Capítulo 08 • Em minha mente
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3 meses haviam se passado e Sarah recuperava-se aos poucos, por conta do coma perdeu bastante peso, e apesar dos fatos Harry apaixonava-se por ela a todo momento que passavam juntos, a cada dia mais encantado com as descobertas que tinha sobre ela, sempre paciente ouvindo tudo que ela tinha para te dizer, e se sentia privilegiado, já que sonhou tanto com esse momento, finalmente não estava mais falando sozinho. Sarah ainda não sabia andar sozinha e falava com dificuldade, era como se tivesse voltado a ser um bebê, reaprendendo desde o princípio. Hoje seria sua primeira vez que tentariam uma comunicação mais dinâmica para saber o quanto ela lembra do acidente e anterior a ele.
– Quando estiver pronta nós começamos, ok? – disse Harry segurando em sua mão para passar segurança, a mesma assentiu.
– E-eu estou pronta, – ela respondeu.
– Tente voltar para o momento que ocorreu o acidente, o que aconteceu naquele dia? – perguntou docemente.
Sarah fechou os olhos forçando sua memória para o dia do ocorrido, apenas enxergava flashes de imagens e conversas desconexas, tudo estava borrado, como um canal sem sinal. De repente foi pega de surpresa pela imagem do carro sendo atingido por um caminhão, o que a fez abrir os olhos na hora, assustada, com lágrimas nos olhos. Harry abraçou no mesmo instante para acalmá-la.
– Calma, está tudo bem eu estou aqui, já passou. – Segurou em seu rosto e viu a vermelhidão em seus olhos. – O que você viu?
– Eu não consegui ver com clareza, os rostos eram borrões e eu não entendia o que falavam, então eu senti o impacto do carro me atingir, – explicou apavorada. Harry tornou a abraçá-la.
E quando ele a abraçou foi como se alguma parte de seu coração se enchesse, naquele momento ela se sentiu inteira, precisava de um abraço, um bem apertado, que a livrasse das angústias que passava. E o abraço dele foi exatamente isso.
– Vamos devagar, tudo bem assim? – perguntou e a mesma concordou. – Até onde se lembra sobre sua vida antes do acidente? Amigos, rotina, sonhos. Conte-me sobre eles.
– Bom, eu me lembro de... – Fechou os olhos pra ajudar a recordar. – estar terminando o colegial aos 17, tinha uma melhor amiga Becca e estávamos afastadas, minha mãe sempre me chamava de apelidos no diminutivo e conversava comigo antes de dormir. Lembro de gostar de desenhar desde menina, minha mãe ficou feliz quando fiz um retrato dela no dia de seu aniversário. – Sorriu com a nostalgia. – Lembro-me de desenhar nas paredes da casa e meu pai brigar comigo, e também quando meu namorado Kevin se foi. – Uma lágrima desceu ao pronunciar o nome do rapaz. – Ele foi meu primeiro amor e eu não soube valorizar.
Harry abaixou o olhar, desconfortável, o comentário de Sarah sobre seu primeiro amor o incomodou de tal forma que mudou seu humor na mesma hora, entristeceu seu coração e ele não queria se sentir dessa forma, já que se tratava de algo do passado, invejava o amor que ela dizia ter pelo rapaz. Porque ele queria ser amado por ela.
– Às vezes me sinto incomodada quando se trata do meu pai, – continuou ela.
– Como assim? – Quis saber.
– Não sei exatamente como explicar, é como se eu sentisse raiva dele, mas não sei o porquê.
– Pode ser uma confusão da sua cabeça, é comum se sentir um pouco perdida no seu caso, você pode estar misturando sentimentos antigos com o presente, – explicou.
Logo a enfermeira Moore entrou no cômodo, chamando a atenção dos dois e trouxe consigo a cadeira de rodas que ajudaria a Sarah se locomover.
– Com licença Dr. Styles. Está na hora de sua fisioterapia, Sarah, – anunciou.
– Claro, nos vemos depois, Sarah. – Harry disse se pondo de pé, a mesma sorriu sem mostrar os dentes, assentindo.
(...) – Alô? – respondeu ao atender o celular.
