Capítulo 10 • O que fizemos foi errado
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Harry entrou em seu apartamento ainda abalado com o que sua irmã dissera, enxugou algumas lágrimas se recompondo, ele se sentia culpado por deixar que seus impulsos fossem tão longe. Não era o fato de não amar mais Elisa e querer terminar noivado, o fato era que ele traiu a noiva e Harry acreditava que nunca chegaria a esse ponto, se tornar como seu pai.
É como se a história se repetisse, seu pai traía sua mãe e por esse motivo ele foi embora, na verdade Desmond nunca demonstrou afeto por sua família e por isso Harry não sente falta de seu pai. Porém o que o mesmo temia era terminar como seu falecido pai, sozinho.
As palavras de Gemma não saíam de sua cabeça e agora, parado refletindo sobre elas, Harry percebeu que ainda dava tempo de corrigir o rumo de sua história. Gemma estava certa, ele precisava consertar o que fez. Seu celular vibrou em seu bolso trazendo-o à realidade, pegou o aparelho visualizando na tela o nome Sarah ligando, respirou fundo engolindo em seco e deixou celular vibrando no balcão da cozinha, dando as costas, ignorando.
(...) Sarah encarava seu celular impaciente esperando que Harry retornasse as suas ligações, ele não havia dado notícias desde quando foi embora de seu quarto pela manhã, o que a deixou inquieta.
– Sua mãe de novo? – seu pai pergunta ao se aproximar do carrinho de compras.
– Não, só mensagem de operadora.
– É. Eles costumam serem inconvenientes com os pacotes promocionais, – comentou.
Dylan e Sarah estavam no supermercado, comprando o necessário para preparar o almoço daquela tarde de domingo. Sarah não queria que seu pai soubesse sobre sua noite anterior com Harry, por isso optou por manter sigilo.
– Tocando no assunto, mamãe me ligou pela manhã, acho que talvez eu aceite me encontrar com ela para conversar.
– Você sabe o que eu penso a respeito, – disse colocando os ingredientes e depois riscando do papel. Sarah permaneceu calada, não queria contrariar seu pai, não ali. – Além disso, trago novidades.
– O quê? – perguntou curiosa.
– O que acha de morar com a vovó? Como nos velhos tempos? Recebi uma proposta de emprego na Itália, uma oportunidade de crescermos financeiramente, começar do zero, longe de tudo e todos. E aí, o que me diz?
– Itália, pai? – Sarah não compartilhava da mesma emoção. – Acho que não estou pronta para me mudar para tão longe, tenho tantas coisas para resolver com a mamãe, Becca e... – não posso deixar Harry, pai. Pensou. – Eu já tenho uma vida aqui, – concluiu.
Na verdade Sarah não queria se afastar de Harry, só de cogitar a ideia de estar longe dele causou um aperto no peito.
– Ah, eu te entendo, anjinho, – disse decepcionado.
– Mas acho uma boa oportunidade pro senhor, pai, tem meu apoio se quiser ir. Sou adulta, posso me virar sozinha, – disse para seu pai ficar despreocupado, deixando um beijo na bochecha.
– Eu sabia que podia contar com você, filha. Escute, você poderia pegar – checou o próximo item da sua lista. – uma caixa de leite, por favor?
– Pode deixar, – disse a mesma seguindo para a outra seção para buscar o leite. Enquanto procurava, reconheceu uma silhueta familiar, a mulher estava de costas em um coque bagunçado e com uma criança de colo no carrinho, era sabia que conhecia aquela moça de algum lugar.
– Com licença – chamou a mesma. –, desculpe mas acho que eu te conheço de algum lugar.
A mulher virou bruscamente, assustada ao ouvir a voz da garota, e apenas forçou um sorriso.
– Acho que me confundiu com outra pessoa, – respondeu voltando atenção no seu carrinho.
– Me desculpe, é que seu rosto me lembra alguém. – Então Sarah se virou e naquele instante surgiu um flashback e aos poucos ia recordando de onde a conhecia e quem era ela, foi aí que a imagem de uma mulher a chamando para o café e abrindo as cortinas de seu quarto surgiu em sua mente.
