Sol do Inverno

Escrita porRay Dias
Revisada por Lelen

Capítulo 1 • A Lareira

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

  O tilintar das pedrinhas de cristal de gelo penduradas nas janelas do hall da pequena pousada era o vestígio da brisa de inverno. Novamente, nevaria. %Elsa% já estava tão acostumada com o clima frio e congelante de Winterland, que às vezes não compreendia quando os hóspedes reclamavam das baixíssimas temperaturas. Como era o caso naquele momento, onde o casal de jovens recém-casados acabara de passar por ela, reclamando do tempo.
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  — Senhorita %Elsa%, como consegue viver aqui o ano todo? — perguntou a mulher.
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  — Bem... eu estou acostumada. Estou aqui desde criança, então o frio não me incomoda. Na verdade... Ele faz parte de mim.
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  — Wow, senhorita %Elsa%! Que coraçãozinho gelado você tem! — o marido, abraçado à mulher, brincou e sorriu.
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  %Elsa% apenas continuou o que escrevia no caderno de reservas, sem ao menos sorrir de volta. O casal notou que a mulher não havia dado muita atenção ou que talvez não tivesse gostado da brincadeira.
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  — Er... Desculpe-me, senhorita %Elsa% — falou o homem e trocou olhares com a esposa antes de mudar o assunto: — Bem, nós gostaríamos de saber se há pranchas de ski para alugar aqui.
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  — Hm... Um momento — resmungou %Elsa% e saiu para a salinha atrás do balcão da recepção, e retornou dizendo: — %Christopher% está na cabana. Levem isso a ele.
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  Ela estendeu duas plaquinhas com números diferentes ao casal que pegou sem muito compreender. Sabiam que %Christopher% era o quebrador de gelo e quem “limpava” as ruas de Winterland, pois foi ele a primeira pessoa que o casal conheceu e que os levou até a pousada Olaf. Mas não sabiam que ele também trabalhava na pousada alguns dias da semana. O casal então saiu em direção à cabana ao lado da pousada para provavelmente pegar os aparelhos com aquelas plaquinhas em mãos.
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  %Elsa% encarou o caminho que o casal havia acabado de fazer e suspirou cansada. Aquele tipo de pergunta realmente era cansativo. Qual o problema das pessoas não entenderem que para ela, que era dona do lugar, o frio fosse tão comum quanto... respirar. Era natural, %Elsa% não sabia o que era o verão, o calor ou qualquer outro tipo de sensação que não fosse própria do inverno. O mais próximo de calor na vida de %Elsa% provinha das lareiras que acendia para aquecer os hóspedes.
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  Atenta ao caderno de reservas, %Elsa% notou que o movimento estava baixo naquele mês e até sentiu-se aliviada. Poderia quase ter um descanso, já que eram poucos os hóspedes que não se ocupavam de ficar andando na neve do lado de fora. Afinal, era por isso que as pessoas visitavam o lugarejo: pelo eterno inverno de Winterland ao longo de todo o ano.
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  Ela começou a ajeitar a lareira do hall naquela manhã. Caminhou para os fundos da pousada atrás das lenhas que ficavam armazenadas em um local seco e sem ventilação. Pegou alguns tocos e caminhou lenta entre a neve, observando a imensidão de montanhas geladas e pinheiros brancos ao redor de todo o lugar. A pousada ficava em um lugar alto, e %Elsa% tinha a vista magnífica de todo o vilarejo, das montanhas de ski e também de parte da estrada que dava acesso entre as montanhas para o vilarejo.
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  Enquanto observava os borrões de poucas pessoas no vilarejo abaixo do cume em que ficava a sua pousada, indo apressadas de um lado ao outro, fugindo do frio ou se aventurando nele, outras poucas pessoas com trenós puxados por cães mais afastadamente, enquanto observava a vida comum lá embaixo... %Elsa% caminhou devagar até entrar. Quem quer que a visse encararia a cena com estranhamento. A mulher pouco agasalhada andando como se não sentisse a brisa gelada cortar o seu rosto. %Elsa% bateu os pés no gradeado da porta dos fundos, para retirar o gelo das botas e se direcionou novamente ao hall. Colocou as lenhas na lareira, mas ao tentar acender, novamente aconteceu aquilo: sua frieza a impedia de chegar perto do fogo.