– Alô, Dylan?
– Eva?! – perguntou surpreso.
– Sim, sou eu mesma. Dylan, eu vou ser breve e clara, é verdade que a Sarah voltou... Voltou do coma? Por que não me contou antes? Não passou pela sua cabeça que eu, como mãe, merecia saber? – Eva ouviu a respiração lenta e ansiosa do outro lado da linha. – Nem pense em desligar esse telefone, – disse áspera.
– E o que você esperava que eu fizesse? Você quem abandonou essa família, não seja cínica, – respondeu ele no mesmo tom.
– Eu não abandonei ninguém! O errado dessa história aqui é você, seu cretino! Isso tudo é por vingança, por ter me separado de você? – questionou Eva.
– Vingança? – Riu debochado. – Se sua filha fosse tão importante assim pra você, estaria presente e acompanhando todo o processo ao lado dela, mas você não hesitou em ir embora, só pensou em si mesma. Uma egoísta, é o que você é! – Explodiu, contando tudo que sentia.
– Você não é ninguém pra me julgar! Você me traiu por esses anos todos e eu tive que aguentar calada, eu nunca abandonaria minha filha e exijo que conte a verdade pra ela. É meu direito falar com ela também! – impôs.
– Ah claro que ela vai, – disse irônico e desligando o telefone em sua cara, deixando a mesma intrigada no outro lado da linha.
“E se Dylan estivesse certo?” pensou Eva.
(...) Um passo de cada vez. Havia se tornado rotina para Sarah seguir esse dilema, afinal aos poucos ela estava conseguindo voltar a andar, sentia uma euforia dentro de si e, mesmo que falhasse em alguns momentos, ela não se abatia, respirava e tentava outra vez. Harry sempre estava presente para acompanhar suas seções com o fisioterapeuta, na maioria das vezes observava de relance quando passava no corredor, ele admirava sua persistência em querer melhorar e de certa forma se orgulhava também, mas por outro lado sentia-se triste porque ele tinha consciência do que estava por vir quando ela melhorasse.
Por um momento de distração Sarah notou a presença de Harry a observando no corredor, o mesmo acenou para ela que foi correspondido por um sorriso largo. Becca, que estava presente no momento, olhou para o médico com desconfiança e incomodada com as trocas de olhares de ambos. Esperou que o médico saísse do corredor para questionar.
– Você não se incomoda ou não acha estranho o comportamento que o médico tem contigo?
– Como assim?
– Não sei te explicar, não confio nele e não gosto do jeito que ele te olha.
– Isso deve ser bobagem sua, ele só está fazendo o papel dele, que é ser atencioso, – disse Sarah.
– Não sei, mesmo assim, tome cuidado quando estiver com ele. – Seu pedido foi motivo para Sarah rir da amiga.
– Sabe, – Becca torna a conversar – fico feliz por termos voltado a nos falar como antigamente, eu senti falta de você, – confessou.
– E não deveríamos estar? – perguntou confusa e Becca hesitou antes de responder.
– Ah, verdade, não faz sentido o que eu falei. – Sorriu forçado. – Você sente raiva pelo que aconteceu? Me refiro ao acidente.
– Bom... Eu não sinto nada, não me lembro quase nada também, talvez angústia por ter perdido 4 anos de minha vida em cima de uma cama, mas por um outro lado, é como se eu precisasse desse tempo pra mim. Então não sinto revolta de nada.
– Fico feliz por você estar se recuperando, – respondeu sincera.
– E que loucura não é? Você está na faculdade agora, como isso aconteceu? O que eu perdi enquanto dormia? – brincou.
– Bom, entrei faz dois anos, após muita indecisão em qual curso seguir, mas aí lembrei da nossa conversa e tomei minha decisão.
– Hmm, que seria? – perguntou curiosa.
– Você realmente não se lembra? – disse com tom de decepção.
– Me desculpa, – disse triste.
– Escolhi arquitetura porque era uns dos cursos que você dizia ter vontade em fazer, e foi o mais próximo que tenho afinidade também.
– Ah, talvez eu não faça mais arquitetura, penso em estudar artes plásticas.
