Sirena del Atlantis


Escrita porHels
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 7

Tempo estimado de leitura: 19 minutos

  — Serena, acorda!
  A voz alta em meu ouvido faz meu corpo sobressaltar, enquanto abro os olhos de uma vez.
  — O quê? — Olho assustada para os lados até que eu entenda o que estava acontecendo.
  — Estou aqui pra te soltar. — Jungkook, parado do meu lado esquerdo com a mão apoiada no mastro, explica.
  Pela boca solto o ar com força, fechando os olhos por um segundo.
  — Já estava na hora. — Digo, enquanto sinto o sol da manhã me atingir e aquecer o meu corpo.
  Algumas gaivotas sobrevoavam perto, fazendo barulho e acabando com a calmaria do novo dia.
  — Fique quieta aí, vou arrebentar as cordas. — Jungkook puxa uma faca de dentro da sua bota e se agacha, começando a passar a lâmina nas tiras de linho até que se arrebentem.
  — Por que aquele maldito fez isso comigo? Só por conta de uma droga de nome? O que tem de tão especial nisso? — Pergunto, e Jungkook me encara sobre os amontoados castanhos de seus cabelos. — Eu passei a noite inteira amarrada nisso aqui. O meu corpo está doendo e eu estou morrendo de fome. Você sabia que os pássaros podem te confundir com insetos quando tudo está escuro? — Encaro o pirata de forma incrédula, completamente irritada pela situação.
  — Não é só por conta de um nome. O Taehyung tem uma posição dentro desse navio e por aonde navega, é a reputação dele e ela precisa ser respeitada. Todos têm que se lembrar que ele é o Capitão. Então, se passam a chamá-lo pelo primeiro nome, com o tempo, também perdem o respeito e começam a tratá-lo como se fosse alguém qualquer da tripulação. E é por isso que você não deve chamar ele de Taehyung, e sim, de Capitão Hanna.
  — Mas você acabou de chamá-lo de Taehyung, e na taverna em que estivemos, me lembro de o Namjoon gritar o nome dele bem alto e claro. Tenho certeza que todos escutaram. — Rebato sua explicação, assim que ele liberta as minhas pernas.
  — O nome dele não é um segredo, as pessoas sabem que o Capitão se chama Taehyung. Esse não é o problema, Serena. Você por acaso prestou atenção no que eu acabei de dizer? — Jungkook se levanta e me encara, antes de começar a cortar as cordas ao redor do meu tronco. — Você precisa respeitá-lo. Apenas aqueles que são muito íntimos podem chamá-lo de Taehyung e, mesmo assim, ainda precisa haver respeito. Namjoon e eu o chamamos pelo primeiro nome porque conhecemos Taehyung desde quando ele era pequeno, nós três crescemos juntos nesse navio. Essa é a diferença entre nós e você, entendeu?
  Ele finalmente termina de me soltar, fazendo os pedaços cortados de corda caírem no chão do pequeno abrigo.
  — Isso é uma besteira. Nunca escutei tamanha idiotice antes. — Bufo, ainda irritada, enquanto esfrego minhas mãos pelas partes do meu corpo que estavam doloridas pelo aperto das cordas.
  — Você não entende porque não é uma pirata. Nossas leis são diferentes no mar. — Jungkook guarda a faca de volta na bota.
  — E não estou nenhum pouco interessada em entender. Só quero sair daqui de cima. — Resmungo e me aproximo da borda do abrigo, olhando para baixo e vendo o convés vazio. — Como vamos descer? — Encaro Jungkook sobre os ombros.
  Em um instante, ele pula para a borda do abrigo, agarrando uma das cordas das velas.
  — Do jeito mais divertido. — Jungkook estende uma mão para mim, me fazendo recuar até bater as costas de volta no mastro.
  Estou nesse navio por volta de um mês, mas já foi tempo suficiente para aprender o quanto Jungkook gosta de fazer coisas perigosas enquanto se pendura em uma corda.
  — Não vou fazer isso. E se a corda arrebentar? — O encaro com descrença, e ele fazendo o cenho, assumindo uma careta.