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  — Droga... O que há comigo hoje? — se perguntou baixinho.
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  Murmurou com os lábios um resmungo e levantou-se batendo as mãos na calça e esfregando uma na outra. Vestiu suas luvas que estavam no bolso e tentou novamente, mas nenhuma faísca saía. Contrariada por ter que pedir novamente a %Christopher%, pela terceira vez naquela semana, ajuda para acender a lareira, %Elsa% caminhou rumo à cabana.
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  O homem estava sentado na alta cadeira de observatório da pousada. Foi o próprio %Christopher% a colocar aquela cadeira lá e, como um salva-vidas de binóculo, observava a tudo. Muitas vezes soava o alarme de socorro a algum desavisado que caía no lago congelado ou era pego por alguma corrente de nevasca no topo da montanha. Desde que ele tivera aquela ideia, %Christopher% também se tornou um brigadista do inverno e ajudava os bombeiros com aquela pequena tarefa de observar e alertar se preciso.
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  — %Chris%! — gritou %Elsa% abaixo, o fazendo olhá-la rapidamente e sorrir.
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  — %Elsa%! Algum problema?
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  — A lareira!
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  A contrariedade era nítida na voz da mulher. Ele sabia que ela odiava pedir ajuda para aquilo, então deu uma última checada no ponto que observava antes, a estrada de acesso entre as montanhas, e depois desceu.
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  — Desculpa te pedir isso de novo, mas eu realmente não sei o que está acontecendo.
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  — Tudo bem, sabe que eu não me importo. Mas você está bem? Isso não é comum apenas quando você está passando por alguma situação? — perguntou ele preocupado, já caminhando em direção à pousada ao lado dela.
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  — Sinto-me bem, não sei realmente o que pode ser. Na verdade, tenho estado bem desanimada esta semana, mas não há um motivo para isso diretamente.
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  — Talvez você precise descansar.
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  — É, talvez seja isso... E você viu algo lá de cima? — perguntou ela, entregando a ele uma pederneira que em sua mão não funcionava.
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  — Tem algo estranho na montanha sim, %Elsa%. Parece que vai desabar um pico de gelo no meio da estrada e não deve demorar.
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  — Desabar? Mas para isso acontecer o gelo teria que estar derretendo!
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  — Exatamente. Mas, eu tenho observado a montanha e a cada dia o pico parece menor.
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  — Isso é muito sério, %Chris%. Deveríamos falar com o prefeito?
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  — Não acho boa ideia. Você sabe... A suspeita do inverno indo embora de Winterland não seria uma boa situação na vila.
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  — Hunf... — %Elsa% sorriu sarcástica. — Eu ainda estou aqui, %Chris%. Não é como se o inverno fosse embora.
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  %Elsa% pronunciou e imediatamente o fogo pegou na lareira, logo na primeira tentativa de %Christopher%. Ele sorriu para a mulher que sorriu de volta, mas logo fechou a cara e se afastou ao notar as chamas diminuírem por sua presença. E logo que se afastou, o fogo incendiou alto novamente.
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  — %Elsa%, talvez você devesse procurar ajuda de novo — pronunciou %Chris% se aproximando da mulher no sofá do hall.
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  — Ninguém pode me ajudar, %Chris%. Só o tal do verão que aparentemente... nunca me encontrará.
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Lelen

Eu vi o fandom e imaginei o desenho mesmo. E lembrei que eu shippava Elsa e Jack Frost de “A Origem dos Guardiões” IASHDOIANDAOISDNOASD
Vamos ver como o tal Hélio vai surgir na vida da Elsa e como ela vai levar isso!

Ray Dias

A história se baseia no universo de Frozen, mas é como se fosse uma “live action” do mundo fantástico. hehehe Espero que goste da fic no final, Leles ♥

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