Telekinesis

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 12

Tempo estimado de leitura: 16 minutos

  - %Jennifer%, vamos conversar. – Steve começou a se aproximar cautelosamente. – Sei que está em uma situação delicada, mas não quero fazer nada que a possa machucar.
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  - Tarde demais, Steve. Você já fez. – em uma maneira de se proteger de sua presença, suas palavras e seus sentimentos, a garota levantou uma mão e empurrou o herói para longe de si.
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  Não foi preciso palavras. Para %Jennifer%, as palavras já não significava mais nada. Sua luta foi causada por elas, mas não precisaria para eliminar todas as pessoas que a machucaram. Um por um enfrentou sem medo. A dor de ter sido enganada era maior do que o carinho que um dia sentiu por cada um deles.
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  Com a vantagem de ser “especial” demais para os heróis, era fácil acertá-los e difícil se machucar. Vê-los no chão, tentando se levantar, tentando não machucá-la, fazia com que sentisse ainda com mais raiva. Raiva por acharem que possuem qualquer tipo de chance de mexer com sua mente novamente.
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  - Querida, acho melhor irmos. – Emily olhou para %Jennifer%, que nada respondeu. – A nave já chegou, precisamos partir. Despeça-se de seu pai traidor e sua gangue de mentirosos; eles mal conseguem se levantar, não conseguirão correr atrás de você para impedi-la.
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  - Em... – Tony se levantou em meio aos escombros que um dia formaram o incrível hall da empresa. – Deixe a garota.
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  - A garota? - Emily soltou um grito de indignação. – É assim que você chama sua filha? De garota? Observe só, %Jennifer%, o que devemos fazer com pessoas que não nos dão o devido valor. – a arma que até o momento se encontrava parada ao lado de seu corpo agora apontava para Tony; a filha do ex-casal permaneceu calada observando a discussão, tentando compreender os lados para que pudesse estipular seu próprio lado. Não gostava de nenhum dos dois, mas não era uma garota burra. Cresceu em Asgard, um mundo em que a razão também faz parte do corpo e das consequências de uma vida.
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  Assistiu a mãe dar o primeiro tiro em direção à perna de Tony, que gemeu em dor, mas permaneceu resistente, tentando se aproximar das duas.
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  - É assim que seu pai sempre veio até mim, %Jennifer%, se arrastando. – Emily olhou de lance para a filha, que ainda estava calada, submersa em seus próprios pensamentos. – Ser vilã não é ruim, querida, na verdade, eles nos dão este título porque temos ideais que não são iguais os deles. Acham que podem comandar o mundo com suas leis e regras, mas queremos outras oportunidades. Temos nossos próprios meios de chegar à paz, não é? – se aproximou da garota e colocou o braço ao redor de seus ombros. – Seu pai teve várias oportunidades de correr atrás de você para se redimir, de se tornar uma pessoa próxima ao invés de um estranho. Milhares foram as vezes que estas outras aberrações correram atrás dele para passar um mínimo de senso. Ele tinha uma filha. Eu, %Jennifer%, querida, eu me mantive observando-a e mudando cada passo que possível longe de você. Se caía, eu fazia com que a dor não fosse tão ruim assim. Mesmo que não pudesse tocá-la, eu estava presente. Temos uma conexão.
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  - Emily... – Tony tentou falar novamente, mas trocou o sussurro por um novo grito de dor após ser atingido em seu braço. Steve e Thor não conseguiam se mover. Uma arma de paralisia os mantinha apenas observando a reunião familiar. Mesmo com a força espetacular dos dois, as armas pareciam ser ainda mais fortes ou pelo menos resistentes o suficiente para segurar os heróis. Afinal, estavam na empresa Stark, e quando se trata de armas de potência, aquele era o lugar mais apropriado para conseguir o melhor. – %Jennifer%, me ouça.
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  - Você quer se desculpar, Tony? Agora? Neste exato momento? Só porque sua filha é poderosa o suficiente para acabar com o mundo? Querida, o que acha que irá acontecer quando for para o lado de seu pai? – Emily se pôs à frente da visão de %Jennifer% sob Tony. – Ele irá fazer a mesma coisa que fez há anos atrás. Te enviar de volta para Asgard como uma prisioneira, já que machucou humanos e aprisionou o futuro “rei”. – apontou para Thor. – Além disso, não será bem-vinda na Terra tampouco. O capitãozinho ali garantirá que você seja banida do planeta e então você estará sozinha. Você quer ficar sozinha?
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  %Jennifer% não respondeu. Olhou para o pai, para Thor, para Steve. Olhou em seus olhos, como costumavam fazer quando estavam sozinhos. Apertou os lábios, se achando tola por se aproveitar da situação em que ele se encontra derrotado para poder analisar a situação. Queria que fosse mentira, que Steve a ajudasse como sempre ajudou até agora e que não tivesse mentido para ela. Se lembrou quando era mais nova em Asgard e seu irmão Thor insistia em dizer que Teneu, filho de Iligan, era interessado nela. Quando olhou para o garoto correndo tão rápido quanto uma cheeta, não sentiu seu coração pulsar, nem teve vontade de vê-lo assim que sumiu de vista no meio das árvores. Mas com Steve foi diferente. Não gostava de vê-lo acompanhado de outras mulheres e toda vez que havia qualquer contato, mesmo que armadura em armadura, %Jennifer% sentia o local queimar.