  — Eu já fiz isso milhares de vezes. A corda não vai arrebentar. — Sua mão continua estendida em minha direção, mas eu permaneço no mesmo lugar. Jungkook suspira. — Tudo bem, se quer continuar aí, então fique. — Ele segura a corda com as duas mãos e faz menção de saltar para fora do abrigo.
  — Não! Espera! — Grito, me sentindo apavorada com a ideia de continuar aqui.
  Jungkook me encara de canto de olho, e percebo o sorriso esperto que surge em seus lábios.
  Fecho os olhos e expiro profundamente, antes de me aproximar da borda do abrigo.
  Jungkook estende sua mão de novo para mim e, relutantemente, a pego, e com um puxão forte e ágil, ele me coloca sobre a borda do abrigo também. Os meus pés bambeiam sobre a fina linha circular, me dando a impressão de que eu iria perder o equilíbrio e cair, por isso, acabo abraçando Jungkook com exaspero, tentando não despencar. Ele ri e passa um dos braços ao redor das minhas costas, me segurando com firmeza contra ele, antes de saltar para fora do abrigo, me obrigando a fechar os olhos enquanto grito tão alto que posso acordar o navio inteiro. O vento passa rápido e forte ao nosso redor, ao mesmo tempo que o meu vestido levanta sutilmente e os meus cabelos voam para cima.
  Quando nossos pés tocam o chão, sinto minhas pernas mais moles do que mingau. E assim que Jungkook me solta, faço questão de me jogar sentada no convés, suspirando de aliviada por estar inteira.
  — Não foi tão ruim assim, não é? Com o tempo você acostuma. — Jungkook começa a prender a corda que usou para nos trazer para baixo, no final do mastro, no reforço cilíndrico.
  Não digo nada, mas o encaro furiosamente, e ele ergue as mãos como se se rendesse.
  — Certo. Vou avisar o Capitão que já te soltei. Você pode voltar para o seu quarto agora. — Ele diz, antes de se afastar e ir em direção a porta do lado esquerdo do convés.
  Com um respirar cansado, me levanto do chão e caminho até o alçapão, sentindo as minhas pernas e outras partes do corpo arderem. Eu ainda podia sentir as cordas me apertando.
  Entre muitos resmungos, finalmente consigo chegar na porta do meu quarto, a abrindo de uma vez, fazendo meu corpo cair para frente em um tropo nos pés.
  Jack, que estava sentada sobre a cama vazia de Dana, salta sentada, quase derrubando tudo que havia na pequena bandeja na sua frente.
  — Meu Deus, Serena! — Ela pula da cama, também tropeçando nos próprios pés. E Duque que antes estava na cama com ela, vem animado em minha direção, latindo.
  — Fique quieto, você! — Fecho a porta e faço um gesto de silêncio para Duque, que para de balançar o rabo e abaixa as pequenas orelhas.
  — Como você está? Está inteira? — Jack começa a me rodear, levantando as mangas do meu vestido e depois espiando por debaixo dele. — Olhe só os seus tornozelos! — Ela diz um pouco alto demais, erguendo a barra do meu vestido e depois abaixando as minhas meias, assim revelando algumas marcas avermelhadas na minha pele.
  Me afasto Jack e me sento com força no colchão da cama de Dana, fazendo o leito dentro da pequena jarra sobre a bandeja, balançar. Pego o pão seco que já estava comido, e mordo um pedaço.
  — Eu estou irritada. — Respondo, de boca cheia. — Cadê a Dana? — Olho cada canto do quarto, mas não encontro nenhum vestígio da mulher de cabelos vermelhos.
  — Ela teve que ir preparar o café com outros tripulantes. Mas deixou essa bandeja para você, caso você voltasse antes dela retornar. Ela está muito preocupada. — Jack se aproxima e apoia a mão no balaústre da cama.
  Enfio o restante do pão seco na boca, e depois tiro as minhas botas e meias de forma ruge, ficando descalça.
  — Você parece bem irritada. Tenho certeza que foi horrível passar a noite lá em cima.
  Duque se aproxima e começa a cheirar os meus pés, antes de lambê-los.
