Smooth Criminal

Escrita porPams
Editada por Jubs

Capítulo Quatro

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

“Eu não tenho o manto para voar no céu
Não tenho botas que me fazem voar rápido como o vento
Apenas para lutar imprudentemente
Eu não posso parecer como em um filme.”
— Hero / Super Junior

Aos poucos eu fui acordando, tentei abrir meus olhos ver o que estava acontecendo, mas minha visão ainda estava embaçada, eu respirei fundo, senti que estava sentada em uma cadeira totalmente amarrada. Ouvi algumas vozes distantes, mas não reconhecia nenhuma, eu mantive meus olhos fechados fingindo ainda estar desmaiada, comecei a prestar atenção no que falavam:

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— Tem certeza que é ela? — disse a primeira voz, era de um homem, um pouco rouca e abafada.

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— Sim, senhor. — disse a segunda voz, era de uma mulher, meio fina e baixa, mas firme — Eles a trouxeram a poucas horas.

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Céus, ela disse poucas horas??? A quanto tempo fiquei desacordada??? E meus tios??? Eles devem estar surtando com minha falta de notícia. Finalmente eu levantei minha cabeça e fingi estar acordando:

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— Você consegue me entender? — disse o homem, ele era até charmoso, estava com uma blusa de manga de tricô gola rolê, seu olhar sereno e tranquilo.

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— Sim. — eu disse a ele — Onde estou? O que quer de mim? — eu mantive minha encenação demonstrando estar fraca, deixando minha voz baixa, olhei em minha volta percebi que estávamos em um galpão abandonado.

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— %Kyuhyun%, onde ele está? — disse o homem.

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— Uh?! — eu não entendia o porquê da pergunta se nem conhecia %Kyu% direito se só tinha o visto uma única noite. — Eu não sei.

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— Você foi vista com ele. — insistiu o homem.

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— Talvez tenha sido um mal entendido. — disse a mulher.

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— Não foi, ele defendeu ela de nós. — disse aquele homem estranho do canivete da primeira noite, eu reconhecia aquele rosto e aquela voz.

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O homem da voz rouca me olhou novamente:

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— Então diga onde ele está? — perguntou novamente alterando seu tom de voz.

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— Eu não sei. — eu sussurrei.

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— Talvez tenha sido uma coincidência. — a mulher disse — Lugar errado, hora errada.

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— Chega com isso Minzy, ela está com ele. — disse Yoonghee.

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— Presta atenção Yoonghee e se a menina não tiver nada a ver com isso? — ela olhou para o outro homem — %Siwon%, considere isso.

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Ele olhou para a mulher e depois olhou para mim:

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— Vou perguntar pela última vez. — começou ele.

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— %Siwon%, por favor. — interrompeu Minzy.

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— Onde está ele? — finalizou num tom sério e frio.

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“Eu sei que pode ser tarde agora
E eu sei que estou assumindo
Mas eu estou aqui e eu sou um super—herói
E eu posso te salvar”
— Super Hero / Lunafly

— Procurando por mim? — %Kyuhyun% chegou andando tranquilamente em nossa direção — Se queria me ver poderia ter ligado.

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Admito, ele era tão debochado quando eu, sua chegada foi surpreendente:

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— %Kyuhyun%. — %Siwon% engoliu seco, eu senti que seus olhos se enfureceram — Finalmente.

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— Solte ela. — disse %Kyu% — Seu problema é comigo.

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— Não. — ele retirou um revolver que estava atrás das costas escondido na calça.

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Assim Yoonghee retirou sua arma também, neste momento eu prendi o fôlego temendo o pior:

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— Sempre do modo mais difícil. — %Kyuhyun% sorriu de canto de fechou os punhos.

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Por mais que eu quisesse fechar maus olhos, minha vontade de saber o que ocorreria foi maior. %Siwon% atirou primeiro, %Kyuhyun% desvirou, quando Yoonghee foi atirar, %Kyuhyun% o desarmou dando um soco em sua cara e pegando sua arma, Minzy se abaixou se escondendo. Enquanto %Siwon% e %Kyuhyun% trocavam tiros, eu estava no meio do fogo cruzado tentando me desamarrar.

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“Eu sei que estive longe
Mas eu posso te salvar agora”
— Super Hero / Lunafly

Quando as balas acabaram, %Kyuhyun% aproveitou a oportunidade em que %Siwon% estava recarregando sua arma para desarmá-lo. Ambos trocaram socos e chutes, quando %Siwon% conseguiu pegar sua arma, %Kyuhyun% deu um giro seguindo de um chute na mão dele, o fazendo jogar a arma longe. %Kyuhyun% deu outro chute nele seguido de um soco o derrubando. Ele correu até mim e começou a me desamarrar:

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— Você está bem? — perguntou %Kyuhyun%.

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— Na medida do possível. — respondi.

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Assim que ele desfez o ultimo nó, ele pegou em minha mão direita e antes que %Siwon% pudesse pegar sua arma que estava longe, nós saímos correndo. Quando estávamos chegando na porta de saída, eu olhei para trás e vi que Yoonghee havia sido baleado no braço esquerdo, não pude observar mais, pois uma bala havia acertado a parede ao meu lado, era %Siwon% atirando em nós.

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Do lado de fora do galpão, corremos até a moto de %Kyuhyun% e saímos o mais rápido de lá. %Siwon% e Yoonghee entraram em um carro e começaram a nos seguir, mas %Kyuhyun% conseguiu despistá-los entrando em uma rua estreita, eu olhei para o céu, o dia já estava amanhecendo, neste momento eu pensei em meus tios e na história que contaria a eles desta vez.

