Capítulo 07
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Ágatita POV:
- E agora? O que a gente vai fazer? – perguntei a Niall.
A casa estava um tédio, e eu estava sem ideias do que fazer, e pelo jeito Niall estava viajando para algum lugar até então desconhecido por mim.
- Niall? Nialler? DUENDE? – comecei a fazer gestos para chamar a atenção da criatura que estava na minha frente com cara de idiota – dá para prestar atenção no que eu estou perguntando caramba?
- Oi? Desculpa, eu estava pensando em uns negócios aqui.
- Que negócios?
- Hum, estava pensando no seu apelido – ele sorriu amarelo.
Essa colou pra vocês? Porque pra mim não colou nem um pouco. Mas resolvi dar um voto de confiança pra ele.
- E já escolheu algum? – perguntei animada.
- Não, me ajuda!
- Nem vem, eu escolhi sozinha o seu, você escolhe sozinho o meu.
- Sua chata – ele falou ofendido.
- Own Duende, fica assim não. Olha, eu acredito no teu potencial - ri fraco.
- Deixa eu ver… Vamos fazer o seguinte: eu pergunto alguma coisa pra você, você responde e você pergunta pra mim eu respondo. Okay?
- Okay então.
- Começa você – ele falou batendo palminhas. Nem preciso falar que isso ficou bem gay pra ele né?
- Sua cor favorita?
- Verde
- Eu gosto de roxo.
- Sua comida favorita? - ele perguntou.
- Qualquer uma.
- Concordo - ele riu.
- Um hobby? – perguntei. Até que essa brincadeira é legalzinha...
- Tocar violão.
- Eu amo fotografar – falei mostrando minha câmera pra ele.
- Que foda! – ele disse – tá, agora as perguntas vão ser mais íntimas ok?
- Aham. Você tem pais...?
- Casados.
- Poxa legal, os meus são separados.
- Sinto muito – ele disse pegando minha mão.
- Não sinta – sorri, para não chorar.
- Você tem algum trauma de infância?
- Nossa tem vários – ri – eu já coloquei fogo na minha casa, já cai várias vezes da escada, entre outros.
- Meu Deus!
- É a vida né? – falei amistosa.
- O maior de todos os meus, foi quando eu caí de uma árvore, me quebrei todo.
- Nossa, que tenso.
- Relaxa.
- Minha vez? Qual seu maior medo? - falei.
- Tenho medo de ser esquecido pelas pessoas.
- Eu não suporto decepcionar as pessoas.
O fitei por um instante, eu gosto de olhar pros olhos dele. São tão azuis, tão profundos... Me conforta.
- O que você mais odeia Ágatha Miranda? – ele disse tentando imitar um apresentador de programas de quiz. Foi muito hilário! Comecei a rir, e ele também. Me recompus e respondi à pergunta.
- Odeio quando as pessoas não confiam em mim.
- Já eu odeio ser enganado pelas pessoas.
- Ah é? Então me diz Mr. Horan: o que te faz feliz?
- Viver me faz feliz - ele sorriu torto, e eu me derreti toda por dentro.
- Viver com as pessoas que eu amo me faz feliz – falei refletindo um pouco.
- Que fofa você - ele disse e eu senti minhas bochechas queimarem – me diz um defeito e uma qualidade suas.
- Confiança, às vezes isso é um defeito, e em outras vezes é uma qualidade, depende de como a pessoa vai usufruir disso.
- Boa resposta. Minha qualidade que pode ser um defeito é que eu sou muito intenso, gosto de viver a vida ao extremo sabe? Porque, afinal, nós não sabemos o dia de amanhã.
- Verdade, faz sentido.
Depois disso ficou um silêncio do diabo. Eu não sabia mais o que perguntar, e acho que Nialler também não. Fim da brincadeira...
- Acabou o estoque de perguntas? – perguntei pra ele.
- Na verdade tem uma, mas eu estou meio que com medo de perguntar.
- Fala Duende.
- Se você não quiser responder eu vou entender perfeitamente.
- Fala logo criatura!
Eu juro pra vocês que o meu coração bateu mais forte naquele momento. Senhor, o que ele vai perguntar?! – me perguntei.
- Por que você mudou de comportamento quando o Zayn Malik entrou na sala?
- Eu não gosto dele.