– Lea! – disse em um tom elevado e feliz por conseguir se lembrar dela. – você trabalhou na casa de meus pais quando eu era menina, lembra de mim? Sou eu, Sarah!
– Aí meu Deus! – A expressão de Lea era uma mistura de surpresa, mas ela não estava satisfeita em reconhecê-la. – Graças a Deus você se recuperou do acidente. – Aproximou-se para um abraço. – Está tão diferente que eu quase não te reconheci, – comentou analisando-a.
– Bom, agora eu não sou mais uma menininha. – Sorriu.
– E como você está? Como foi a recuperação?
– A pior parte já passou, agora é mais adaptação, tenho dificuldades lembrar de algumas coisas e tenho que manter os remédios em dia. Mas estou bem melhor agora.
– Fico feliz que esteja melhor. – Sorriu e o garotinho ficou agitado ao derrubar o brinquedo no chão.
– Mamain caiu ó, – balbuciou e a mesma tratou de pegar de volta.
– Que lindo, seu filho? – disse Sarah ao se aproximar do menininho para fazer um carinho, o garoto a fazia lembrar uma pessoa mas não sabia ao certo quem. – Como se chama?
– É, esse é o Jordan. – Recuou desconfiada. – Foi bom vê-la de novo, Sarah, mas preciso ir.
– Ah, tudo bem, nos vemos por aí. – Acenou para o garoto, que sorriu de volta.
– Pode me fazer um favor? – perguntou receosa, Sarah confirmou com a cabeça. – Poderia deixar entre a gente que nos vimos no mercado?
Sarah não sabia o propósito de tal preocupação, apenas disse que sim e viu a mulher seguir as pressas. O desespero de Lea a deixou intrigada, era como se ela estivesse se escondendo de alguém. Sarah ficou confusa mas nada pôde fazer, queria entender o que estava se passando ou quem sabe ajudar, mas a mesma não foi indiscreta ao ponto de questionar sua atitude, apenas pegou o leite e voltou para encontrar seu pai.
A semana passou rápido, logo veio sexta-feira, Sarah estava ansiosa para o dia de hoje pois finalmente iria encontrar Harry no hospital. Durante a semana toda o mesmo não havia dado notícias e como hoje era dia do seu trabalho voluntário tinha certeza de que iria vê-lo.
Guardou seus pertences no vestiário e seguiu em direção ao refeitório onde ela tinha certeza que encontraria Harry tomando um cafezinho, mas ele não estava. Mesmo decepcionada aproveitou para fazer um lanche, checou no relógio e certificou de que não estava atrasada. Foi até o balcão e pediu um suco de laranja, passavam-se mil coisas em sua cabeça, e todas elas direcionadas a mesma pessoa, Harry Styles. Uma moça se aproximou, de início não deu importância mas ao ouvir sua voz a reconheceu.
– Enfermeira Monroe? – A mulher que estava de costas virou-se para ela e abriu um largo sorriso.
– Sarah! – Abraçou a garota. Monroe continuava a mesma, vaidosa e alegre como sempre, ela sentia falta dessa energia que ela emitia.
– Olha pra você! Está tão radiante, – ela disse, Sarah apenas sorriu tímida. – como você está, meu bem?
– Estou me adaptando, é bom voltar a rotina, com toda certeza estou melhor graças aos teus cuidados.
– Eu apenas fiz o meu trabalho. O doutor Styles tem a maior parte do crédito, é bom vê-la seguindo em frente, estou feliz por você.
– Obrigado pelo carinho, – respondeu grata. – Por falar nele, tem o visto por aí?
– Ele está em cirurgia faz umas 6 horas.
– Ah entendi – escondeu seu desconforto –, sabe dizer se ele está com agenda cheia ou se aconteceu alguma coisa questão de família, talvez?
– Doutor Styles não compartilha de seus problemas particulares, e sim querida, ele vive ocupado aqui. Mas por que a pergunta?
– Gostaria de saber se ele está bem, tenho gratidão por vocês, por tudo que vocês fizeram por mim, e eu não tenho notícias dele a algum tempo, – disse despreocupada.
