susan% encarava o chão imaginando %Joel% e %Zack% sentados à frente de seu quarto em cadeiras e olhando para a imensidão azul com uma garrafa de bebida em mãos. Sorri. Era bom saber que ele tinha algum momento de paz, por mais que ele fosse pequeno. Fecha os olhos e passa a vê-lo na guerra, com a arma em mãos e liderando o time.
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  - Ele sempre era o primeiro a se aproximar da área perigosa. - %Zack% ri. - Era um louco. Parecia saber que não ia morrer.
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  %Susan% não descurva seus lábios que estavam em direção ao céu. Se lembra de um trecho de uma das cartas que ele mandara:
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  "Sei que pode me achar um louco e querer pedir para explodirem uma bomba ao meu lado, mas eu gosto de sentir a adrenalina do momento. Tenho medo, muito medo, quando estou no quartel e paro para pensar o que pode acontecer comigo no dia seguinte. Mas quando estou lá... Quando estou de frente com a morte, a encarando... Sei que não é meu momento. Sei que não irei morrer."
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  - E ele estava sempre certo. - %Zack% diz subindo as mãos pelas costas da garota e continuando a massagear. - Sempre saía vivo, por mais apertado que estivesse a situação.
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  "Você não vai acreditar de onde estou escrevendo essa carta. Do meio do deserto. Eu juro. Nosso comboio fora bombardeado antes de nós entrarmos nele e estamos sem condução de volta. Há inimigos a alguns metros de distância. É minha pausa. Estamos há um dia e meio aqui e ainda não mandaram ajuda. Estamos em poucos, uns sete, oito. Gostaria de estar com você, mas não você comigo."
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  - Me lembro dele ter se apegado a uma garota que o ensinava a falar a língua nativa. - %Susan% abre os olhos. Sabia da garota. - Com todo respeito, era óbvio as intenções dela com ele. Mas mesmo assim era claro que ele não estava nem aí para essa intenção. Ele queria aprender a falar a língua.
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  "?? ??? ?? ???? ????, sei que não entendeu nada, mas acredite, eu sei falar isso. Você iria rir, como sempre faz quando eu falo Uzurbequijão. Uma garota tem me ensinado. Não se enciúme, ela só é boa em ensinar persa, nada mais. Tem sido bastante útil para mim na hora 'h'. Para acalmar os nativos e afastá-los sem precisar do tradutor ao lado. Prometo lhe infernizar até o fim falando em seu ouvido quando eu voltar. Ah, de qualquer maneira, significa Eu Te Amo."
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  %Susan% olha o álbum em cima da mesa. Fecha os olhos novamente.
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  "A única coisa boa aqui é o fato de eu saber que estou salvando vidas e garantindo que o nosso filho não precise passar pelo que estou passando."
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