Telekinesis

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 5

Tempo estimado de leitura: 16 minutos

  - Ele está bem mesmo? – %Jennifer% perguntou, sentada à frente de seu irmão mais velho em uma sala onde Steven os colocou. O Capitão América se mantinha no lado de fora; mesmo que Nick tenha pedido apenas que acompanhasse os dois, não conseguia confiar totalmente em Loki para deixar a garota sozinha.
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  - Você está andando muito com Thor. – Loki comentou, encostando-se na cadeira. – Não para de me fazer perguntas que já respondi, como se não me escutasse.
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  Ao ouvir a reclamação e Loki, %Jennifer% não pode deixar de corar.
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  - Desculpe. – falou. Esperava que o irmão trouxesse notícias de Asgard, mas até o momento, tudo o que disse é que as coisas estavam exatamente da maneira que ela havia deixado, exceto pela parte em que o rei Odin se encontrava bem mais nervoso depois de descoberto a decisão de sua filha mais nova. – Como conseguiu sair de lá?
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  - Você já ouviu falar sobre emocional paterno? – Loki abriu um pequeno sorriso. – Foi saber que você estava sofrendo que Odin permitiu até que eu saísse de meus aposentos para vir até esse lixo flutuante. – abriu os braços, indicando a nave no qual estavam. – Agora é sua vez, me conte o que está acontecendo e por que você está tão fraca? Estão tirando seus poderes?
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  - Não, não! Eles estão me ajudando a controla-los. Sou mais forte do que pareço, irmão. Mas não consigo controlar todo esse poder muito bem ainda, então eles dizem que é normal que haja algumas recaídas.
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  - É normal... – Loki ri. – É bem assim que os humanos lidam com seus defeitos. Tratando-os como “normal”. %Jennifer%. Me escute. Thor está domado com a cabeça humana desde que entrou em um relacionamento com aquela Jane Foster. Ela pode ser louca no mundo dos humanos, mas Thor se tornou um louco em Asgard. Você não deve se deixar levar pelas opiniões deles, apenas porque eles aparentam ser fortes. Você é muito mais poderosa que eles, sempre havia lhe dito isso, lembra? Quando quase quebrou o braço de Lius, filho de Caslo?
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  %Jennifer% encolhe os ombros. Lembrar do dia em que ela, sem querer, usou seu poder de telecinese para fazer Lius parar de lhe jogar lama a fazia estremecer.
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  - Agora quero que você entenda uma coisa, irmãzinha. – Loki aproximou sua cadeira da mesa que separava-os, de modo que %Jennifer% fez o mesmo. – Seu poder pode destruir o mundo humano; o medo deles disso acontecer os fazem lhe remeter a estes testes. Não vou negar que é importante que você aprenda a lidar com seu poder e encontrar seus limites, no entanto, os humanos acham que são os donos da galáxia. Acham que podem mandar em tudo apenas porque possuem tecnologias que vão além do conhecimento dos outros seres e vão querer dominar seu poder para uso próprio. Você é especial, minha querida irmãzinha, eles sabem disso.
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  - Mas irmão...
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  - Faça o que Thor manda. – Loki disse. – Mesmo que seja contra ele a maioria das vezes, dessa vez acredito que nós dividimos a mesma opinião. Você precisa de um espaço onde possa treinar sem destruir nada, nem ninguém. Mas quando chegar o momento de tomar sua própria decisão, você deve fazê-lo sozinha. Nem eu, nem Thor, nem nosso pai ou qualquer humano poderá te incentivar a fazer o que você quiser, entendeu?
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  - Que escolha é essa? Por que eu deveria escolher algo? Eu já escolhi entrar neste grupo.
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  Loki deu uma pequena risada e balançou a cabeça.
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  - Há muitas escolhas que virão em sua vida, %Jennifer%.
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  Seus pensamentos estavam confusos. Loki já havia deixado o complexo há horas, mas suas palavras continuavam ecoando em sua mente. Que tipo de escolhas seriam essas? O que seria mais importante do que seu futuro na S.H.I.E.L.D.? Por que não deveria confiar tanto nos humanos. Não sabia a quem perguntar. Thor, como Loki havia dito, estava com a cabeça demais no mundo humano por causa de Jane Foster. Não havia mais ninguém de Asgard com quem pudesse dividir suas dúvidas e o irmão poderia não ter outra oportunidade de sair de seu mundo com a permissão de seu pai. Queria poder ver Odin para retirar suas dúvidas, como um grande sábio, ele saberia explicar-lhe melhor sua atual condição, como sempre fez quando possuía dúvidas durante a infância.