– Porque você ama desenhar, – completou Becca. – Eu me lembro disso.
Sarah sorriu, contente por sua amiga saber de algo tão importante para ambas, e retornou ao seus exercícios.
DIAS DEPOIS Os dias se passaram em um piscar de olhos, e com eles a recuperação de Sarah também estava se completando. Harry havia se apegado a garota, sua presença diária fez com que sentisse afeição por ela, sempre buscava um tempo para estar com ela, o que causava seu atraso na volta pra casa, já que até para se despedir ele ia ao seu quarto para conversar com Sarah, sem contar os momentos que quando tinha livre, Harry procurava por ela.
E sua fascinação e carinho por Sarah só aumentavam quando os dois estavam juntos, Harry tinha consciência de que não podia se apegar a ela porque em um momento ela teria que ir embora, mas ele já tinha criado um elo e uma paixão por ela, não tem como corrigir esse sentimento. E só em pensar na possibilidade de se afastarem a angústia atacava o peito, Harry não queria ter que se despedir dela, ele queria fazer parte de todos os seus dias. E ainda tinha Eliza, que o trazia a realidade toda vez que se fantasiava uma vida ao lado de Sarah.
Pelo fato da maioria de seu tempo ser dedicado ao trabalho e a Sarah, Harry passou a chegar tarde em casa, mesmo sabendo que Eliza estaria esperando por ele. Após sua higiene pessoal, se organizou em sua cama para ligar o computador e falar com sua noiva.
– Ei Hazza, tudo bem? – Eliza saudou animada.
– Oi Liza, estou bem, só um pouco cansado.
– Ultimamente é só como você tem ficado toda vez que tem que falar comigo, – comentou chateada.
– Não é você, é o meu trabalho. Por favor, não quero discutir por bobagens, você tem que me entender que não faço de propósito, – tentou justificar. – E como estão indo as coisas da graduação?
– Por aqui esta indo tudo bem, tenho uma tese para apresentar e uma resenha para entregar na quinta. – Respirou fundo ao notar a distração do noivo. – Está tudo bem mesmo, Harry?
– Hum?
– No que tanto está pensando? – questionou curiosa.
– Hã, nada de muita importância, me desculpe. O que dizia?
– Sabe Hazz, já faz um tempo que te sinto distante, não só fisicamente, sinto você se afastar de mim sutilmente, – confessou preocupada. – Está tudo bem entre a gente?
– Sim, está tudo bem entre a gente, deve ser cansaço excessivo do trabalho. Na verdade eu, eu queria te dizer uma coisa.
Fez uma pausa para pensar, abriu a boca várias vezes e nenhum som saia dela, talvez as palavras lhe faltassem para a situação tão delicada que se encontrava. Ele não sabia como agir, ele sabia que esse poderia ser o momento certo para confessar que não queria mais se casar, porém não seria justo com Elizabeth se eles terminassem por rede social. Isso teria que ser resolvido pessoalmente.
– Eu sinto muito sua falta aqui, – mentiu.
– Eu também amor, cada dia que passa penso que vou sufocar sem você ao meu lado, sinto falta do seu cheiro e de bagunçar seu cabelo, sabia? – ambos riram. – Não importa o que esteja passando, pode contar comigo para desabafar, nós vamos casar, sou sua amiga acima de tudo, quero ser sua companheira.
Harry absorveu suas palavras e sentiu segurança nelas, ele sabia que apesar de Eliza mostrar total compaixão por ele, assim que ela soubesse da verdade se magoaria, e como amiga ele não queria perdê-la.
– Agora preciso ir, meu bem, vou almoçar e estudar com minhas amigas mais tarde, se cuida e eu te amo tá?
– Eu também, boa apresentação e boa sorte, beijos.
Desligou o computador e virou-se para dormir. E depois mudou-se para o outro lado. E mudou-se de novo a posição até que ficou de barriga pra cima fitando o teto. Harry não estava conseguindo pegar no sono, toda vez que fechava os olhos a imagem de Sarah aparecia instantaneamente, o sorriso dela estava impregnado em sua mente, era possível ouvir o som de sua voz pela casa como uma alucinação. Tudo se resumia a ela.