– Que gentil, obrigado pela preocupação, mas ele está bem, é nosso menino de sempre.
– O doutor Styles é um rapaz tão bonito e charmoso deve ser cheio de mulheres aos seus pés. – Sarah queria saber se sua intuição sobre Harry ser comprometido estava certa, ela não queria acreditar nessa possibilidade.
– É verdade. – Sorriu brincalhona. – As meninas andam suspirando por onde ele passa. – Achou graça do próprio comentário.
– Ele nunca dá atenção a elas? – questionou e tomou um gole do suco.
– Assim meu bem, Harry é uma pessoa conservadora, não sei ao certo como está sua vida amorosa, acho que pra saber só perguntando a ele.
– Claro. – Forçou um sorriso, ela se sentia como uma nova por importunar a mais velha desse jeito.
Sarah teria que parar com os antigos hábitos, ela não é mais aquela garotinha do ensino médio que questionava as garotas para saber as atitudes duvidosas de Kevin. O tempo fora cruel, não esperou por ela, apenas fora imposto que de um jeito ou de outro ela teria que amadurecer. Aliás, por que se importar com Harry? Em sua cabeça não saía a ideia de que Styles só quis usá-la e que agora ele iria deixá-la lentamente.
– Foi um prazer vê-la de novo, querida, mas meu horário já acabou, nos vemos depois, – disse dando um beijo na testa para se despedir.
(...) – Oi Gemma, – atendeu Elisabeth sem ânimo, ela já estava se desgastando nessa relação, e imaginava o que a cunhada iria falar.
– Oi cunhada, liguei por que estou com saudades, você não deu notícias. Está tudo bem por aí?
– Sim, tudo ótimo, - mentiu, ela não precisava saber que a conversa com Harry havia a destruído emocionalmente. – e você, onde está?
– Estou na casa do Liam. – Gemma já esperava pelo comentário da loira.
– Quando é o casamento de vocês mesmo? – brincou.
– Acho que ser fiel já é o suficiente, não gosto da ideia de que preciso de um dono pra ser feliz.
– Estou começando a concordar com você.
– Eu duvido, você sempre sonhou em se casar com meu irmão, vocês foram feitos um para o outro.
– Acho que tenho outras prioridades agora, – confessou Liza.
– Você já pensou em transferir sua graduação e voltar pra Portland? – incentivou.
– Não está em meus planos.
– Tem razão, você precisa se dedicar nos preparativos pro casamento quando voltar, – disse animada. – Ele te ligou? – Eliza sabia a quem se referia.
– Já faz uns dias, da última vez, o rumo da conversa não acabou bem. Não quero insistir, parece que só eu luto por essa relação pra dar certo.
– Você está certa, e como disse você tem outras prioridades agora, Harry te ama, vocês estão passando por uma crise de casal, logo tudo vai voltar ao normal. Harry vai superar, – deixou escapar.
– O que ele precisa superar? O que Harry tem? – falou preocupada.
– Ah, você sabe... – gaguejou – estresse por trabalhar demais e a pressão do casamento chegando, ele está muito ansioso. – Agora, foi a vez de Gemma mentir.
– É, está perto. – Suspirou. – Mal posso esperar para ter o homem dos meus sonhos esperando por mim no altar.
– Será maravilhoso, como você merece. Preciso ir, Liam está me chamando, – despediu de Gemma e ao concluir a ligação a palavra superar não saía de sua cabeça, Gemma sabia de algo a respeito do futuro noivo, o modo que desviou do assunto deixou desconfiada. Mas Eliza iria descobrir.
(...) O cheiro forte de álcool estava impregnado no bar assim que Harry entrou, uma música country tocava no volume ambiente. No balcão havia rapazes solitários fumando e desfrutando de suas bebidas, outros acompanhados de belas mulheres e outros apenas jogavam sinuca, mas com aquela mesma energia condensada que se espera de um bar. Harry não tinha o costume de frequentar esses lugares, porém Louis sim, como eles precisavam conversar achou que o convidando para beber deixasse o assunto mais descontraído.
Louis fez um sinal com a mão assim que avistou Harry chegar, pediu mais uma dose de seu drink para seu amigo o acompanhar na bebida.