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  - No mundo humano costumamos dizer que de tanto pensar, um grupo de coelhos morreu. – %Jennifer% ouviu a voz de Steve Rogers e pulou na cadeira que estava sentada desde quando Loki foi embora, dando-lhe um beijo no topo de sua cabeça e deixando para trás a saudade de Asgard. – Está tudo bem?
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  %Jennifer% não pode fazer nada senão assentir. Não estava com vontade de conversar com nenhum humano. Estava cansada de todos apenas lhe dirigirem a palavra para falar de seus poderes; sentia falta de correr livre pelas ruas cobertas de terra de Asgard ou montar em um dos imensos cavalos reluzentes da guarda real. Tinha saudades de ver o por do sol e furtar doces asgardianos enquanto as cozinheiras fofocavam lavando as louças. Queria ver seu pai, o rei Odin, que sempre lhe recebia com um terno sorriso e sábias palavras.
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  - Você não é muito boa para disfarçar tristeza. – Steve comenta novamente, fazendo-a olhar para ele. Contudo, ao contrário do que ela achava, os olhos do herói não estavam em si, mas sim nas mesas ao redor, que flutuavam junto com as pessoas que estavam sentadas em cima ou apenas passavam caminhando. %Jennifer% coloca-os de volta e pede desculpas ao ver alguns resmungarem para controlar melhor seus poderes, o que a deixou ainda mais triste; depois de tanto treino, não conseguiu lidar com suas emoções. – Não desanime, o começo não é fácil para ninguém.
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  - Tenho dezoito anos, não estou no começo. – %Jennifer% o olhou irritada. – tenho esses poderes desde quando nasci e até agora não consigo controlá-los. Eu já deveria—
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  - Você acabou de começar. – Steve a cortou. Viu na expressão raivosa da garota, alguns traços de Tony quando Pepper estava em perigo. – Você pode possuir o poder desde quando nasceu, mas só soube do tamanho dele há pouco. É normal que não saiba controla-lo. – colocou uma mão em seu ombro, fazendo-a desviar o olhar de si. – Tudo bem, então vamos fazer assim, também vou lhe contar um segredo que tenho mantido para mim mesmo desde quando fui, bem, descongelado ou algo assim. – olhou para a garota, que voltou os olhos para o Capitão América; este limpou a garganta e disse: - Mesmo estando anos nesse milênio, ainda sinto que não pertenço a este mundo moderno. Sinto que sou... Ultrapassado.
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  %Jennifer% ficou por um tempo boquiaberta com o desabafo de Steve, mas não demorou a soltar risadinhas, vendo-o levantar uma sobrancelha:
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  - Desculpe, mas isso realmente foi engraçado. – colocou uma mão na boca afim de tentar abafar os risos, mas não conseguia. – Você acha que ninguém percebeu isso até agora?
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  - Como assim? – Steve virou o corpo enorme em direção à garota miúda. Estava começando a achar que %Jennifer% se parecia muito mais com Tony Stark do que qualquer outra pessoa no mundo.
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  - Meu irmão falou sobre você e os outros heróis afim de minimizar minha vontade de vir à Terra. Ele disse que você é um tanto antiquado comparado aos outros heróis, porque tem hábitos diferentes. Jane Foster disse que você tem aparência moderna, como um homem da era que estamos – Steve olhou para si próprio, afim de enxergar o que Jane havia visto em si, mas achou que estava apresentável para um homem dos anos 2.000. -, ela disse que você ainda pensa como um homem antigo, mesmo aparentando ser tão jovem.
