Smooth Criminal

Escrita porPams
Editada por Jubs

Capítulo Cinco

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

“O seu amor continua mexendo comigo assim
Apenas imaginando eu consigo encher o mundo com você
Porque uma neve que cai corresponde a uma lágrima sua.”
— Miracles In December / EXO

Amanheceu e nós dois ainda estávamos na varanda conversando, %Kyuhyun% havia me contado que Minzy e ele já tinham tido em relacionamento. Eu entrei e peguei meu celular, desta vez eu tinha que bolar uma história super convincente para minha tia e para %Donghae%. Eu liguei e após o primeiro toque, tia Ana atendeu:

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— Querida estou desesperada sem notícias suas.

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— Calma tia, eu estou bem.

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— Que alívio, %Donghae% já retornou de viagem, ele disse que você não tinha aparecido na obra ontem de manhã.

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— Ele deve estar preocupado.

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— Sim, ele pensou que você tinha vindo na frente por nossa causa.

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— Oh, não. — eu respirei fundo e me sentei no sofá — Eu ainda estou em Busan, mas não se preocupe tia, eu fiquei por causa de um projeto pessoal meu.

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Me despedi da minha tia e desliguei o celular:

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— Não podemos voltar hoje. — disse ele ao entrar.

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— Não posso ficar aqui para sempre. — retruquei.

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— Amanhã à tarde, eu prometo.

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— Nada contra sua família, mas eles devem saber que eu e você não somos próximos. — eu suspirei dentando não demonstrar minha chateação.

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— É um tanto complicado eu dizer isso a eles. — ele riu baixo.

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— Isso quer dizer o que? — eu o olhei seriamente — Que eu vou ficar sendo sequestrada a cada duas semanas?

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— Não se preocupe com isso. — ele caminhou até a cozinha — Pedi uma pessoa para te proteger.

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— Ah, legal — eu dei um riso de ironia — E meus tios irão entender perfeitamente.

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— Não se preocupe, esta pessoa será tão discreta que nem você vai perceber a presença dela.

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— Só acredito vendo. — eu virei meu rosto para janela.

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Não estava animada a passar mais um dia naquela cabana, mas não podia reclamar, as horas demoraram a passar. Eu até tentei me distrair caminhando um pouco envolta da casa com o pôr do sol, mas para %Kyuhyun% não era seguro para mim ficar do lado de fora.

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No dia seguinte, segunda-feira à tarde, ele me levou ao aeroporto de Busan, enquanto eu me sentei no banco esperando, %Kyuhyun% se afastou de mim e caminhou até um homem que estava parado perto do balcão onde se comprava as passagens, ele trocou algumas palavras com o homem e retornou com um bilhete de passagem e uma mala nas mãos, eu achei estranho, mas quando ele se aproximou de mim, eu reconheci que a mala era minha:

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— Aqui está. — ele colocou a mala diante de mim e me entregou a passagem.

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— Como conseguiu pegar no albergue?

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— Não importa, seu voo sai daqui dez minutos.

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— Você não vai comigo? — perguntei.

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— Não. — ele se virou de costas e acenou com a cabeça para o homem.

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— É ele quem vai me proteger? — indaguei olhando bem para o homem estranho que estava de capuz.

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— Quanto menos souber, melhor. — ele permaneceu de costas para mim, parado olhando para o relógio.

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Dez minutos depois eu me despedi dele e fui para a plataforma onde embarcaria no avião. Quando desembarquei no Aeroporto Internacional de Incheon, liguei imediatamente para %Donghae%, expliquei meio entre linhas porque eu havia desaparecido de repente e disse que compensaria minha falta de profissionalismo. %Donghae% me disse para não ficar preocupada, ele me agradeceu por ter ligado e me disse que eu podia voltar ao trabalho na terça. Quando eu cheguei em casa, cumprimentei meus tios e fui para meu quarto, estava cansada e queria muito um momento de paz e descanso.

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“É de todo meu coração, baby, meu coração que está cheio de você.
Coloque sua mão no meu peito, está batendo
Você é tudo na minha mente, mesmo nos dias difíceis do mundo
Você me faz sentir vivo em um dia cansativo.”
— All My Heart / Super Junior

Enfim amanheceu, eu tomei meu café da manhã e fui direto para o escritório, ao chegar me acomodei na sala que %Donghae% tinha organizado para mim e comecei a trabalhar no projeto de paisagismo do restaurante do Hotel Kingdon.

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— Bom dia. — disse %Donghae% ao bater na porta que estava aberta.

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— Oi. — eu olhei e sorri.

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— Como está?

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— Bem. — eu suspirei fraco — Apesar dos contratempos.

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— Já disse para esquecer isso, está tudo bem.

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— Ok. — eu ri — Hum, tive algumas ideias para o espelho d’água, quer dar uma olhada agora?

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— Claro. — ele se aproximou da minha mesa — A propósito, antes que eu me esqueça, vamos à um jantar hoje.

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— Jantar? — eu o olhei surpresa — Alguma comemoração em especial?

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— Sim. — ele sorriu — Depois de alguns meses em negociação, fechamos uma parceria com uma das maiores construtoras de Seoul.

