Sol do Inverno

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Capítulo 5 • O desconhecido da Avalanche

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

  Dias depois do socorro, tudo estava normalizando novamente, inclusive a neve. %Chris% havia dito para %Elsa% que acreditava que o inverno havia voltado para ficar, mas ela ainda estava achando tudo muito desconexo.
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  — Onde está o rapaz? — perguntou %Chris% sentado à cozinha com ela.
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  — Lá em cima, %Anna% foi levar a sopa dele. Se eu fizesse isso, ela congelaria.
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  — Ele já está acordado então! — %Chris% felicitou-se e só então %Elsa% percebeu que não lhe tinha dito nada.
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  — Ah sim! Verdade, eu não te avisei. Ele despertou esta manhã, pedindo para ver quem o salvou. Eu mandei o cachorro dele, afinal, foi mesmo o cachorro, mas também fui até ele... não sei por que, mas ele me causa alguma coisa...
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  %Christopher% escondeu um sorriso e %Elsa% o encarou confusa.
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  — O que é?
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  — Então encontramos aquele que vai derreter seu coraçãozinho de gelo, senhorita %Elsa%?
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  — Do que está falando?
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  — Ora, vamos, ele até que é bem-apessoado! — %Chris% zombou.
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  — AH! — %Elsa% esbravejou um gritinho e encarou maldosa ao amigo à sua frente. — Vejamos se não é o cara que é apaixonado em segredo pela minha irmãzinha há anos me dizendo esse tipo de coisa!
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  — Ei! Eu não... — ele iria retrucar, mas a expressão de %Elsa% foi firme, o fazendo concordar: — Tudo bem, eu sou. Mas, não é como se ela fosse.
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  — Vocês dois sentem prazer em fingir que não se amam, não é? — disse a mulher e em seguida prosseguiu: — Enfim! O fato é que não estou falando disso, estou dizendo que tem algo nele que me enfraquece... algo com meus poderes, entende?
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  %Christopher% a olhou extremamente surpreso e em seguida suspirou, abanando a mão no ar como se quisesse tirar aquela ideia da cabeça dela:
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  — %Elsa%, seus poderes andam uma bagunça há semanas, não vai agora dizer que é por causa dele!
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  — Eu não sei, %Christopher%! Eu só... sinto...
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  Dois dias depois de acordado, %Hélio% saiu da cama. Conheceu melhor a pousada, e embora sentisse vontade de se aproximar de %Elsa%, era %Anna% quem ele mais via e falava. Até o dia em que decidiu ler um livro na lareira, ao lado de seu cão. Sentia que estava ficando forte de novo, e %Anna% saiu com %Christopher% pela porta da pousada em conversas animadas e mal o notaram ali. Devido aos últimos acontecimentos, %Anna% disse a ele que a pousada não estava recebendo hóspedes porque os turistas não estavam vindo. A prefeitura interditou as entradas até que a situação das avalanches fosse avaliada por especialistas que vieram de fora.
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  %Elsa% chegou à recepção para organizar o quadro de chaves quando o notou ali lendo. Percebeu que o fogo da lareira estava bem alto.
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  — Gostaria de ajuda, senhorita %Elsa%? — perguntou ele ao vê-la encarar a lareira tão concentrada.
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  %Elsa% lhe direcionou o olhar quase se arrependendo no mesmo instante. Ele tinha um largo sorriso branco, lindo e perfeito. A pele escura reluzindo próxima ao fogo e não sabia se era ele ou coisa da sua imaginação, mas um forte cheiro amadeirado tomava conta do lugar. Ele era extremamente... solar.
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  — Não. Obrigada, pode... continuar sua leitura — disse sem sorrir e foi para fora da cabana.
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  Sentia uma queimação invadir seu peito, e quando olhou para a vila novamente, avistou pela primeira vez naqueles dias as copas das árvores verdejantes de novo.
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  — Mas que droga! — murmurou ela.
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  Entrou para a cabana assustada com o que havia sentido e também com o fato de novamente perceber o degelo, e %Hélio% se erguia da poltrona, estava indo até seu quarto. %Elsa% ficou parada à porta e notou que a lareira diminuiu gradativamente quando ele saiu. Ela estava maluca, tinha certeza!
