Trust

Escrita porPams
Revisada por Lelen

4 • Sorry

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

  Aquele beijo ainda insistia em permanecer em meus pensamentos, mas eu fingia que não tinha acontecido nada, apesar de ele continuar jogando suas indiretas para mim.
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  — Acho que preciso de um copo de água — disse, me afastando dele.
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  — Vai mesmo fazer isso? — perguntou ele. — Fingir que esse beijo não representa nada?
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  — Pare de fazer essas perguntas e insinuações, minha preocupação agora é você se recuperar.
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  — E meu coração não está incluído no pacote?
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  — Seu coração está batendo muito bem — retruquei, segurando o riso.
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  — Não é disso que estou falando. — Ele pegou minha mão e encostou no seu tórax, conseguia sentir seu coração pulsando.
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  — Quando você me olha assim, você sempre foi meu ponto fraco. — Eu desviei meu olhar para a janela. — Mas acho que devemos ir devagar, assim ninguém se machuca.
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  — Se você diz. — Ele assentiu, não muito satisfeito, mas era melhor que uma resposta negativa.
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  Os dias se passaram e estávamos completando um mês de pós-operatório, as costelas de Justin estavam se recuperando muito bem, eu já não estava mais deixando seu tórax enfaixado, mas não o deixava fazer esforços físicos ou se curvar muito para tocar violão. Já os pinos no joelho não tinham dado nenhum trabalho, eu fazia alguns exercícios que o médico tinha prescrevido para ele, mas ainda não o deixava forçar muito. Como eu já me lembrava, Justin era um pouco impaciente e hiperativo, ele sempre queria fazer algo e se movimentar, mas seu corpo ainda estava se recuperando e ele não podia abusar muito, o que fazia com que ele me olhasse chateado, eu sempre ria da sua cara, mas não podia fazer nada, estávamos seguindo as regras médicas.
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  — Bom dia — disse ele, sussurrando no meu ouvido.
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  — Você me fez dormir aqui mais uma vez — sussurrei, me espreguiçando.
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  — Você parecia cansada, então nada mais confortável que meus braços. — Ele sorriu de canto, erguendo seu corpo. — Dormiu bem?
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  — Cretino. — Eu me levantei. — Dormi bem sim.
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  — Vamos tomar café e começar nossa sessão de exercícios. — Caminhei em direção a porta.
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  — Você que manda — disse ele, me seguindo.
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  — Sério? Sou eu que mando mesmo? — Eu ri.
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  — Não vá abusando. — Ele riu junto.
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  Nosso café da manhã foi ao ar livre, afinal, um de sol pela manhã ajudaria na recuperação dos seus ossos, uma boa dose de vitamina D só faz bem para sua saúde. Nós caminhamos um pouco pelo jardim, conversando sobre nossos possíveis planos para o futuro.
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  — Você já escolheu sua especialização? — perguntou ele.
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  — Ainda não, ando cheia de dúvidas quanto a isso — respondi, ainda pensativa. — Pela minha mãe eu faria psicologia, pelo meu pai eu faria direito, nada do que eu realmente quero.
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  — Mas você não pensa em se especializar na mesma área daquele seu professor?
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  — Já pensei em ortopedia sim, ou melhor, penso nisso todo os dias, mas tenho até o final do semestre para escolher isso.
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  — Bem, se você se especializar em ortopedia eu ficaria mais aliviado, terei minha médica pessoal que não cobra por ser minha melhor amiga.
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  — Depois eu que sou a mercenária. — O olhei.
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  — Eu prometo que vou te indicar para meus amigos famoso.
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  — Cretino. — Desviei meu olhar para frente. — Eu estava pensando agora, sabe aquela caixa que você me deu quando se mudou de Stratford?
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  — O que tem?
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  — Eu ainda tenho ela — disse sorrindo de leve. — Sempre que sentia saudade eu abria e ficava lendo suas frases soltas, a maioria se transformaram em músicas que você canta hoje.
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  — Olha, você realmente não vendeu. — Ele riu.
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  — É claro que não, era a única coisa que me mantinha próxima a você. — Fui direta desta vez.
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  — %Mia%! — Ele parou de repente.
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  — O quê? — Eu o olhei.
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  — Me desculpe — disse ele.
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  — Pelo quê? — Eu estava um pouco confusa por aquilo.
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  — Mesmo que tenha se afastado eu deveria ter voltado, de alguma forma.
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  — Deixa de pensar nisso, é passado — disse, desviando meu olhar para frente. — Pense que tudo que aconteceu nesses dez anos foram para te fazer amadurecer, leve para o lado positivo.
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  — Você acha?
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  — Se fosse para voltarmos a nos ver, aconteceria de qualquer forma, como aconteceu agora.
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  — Então, eu ainda posso ter esperanças? — Ele sorriu.
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  — Não comece a me cantar novamente. — Eu segurei sua mão e entrelacei nossos dedos. — Mas estou feliz por estar aqui com você.
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  — Então eu posso ter esperanças. — Ele sorriu com um pouco de malícia e com muita ousadia me beijou novamente.
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  Estava virando uma certa rotina Jin me roubar alguns beijos em meio a nossas conversas ou nas sessões de reabilitação, eu ficava um pouco tímida e envergonhada, já ele, sempre saía sorrindo. Tudo estava indo bem e Jin estava se recuperando de forma impressionante, claro que com minha ajuda, já que ele sempre se fazia de desinteressado nos exercícios mais pesados que fazíamos com a perna direita.
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“I'm sorry, yeah
  Sorry, yeah
  Sorry
  Yeah, I know that I let you down,
  Is it too late to say I'm sorry now?”
  - Sorry / Justin Bieber