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  - Aparentando? – Steve deu uma risada irônica. – Aparentando? Quantos anos ela acha que tenho? – o herói resmungou. Olhou para a garota que o encarava com curiosidade; achou interessante não demonstrar surpresa por suas reclamações, como algumas das mulheres que conheceu fizeram. O fato de se sentir ultrapassado se deve às piadas que foi sujeitado quando saiu com mulheres. Já ouviu até dizerem que ele era “careta”, utilizando as cantadas “mais velhas que suas avós”. %Jennifer%, ao contrário das outras mulheres, pareceu mais interessada em sua teoria, do que seu comportamento em si; dessa maneira, resolveu arriscar explicar-se: - Veja bem, eu fui congelado por cerca de setenta anos. Durante setenta anos não possuí nenhuma evolução física ou mental, por isso, não podemos concluir que sou setenta anos mais velho, quando não houve nenhuma mudança.
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  - Faz sentido. – a garota disse, concordando com a cabeça e vendo o sorriso satisfeito do Capitão América. – Somos duas aberrações. – concluiu, tirando o sorriso do rosto do herói. – Aberrações de uma boa maneira, claro. – concertou ao ver a reação de Steve. – Você acha que demorarei muito para aprimorar meus poderes?
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  - Não há pessoa melhor para dizer do que você mesma. Admito achar que às vezes você exagera, ultrapassando o seu limite da sanidade. Você está tão focada em querer ir para a Terra que acaba se esquecendo que seu corpo e sua mente possuem limites. Acredito que tenha de começar a controlar a partir daí. Assim, sabendo quando parar, você poupa energia e consegue se sentir mais disposta, sem ter ataques de dores de cabeça crônicas ou desmaios. – %Jennifer% riu com a tonalidade que Steve usou, vendo seu sorriso em seguida. – Você ri, mas fiquei bastante preocupado. Não é normal uma pessoa forte desmaiar de fraqueza.
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  %Jennifer% concordou com a cabeça, pensando no quão bom era conversar com Steve. Talvez o fato dos dois serem aberrações, como ela havia dito os deixassem mais à vontade um com o outro. Além disso, Steve a entendia melhor até que seu próprio irmão. Às vezes Thor esquecia de pensar nos sentimentos dela, apenas mostrando o que era importante para o mundo, para Asgard ou o que ele achava ser para %Jennifer%, mas não se lembrava que ela poderia possuir uma opinião diferente, para manejar a conversa num fluxo que se sentisse confortável, como o Capitão América faz. Deve ser por isso que a América lhe ofereceu seu nome em troca de proteção; porque ele sabe entender qualquer pessoa, seja ela aberração ou não.
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  Dois dias depois, Natasha havia permitido que %Jennifer% voltasse aos treinos, contanto que soubesse impor seus próprios limites. Afim de fazer o que Steve havia dito dias atrás, %Jennifer% concordou que assim que começasse a sentir sinais de fraqueza, se controlaria e tentaria se satisfazer com aquilo.
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  O treino foi feito em uma das cabines eletrônicas onde poderia utilizar os hologramas para praticar lutas com humanos ou seres galácticos. Já era a terceira vez que a máquina parava no meio de um combate e ela já não aguentava mais ter de ir até o gigante de metal reiniciá-lo. Um aparelho tão grande não poderia pifar com tanta facilidade como estava demonstrando, poderia? Os humanos sempre gostam de falar que fazem tudo perfeitamente bem, por que então a caixa de metal parava de funcionar com tanta frequência?
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  Analisou a tela escura com letras em azul e verde que passava informações que ela não conseguia entender. Natasha não ensinara ler o que a máquina passava, somente a liga-la e programa-la para o combate com um limite de tempo de alguns minutos. Das outras vezes %Jennifer% conseguiu manusear sem problemas e hoje parecia até que haviam trocado de sistema. A garota apertou alguns botões, que sabia ser o caminho para desligar a máquina. Bufou enquanto esperava ela esfriar e aquecer novamente. Da primeira vez que não esperou, recebeu um aviso de que deveria seguir essas regras se quisesse que a máquina funcionasse corretamente. Batucou os dedos durante a espera e ficou tão perplexa em seus próprios pensamentos que tomou um susto ao ouvir um barulho de metal caindo ao seu lado. Posicionou-se no ataque e viu um homem mais alto, com a barba cortada perfeitamente e um fio de luz saindo de seu corpo na altura do peitoral.