  — Mas nada vai se comparar ao que eu pretendo fazer. — Respondo, de forma baixa e maquiavélica. Em seguida, pego a pequena jarra com leite e a viro em minha boca, bebendo praticamente tudo.
  — E o que você pretende fazer? — Jack pergunta, me encarando desconfiada.
  — Um motim. — Me levanto da cama de Dana e pego Duque do chão, antes de me aproximar do beliche.
  — Um motim? — Jack quase grita. — Ficou louca? Isso não vai dar certo, Serena.
  — É claro que vai. Eu já pensei tudo. Nós roubaremos algumas armas no quarto do Namjoon e depois nos juntaremos com os prisioneiros. E quando o motim começar, tenho certeza que outros sequestrados se juntaram a nós. — Começo a subir o beliche com Duque nos braços, e Jack vem atrás.
  — Oh, meu Deus! Isso é loucura demais. — Sua voz era um pouco desesperada demais.
  — Vai dar certo. Você só precisa se acalmar um pouco. — A encaro, vendo-a parada de pé em frente ao beliche.
  — Mas nós já tínhamos um plano, se lembra? Pegamos a arma no cabaré e a usaríamos quando ancorássemos para procurar a próxima parte do mapa. Você mesma disse que os piratas estariam tão concentrados em procurar essa parte do mapa, que isso seria uma vantagem pra fugir.
  — Isso foi antes do meu castigo. — Digo a palavra de forma debochada, ao mesmo tempo que, puxo o cobertor para cima enquanto me deito no beliche. — Vai dar tudo certo, eu só preciso descansar um pouco. Nos falamos mais tarde. Esteja pronta. — Cubro minha cabeça e Duque se ajeita perto de mim.

***

  — Eu estou nervosa. — Jack sussurra do meu lado, enquanto saíamos do nosso quarto, deixando Dana e Duque dormindo para trás.
  — Mas sou eu que vou embebedar ele. — Sussurro de volta assim que começamos a caminhar pelo corredor.
  — Eu estou nervosa por você. — Jack me fita tensa.
  — Eu já disse que vamos conseguir. Só quero nos tirar logo desse navio. Um dia eles nos amarram em um mastro e no outro fazem o quê?
  — Eu nunca fui amarrada em um mastro, Serena.
  — Você entendeu o que eu quiser dizer. — Seguro em sua mão e a faço andar com mais rapidez.
  Quando saímos do corredor dos quartos femininos, trocamos alguns olhares sérios e nos separamos. Jack iria para a prisão conversar e preparar os prisioneiros para o que viria, enquanto eu iria até o quarto de Namjoon atrás da chave das celas e de algumas armas.
  Respiro fundo me sentindo extremamente nervosa, enquanto ando na ponta dos pés, passando em frente a cada uma das portas do corredor. Eu estava tão tensa quanto Jack, mas não iria desmontar isso, ou ela poderia ficar ainda mais agitada e receosa.
  Assim que paro em frente à porta do quarto que procurava, espio o corredor, me certificando de que ainda estava vazio. Como às oito horas todas as luzes do navio são apagadas e todos precisam se recolher, essa seria a hora perfeita para pôr meu plano em prática.
  Dou leves batidas na porta e espero alguns segundos, mas nada acontece, então bato de novo e agora com mais força. E quando estava prestes a bater pela terceira vez, Namjoon finalmente abre a porta.
  — Serena? O que faz aqui? — Ele coloca sua cabeça para fora do quarto, olhando para o corredor. — Eu estava prestes a tirar as minhas roupas para dormir.
  Levanto as sobrancelhas.
  — Você dorme tarde?
  Ele coça a cabeça.
  — O que foi? Aconteceu alguma coisa?
  Solto um falso suspiro.
  — Eu passei por maus bocados e gostaria de beber um pouco para desestressar. O que acha? — Tento soar ingênua como se não tivesse uma segunda intenção.
  Namjoon me encara surpreso e, logo em seguida, seus olhos passam por todo meu corpo, antes que, em silêncio, ele pense por alguns segundos.
  — Claro. Acho que posso te ajudar nisso. — Ele sorri de forma libertina, antes de dar algum espaço para que eu entre no seu quarto iluminado pelas lamparinas de óleo.
