Sirena del Atlantis


Escrita porHels
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 11

Tempo estimado de leitura: 35 minutos

  Sinto o corpo pequeno e peludo de Duque rolar por cima do meu rosto quando um forte tranco faz tudo balançar, derrubando as coisas dentro do quarto, que se partem em baques altos, ao mesmo tempo que quase caio de cima do beliche.
  Abro os olhos de uma vez e me sento, olhando de maneira assustada ao meu redor.
  — O que foi isso? — Pergunto quando vejo Dana sair de sua cama. Ela tinha os olhos arregalados e uma expressão assustada.
  Sinto o beliche se movimentar quando Jack acorda, mas assim que ela coloca sua cabeça e uma perna para fora do beliche debaixo, o navio balança fortemente de novo, seguido de um barulho extremamente alto. Jack se desequilibra e cai para fora do beliche e algumas lamparinas desligadas também caem no chão, se partindo em vários pedaços. Dana precisou se segurar no balaústre da cama e eu tive que agarrar Duque para que ele não rolasse pelo colchão.
  Gritos começam a ressoar do lado de fora do quarto, junto de passos apressados e pesados, para segundos depois a porta ser aberta por Inez, que parecia ter se arrumado correndo, pois ainda usava uma blusa de pijama.
  — O navio está sendo atacado! — Ela avisa, e eu posso ver algumas mulheres correndo atrás dela, pelo corredor.
  — O quê?! — Jack salta do chão. — Isso de novo não, por favor! Só vivi um ataque ao Vingança, mas não gostaria de revivê-lo! — Ela leva as mãos até à cabeça de forma completamente exasperada, assim como seu olhar arregalado.
  Dana estava estática com as mãos ainda agarrando o balaústre, ela parecia ter virado uma estátua assustada.
  Outro barulho alto acerta o navio, fazendo Jack cair outra vez e todos termos que nos segurar em nossos lugares para não irmos ao chão.
  — Serena e Jack, venham comigo! Dana, vá para a prisão e se esconda, lá é o lugar mais seguro do navio agora!
  — Por que elas irão com você? — Dana finalmente tem alguma reação. Ela se levanta da cama, falando de forma apressada.
  — O navio está sendo atacado! Nós vamos precisar de toda ajuda necessária! Os mais fracos irão para a prisão! — Inez falava e olhava para o corredor repetidas vezes, como se esperasse uma carruagem passar.
  — Não! Não! É muito perigoso! Serena ainda está se recuperando de um ferimento! — Dana quase gritava.
  O semblante de Inez fica sério e ela olha mais uma vez para o corredor.
  — Eu sinto muito, Dana! Mas, nesse momento, vamos precisar de toda ajuda possível! Te prometo que elas ficarão na retaguarda, nada da linha de frente! Agora, vamos! — Ela grita sua última fala tão alto que me faz pular do beliche de cima com Duque nos braços.
  Apesar do meu machucado na panturrilha já estar secando, ainda sinto um leve incômodo com o impacto do pulo.
  — Cuide do Duque por mim, por favor! Nós voltaremos a salvo! — Deixo meu cachorrinho nos braços de Dana, antes de beijar-lhe a testa, me sentindo agradecida por ter alguém como ela se preocupando comigo nesse navio.
  Jack se aproxima incerta, mas eu a seguro pela mão e corro com ela até à porta, fazendo Inez sair.
  O lado de fora era um verdadeiro caos com muitas mulheres correndo pelo corredor. Mas o pior veio depois, já que assim que saímos da ala feminina e entramos no espaço ocupado por redes e coisas cobertas por panos, eu finalmente descobri o que havia debaixo daqueles tecidos brancos encardidos. Enormes canhões estavam sendo disparados a todo momento por piratas e tripulantes distribuídos por ali.
  — Fogo! — Namjoon grita atrás da fileira de piratas e tripulantes que manuseavam os canhões com bocas apontadas para pequenas aberturas na parede do navio, como se fossem janelinhas escondidas.
  Os disparos faziam o navio tremelicar e os estrondos eram bem altos.
  — Preparar canhões! — Namjoon grita mais um comando e logo todos começam a repetir o processo de inserirem as grandes bolas de munição e ajeitar as pólvoras.
  Mas, antes mesmo que eles tenham a oportunidade de dispararem mais uma vez, o lado esquerdo é atingido por um tiro de canhão que deixa um buraco no navio, quase acertando alguns piratas por perto, os fazendo soltarem as bolas de munição que acabam por rolarem pelo chão.
  — Vamos! — Inez grita, já perto do alçapão.
  Jack e eu corremos atrás dela até o convés superior que conseguia estar em um maior estado de caos que o andar debaixo.