- Por quê?
- Por que ele já tentou um negócio comigo, nada legal.
- O que ele fez princesa?
Ele me chamou de princesa? Ele me chamou de princesa!
- Ele tentou me forçar a ir pra cama com ele – falei tentando trancar o choro que estava se aproximando, mas não consegui. Logo as lágrimas tomaram conta do meu rosto – é bem difícil pra mim falar sobre isso Nialler, desculpa.
Senti os fortes braços de Niall me envolver, num movimento rápido e delicado.
- Me desculpa Ágatha, eu devia ter falado sobre isso.
- Está tudo bem Nialler.
- Desculpa sério.
- Não precisa se desculpar amor. Eu só chorei por raiva disso tudo, só isso.
- Cara eu já não estava indo com a cara daquele babaca, e depois do que você me contou estou com ódio desse filho da puta.
- Malik tem esse dom – brinquei e o duende de olhos verdes sorriu.
- Não queria te deixar triste princesa...
- Eu não estou, juro de mindinho!
- Você acha que engana quem? – ele me olhou desafiador.
- Está bem, talvez só um pouco triste, mas eu sei de uma coisa que me deixaria super feliz de novo – me levantei animada.
- Qual seria?
- Tocar minha harpa!
- Boa ideia! Eu quero ver você tocar.
- Vamos então.
***
Nialler POV:
Caraca, muita mancada minha ter perguntado uma coisa tão nada a ver naquela hora! Podem me chamar de idiota.
Várias coisas passaram pela minha cabeça enquanto eu e Ágatita íamos pro seu mini estúdio.
- Você toca há quanto tempo? – perguntei a ela enquanto descíamos as escadas.
- Faz um tempinho, uns oito ou nove anos.
- Caralho, você deve ser muito foda.
- Eu me esforço – ela sorriu. E que sorriso hein? Meu coração bateu mais forte depois daquilo.
Entramos no escritório da mãe dela e nos direcionamos para a salinha.
- Agora eu vou ouvir a melhor harpista do mundo tocar só pra mim! Olha, que sorte!
- Para de ser bobo garoto – ela riu e vi suas bochechas corarem.
Ela é tão linda... Awn - pensei – Tô tão gay hoje – ri baixinho com o meu pensamento. Observei ela pegar a harpa com um pouco de dificuldade e até me prestei pra ajuda-la, mas ela não quis, mas whatever. Ela colocou a harpa numa espécie de banquinho, o que fez ficar quase do tamanho de Ágatita – sendo que ela não é tão grande assim.
- O senhor tem alguma preferência para a música?
- Não senhora, você escolhe.
- Tudo bem, eu vou tocar Get Lucky, pode ser?
- Como quiser.
- Só não repara na minha voz de taquara rachada, porque eu só me esforço em tocar a harpa mesmo.
- Aposto que sua voz é linda – falei rindo.
Ela sorriu timidamente e olhou pra arpa, respirou fundo e depois colocou as mãos nas cordas do instrumento. Parecia que eu estava vendo em câmera lenta. Depois de um tempinho, ela começou a cantar.
Like the legend of the phoenix
All ends with beginnings
What keeps the planet spinning?
The force from the beginning, look
Ela começou a música lentamente. Sua voz era tão linda e charmosa, me encantou de verdade.
We've come too far
To give up who we are
So let's raise the bar
And our cups to the stars
Seus dedos começaram a ficar mais rápidos e ela começou a aumentar a velocidade da música.
She's up all night 'til the sun
I'm up all night to get some
She's up all night for good fun
I'm up all night to get lucky
We're up all night 'til the sun
We're up all night to get some
We're up all night for good fun
We're up all night to get lucky
We're up all night to get lucky
Caraca mano, como ela conseguia fazer isso? Seus dedos tomaram uma velocidade impressionante, quase como na música original.
Depois que ela acabou de tocar eu comecei a aplaudir, até me levantei.
- Para Nialler – ela sorriu sem graça.
- Você não é de Deus garota! Como você consegue? Você toca e ainda cantar muito! Você é perfeita!
- Obrigada.
- Não é à toa que ela é minha filha! – uma mulher entrou na salinha, me causando um enorme susto. Dei um pulinho bem gay pro lado de Ágatita. Ela me assustou.