Telekinesis

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 9

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  Depois de assistido à mensagem que Emily tinha para ele, Tony Stark pediu um momento de reflexão, solitário em seu quarto na nave. Seu corpo parecia ter voltado de uma verdadeira guerra, como quando foi até o ocidente e voltou com o aparelho ligado ao seu coração em seu peito. Deitou-se na cama que quase nunca era tocada pelo herói e passou a observar o teto impecavelmente branco. Como poderia imaginar que um dia o amor de sua vida voltasse para se vingar? Em sua mente, a história que Emily havia acabado de contar pela gravação do holograma que havia deixado para trás propositalmente consumia-lhe a mente. Estava detonado.
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  "Não sei se você se lembra, Tony, da guerra que causou na França há alguns anos. A corrida foi fantástica, não é? Lembro-me de vê-lo pela TV enquanto observava meu querido pai finalizar um projeto que ele usaria para acabar com o criador das armas que matou todos em nosso vilarejo na Rússia. Você não deve saber os estragos que suas armas fazem, pode ter uma noção, sim, mas nunca vivenciou o terror que elas causam e como podem destruir a vida de quem permaneceu vivo. Meu pai foi consumido pelo ódio naquela época. Ódio por haver alguém tão cego pelo poder e preocupado com os americanos, idiotas e capitalistas. Ele, um cientista inteligente, planejou destruí-lo durante três longos anos. Os três piores anos de minha vida, onde vivia desesperada para não morrer de frio, fome ou solidão.
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  Foi durante a corrida em que você participava como um ricaço orgulhoso de suas armas, dizendo representar a segurança dos cidadãos do mundo, quando, na verdade, só se preocupa com os americanos. Você matou meu pai diante de meus olhos. Eu, escondida por ele para que não fosse levada pelas tropas americanas não pude fazer nada senão observar o corpo sem vida de meu querido pai aos seus pés. Você não olhou de volta para ele quando foi embora, apenas balançou a mão, permitindo que os americanos o pegassem como sacos de lixo e jogassem-no em um furgão. Sabe-se lá o que aconteceu com seu corpo, não pude fazer um funeral decente. Infelizmente, não tenho o dom da ciência como meu pai, mas sou tão inteligente quanto ele. Decidi realizar minha vingança atacando seu psicológico. Mais do que dor física, é a dor mental, que envenena seu coração e o modo como vive. Como tem se sentido recentemente? Bem?” Abriu um sorriso.
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  “Te conquistar foi tão fácil quanto cuidar de uma família. Não é muito difícil saber o tipo de mulher que homens como você gostam. Nós, mulheres russas, acostumadas com a infiltração como agentes secretos estamos acostumadas a dosar nossa quantidade de sensualidade, de acordo com nossa vítima. Primeiro pessoas ligadas ao seu cotidiano, depois diretamente a você e então... Você. Foram questão de um ou dois anos até estarmos casados e grávida de %Jennifer%. Quando penso na velocidade que meus planos se sucederam, tenho vontade de rir!
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  %Jennifer% veio em boa hora. Eu ouvi você conversando com alguns possíveis investimentos que precisavam de cobaias para a pesquisa. Poderes genéticos. Seria fascinante ter uma filha com poderes como Thor ou Steve. Escondida, convenci aos cientistas que me permitissem ser a cobaia; como esperado dos estúpidos americanos, concordaram em me utilizar, sem antes saber sobre qualquer indício de gravidez. Os poderes foram um sucesso, mas não duraram mais que alguns dias. Você estava fora e não precisei pensar em uma desculpa por estar tão desastrada. Contudo, os poderes permaneceram no feto e, como esperado, reproduziram-se nela. Obviamente, escondi de todos o fato de sentir %Jennifer% mais pesada, com movimentos bruscos; por isso o final da gestação foi tão difícil, por isso o parto foi quase impossível. A dor não me traz arrependimento, %Jennifer% veio exatamente da maneira como eu queria. O melhor? Você a amava tanto quanto dizia me amar.
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  Ah, como era bom vê-lo se divertir com %Jennifer%. Como era bom vê-lo em um impasse entre ficar com ela e me agradar! Todas as vezes durante as nossas brigas, saía pensando no quão tolo era por não perceber minhas verdadeiras intenções. Mas, como sempre, um homem apaixonado é um homem cego.
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  Forjei minha morte certa que você faria exatamente o que eu imaginava, só não esperava que fosse tão perfeito a ponto de enviá-la para um outro mundo! Você é ótimo, Tony. Durante anos, mantive minha identidade secreta para que pudesse percorrer o mundo em busca do meu plano de finalizar o que meu pai começou. %Jennifer% é a peça principal; tenho certeza que deve estar orgulhoso de ver que sua filha finalmente poderá fazer um bem maior para o mundo, derrotando a base de toda a destruição. Tony, querido, você foi um bom pai para o mundo. Pena que %Jennifer% não terá a mesma opinião que os cidadãos. Não se preocupe, farei um bom papel de mãe, como é de se esperar. Não espere notícias, apenas aguarde um espetáculo.”