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“Eu vou me levantar para enfrentar
Todas as grandezas, fatalmente
Quando estou com você
Eu fico mais forte.”
— Divine / Girls’ Generation

%Kyuhyun% nos levou para uma casa perto do Rio Nakdong, que ficava poucos quilômetros de Busan. Era uma casa antiga, os móveis velhos e gastos. Nós entramos, ele jogou as chaves da moto em uma mesinha de centro que estava frente ao sofá de madeira com estofado de couro:

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— Você está bem? — disse ele ao olhar para mim.

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— Sim, e você? — eu respirei fundo ao olhar para a face dele, seu olho esquerdo inchado com uma mancha enorme e sua boca com vestígios de sangue. — Se tiver primeiros socorros eu posso te fazer um curativo.

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— Não precisa. — ele caminhou em direção a um corredor que dava para o quarto e o banheiro.

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Eu peguei meu celular que estava no meu bolso e liguei para minha tia, a essa altura ela com certeza já havia ligado para o albergue, e não era de se esperar, minha caixa de mensagens já estava lotada e com mais de 60 mensagens no kakaotalk. Ao atender o telefone, tia me perguntou como eu estava, inventei que tinha deixado o celular no silencioso para dormir melhor. Quando desliguei, enviei uma mensagem para %Donghae% dizendo que me atrasaria na última visita à obra que seria às 9 da manhã.

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Eu olhei para frente quando desliguei o celular, %Kyuhyun% estava encostado na parede de braços cruzados me olhando:

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— Espero que não esteja esperando um agradecimento — brinquei com ele — Afinal foi você que me colocou nessa situação.

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Ele riu baixo e descruzou os braços:

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— Não estou surpreso com isso. — disse caminhando em minha direção — Conseguiu falar com sua família?

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— Sim, disse que estava dormindo.

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— Você é boa com histórias. — ele sorriu parando em minha frente.

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— Você ainda não viu nada. — eu sibilei controlando meus olhos e os desviando para o centro da sala — Quem é %Siwon%?

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— Acho que quanto menos você souber melhor. — ele se virou em direção a parte da cozinha — Está com fome?

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— Sim. — eu respirei fundo e me sentei numa cadeira de balanço que havia frente à janela, dei o impulso com meu pé direito, levantei meus pés e deixei a cadeira se mover sozinha.

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Eu olhei para a janela, o mover das árvores, minha mente estava fervendo de perguntas que por hora não seriam respondidas. Eu fechei meus olhos por um minuto, finalmente consegui sentir meu corpo cansado, não consegui abrir meus olhos de novo, me joguei no solo literalmente.

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“Meu papai me disse uma vez:
"Estando com alguém que você ama,
Vai fazer você ser uma pessoa mais forte".”
— Indestructible / Girls’ Generation

Abri meus olhos aos poucos, pude perceber que já era noite, estava deitada sobre uma cama, com certeza foi ele quem me colocou lá, me levantei e caminhei até a sala. Ele estava sentado no sofá, mantendo sua atenção voltada para fora da casa, ele apontou para a mesa de jantar e permaneceu em silêncio. Eu olhei para a mesa, tinha um sanduíche preparado, sem pensar em mais nada eu comi e tomei o conteúdo da lata de suco que estava ao lado.

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Tentei não olhar para ele, passei pela sala e saí para a varanda, me debrucei no beiral e fiquei olhando para o horizonte por um tempo. Alguns minutos depois ouvi o ranger da porta, era ele saindo. %Kyuhyun% caminhou até mim e se debruçou no beiral ao meu lado:

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— Ele é meu primo. — começou a dizer num tom baixo — Não posso contar tudo, quanto menos você souber…

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— Melhor será. — completei — Só me diga por que ele tentou te matar.

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— Eu desonrei minha família — ele suspirou fraco — Fui deserdado. — respirando fundo olhou para baixo como se estivesse para esconder suas lágrimas.

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Eu fiquei o olhando por um momento, então me virei e encostei minha mão direita sobre as dele:

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— Imagino que seja difícil para você. — eu respirei fundo procurando mais algo para dizer — Sei como é para vocês, prezam sua honra diante da família.

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— O mais louco é que não me arrependo de nada. — ele virou a cabeça e me olhou — Se fosse para voltar no tempo, faria tudo de novo.

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Neste momento percebi a tristeza no seu olhar e as lágrimas formada no canto dos seus olhos:

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— Posso fazer algo para te ajudar?

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— Sim. — %Kyuhyun% se virou para mim e segurando minha mão puxou meu corpo me abraçando — Me deixe te abraçar somente, só preciso disso. — ele sussurrou em meu ouvido.

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Fiquei surpresa com o abraço dele, e sem reação, só permaneci imóvel respirando fundo controlando as aceleradas batidas do meu coração. Confesso que nunca fui uma pessoa sensível ou emotiva, desde a adolescência as pessoas me achavam fria e distante. Mas naquele momento a única coisa que eu queria fazer era protegê-lo como ele me protegeu.

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“Este indestrutível e inquebrável
Vínculo que nunca vai se quebrar
Nossas almas são almas gêmeas (almas gêmeas)
Por exemplo,
Mesmo se parecer que você está prestes a cair de um penhasco
Eu definitivamente não vou soltar a sua mão
Indestrutível...
Porque eu vou proteger você até o fim.”
— Indestructible / Girls’ Generation

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