  — Acho que mais alguns dias e você vai estar pronto para andar sem ajuda da bengala — disse, o ajudando a se levantar. — Viu, para quem pensou que duraria uma eternidade, agora até seu violão está podendo tocar.
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  — Devo te agradecer por isso? — Ele me olhou.
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  — Claro. — Eu ri. — Mas deve se agradecer pelo esforço que está valendo a pena.
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  — Hum.
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  — O senhor Braun ligou, ele disse que você tem uma sessão de fotos para a revista Rolling Stone, uma matéria de rotina para mostrar que você está bem e saudável.
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  — Claro, eu fiquei tanto tempo escondido aqui que as pessoas devem estar achando que eu morri ou algo do tipo. — Ele pegou sua bengala e caminhou até a janela. — Estou tão entediado com esse lugar.
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  — Que garoto mais reclamão. — Eu ri. — Fique feliz por seus fãs estarem sentindo sua falta, além do mais, pense nisso como umas férias forçadas.
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  — Se estivéssemos no Havaí eu até poderia pensar assim — retrucou ele. — Mas pelo menos você está aqui, um ponto positivo.
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  — Verdade. — Eu ri de leve enquanto juntava o colchonete. — Quando vou poder ver suas novas composições?
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  — Quando ficarem prontas — respondeu ele, encostando na parede.
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  — Continua tendo dificuldades em escrever? — perguntei.
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  — Às vezes. Como diz o Braun, até Shakespeare tinha bloqueios criativos — respondeu ele, suspirando um pouco.
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  — Nossa, você precisa de uma inspiração então, assim fica imune a bloqueios.
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  — Eu até tenho, mas ela sempre me dá um fora.
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  — Hum. — Eu segurei o riso. — Ok e se ela te der um presente por bom comportamento, você faria uma música para ela?
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  — Eu já fiz. — Ele sorriu com um pouco de malícia.
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  — Sério? — Eu estava surpresa.
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  — Sim e não é essa música que está pensando.
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  — O que você acha que estou pensando? — O olhei curiosa.
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  — Eu te conheço. — Ele riu de leve e olhou para o céu. — Acho que vai chover hoje.
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  — Nossa que aleatório, nem para me responder. — Olhei para o céu também. — Mas realmente parece que vai chover.
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  Sim, choveu naquela noite, mas o verdadeiro dilúvio estava acontecendo nas redes sociais, muitas especulações estavam sendo feitas após algumas fotos de Justin caminhando comigo pelo jardim terem sido jogadas em um site de fofocas. Pior ainda foi o vazamento do pequeno acidente que ele teve no dia do show. Todos estávamos sem reação e não entendendo quem tinha contado sobre isso. Eu sabia que meu professor e o irmão da Yoona jamais falariam sobre isso, mas Justin não estava convencido da inocência deles. Sua desconfiança estava me deixando um pouco irritada, pior, parecia que todas as bombas contra ele estavam explodindo ao mesmo tempo.
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  — O que faz achar que foi um deles, existem pessoas que têm princípios, sabia? — disse pela sexta vez, tentando não me chatear ainda mais.
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  — Eu não confio neles. — Ele se levantou da poltrona da sala e caminhou até a lareira.
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  — Mas eu confio, eles te ajudaram, deveria ser um pouco mais agradecido — disse, desviando meu olhar para a janela.
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  — Eu sou, com quem merece.
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  — O quê? Eu realmente não acredito no que você está falando. — Eu caminhei até o sofá e peguei a minha bolsa.
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  — Onde você vai? — perguntou ele.
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  — Te poupar o trabalho de conviver com alguém que não confia. — Eu fui até a porta, abrindo-a.
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  — Eu confio em você, só não confio neles! — gritou ele.
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  — Isso não é confiança. — Eu saí.
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  Ouvi do lado de fora ele gritando meu nome, mas eu estava certa, ele não confiava em mim verdadeiramente, talvez pelo tempo que passamos afastados ou por ele ter confiado demais em pessoas erradas. Mas eu não iria crucificar as pessoas que sempre estiveram me ajudando porque ele não confiava nelas, o que eu tinha decidido estava decidido, eu voltaria para a república da universidade.