  Era sempre tão fácil, porque os homens não mudam nunca.
  Caminho até à sua cama e me sento no colchão macio, olhando de forma discreta para o baú a pouco mais de um metro de distância de onde eu estava. Havia uma chave pendurada em um molho de chaves, enfiada dentro da fechadura do baú, e isso era tudo que eu precisava hoje.
  — Eu, particularmente, não achei muito legal o que o Taehyung fez. — Namjoon diz depois de fechar a porta, me fazendo desviar a atenção do baú para ele.
  O pirata caminha até o baú velho e reforçado, o abrindo e puxando duas garrafas de rum para fora. Ele as abre e me entrega uma.
  — Você, por acaso, pensa que me engana? — O encaro com falsa severidade. — Todos vocês são piratas, e eu aposto essa garrafa de rum, que você também já fez coisas tão ruins como amarrar alguém no mastro.
  Namjoon ri, antes de dar um longo gole em sua garrafa.
  — Você me pegou, eu já fiz coisas ruins, mas poderia abrir uma exceção para uma belezura como você. — Ele me lança uma piscadela.
  — Oh, por favor! Eu não vou cair nos seus "encantos" de pirata. — Falo de forma debochada, antes de fingir beber o rum.
  Ele ri de novo, bebendo quase metade da garrafa. Acho que isso pode ser mais rápido do que eu pensava.
  — Mas não custa nada tentar, não é mesmo? — Ele ergue sua garrafa no ar e dá mais um longo gole.
  — Vai tentar para sempre então. — Finjo, de novo, tomar o rum.
  Namjoon termina a primeira garrafa e logo está puxando a segunda para fora do baú.
  — Estou começando a achar que aquele apelido de piranha vai além da sua aparência. Sua personalidade azeda pode ser como a de uma piranha mal-humorada.
  — Só porque eu não cheguei aqui dando em cima de vocês? Sugiro que pare de me comparar com uma piranha se não quiser levar uma garrafada na cabeça.
  Ele engasga com o próprio rum enquanto bebia.
  — É disso que eu estou falando, belezura. — E lá se vai a segunda garrafa de rum, fazendo a terceira surgir logo em seguida. — Você bateu em Stu duas vezes, acertou Reno com uma garrafa e chamou o Capitão de Taehyung. Talvez você seja a mais perigosa nesse navio.
  — Sou tão perigosa que passei uma noite inteira amarrada no mastro do navio. — Bufo, me sentindo um pouco irritada com a memória.
  — Não leve para o lado pessoal. Um capitão precisa fazer aquilo que é necessário. — Namjoon dá mais um gole no rum, deixando a terceira garrafa pela metade.
  Solto um som de desdém, mas não continuo com essa conversa, pois não precisava me irritar mais.

***

  Após nove garrafas e meia de rum, Namjoon já falava de forma embolada e estava jogado contra os travesseiros da sua cama.
  — Só eu... — Ele soluça. — Estou bebendo.
  — Eu também estou. Mas você é muito melhor nisso do que eu. — Rio para ele, que ri ainda mais alto.
  Namjoon balança suas mãos, fazendo um pouco do rum voar de sua garrafa, molhando o lençol branco e alguns travesseiros.
  — Ops! — Ele soluça de novo, rindo de si mesmo.
  — Esse navio está balançando muito agora, você não acha? — Pergunto, olhando ao redor de forma fingida. — Ele fica indo para os lados e depois para frente e para trás. — Começo a imitar os movimentos com os meus dedos, e Namjoon os acompanha com o olhar. — Às vezes, ele me faz ficar um pouco enjoada com tantos balanços. Você se sente assim também? — Encaro Namjoon, e ele tinha uma expressão de olhos bem abertos e a boca comprimida.
  O vejo engolir a própria saliva.
  — É... você está ficando enjoado agora? — Pergunto com falsa confusão, e ele assente. — Então, por que não dorme um pouco? Dormir sempre ajuda nos enjoos. Tenho certeza que quando você acordar, vai estar se sentindo bem melhor.