Aceitando que não conseguiria dormir, levantou-se para preparar um chá, talvez assim diminuiria a ansiedade de estar com ela. Enquanto bebia o chá, lembrou-se dos conselhos de Louis, e em quão esclarecidos eram seus argumentos, e no quanto aquilo poderia o ajudar no momento. Discou o número e esperou o mesmo atender.
– Eu espero que seja um motivo muito urgente para ter a audácia de me acordar a essa hora da madrugada, Styles, – disse Louis mal humorado.
– Desculpe, te acordei, princesa Tomlinson? – respondeu debochado.
– Seu filho da mãe! Não tem nada importante pra fazer em vez de me incomodar? Por que está me ligando a essa hora?
– Porque eu preciso conversar com alguém, e você foi o primeiro que me veio a mente.
– E por que não ligou pra sua noiva? Aposto que ela adoraria.
– É sobre isso que quero conversar, minha noiva, – disse Harry.
– Hum. – Ouviu um gemido de reprovação do outro lado da linha, como se Louis estivesse se levantando da cama. – Pode ir falando.
– Lembra da nossa última conversa sobre casamento, Eliza e sobre minha suposta paixão platônica?
– Sim, o que tem? – Louis dizia agoniado.
– Eu não quero mais me casar com Eliza, eu realmente estou apaixonado por outra e agora eu sinto que esse sentimento possa ser recíproco, que talvez a garota sinta o mesmo, sabe? E eu quero investir nessa relação, mesmo com toda dificuldade e obstáculos, eu quero tentar ser feliz ao lado dela. É com ela que meu dia fica bem, é por ela que meu coração bate descompassadamente, ela é o motivo que me faz querer acordar sorrindo e acreditar que é possível. E eu gosto dela cara, gosto de verdade, e eu sei que ela não é de parar o trânsito mas ela para tudo aqui dentro de mim.
– Nossa! – respondeu Louis, abismado. – Eu não esperava por isso cara! Mas porque ao invés de ter me ligado pra me dizer tais palavras bonitas porque não disse diretamente a ela?
– Porque ainda sou noivo, e eu quero fazer a coisa certa para não estragar as coisas. Eu sei que Eliza vai se decepcionar e ficar magoada, afinal foram 7 anos juntos e mesmo assim eu não conseguir nutrir esse amor que sinto por Sarah em menos de 4 anos, – deixou escapar.
– Então Sarah é o nome da sortuda? – perguntou Louis curioso e escutou a risada sem graça do amigo como resposta. – você não precisa dos meus conselhos, Harry, você está decidido, só precisa tomar a atitude para fazer acontecer. Primeiro de tudo, você tem a obrigação de dar uma satisfação a sua noiva, e seja o mais sincero possível. E para Sarah, se você diz ser recíproco, se declare logo para ela porque eu não aguento mais te aturar falando dela, eu também tenho uma vida, sabia? Tá achando o quê? Que vida de advogado é bagunça? – Fingiu estar bravo.
– Nenhum trabalho é bagunça, meu Boo bear, me desculpe por ligar essa hora mas você foi como uma luz em meu caminho, muito obrigado, – agradeceu.
– Não tem por onde, mas a próxima vez que me chamar desse apelido de novo eu toco fogo em seu carro. Agora me deixe dormir. – Desligou o telefone bravo, causando risos de Harry.
(...) Eva estava decidida, esperou seu bebê dormir para o pôr no berço e seguiu para seu quarto para fazer as malas. Niall, ao chegar no quarto, estranhou a movimentação e perguntou intrigado.
– Vamos a algum lugar? – comentou chamando atenção dela.
– Oi amor, você chegou do mercado? Eu iria te contar quando chegasse.
– Então, eu cheguei, por que está arrumando essa bolsa de viagem?
– Eu liguei para meu ex-marido tem uma semana, ele não quer deixar me comunicar com Sarah de jeito nenhum, então eu tenho que ir até ela. Eu não abandonei minha filha, Niall, não abandonei, – repetiu mais pra si mesma do que para o marido.
– Está tudo bem, eu te entendo, estou aqui para te apoiar, lembra? Vai ficar tudo bem. – Abraçou a esposa, que estava no chão.