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  Não importa a maneira como os agentes da F.I.E.L.D. estão tentando descobrir o local onde Emily levou %Jennifer%, Tony sabia, pelo que viu no holograma e na fraca cópia dos olhos de sua ex que ela não facilitaria para ninguém. As duas poderiam estar em qualquer lugar do planeta.
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  Se antes, durante os dezessete anos sem %Jennifer% e sem Emily já se sentia um péssimo pai, agora, o sentimento era indescritível. Como pode deixar a filha crescer longe de si? Sua garotinha; tinha planos para ela, para os dois. Durante os anos longe, imaginou incontáveis vezes como seria se os dois estivessem juntos, se Emily amasse a filha como ele a amava. Agora entendia que o pensamento nunca foi mais do que uma mera ilusão de seu desejo. Seus pensamentos nunca se sucederiam; ele nunca teria uma família feliz com sua esposa e filha. Abriu os olhos e olhou para o relógio, que marcava passados 2 horas desde quando se trancou.
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  Ainda tem chances de salvar %Jennifer%. Mesmo que Emily conte sua versão da história para colocar sua filha contra si, ele deveria tentar. Colocaria seu equipamento e percorreria o mundo até encontrar sua garotinha. Não poderia desistir; desistir nunca foi uma opção.
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  %Jennifer% olhava para o aposento perfeitamente decorado. Emily, que conversou pacientemente com ela sobre como controlar seus poderes durante o caminho até o local, agora se encontrava atrás da menina, observando-a percorrer o cômodo com curiosidade, como se nunca estivesse em um lugar tão feminino e delicado.
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  Mesmo com seus planos e a intenção de machucar sua filha, era claro que Emily não a odiava ou tinha qualquer sentimento ruim pela garota. Não chegava a amá-la tanto quanto o pai da garota, mas tinha sua preocupação com o bem-estar. Mesmo estando longe, observou desde quando forjou sua morte, a garotinha crescer no mundo seguro de Asgard. Ficou satisfeita com a decisão de Stark, por facilitar seu plano no futuro, mas também ficou mais tranquila por vê-la aprender as lições corretas e longe da Terra, onde há tantas pessoas corrompidas como ela própria e Tony Stark.
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  Abriu um pequeno sorriso ao ver a garota alegre, diferente de como aparentou nos últimos meses. Ela era tão parecida consigo. Algumas características eram idênticas aos de Tony, como sua bondade e curiosidade, mas ninguém poderia dizer que %Jennifer% não era sua filha.
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  - Está com fome? – perguntou, vendo a garota desviar sua atenção para Emily.
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  - Faminta.
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  - Venha, vamos comer algo. – esticou o braço, tendo a garota passando por seus braços e saindo do quarto para caminharem juntas até o complexo onde serviam as refeições. Estavam em algum lugar da Nova Zelândia. Emily sempre disse para Tony que odiava o país, porque ele era vazio. Seria o último lugar que as procurariam. – %Jennifer%, o que você acha sobre a mentira?
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  A garota encarou a mulher tão parecida consigo. Loki sempre havia dito que os humanos eram parecidos. Nunca imaginou que pudessem se parecer também com asgardianos.
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  - Em Asgard, o mundo onde cresci, aprendi que os humanos tendem a mentir para se protegerem do que creem ser um mal. Contudo, parece que eles também têm um vício em mentir, mesmo quando não é uma urgência.
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  - Você acha isso bom ou ruim?
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  - Eu prefiro viver sem mentiras. – levantou os ombros. Observou Emily concordar com a cabeça e aguardou que ela explicasse a razão de fazer tais perguntas sobre a mentira. Havia algo que ela deveria saber?
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  - Há uma coisa que preciso lhe contar. É uma mentira que contei há vários anos e que aguardei impacientemente você crescer para que possa entender e compreender. – a mais velha pousou sua mão no ombro da filha. – Vamos comer tranquilas, temos bastante tempo para conversar; quero que você saiba de toda a verdade que lhe foi escondida por toda sua vida.
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  - Que tipo de verdades?
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  - Do tipo que a fará chorar. Odiar, e espero, crescer. – Emily abriu um sorriso, entrando no complexo repleto de guardas parte de seu clã.
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  %Jennifer% nunca iria imaginar que a mãe, quando mencionou “crescer”, estivesse se referindo ao amadurecimento e à decisão de devolver a todos os que fizeram-na sofrer, uma vida infernal.
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Capítulo 9
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