– Achei que tivesse se perdido no caminho, cupcake, – brincou Louis.
– Não enche, ursinho da mamãe, – respondeu ao sentar. – Sabe como fica o trânsito as sextas-feiras.
– E é por isso que temos que beber as sextas. – Entregou o drink a ele para um brinde.
– Você sabe que não bebo, além do mais isso vai contra minhas regras de médico.
– Ah, me perdoe senhor politicamente correto. Talvez se eu não te conhecesse desde criança poderia acreditar que é puro. – Sorriu convencido. – Deixe de frescura e vamos brindar.
– Eu não tenho mais 15 pra achar graça em beber até cair duro, mas o que a gente não faz por um velho amigo? – Sorriu e aceitou o comprimento e empurrou a bebida quente pra dentro, não evitou de fazer uma careta, havia perdido o costume e esquecido de como ardia.
– Aposto que estava precisando disso, – comentou Louis fazendo seu amigo arquear a sobrancelha.
– Certo, chega de enrolar. – Deixou o copo vazio no balcão. – Por que contou pra Gemma sobre o que te contei sobre Sarah? Você era o único que sabia que eu queria me separar pra ficar com ela. – O tom de Harry não era de bravo mas também não estava feliz.
– Calma aí, rapaz – Levantou as mãos em redenção. – Em minha defesa a sua irmã parecia saber do assunto, ela me disse que vocês chegaram a conversar sobre isso em um jantar e depois que eu contei sobre o telefonema percebi que contei mais do que devia, mas ela parecia saber, como eu ia adivinhar?
Harry parou um instante para recordar e aí ele teve um Flash da conversa com sua mãe na última vez que estiveram juntos para jantar. Ele não podia culpar totalmente Louis por isso, ele realmente já havia confessado pra sua irmã e sua mãe. Suspirou enfadado, não havia muito que ele pudesse fazer a respeito.
– Droga! – Passou a mão por suas têmporas. – Não era pra ter sido assim! Eu não sei o que fazer.
– Eu estou aqui para te ajudar, me conte o que aconteceu, – disse sincero mas Harry não sabia se podia confiar em um bêbado.
– Eu dormi com Sarah.
A expressão de Louis foi de espanto e surpresa, ele não imaginava que Harry teria essa coragem, de trair Eliza, ele não gostava muito dela porém conhecia seu amigo e sabia que ele não era de tomar essas atitudes.
– Eu sei. O que fizemos foi errado! – disse alto, o estresse havia o atingido. – Mas eu nunca tive tanta certeza de algo em minha vida como tive naquela noite. Mas agora? Eu não sei o que fazer, não quero me afastar, mas também não posso me aproximar despreparado desse jeito. Não quero que ela me odeie, Louis, eu a amo, – confessou com as mãos nos cabelos. – Eu penso em abandonar tudo, mas não quero que ela desista de mim.
Seu amigo piscou os olhos diversas vezes com a boca que continuava aberta em choque, o que Louis poderia dizer? Seu melhor amigo estava sofrendo por amor e com a consciência pesada, ele sabia que Harry nunca tomaria uma atitude sem pensar mas não havia nada que pudesse amenizar, como o clima havia ficado tenso Louis sugeriu:
– Cara, depois dessa você realmente precisa de mais uma dose. – Pediu mais uma rodada.
(...) – Oi – Sorriu tímida diante de Sarah. Becca estava em frente a sua porta, estava sem jeito, elas não tinham contato desde a última discussão.
– Oi. – Retribuiu o sorriso sem jeito. Ambas sabiam que precisavam conversar mas não sabiam por onde começar. Sarah deu espaço para que entrasse.
– Obrigada. – Sarah esperou que se pronunciasse. – Eu só, quero me desculpar por meu comportamento, não deveria ter agido daquela maneira, mexer na sua privacidade, não é desse jeito que quero me reaproximar de você, me desculpe mesmo eu prometo nunca mais dar essas crises.
– Está tudo bem, Becca, eu te desculpo. – Abraçou amiga para a deixar despreocupada.
– Você me permite dar minha opinião? – Sarah confirmou com a cabeça, já imaginando o que seria.
