War

  Os dias se passavam devagar sem %Joel%.

  %Susan% não conseguia se divertir sem ele. Era como se a sua parte boa estivesse extinta.

  As cartas dele estavam cada vez piores.

  %Susan% sorria ao ler a carta dele. Era como vida para seu corpo. Olha para o céu e agradece ao cara lá de cima por estar mantendo-o vivo e o trazendo de volta para si. Não havia pessoa mais aliviada ao receber uma simples carta.

  - Mãe! A senhora não levou as flores para o vaso da sala? - %Susan% gritava para a mulher que estava na lavanderia, estendendo as roupas.

  - Não filha, pode fazer isso para mim, por favor! - ela ouve o grito e suspira, pegando as orquídeas e as levando até a mesa de canto da sala. Despercebidamente olha para a rua e vê uma imensa van estacionando a frente de casa. Arregala os olhos. Conhecia aquela van.

  - Meu Deus! - ela sorri e deixa as flores caírem ao chão.

  - O que aconteceu menina-- Oh meu Deus! - a mãe sorri ao ver a mesma visão de %Susan% e a filha correr até o lado de fora da casa rapidamente. Não havia quem não visse o sorriso da garota. Três homens uniformizados saem da van com uma mochila.

  %Susan% conhecia aquela mochila. Olha para o rosto dos homens. Não era uma boa expressão. Seu estômago embrulha. Dá dois passos para trás.

  - Senhorita %Murphy%? - ele olha para a garota, que assente. Um silêncio se instala e a mãe de %Susan% já estava parada ao seu lado, com a mão na boca, olhando horrorizada para os três soldados. - Eu sinto muito.

  %Susan% não conseguia raciocinar.

  - O-o q-q...

  - O avião que o trazia de volta fora alvo de mísseis. - um dos homens diz grave. - Não houve sobreviventes.

  %Susan% coloca suas duas mãos à boca. O choro não conseguia ficar calado. Ele queria sair. Sente os braços da mãe lhe envolverem. Não consegue mais se manter em pé e vai lentamente caindo ao chão, enquanto gritava por %Joel%. Não era possível, não com ela. Não podia ser verdade.

  Os soldados não se moviam e sequer reclamavam do comportamento da garota em público. Os vizinhos apareciam e logo entendiam a situação, colocando as mãos à boca e olhando chocados para a menina que chorava alto no meio do caminho entre a casa e a van. A mãe sussurrava palavras de conforto em seu ouvido, mas nada era ouvido por %Susan%. Ela só sabia pensar em %Joel% e no fato de que nunca mais o veria, nem o sentiria perto de si. Não conseguia parar de chorar. Não queria mais viver. Queria estar com ele.

  Seu %Joel% já não era mais seu. O seu 'para sempre' já não existia mais. A sua espera fora em vão. A sua promessa não fora cumprida. Já não existia %Susan% & %Joel%. Olha para o céu a procura de alguma estrela que brilhasse no claro. %Joel% não estava lá ainda. Ainda.

  Ele poderia estar em qualquer lugar, menos o lugar que ambos mais desejavam. Ao lado dela.