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  Várias outras vezes, em pequenos momentos perto do homem, ela notou estas estranhezas. Como no dia que tudo estava novamente florido, e a montanha agora degelava com calma, e %Elsa% estava no cume de sua sempre congelada pousada observando tudo. %Hélio% surgiu ao seu lado lhe estendendo uma caneca de chá, e observando sorridente a beleza do lugar.
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  — Incrível como Winterland fica ainda mais bonita com essa mistura de gelo e flores coloridas — pronunciou ele, encarando o vilarejo, e %Elsa% o olhou de soslaio. — Mas não é aqui que dizem nevar o ano inteiro?
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  Ele já sabia do que acontecia na cidade porque a própria %Anna% lhe contou. Mas queria tanto aproximar-se de %Elsa% que não pensava em que tipo de assunto poderia puxar. A mulher era um tanto quanto fria e distante.
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  — Costumava ser. Mas não se sabe o que mudou isso.
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  — Bem... talvez seja a hora dos moradores de Winterland conhecerem um pouco do verão, não?
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  %Elsa% o encarou duvidosa. Ela ainda tinha aquela curiosidade, mas ainda temia também por sua segurança.
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  — Eu realmente não sei como puxar assunto com você — de repente %Hélio% confessou, rindo sem graça, e ela olhou para o chão a fim de desviar do olhar dele. Notou a poça de água se formando sob os pés dele.
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  — Pode começar me dizendo por que por onde você passa... — ela parou de falar no mesmo momento.
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  Ele olhou para os pés, preocupado. Sabia que aquilo poderia acontecer quando decidiu visitar o vilarejo do famoso “eterno inverno”, e sabia que talvez fosse ele a causa daquilo tudo. Mas como diria para %Elsa% sobre aquilo?
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  — Esquece... — Ela desistiu de perguntar.
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  — Bem, eu vou entrar... devo partir amanhã.
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  — Já? — perguntou ela subitamente.
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  — Sim. Eu vim para conhecer o eterno inverno ou descobrir a causa dele em Winterland, mas... aparentemente eu não poderia.
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  %Hélio% pronunciou e saiu com um sorriso triste, deixando %Elsa% ainda mais curiosa e confusa. A mulher sentiu seu peito palpitar com aquela notícia, e de repente tudo ficou frio de novo quando ele se afastou.
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  Durante a noite, %Elsa% não parava de pensar nas inúmeras vezes que estranhou o fato de %Hélio% lhe passar tanto conforto, e como %Anna% dizia que a pousada estava quente, o modo como os cristais de gelo de %Elsa% na porta derretiam, e a lareira ficava ainda mais forte na presença dele. E o fato de onde quer que ele pisasse que estivesse congelado, deixava um rastro de água. De repente, tão claro como a própria água, %Elsa% percebeu: %Hélio% era como ela, só que o oposto.
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  Levantou-se de sua cama e bateu à porta do quarto dele. Assim que ele atendeu, ela entrou eufórica perguntando:
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  — Você tem poderes!
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  — O quê? — Ele se fingiu confuso.
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  — Há quanto tempo estava a caminho da cidade? Quero dizer... As coisas aqui podem ter começado quando você estava vindo para cá!
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  — Senhorita %Elsa%, o que está dizendo?
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  %Hélio% a encarava quase surpreso, e %Elsa% entendeu que ele não falaria nada. Ela viu a lareira do quarto dele acesa e pediu para ele se afastar o máximo possível dela. E %Hélio%, sem entender o que ela faria, foi até a outra extremidade do quarto, enquanto ela se aproximou da lareira, estendendo as mãos. Mas o que %Elsa% pretendia não aconteceu.
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  — Por que.. A senhorita queria aquecer as mãos? — perguntou ele confuso e ela se levantou desesperada, dizendo:
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  — É você! É por sua causa! Você é o verão, você está expulsando o inverno!