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  Sem perceber, deu um passo para trás, mostrando que havia aceitado a hipótese de Emily. Esta abriu um sorriso e fez um sinal para seus soldados.
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  - Vamos voar, querida, venha. – deu as costas à filha e seguiu em direção à imensa nave que as aguardava do lado de fora do prédio. Mesmo com a polícia e as forças especiais em ação contra o grupo, eles possuíam o poder nuclear de Tony, o que os tornavam bastante invencíveis contra as armas do governo.
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  Olhou o trio uma última vez antes de seguir a mãe e deixá-los para trás com suas mentiras.
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  O som dos motores eram inaudíveis. Emily havia dito para ela descansar, pois demorariam para saírem da nave. Enquanto estava em um quarto improvisado, pôs-se à pensar em tudo o que havia acontecido. Sua mãe havia dito que assim que os problemas acabassem, o planeta estaria em paz. Ela não se sentia nem um pouco em paz em saber do efeito que aquelas armas trariam para os seres humanos que tanto achou fascinantes durante toda sua infância e adolescência. Chegou enfim à conclusão de que o planeta estaria em paz porque eles eliminariam todos aqueles que se oporem aos seus ideais; uma reclamação que fez há pouco sobre as atitudes dos heróis. Fechou os olhos, querendo que todos aqueles problemas não existissem em sua mente.
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  - A verdade sempre foi um golpe muito baixo para os vilões, mas sua mãe parece lidar bem com ela. – %Jennifer% abriu os olhos ao reconhecer a voz de um de seus irmãos, ou melhor, ex-irmãos. Olhou ao redor, mas não o encontrou. – Não acha interessante como ela consegue tornar a verdade mais dolorosa para você e menos para ela?
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  - Loki? – arriscou chama-lo e ouviu sua risada.
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  - Veja só como parece indefesa quando está confusa. Se quer ser uma vilã, a primeira coisa que deve saber é que vilões não duvidam de nada.
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  - Onde você está? – se levantou da cama também improvisada e muito desconfortável. Andou pela curta extensão do quarto a procura de Loki, mas não o encontrou. Suspirou, passando a mão pelo rosto, achando que estava enlouquecendo.
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  - Sente, %Jennifer%, você não irá me encontrar. – Loki finalmente deu atenção à ela. – Vamos conversar assim. Como se estivéssemos em uma terapia e você fará o papel da louca.
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  - Por que está aqui?
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  - Oras, eu disse desde o início que éramos parecidos, lembra-se? – ele se referia às vezes que disse à %Jennifer% quando ela ainda era pequena, que os dois possivelmente pensariam igual por serem parecidos. Ela nunca desconfiaria que ele estaria falando da verdade. – Seres de uma mesma espécie costumam colaborar com o outro para sobreviverem. Além disso, nosso rei Odin não será misericordioso se souber que eu não ajudei o tolo do Thor.
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  - Thor mentiu para mim.
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  - É, ele costuma fazer isso quando acha que a mentira será potencialmente boa para cobrir a mentira. – o falso asgardiano diz em tom de deboche. – Como você está se sentindo agora?
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  - Nervosa? – a garota falou, como se fosse óbvio. – Estou furiosa!
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  - Mesmo? Você não parece nada furiosa. Veja bem, quando eu descobri essa mesma verdade, quis destruir o mundo; e convenhamos, eu quase consegui. Causei um pequeno estrago – gargalhou, lembrando-se das expressões assustadas dos humanos. -, mas você, me parece que está tentando se convencer que seu pai está errado.
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  - E não está?
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  - É claro que está, sua tola. Mas ele ter errado no passado não significa que errará novamente no presente.
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  - O que quer dizer? Que o erro dele é perdoável?
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  - Eu estou bem satisfeito em Asgard mesmo não sendo o rei do mundo. Pelo menos tenho uma cela grande somente para mim. As luzes apagam e acendem quando bato palmas.
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  - Eu não quero morar em uma cela.
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  - Isso foi bem insensível, %Jennifer%. – Loki falou, fingindo estar ofendido. – Tony Stark não possui os mesmos ideais de nosso rei Odin; isso faz com que ele seja um pai muito mais estúpido, mas com o coração fraco.
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  - Ele nunca me visitou! Permitiu que eu crescesse em Asgard!
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  - E isso foi ruim para você? Atente-se à resposta, criança, se for errada, a deixarei sozinha com seus próprios pensamentos.
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  - Não é isso... – %Jennifer% murmurou, sem graça. – É só que... Um pai deve estar presente na vida de um filho, não é?
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  - Claro. Mas não obrigatoriamente fisicamente. Se ele tivesse morrido, você estaria mais aliviada por ter descoberto a verdade? O odiaria menos?
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  Loki tinha um ponto. Ela se sentia mais próxima de Emily, porque até então ela estava “morta”. Não havia a possibilidade de se aproximar dela mesmo que quisesse, já Tony não. Ele poderia se aproximar quando quisesse, mas não o fez.