– Se você realmente está com essa ideia fixa na cabeça de investir um relacionamento com esse cara, por favor não faça nada que se arrependa, não se jogue de cabeça, conheça antes de se entregar, não quero que a antiga Sarah volte a tona.
Sarah queria saber o que tanto Becca temia que fosse acontecer, o que havia acontecido de tão ruim no passado para ela agir assim agora, talvez seja porque causou a morte do seu primo, mas ela não tinha a resposta, ela não sabia porque a velha Sarah era preocupante. Sua mente estava bloqueada de qualquer resquício de lembranças, ela só queria entender o que se passava, parecia tudo tão deslocado.
Mas além disso o que mais a incomodava era o modo como Becca se referia a Harry, essa desconfiança que ela tinha dele, mas diante dos últimos fatos ocorridos com Styles, ela estava começando a concordar com a amiga. Sarah estava despedaçada por dentro, ela havia criado expectativas e havia se entregado, mas ela não conseguia se arrepender, ela ainda acreditava que Becca estava enganada sobre ele e por isso não contou a verdade.
– Isso não vai acontecer, – garantiu – Quer sorvete? – mudou o rumo da conversa.
(...) Na manhã seguinte de sábado seguiu sua rotina no trabalho voluntário, se fosse há uma semana atrás estaria empolgada só de pensar na possibilidade de encontrar com Harry no corredor, sua motivação além de trazer alegria para as criançada era ter a oportunidade de vê-lo, mas agora era diferente, ela queria evitar encontrá-lo, não queria dividir o mesmo ambiente com ele depois do que aconteceu entre eles, Sarah não conseguiria olhá-lo sem lembrar dele sem roupa.
Terminou de recolher suas coisas para seguir seu caminho de volta para casa e ainda que negasse, lá no fundo queria ter visto Harry, mesmo que significasse ficar só na troca de olhares. Mas ao sair do vestiário se deparou com a pessoa que ela menos esperava ver naquele momento e temia que fosse transparecer que estava com borboletas no estômago.
– Oi, – disse Harry envergonhado. Havia tanto tempo que eles não se falavam. Harry não esperava que ela simplesmente o recebesse com um sorriso aberto e fizesse uma cerimônia. Não, ele não podia cobrar isso dela.
– Oi, – respondeu no mesmo tom de incerteza na voz. Sarah estava tentando compreender a situação tanto como ele, ambos nervosos e ansiosos um pela presença do outro, com a mesma necessidade de sentir o outro e preencher o vazio que se abre quando estão distantes.
– Talvez eu seja a última pessoa que você deseja ver no momento, mas eu precisava te ver, nós precisamos... Conversar. – E então Harry tirou o lindo buquê de rosas brancas que estava escondido atrás de suas costas.
“Deve estar se perguntando, porque lembrei de você? Simples, rosas brancas significam o perdão e a inocência e eu vejo isso em você.”
De novo aquela voz surgiu em sua mente sem aviso, ela sentia que a conhecia de algum lugar, sentia que estava próxima mas ao mesmo tempo não sabia de onde conhecia aquela voz familiar e qual o propósito das mensagens que surgiam pra ela, não sabia se acreditava nelas ou se apenas ignorava.
– Você trouxe rosas brancas, – disse analisando o buquê de rosas em suas mãos, involuntariamente fez Sarah sorrir. – Você veio para se desculpar, isso é o que importa.
– Me desculpe, Sarah, – disse com a voz falha por conta de sua emoção. O corredor estava vazio, apenas a presença dos dois ocupavam o ambiente. – Me desculpe por me comportar como um imenso idiota, você não tem culpa de nada, mas eu voltei e quero consertar o que fiz, quero me aproximar de você, te conhecer, nós precisamos saber tantas coisas um do outro. – Segurou seu rosto delicadamente. – Nunca mais irei te ignorar ou ignorar meus sentimentos por você, mas por favor me deixe saber.... Aceita sair comigo?
– Sim, sim e sim. – Sarah tomou a atitude de roubar um beijo de Harry como resposta e ele soube que estava perdoado, ainda que não merecesse seu perdão.