– Eu vou ficar fora por 2 dias, apenas para vê-la e resolver as coisas, acha que dá conta do Theo sem mim?
– Sim meu bem, pode ficar tranquila, – disse confiante e depositou um beijo em sua testa.
(...) Sarah olhava para a parede de seu quarto o qual ficou durante 4 anos em coma, hoje seria seu último dia no hospital, já que estava de alta e poderia ir pra casa. Se vestiu com a roupa que seu pai havia separado para ela e se despediu da enfermeira Moore que havia se tornado uma amiga também, logo depois sentiu a presença de Harry na porta segurando rosas azuis. E para ela aquela cena, parecia familiar.
– Oi, – disse Harry.
– Dr. Styles, – respondeu Sarah.
– Por favor, apenas Harry. – Sorriu tímido mostrando as covinhas.
– Essas rosas são lindas! Nunca vi uma rosa azul antes, – disse ela encantada.
– Que bom que você gostou, eu comprei pra você.
– São para mim? – disse surpresa.
– Sim, são suas. Você sabia que a flor azul é conhecida por ser uma flor que representa o infinito e o inalcançável? Onde sentimentos como gratidão, respeito, admiração, desejo e amor fazem parte do seu objetivo. São os motivos pelos quais as pessoas oferecem flores na cor azul, – explicou.
– Que adorável, eu realmente adorei, muito obrigada, – disse animada e abraçou o médico, que foi pego de surpresa mas correspondeu o abraço na mesma intensidade, apertando seu corpo contra o dela e inalando o cheiro de seus cabelos ao qual perfume já havia se acostumado.
– Obrigada por tudo que fez por mim, Dr. Styles, não sei como retribuir.
– Seu bem estar já está suficiente pra mim, – respondeu ele e esperou que ela saísse da sala, e metade dele estava indo embora com ela também.
(....) Dylan olhava de relance para a filha que estava ao seu lado no carro, em nenhum momento dirigiu a palavra a ele desde que saiu do hospital, apenas encarava a paisagem através do vidro.
- Está se sentindo bem, meu anjinho? - perguntou seu pai notando sua distração.
- Sim, estou bem. - Sorriu sem mostrar os dentes. - Só estava pensando na mamãe, queria que ela estivesse aqui.
- Ei! Sua mãe tem uma outra vida agora, nós podemos dar conta disso juntos, não precisa ficar se sentindo perdida, porque eu cuido de você, - disse ele. Sarah, com a feição triste, concordou e voltou a olhar a paisagem enquanto seguiam seu caminho de volta pra casa.
(...)"Encontre-me no corredor
Acabei de sair do quarto
Me dê um pouco de morfina
Existe mais alguma coisa para fazer?
Apenas me avise
E eu estarei na porta, na porta
Esperando que você apareça
Apenas me avise
E eu estarei no chão, no chão"
Apenas três dias se passaram, tempo o suficiente para Harry mudar completamente seu humor. Seu estado era decadente, a insônia havia se tornado sua companheira a noite, não se alimentava direito, não descansava e por isso as olheiras marcavam seu rosto, ele não havia se adaptado à partida de Sarah do hospital. Toda vez que o mesmo passava no corredor e olhava para seu antigo quarto onde sempre a encontrava, um vazio formava em seu peito, um sentimento de angústia surgia quando lembrava-se dela, Harry nem teve tempo para esclarecer a ela sobre seus sentimentos, e agora que a mesma tinha ido pra casa ele havia perdido suas expectativas de vê-la novamente.
(...) Eva saiu apressada do aeroporto e pegou um táxi diretamente para sua antiga casa, uma mistura de felicidade, ansiedade e nervosismo era o que ela sentia quando seu destino se aproximava. Depois de tanto tempo iria ter sua filha nos braços outra vez, haviam mudado tantas coisas, mas o amor que sentia por sua primogênita nunca iria acabar. Pagou ao rapaz do táxi e um sentimento nostálgico a invadiu assim que pisou na grama em frente a casa. Respirou fundo e bateu na porta esperando ser atendida.
- Mamãe?