  Me inclino em sua direção e puxo a garrafa de rum da sua mão. Namjoon ainda lutava contra uma feição contorcida e a vontade de vomitar, mas acaba fazendo o que eu sugiro. Ele agarra um dos travesseiros molhados de rum e fecha os olhos.
  Coloco a minha garrava e a sua no chão, antes de cantarolar sem letra, uma música qualquer, o escutando resmungar de forma inaudível, enquanto se aconchega mais nos travesseiros. E, para minha sorte, minha voz parecia ter ajudado Namjoon a dormir mais rápido, pois logo o seu ronco de bêbado preenche o quarto.
  Sorrio triunfante e me levanto da cama, indo até o baú. Me abaixo diante dele e espio Namjoon, antes de puxar a chave da fechadura e levantar a tampa velha, vendo entre mais garrafas de rum, algumas pistolas e punhais.
  Meu sorriso fica ainda maior, por isso, me levanto empolgada e corro até porta, fazendo um pouco de barulho que logo me arrependo. De forma preocupada, encaro Namjoon, mas ele nem havia se mexido.
  Abro a porta, encontrando Jack do lado de fora como combinamos. Checo o corredor vazio e faço um gesto de mão para que ela entre. Tensa e segurando um saco marrom, ela passa para dentro do quarto, e nos aproximamos do baú, na qual começo a retirar todas as pistolas e punhais, e a jogar dentro do saco nas mãos de Jack. Quando terminamos, fechamos o baú e nos apressamos a sair do quarto.
  — Obrigada pelo rum, senhor pirata. — Falo para um Namjoon desacordado, antes de fechar a porta.
  Jack e eu atravessamos o correr de quartos masculinos e fomos direto para o alçapão da prisão.
  — Você conversou com eles? — Pergunto enquanto desço os degraus do alçapão.
  Ela assente e pega uma das lamparinas ali, iluminando o caminho que fazíamos até que estivéssemos de frente para as celas, onde, todos seguravam nas grades e nos olhavam com expectativa.
  Com um sorriso espero nos lábios, ergo o molho de chaves, deixando que eles vejam.
  — Santo Deus! Vocês conseguiram mesmo. Eu não estava botando muita fé, mas vocês conseguiram. — A mesma mulher magra que conversou conosco da última vez em que estivemos aqui, coloca seu rosto fino entre as barradas enferrujadas, parecendo não acreditar no que via.
  — Antes, preciso avisar que só soltaremos aqueles que se juntarem ao nosso motim. — Alerto e praticamente todos assentem.
  — Eu estive esperando muito por esse momento. Vou adorar ver a cara do Capitão quando iniciarmos o motim. — Um dos prisioneiros diz, sorrindo como se tivesse encontrado um tesouro.
  — Eu fui um dos que tentou fugir quando ancoramos. Pedi ajuda, mas os moradores daquela ilha tinham muito medo dos piratas para fazerem algo. — Um segundo prisioneiro fala, e alguns concordam com ele.
  — Não sei dizer se isso dará certo. — Uma prisioneira interrompe, e logo a reconheço como sendo uma antiga moradora da minha cidade natal, Marlli. Também me lembro de a ver se oferecendo para Taehyung.
  — Você não foi uma das que tentaram ficar com o Capitão? — Pergunto, franzindo o cenho.
  Ela desvia o olhar, parecendo um pouco irritada.
  — Esse é um jeito de se manter bem aqui nesse navio.
  — Mas, pelo jeito, não deu muito certo, não é? — Ela me encara ainda mais irritada. — Não estou te julgando, só estou tentando mostrar que essa é sua chance de se livrar disso. — Aponto para a cela que a prendia.
  Ela suspira pesarosa e assente.
  — Certo, então vamos fazer isso logo antes que alguém acorde e nos pegue aqui. — Com a voz coberta pelo nervosismo, Jack coloca o saco marrom no chão e pega o molho de chaves da minha mão, começando a tentar abrir uma das celas.
  Ela demora alguns segundos até encontrar a chave certa, escolhendo sete erradas antes, mas, assim que a cela se abre, Jack me encara com assombro, pois no segundo em que o primeiro prisioneiro foi solto, isso indicava que o nosso motim havia começado e não teria mais volta.

Capítulo 7
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