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  - Quem é você? – levantou um pouco a mão para o homem, que olhou para a garota que estava prestes a levitá-lo.
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  - Mecânico. – respondeu.
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  - O que você faz, Mecânico? A máquina precisa esfriar. – %Jennifer% demonstrava cautela em sua frase. O homem entrou sem sua permissão e começou a mexer na máquina que ela estava utilizando. Achou que haviam lhe dito que a cabine estava vazia durante as próximas quarenta e duas horas e não entrou fazem nem três.
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  - A máquina está ultrapassada. – ele ignorou a posição de ataque da garota, continuando a mexer nos fios dentro da máquina. – Estou consertando para que você possa continuar seu treino. – explicou ao vê-la se aproximar para observar o que ele fazia.
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  - Ah. – ela murmurou. – Ah, sim. Achei que não existissem pessoas aqui que pudessem consertá-lo. – ela relaxou os braços e se pôs ao lado do homem, que deu um passo para o lado. – Desculpe. Estou invadindo seu espaço.
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  - É, está. – o homem disse, movendo os fios de um lado para o outro. Vezes cortando-os, outras fundindo-os uns nos outros.
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  - Você é muito bom com esse material. Foi você quem criou? – %Jennifer% começou a perguntar. – Meu irmão, Thor, disse que os humanos gostam de inventar e reinventar. – sem perceber que não tinha a atenção do homem, continuou a falar: - Mecânico, você poderia me dizer como faz para...
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  Se calou ao ver os olhos escuros do homem lhe encararem. Não pareciam muito felizes. Lembrou-se do que Loki havia dito há alguns dias sobre os humanos tratarem problemas como se fossem coisas normais. A máquina de ferro não estava normal, mas ele mexia nela como se estivesse.
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  Tony não sabia se estava arrependido de ter ido consertar a máquina para a garota ou não. Faziam três horas que ele estava irritado por vê-la ser interrompida pela falta de estrutura da máquina fornecida pela S.H.I.E.L.D. Poderia oferecer algo muito melhor à garota, se ela não lembrasse tanto sua falecida e amada esposa. Observou com mais atenção %Jennifer% e podia ver nela cada traço de Emily. As dobras que se formavam na testa quando estava muito concentrada e os olhos que se moviam com facilidade de um lado para o outro, pegando uma visão muito mais ampla do espaço ao seu redor do que pessoas normais.
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  No início, vê-la levitando objetos e tendo reações mais rápidas do que o ser humano o fez se lembrar do quão Emily odiava %Jennifer%. Quando a garota acabava uma fase com sucesso, sua risada lhe lembrava as gargalhadas que dava quando bebê e se divertia levitando coisas enquanto sentada em seu colo. Tony amava vê-la se divertir com seu poder; amava a ideia dela um dia poder lutar ao seu lado. Ao contrário de um pai consciente, gostava de saber que %Jennifer% um dia poderia querer ficar ao seu lado e proteger o mundo.
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  Lembrou-se do uniforme guardado em um dos armários sete chaves que havia no fundo de seu laboratório. O uniforme que ele havia construído para sua companheira, a única pessoa que aceitaria ter como parceira; aquela que passou várias noites pensando como estava e se sua decisão fora correta, mas que, ao olhar para o lado e ver o espaço vazio de sua cama, deteve-o a trazê-la de volta para sua vida.
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  Quando dentro da cabine com %Jennifer%, Stark começou a ouvi-la falar sem parar e achou engraçado a maneira como ela era inocente, como Thor, achando que seu nome era Mecânico, quando este era apenas o nome de um profissional. Ouvindo-a fazer perguntas, curiosa como ele próprio, o fez se sentir incomodado pela garota se parecer tanto com Emily fisicamente, mas com ele, internamente. Agilizou a finalização da organização dos fios à sua frente e fechou a tampa de metal que protegia os cabos. Levantou-se e deu de cara com os olhos grandes como os de Emily.
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  - Obrigada pela ajuda, Mecânico. Não há muitas pessoas que ajudam por livre e espontânea vontade. – ela dá um passo para trás. – Agradeço sua gentileza.
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  Afinal, %Jennifer% não lembrava totalmente Emily, agora pode perceber; o sorriso era tão idêntico ao dele quanto ele esperava.
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