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  %Hélio% havia sido descoberto, mas não poderia dizer a verdade. Ele caminhou lentamente até %Elsa%, os olhos dela esbugalhados na direção dele, e então, cautelosamente, ele pegou a mão dela e a encarou nos olhos:
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  — De onde tirou isso, senhorita %Elsa%?
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  A mulher sentiu suas bochechas quentes e não tinha mais dúvidas. Era ele. Só o verão poderia fazer aquilo tudo com ela e com Winterland.
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  — Você está derretendo o gelo do meu coração porque eu sou o inverno, %Hélio%.
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  Ele pigarrou e encarou confuso a mulher. Era possível que fosse ela o inverno que ele buscava para se livrar daquela maldição?
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  — Eu... eu até poderia acreditar, mas... — disse ele e então %Elsa% o interrompeu novamente:
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  — Só me diz, você é o verão? Só o verão pode me livrar do inverno eterno sem que eu morra.
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  — Talvez eu seja...
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  Os dois se mantiveram inertes encarando um ao outro. E depois de um breve momento, cada um contou sua história. %Elsa% sabia pouco da sua, já que seus pais faleceram quando ela ainda era criança, mas %Hélio% não. %Hélio% sabia de tudo e lhe disse o porquê foi até Winterland. Quando soube do eterno inverno do lugar, ele teve a esperança de que ali estaria a flor de gelo que nasceu de uma maldição há trinta anos. A mesma maldição que recaiu sobre ele deveria ter recaído sobre alguém. Ele apenas não sabia em quem. %Elsa% perguntou qual era o cerne dele, já que agora sabia que o dela era de fato a flor. E %Hélio% falou que seu cerne eram as fogueiras e por isso elas nunca se apagavam perto dele. Quando %Hélio% ficou soterrado pelo gelo quase desfalecendo, o inverno estava voltando novamente para Winterland, mas graças a %Elsa% ele sobreviveu.
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  %Elsa% soube através dele que não sabiam a origem daquela maldição e nem as razões por ela ter recaído sobre os dois, mas se um encontrasse o outro, as chances de se livrarem dela estavam garantidas. Só precisava de um beijo. Um beijo sincero. Não precisava ser um beijo de amor, mas deveria ser um beijo desejado pelos dois e consensual. Aquilo não seria difícil, se %Elsa% de fato soubesse que o queria. No momento em que %Hélio% lhe contou tudo, ela disse que precisava pensar e saiu do quarto.
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  Queria %Elsa% se livrar dos poderes? E se não se livrasse? E se ele partisse logo depois a deixando só com aquele quentinho no peito que ela sentiu por causa dele? %Elsa% tinha o dobro de medo agora. Mas foi ao ver %Anna% e %Christopher%, sentados num toco em frente à pousada, pela janela do seu quarto que ela se decidiu. A irmã e o amigo finalmente haviam se declarado. Pensou que independente do que aconteceria com ela depois do beijo, %Anna% e %Chris% mereciam ver todas as estações do ano juntos, e como eles, as pessoas da vila Winterland mereciam que aquele inverno de 30 anos se findasse. Todos ali mereciam ver de novo o que já existiu antes, e ela... ela também merecia descobrir como era o mundo com outras estações.
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  %Elsa% bateu novamente à porta do quarto de %Hélio%, que surpreso a encarou sem nada dizer. Ela entrou e fechou a porta.
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  — Eu nunca fiz isso em toda a minha vida e acho que vai ser muito estranho. Mas... eu também sinto que... eu quero que seja você.
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  %Hélio% a entendia, apesar de não ser a primeira vez dele beijando uma garota, ou melhor, uma mulher, era a primeira vez dele beijando o inverno. E não sabia se ele novamente congelaria ou se ele a derreteria. O fato é que quando as mãos quentes dele tocaram a pele fria do rosto de %Elsa%, os dois desejaram fortemente aquele beijo. E depois de selar seus lábios, ao redor dos dois uma luz azul e amarela surgiu, fundindo-se numa única luz verde. Estava quebrada a maldição. Agora, %Hélio% e %Elsa% eram pessoas comuns e não sabiam da força daquele beijo até que se encararam conscientes de que não queriam nunca mais se separar.
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Fim

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Lelen

Own, o inverno encontrou o verão <3
Queria mais um pouco desse casal numa dinâmica de casal, agora eles são só gente como a gente? HAHAHAH
E quem foi a pessoa que jogou essa maldição em cima desses dois? Coitados!

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