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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Temporary Bliss


Escrita porBetiza
Editada por Lelen

Terceiro Capítulo

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

"Me diga qual é o sentido de fazer isso todas as noites? O que você está me dando, é nada além de uma canção de ninar sem coração. Está matando os meus sonhos... Esta é a última vez, amor mude seus pensamentos!"

  O cheiro de café fresco misturado com o leve aroma de baunilha que sempre pairava no ar daquele apartamento me guiou até a cozinha. Ainda meio perdido em pensamentos, encontrei %Karin% de costas para mim, agitando uma garrafa de pré-treino com uma tranquilidade irritante.
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  Ela já estava vestida com roupas de academia — uma calça legging escura e um top que deixava a pele levemente úmida de quem já estava pronta para sair. Como se a noite passada tivesse sido só mais uma.
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  Ela percebeu minha presença, mas não disse nada. Apenas continuou o movimento ritmado com a garrafa nas mãos.
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  Eu fiquei ali por um momento, observando-a. O jeito como ela simplesmente seguia com a vida como se nada tivesse acontecido entre nós, como se eu não estivesse ali, preso nesse ciclo vicioso.
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  Meu peito apertou. E antes que eu perdesse a coragem, soltei em um tom baixo, mas firme:
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  — %Karin%… não dá mais.
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  Ela parou de agitar a garrafa por um segundo, mas não se virou. Ficou imóvel, como se processasse minhas palavras.
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  — O que não dá mais? — A voz dela veio calma, quase desinteressada, como se já soubesse a resposta, mas quisesse me fazer dizer em voz alta.
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  Eu fechei as mãos em punho ao lado do corpo, sentindo a frustração subir.
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  — Isso. A gente. Ou o que quer que seja isso. — Dei um passo à frente, esperando alguma reação, qualquer coisa que mostrasse que ela se importava minimamente. — Não posso continuar vindo aqui, passando a noite com você, fingindo que está tudo bem quando claramente não está.
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  Finalmente, ela se virou. O olhar dela era calmo, mas distante.
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  — Você sempre soube como as coisas eram, %Niki%. Nunca prometi nada.
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  A forma como ela dizia aquilo, como se estivesse me lembrando de uma regra que eu nunca aceitei de verdade, me fez rir sem humor.
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  — Eu sei. — Balancei a cabeça. — Mas isso não significa que eu aguente mais.
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  Ela me encarou em silêncio por alguns segundos, os olhos inexpressivos, como se estivesse decidindo se valia a pena responder.
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  — Então, o que você quer que eu diga? Que vou mudar?
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  A indiferença na voz dela foi a gota d’água.
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  — Não. — Respondi seco. — Eu só queria que, por uma vez, você parasse de agir como se eu fosse só mais um na sua rotina.
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  Ela ergueu a sobrancelha, como se minhas palavras fossem exageradas.
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  — Talvez você devesse parar de esperar mais do que eu posso dar.
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  Meu peito apertou ainda mais. A clareza com que ela dizia aquilo me cortava.
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  — É. Talvez eu devesse.
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  Por um segundo, tudo ficou em silêncio. Só o som do relógio da parede preenchia o espaço entre nós.
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  Sem dizer mais nada, ela voltou a sacudir a garrafa, como se a conversa tivesse terminado.
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  Eu sabia que estava.
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  Mas, pela primeira vez, eu me perguntava se ela realmente sentia algo ou se eu sempre estive lutando sozinho.
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  %Karin% quebrou o silêncio com a mesma frieza de sempre.
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  — Eu fiz café... pode tomar. Preciso ir para a academia. Quando você sair, deixa a chave debaixo do tapete.
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  As palavras dela caíram no ar como um peso morto. Sem emoção, sem culpa. Apenas mais uma instrução mecânica, como se eu fosse alguém qualquer passando por ali.
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  Eu fiquei parado por alguns segundos, digerindo aquilo. A raiva e a frustração queimavam no meu peito, mas... de que adiantava?
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  Balancei a cabeça em negativa, uma risada seca escapando pelo nariz. Sem dizer uma palavra, virei as costas.
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  Cada passo que eu dava em direção à porta parecia mais pesado que o anterior. Passei pela sala, pelo sofá onde tudo começou na noite passada, e tudo pareceu ridiculamente vazio.
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  Sem olhar para trás, abri a porta e saí, sentindo o frio da manhã bater no rosto quando encarei o corredor vazio. O ar gelado parecia cortar minha pele, mas não era nada comparado ao peso que carregava no peito. Dei dois passos, decidido a ir embora de vez.
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  — %Niki%.
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  A voz dela quebrou o silêncio como um sussurro firme, me fazendo parar no mesmo instante.