  Todos aqui corriam de um lado para o outro, segurando armas e empurrando alguns canhões. Disparos de todos os lados em meio aos tripulantes que foram recrutados.
  Entre a névoa da noite escura, era possível vislumbrar um navio bem perto do Vingança, sendo iluminado apenas quando as pólvoras dos canhões e armas eram estouradas, nos permitindo enxergar nada além de sombras agitadas do outro lado.
  No convés superior, Taehyung, com as roupas amassadas e a camisa completamente aberta, deixando a grande cicatriz em seu tronco a amostra, segurava firme no leme, tentando levar o Vingança para longe do navio que nos atacava.
  — Aqui! Peguem todos! — Inez surge com mais três piratas que começavam a distribuir armas.
  — O quê?! Pra que eu preciso disso?! — Quando uma pistola é entregue para Jack, ela se desespera como se fosse a primeira vez ao segurar uma.
  — Para se defender. Não é porque irá ficar aqui atrás, que não precisa de proteção. Dessa vez, nós estamos dando e você não precisa roubar. — Inez diz apressada e me entregue uma pistola também, antes de continuar distribuindo o restante das armas.
  Jack salta para trás quando alguns piratas e tripulantes do nosso lado são acertados por tiros, e as bolas de canhão chacoalham o navio de novo e de novo, fazendo todos cambalearem.
  Taehyung forçava todo seu corpo no leme, mostrando que era um trabalho difícil conduzir o navio para longe. E no mesmo instante em que o Vingança faz uma pequena curva, ganchos afiados engancham nas bodas dele, fazendo assim, o navio inimigo se aproximar com mais rapidez para perto de nós, exatamente como Taehyung fez da vez em que invadimos o navio supostamente fantasma.
  — Hanna! Apareça, seu pirata miserável! Ou eu afundarei seu navio e matarei todos os seus vagabundos do mar! — Alguém grita do navio inimigo, mas não consigo ver nada além das sobras dentro do nevoeiro. Assim como penso que eles também não conseguiam nos ver direito.
  Não demora até que algumas tábuas, servindo de pontes, sejam apoiadas nas bordas do Vingança, interligando os navios. Então, logo homens fardados, segurando mosquetes, surgem correndo pelas tábuas.
  Os piratas do Vingança disparam desenfreadamente e acertam alguns dos homens que vão para o mar, mas eles também são acertados, fazendo com que alguns inimigos consigam entrar no Vingança.
  Os meus olhos se arregalam assim que reconheço a farda dos inimigos.
  — Por saquear, matar e sujar os mares com sua imundícia de pirata! A mando do rei Dominique XI, estou aqui para prender aquele conhecido como Capitão Hanna! E levarei toda sua tripulação de vagabundos do mar junto! — Fardado de preto e verde-escuro, um homem de roupas bem alinhadas e limpas surge por entre o nevoeiro, caminhando de forma calma pela tábua entre os navios. Com suas mãos cobertas por luvas brancas, ele segurava uma pistola e uma espada.
  O navio fica em silêncio e todos param de atirar.
  — Comodoro, Jung Hoseok! É uma honra recebê-lo em meu navio! — Taehyung salta do convés superior para o convés em que estávamos.
  Havia um grande sorriso em seu rosto de olhos cobertos por cabelos desalinhados.
  Ele caminha de forma calma - também - por entre os piratas e tripulantes, e o comodoro do rei pula para dentro do Vingança em um contraste enorme de aparência e roupas entre os dois, como da realeza para a ralé.
  — Estou aqui na sua frente agora. — Taehyung leva a mão até o canto da cintura em busca de sua pistola, ao mesmo tempo que uma espada é jogada em sua direção por Jungkook, deixando Taehyung armado de igual para igual com o comodoro.
  Taehyung dá dois passos para trás e abre os braços.
  — Prenda-me se for capaz, comodoro! Tem tentado por todos esses anos e nunca conseguiu! — Taehyung sorri desprezível, antes de se curvar em um gesto zombeteiro e exagerado de boas maneiras, o que desperta toda a fúria do comodoro que parte para cima dele, fazendo todo o navio imergir em uma guerra.
  Os tripulantes gritavam de pavor, enquanto os piratas e soldados do rei gritavam de euforia.
  As espadas de Taehyung e do comodoro se chocavam muitas vezes, fazendo o barulho das lâminas em atrito, acompanharem o som dos tiros dos mosquetes e pistolas.
  Jungkook atirava em todos que tentavam se aproximar Taehyung, impedindo que atrapalhassem sua luta. Inez, do outro lado do navio, jogava no mar a maior quantidade de soldados que conseguia, tendo a ajuda de alguns piratas por perto.
  Namjoon sobe para o convés, olhando atento para todos os lados, parecendo analisar o que acontecia antes de atacar.