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  Os dias se passaram e a mídia estava atacando ainda mais Justin; mesmo longe dele eu me preocupava com sua vida. A senhora Pattie tinha me ligado algumas vezes para dizer que ele estava seguindo direito com os exercícios e sua recuperação estava quase 100%. Era um alívio para mim, que já estava escrevendo meu famoso relatório para o reitor da universidade.
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  — Você não cansa mesmo de estudar — disse Yoona ao acordar.
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  — Você não cansa mesmo de dormir. — Eu ri um pouco. — Estou terminando meu relatório finalmente. Depois daqui tenho que escrever um artigo científico sobre avanços tecnológicos na medicina e sua contribuição em transplantes de medula óssea.
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  — Mais um artigo para seu professor?
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  — Desta vez é para a professora de estudos de oncologia básica. — Me espreguicei um pouco. — Minha cabeça está tão cheia de coisas que acabei esquecendo de fazer esse artigo e tenho que entregar daqui duas semanas.
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  — Você não tinha feito aquele acordo com o reitor? — perguntou ela.
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  — Mas este artigo não faz parte do acordo, além do mais eu já tinha aceitado o trabalho da minha professora, acho que ela quer apresentar ele em um congresso de oncologia na Argentina, como trabalho de alunos.
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  — Então você não é a única que está fazendo?
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  — Não, ela pediu um outro aluno da minha turma para fazer um artigo sobre os avanços da tecnologia na área de transfusão de sangue e a busca por transfusões de sangue sintético ou algo do tipo.
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  — Não sei qual dos dois é pior. — Ela riu.
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  — Acredite, nem eu. — Eu ri junto, mantendo minha atenção no notebook, estava terminando de formatar o texto do relatório que tinha feito.
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  — Eu vou tentar encontrar algum lugar para comprar comida, sábado é o pior dia para se fazer compras. — Ela se levantou da cama. — Você quer alguma coisa?
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  — Não, obrigada. — Me espreguicei novamente. — Já fui na cafeteria aqui perto e acabei comprando dois pedaços de torta de maçã, deixei um para mais tarde.
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  — Hum, espero que não tenha comprado café.
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  — Olha, ninguém falou nada sobre eu não tomar cappuccino, então comprei um de chocolate, acho que farei um chá mais tarde.
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  — Só não deixe de comer — alertou ela, trocando de roupa. — Teve notícias dele?
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  — A mãe dele disse que estava tudo bem e que logo voltaria para New York.
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  — Só isso?
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  — Eu só preciso saber disso — expliquei, mantendo minha atenção no relatório.
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  Yoona demorou mais alguns minutos até que eu ouvi ela abrindo a porta, um breve silêncio pairou no quarto até que ela se pronunciou.
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  — %Mia%, acho que você tem uma visita.
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  — O quê? — Eu me virei para a porta. — Jin?!
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  — Oi — disse ele num tom baixo.
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  — O que está fazendo aqui? — Eu me levantei da cadeira, mantendo meu olhar nele.
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  — Podemos conversar? — perguntou ele.
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  — Hum. — Eu olhei para Yoona.
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  — Eu já estava mesmo de saída. — Ela esperou ele entrar e saiu fechando a porta.
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  — Fala. — Eu encostei de leve na mesa, desviando meu olhar para o chão. — Mas se veio para me atacar ou acusar meus amigos…
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  — Não — disse ele me interrompendo. — Estou aqui para te pedir desculpas mais uma vez.
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“Eu sei que você sabe que eu cometi aqueles erros, talvez uma ou duas vezes,
  Quando digo uma ou duas, quero dizer talvez umas cem vezes,
  Então me deixe, oh, me deixe me redimir, oh, redimir, oh, esta noite,
  Porque eu só preciso de mais uma chance de ter uma segunda chance.”
  - Sorry / Justin Bieber

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