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  Antes que pudesse ter uma nova conclusão, uma tela apareceu à sua frente, mostrando um vídeo de Tony. Ele estava no que parecia ser seu escritório. A vista era muito bonita do lado de fora, muitos pássaros passavam atrás dele e o terno estava impecavelmente liso. Olhava para a tela como se estivesse se preparando para fazer uma revelação.
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  "Olá %Jennifer%, meu nome é Tony Stark. Pode não parecer, mas somos enteados, do tipo, pai – apontou para si. -, e filha. – apontou para a câmera. – Sei que você é loira e eu moreno, mas sua mãe fez com que você não pudesse compreender de imediato nosso parentesco. Ela era tão loira quanto você. – limpou a garganta ao se ver sem palavras. – Bem. Eu gostaria de ter coragem o suficiente de ir até Asgard lhe dizer pessoalmente, mas no momento, não consigo. Pode chamar de covardia, medo ou irresponsabilidade. A verdade, é que estou envergonhado. Gostaria de poder ter orgulho o suficiente para ir até você, mas se tivesse mais essa característica, eu seria insuportável.
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  Tenho vergonha de ir até você lhe pedir desculpas por ter sido o pior pai do mundo. Você está para completar três anos e não faremos as velas se apagar com seu poder. Você provavelmente terá um bolo estranho para comer. Não sei o que servem em Asgard, mas vendo Thor e seu gosto para alimentos, não me parece muito bom. – coça a ponta da orelha, olhando para cima, pensando em novas palavras para dizer. – Nós temos um apelido, sabe? Você adora me chamar de ‘papa’, porque sou sempre eu quem lhe alimento. E também porque sou seu pai, claro. Você é minha %LJ%. Little %Jenny%. Fiz um traje para você na cor rosa. – colocou seu celular em frente à câmera, onde %Jennifer% pode ver parcialmente a imagem da foto do traje. - Sei que quando descobrir, não irá querer ficar comigo ou compartilhar um voo pelo céu durante o nascer do sol. Não mereço seu perdão, mas gostaria que fosse considerativa em pensar no assunto. Mesmo que não esteja com você, acompanharei todos seus passos. Jarvas, meu assistente digital, me ajuda a observá-la de meu escritório em casa.
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  %LJ%, desculpe por não ir até você. Eu apenas não consigo e sinto tanto por isso que chego a querer desistir de atualizar meu fluído. – apontou para o brilho detrás de sua camisa social e gravata. – Nos vemos em alguns anos. Tente não ser muito bonita e charmosa - sei que será difícil, pois seus genes é 100% perfeito; eu e sua mãe fomos eleitos o melhor casal três vezes -, mas se esforce. Ser bonita sem um pai presente para espantar os garotos não faz sentido algum. Deixe que eu lhe dê o amor que precisa, mesmo onipresente.”
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  %Jennifer% manteve-se boquiaberta, olhando para o local onde a tela existia até a pouco. Seus olhos, cobertos de lágrimas, exalavam dor. Então era verdade. Seu pai não era presente fisicamente, mas nunca deixou de se preocupar; por alguma razão, seu coração pareceu muito mais leve.
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  - Por quê? – sua voz rouca saiu falhada depois de um tempo calada. – Por que ele não podia vir até mim?
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  - Alguns acontecimentos o impediam de conseguir vê-la.
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  - Mas por quê? O que eu fiz para ele não conseguir nem me olhar?
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  - Você matou sua mãe. – %Jennifer% arregalou os olhos vermelhos, surpresa. – Isso mesmo. Essa aí que está na sala de comando.
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  - Minha mãe... Ela deixou que eu fosse a culpada?
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  - Uma vilã digna, se quer saber. – Loki parecia estar sorrindo. %Jennifer% não se importou dele estar fazendo graça da situação, seu irmão sempre foi assim. Quando não sabia lidar com os sentimentos, apenas ativava a ironia para demonstrar sua preocupação.
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  Uma nova tela apareceu com noticiários mudos e primeiras páginas de jornais falando sobre a morte de Emily e a causa. Tony despedaçado, sem saber o que fazer com a filha que sempre foi seu xodó. Queriam mandá-la para um internato para crianças especiais na Suíça. O governo a apresentou como potencialmente perigosa.
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  E então, novas notícias com uma possível morte de si. Tony forjou a morte da garota para que o mundo achasse que ela não havia sobrevivido aos próprios poderes e se esquecessem dela e do perigo que passava. Havia a mandado para Asgard, onde haveriam pessoas poderosas o suficiente para lidar com seus dons.
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  %Jennifer% não disse mais nada. Loki tampouco parecia manter uma conexão com a garota. Tudo estava claro agora. Tony Stark poderia ser um péssimo pai por não ter criado a própria filha, mas ela era uma filha pior por odiá-lo depois de ter sido salva por ele. Apoiou os braços nas cochas das pernas. Sentiu suas mãos vibrarem.
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  Antes da mentira, havia somente uma coisa que %Jennifer% odiava com todas as suas forças: Ser feita de tola.
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Capítulo 12
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