  Os soldados começam a atirar em nossa direção, acertando quem estava na frente e, assim, os tripulantes começam a correr para o alçapão, quase derrubando Jack e eu, que não conseguíamos ficar paradas. Estico meu braço para ela e com esforço ela consegue segurar minha mão. Então a puxo para perto de mim, passando seu corpo por entre os tripulantes amedrontados.
  — Serena...! — Jack arregala os olhos e aponta sobre meus ombros, com o dedo tremendo.
  Tento me virar no meio do aglomerado de tripulantes e quando consigo fazer isso os meus olhos também se arregalam ao verem um soldado apontando um mosquete para Namjoon sem que ele perceba, devido ao grande caos.
  Penso em gritar, mas se eu fizer isso, então, com certeza, o soldado atiraria logo em seguida. Por isso, solto a mão de Jack e começo a andar apressada por entre os tripulantes que me empurram para trás. Me desespero quando percebo que o soldado leva o dedo até o gatilho e, em uma medida aflita, jogo minha pistola em direção à cabeça de Namjoon, fazendo o cabo acertar sua testa e impulsionar seu corpo para trás, ao mesmo tempo que, a bala passa rente ao seu rosto, tão perto que deixa uma pequena risca de sangue em sua bochecha bronzeada. Desta forma, no segundo seguinte, alguns piratas atiram no soldado quando percebem o que aconteceu.
  Me desvinculo dos últimos tripulantes que me prendiam e corro até Namjoon. Ele estava com uma marca vermelha na testa e com sangue manchando sua bochecha.
  Namjoon me encara com espanto e eu o encaro com medo de toda essa confusão no navio, sem conseguir acreditar no que quase acabou de acontecer.
  — Obrigado. — Ele pisca os olhos algumas vezes e sua voz sai baixa e assombrada.
  Não tenho tempo de respondê-lo, já que ele passa seu braço ao redor da minha cintura e me vira com rapidez, cobrindo meu corpo com o seu, enquanto atira para trás, acertando dois soldados que se aproximavam de nós com mosquetes prontos para nos matarem.
  Minha respiração falha, enquanto meus braços ficam prensados contra o tronco de Namjoon. Meu coração dispara de forma incômoda e meu sangue parecia gelado nas veias, efeito de todo o medo e ansiedade que começam a me despertar.
  Namjoon não me solta e eu inclino sutilmente a cabeça para o lado, a tempo de ver a briga que se desenrolava a poucos metros de nós, do outro lado do navio. O comodoro acerta a lateral do abdômen de Taehyung com sua espada, o fazendo cambalear para o lado e levar a mão até o corte que pinga muito sangue.
  Taehyung dispara algumas vezes contra o comodoro, tentando afastá-lo, mas ele era como uma peste que cortava o vento em movimentos rápidos e habilidosos. O sangue no corte de Taehyung escorria por entre seus dedos e sujava sua espada, fazendo as gotas deslizarem por toda a lâmina até pingarem no chão do navio.
  Ver isso me deixa em um estado caótico de exaspero, que se intensifica quando o comodoro consegue se aproximar de Taehyung. Jungkook percebe e tenta ir ajudar seu Capitão, mas ele é apanhado por alguns soldados e isso é o bastante para fazer Namjoon me soltar e ir correndo libertá-lo.
  Com mais alguns passos para trás, o corpo de Taehyung encosta na parede de madeira do convés superior. Seu peito desnudo subia e descia com rapidez, e o sangue não parava de escorrer de sua ferida, da qual ele apertava com muita força.
  Hoseok sorri de forma vil, como se sentisse o gosto da vitória e então se aproxima ainda mais de Taehyung de forma extremamente perigosa que faz meu coração e corpo temerem pelo pirata.
  Minha respiração fica surpreendentemente alta e desregular, e a pistola em minha mão tremia tanto que escorrega por meus dedos suados e cai no chão. O navio começa a balançar para os lados de forma sutil e ninguém parece perceber além de mim. Um arrepio ruim corre minha espinha e o navio balança com mais força, fazendo alguns piratas e soldados pararem e olharem espantados para o mar assim que gotas de água começam a invadir o Vingança.
  O navio parece começar a navegar sozinho, em movimentos fortes, mesmo que ninguém esteja manuseado o leme. Mais água pinga para dentro dele, agora em quantidades grandes. Um tranco abrupto faz muitos caírem para frente e para trás, como Taehyung e o comodoro. Era como se o Vingança estivesse sendo empurrado igual a um navio de brinquedo, por uma criança.
  Soldados e piratas rolam pelo convés, mas isso não acontece comigo, não sinto o meu corpo perdendo o equilíbrio; a única no meio de todos.