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  Lentamente, virei o rosto por cima do ombro. %Karin% estava ali, parada na porta entreaberta, segurando a maçaneta com uma das mãos. O corpo dela ainda relaxado, mas os olhos... havia algo diferente.
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  Por um segundo, achei que ela fosse dizer algo, que fosse me impedir de ir. Mas ela só ficou me encarando, como se lutasse com as próprias palavras.
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  Esperei.
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  Mas nada veio.
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  Soltei um suspiro pesado, balançando a cabeça de novo, dessa vez mais devagar.
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  — Nós estávamos em chamas, agora estamos congelando. — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro, mas firme. — Não há desejo, nada é dito... Você só está jogando. Eu continuo esperando pelo seu coração, eu continuo esperando por você.
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  As palavras pairaram no ar, pesadas, mas sinceras.
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  Ela continuou parada na porta, os olhos fixos em mim, mas sem reação. Nenhuma resposta, nenhum movimento.
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  Suspirei, sentindo o peso do silêncio esmagar o pouco que restava de mim ali.
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  Sem dar chance para mais nada, me virei e continuei andando.
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  O som suave da porta se fechando atrás de mim foi a confirmação de que eu estava sozinho nessa. E que talvez sempre estivesse.
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  Os passos ecoavam pelo corredor vazio enquanto eu caminhava sem rumo, sentindo o frio da manhã cortar minha pele. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, como se a noite passada tivesse deixado um peso que eu não conseguia largar.
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  Dobrei a esquina da rua e meus olhos encontraram uma cafeteria pequena, discreta, com as luzes amareladas aquecendo o ambiente através da vitrine. Sem pensar muito, empurrei a porta de vidro, sentindo o sino tilintar acima da minha cabeça.
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  O cheiro de café fresco e pão recém-assado preencheu o ar, mas nada daquilo parecia me atingir de verdade. Escolhi uma mesa perto da janela, joguei o casaco na cadeira e me afundei no assento.
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  A garçonete veio perguntar o pedido, mas só levantei o olhar e pedi um café preto, sem açúcar. Ela assentiu e se afastou, me deixando ali com os pensamentos que eu preferia não ter.
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  O café da noite passada ainda queimava na minha mente. O toque dela, o jeito que ela ria suavemente enquanto escorregava por entre os meus dedos. Eu podia sentir o calor da pele dela como se ainda estivesse ali. Mas era só isso. Calor passageiro.
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  Ela nunca ficava.
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  A lembrança de como ela me olhou naquela manhã, fria e distante, me fez apertar o punho em cima da mesa. Eu estava sempre esperando mais. Esperando que, em algum momento, ela me deixasse entrar. Mas tudo que eu recebia eram noites vazias e silêncios ensurdecedores.
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  O café chegou, o vapor subindo em espirais preguiçosas. Peguei a xícara entre as mãos, deixando o calor invadir meus dedos.
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  “Eu continuo esperando pelo seu coração...”
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  Levei a bebida aos lábios, o amargor deslizando pela garganta como um reflexo do que eu sentia.
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  Mas talvez já fosse hora de parar de esperar.
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  O café queimava levemente minha língua, mas eu mal sentia o gosto.
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  Fechei os olhos por um segundo, tentando focar no amargor da bebida, mas foi inútil.
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  A memória veio como uma onda, sem pedir permissão.
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  Os dedos dela arranhando minhas costas, lentos, deixando um rastro quente que parecia incendiar minha pele. A respiração ofegante batendo contra meu pescoço, irregular, quase como se ela tentasse esconder o quanto estava entregue.
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  Os olhos.
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  A forma como ela me olhava nos momentos mais intensos, como se eu fosse a única coisa que importava... e no segundo seguinte, aquele olhar vazio, como se nada daquilo tivesse significado.
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  As mãos dela apertando meus ombros, unhas marcando, e o som baixo do meu nome escapando pelos lábios entreabertos.
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  Balancei a cabeça, irritado, e levei mais um gole do café, esperando que o calor forte me arrancasse dessas lembranças.
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  Mas não adiantava.
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  Quanto mais eu tentava apagar, mais elas queimavam.
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  Os toques, os suspiros, o gosto da pele dela... tudo grudado em mim como um vício.
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  Fechei a mão ao redor da xícara, sentindo o calor invadir a palma.
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  "Chega."
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  Eu precisava esquecer. Precisava parar de me perder nesses momentos que, no fim, nunca foram meus de verdade.
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  Mas apagar %Karin% da memória era como tentar segurar fumaça. Quanto mais eu tentava, mais ela escapava... e mais eu queria correr atrás.
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Terceiro Capítulo
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