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— Interessante. — eu sorri de canto — Fico feliz pelo escritório.

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— É, meu pai está muito feliz. — ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado — A família dona da construtora é muito conceituada e conhecida no ramo.

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— Que bom. — eu desviei meu olhar dele para a planta do projeto que estava em cima da mesa.

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— Bem. — ele seguiu meu olhar — Vamos terminar isso.

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— Na medida do possível. — eu brinquei, tirando alguns risos dele.

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Nós passamos a manhã o resto da manhã revisando o projeto e finalizando as ideias para o jardim do hotel. Após o almoço, eu pedi ao %Donghae% para sair mais cedo. Aproveitei para ir ao shopping e comprar um vestido para o jantar.

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Quando eu cheguei ao shopping Namdaemun Market, rodei olhando algumas vitrines tentando encontrar algo que me chamasse atenção. Andei por alguns minutos, sentindo uma sensação estranha de estar sendo vigiada, mas tentei não ficar preocupada, talvez fosse pelo que tinha acontecido comigo no final de semana, ou pelo protetor invisível que %Kyuhyun% havia arrumado para mim.

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Foi quando eu encontrei bem ao fundo de uma loja de roupas sofisticadas, bem discreto e esquecido em um cabide um vestido amarelo claro de modelagem tubinho, eu o peguei e conferi a numeração, por sorte era a minha, considero que aquele vestido estava me esperando, eu experimentei no provador só para ter certeza. Ao sair fui até o caixa pagar, quando saí da loja, um homem se aproximou de mim e pegando pela mão me puxou consigo:

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— Ei! — eu tentei soltar minha mão, mas ele estava me segurando tão forte que desisti de resistir.

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Nós entramos em várias lojas até que paramos em uma loja masculina, ele me levou até o provador que ficava aos fundos da loja e entrou comigo:

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— Ei! Quem você pensa que é para me puxar até um provador aleatório? — eu reclamei segurando meu pulso.

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Ele estava olhando entre o tecido, olhou para mim fazendo sinal de silêncio. Nós passamos alguns instantes nos olhando, até que ele se certificou de algo olhando para fora do provador:

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— Me desculpe. — ele curvou um pouco a cabeça.

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— O que aconteceu?

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— Quatro homens estavam te seguindo desde que você saiu do escritório. — ele respirou fundo me olhando.

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— Hum… — eu desviei meu olhar para o espelho vendo nosso reflexo, enquanto ele permanecia me olhando — Isso está virando rotina, me seguirem.

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— Eu tentei manter distância, mas…

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— Sem problemas. — eu ri — Então você é o amigo do %Kyuhyun%?

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— Sim. — ele olhou para o espelho também e sorriu — Pode me chamar de Jinho.

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— Estava mesmo curiosa para conhecer o protetor invisível que ele tinha arrumado para mim.

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Nós rimos por um momento, ficamos mais alguns minutos esperando até que ele me levou de moto até a esquina da rua onde meus tios moravam. Eu desci da moto e ele levantou seu capacete:

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— Está em segurança agora. — disse ele dando um sorriso.

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— Gostaria de saber por quanto tempo. — eu olhei para a casa da minha tia — Bem tenho que ir.

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— Espera.

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— O que foi? — eu olhei para ele.

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— Não conte ao %Kyuhyun% que ficamos sozinhos em um provador.

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— Por que? — eu ri baixo meio curiosa.

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— Só não diga. — ele respirou fundo — Por favor.

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Eu concordei ainda intrigada e caminhei até a casa da minha tia.

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“Todo dia eu tento, eu realmente estou quase lá
Ficamos mais perto de um bom tempo, diga adeus a todas as dificuldades.”
— Sexy, Free & Single / Super Junior

%Donghae% me buscou às 7 da noite em ponto, ele me levou ao Chosun Hotel, eu ouvi dizer que a comida do restaurante dele era boa porém cara, mas enfim quem iria pagar não seria eu. Ao chegarmos, sentamos em uma mesa localizada mais ao centro do restaurante, esperamos alguns minutos até que o pai de %Donghae% chegou acompanhado de um homem, de longe eu não consegui enxergar sua face mas quando se aproximaram:

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— Que bom que já chegaram. — disse o senhor %Lee%.

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— Sim pai, não faz muito tempo. — comentou %Donghae%.

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— Quero apresentar a vocês um dos filhos do nosso sócio, %Siwon%.

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— Boa noite. — ele me olhou com um sorriso malicioso.

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— Boa noite. — %Donghae% se curvou de leve e se sentou novamente.

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Eu permaneci em silêncio tentando digerir o que tinha acabado de acontecer. %Siwon% estava sentado na minha frente agindo como se não me conhecesse, por fora eu deixava minha face transparecer estar calma e tranquila, eu seguia o ritmo do seu teatro, mas por dentro sentia meu coração acelerar com uma sensação estranha de insegurança.

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"A escuridão deste mundo te faz perder as forças?
Isso é engraçado, você está bem?
Não posso ficar aqui para e observando
Mesmo se cair e esbarrar—se inúmeras vezes, levante—se!"

— The Boys / Girls’ Generation

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