  O Vingança continua indo para frente e leva o navio do comodoro junto, por estarem presos através de ganchos.
  Taehyung, ainda caído no chão, aproveita da surpresa e espanto de todos, e dispara em direção ao comodoro, acertando sua coxa. O comodoro grita de dor e imediatamente sangue suja sua farda real.
  O nevoeiro começa a se dissipar, desta forma, fazendo todos verem as pequenas ondas que atingiam o navio inimigo, de forma completamente estranha.
  — Precisamos voltar! — Alguém grita, logo fazendo soldados correrem até o comodoro e o levantarem do chão. Taehyung acerta e mata dois deles, os fazendo derrubarem o comodoro já machucado.
  Mais soldados surgem e vão para cima de Taehyung para impedi-lo de continuar, porém, piratas também se aproximam e começam uma pequena confusão naquele lado. E, no meio de tudo isso, o comodoro é arrastado até à única tábua que permaneceu interligando os navios, enquanto deixava um rastro de sangue no chão. Apressados, alguns soldados atravessam a ponte improvisada com ele, em um amontoado confuso, o levando para o navio que ainda era atingido por pequenas ondas. Os demais soldados tentam voltar para seu navio também e poucos conseguem usar a tábua que sobrou, já que os piratas a jogam no mar feroz. Então, desesperados, os soldados tentam atravessar agarrados nas cordas dos ganchos, mas muitos acabam na água devido aos piratas começarem a se livrar dos ganchos também.
  Com um número muito reduzido de sobreviventes, o navio do comodoro começa a zarpar para longe, brigando com as pequenas ondas que, aos poucos, se acalmam até desaparecerem.
  Inesperadamente, sinto minhas pernas fraquejarem, me derrubando de joelhos. Minha respiração ainda estava descompassada como se eu estivesse muito cansada, o que não era mentira, pois eu sentia cada parte do meu corpo pesando.
  Minha pele é surpreendida por gotas geladas de água e quando ergo minha cabeça, vejo a forte chuva que aparece silenciosa como um bandido espreitando na noite. E, em questão de segundos, o meu corpo é complemente encharcado.
  Em meio aos piratas lançando os corpos mortos dos soldados no mar, a tripulação se acalmando enquanto tenta ajudar os feridos, verificando se havia mortos entres os piratas, minhas pálpebras começam a ficar cansadas e minha audição se torna um pouco afetada.
  Com um olhar preguiçoso, olho para frente e encontro um par de íris castanhas em minha direção. Taehyung estava sentado e encostado na parede do convés superior, a água da chuva que encharcava seu corpo, levava embora o sangue que manchava sua pele, deixando para trás apenas o corte da espada em seu abdômen. Sua boca estava entreaberta, e seu peito ainda subia e descia com rapidez, mas, mesmo em seu jeito esgotado, ele não deixava de me encarar como atenção e intensidade, como se estivesse me observando esse tempo todo.
  Em seguida, os meus joelhos cedem e não aguentam mais meu peso, assim, fazendo a parte superior do meu corpo despencar e cair, enquanto os meus olhos se fecham, me entregando completamente para essa sensação avassaladora de cansaço.
  — Eles pegaram o Jungkook! Ele não está no navio!

O COMODORO DO REI

  O comodoro estava parado em frente ao polido toucador, de onde ele havia acabado de pegar o pequeno e frágil frasco de vidro preenchido pelo conteúdo verde florescente, a qual lhe foi dado pelo feiticeiro do mar após uma proposta perigosa, mas tentadora.
  Há mais ou menos um mês, Jimin foi até as terras do rei Dominique XI fazer pessoalmente uma proposta de aliança. Ele procurou especificamente o comodoro do rei, Jung Hoseok, oferecendo a este, dois dos piratas mais procurados dos sete mares em troca de ajuda, em uma proposta que consistia em fingir uma falsa união com o Capitão Infâmia, que, no final, resultaria não só em sua prisão, como na de seu irmão também, o Capitão Hanna. Em primeiro momento, o comodoro recusou, dizendo que jamais poderia se unir a escória do mar, mas, depois de uma longa conversa com Jimin enfatizando que tudo não passava de um truque para colocar os dois piratas juntos em um mesmo lugar, Hoseok se sentiu atraído. Por anos ele vem perseguindo piratas e, mais do que qualquer outro pirata, ele ansiava capturar Hanna e Infâmia para matá-los sem quaisquer resquícios de dignidade que eles já não tinham. Portanto, foi desta forma que o comodoro acabou participando do plano de Jimin, sem saber que seria apenas mais uma peça descartável para o feiticeiro.
  De todo jeito, de fato Jimin estava disposto a entregar Hanna e Infâmia para Hoseok, porém, de uma forma diferente. A reputação do comodoro era muito conhecida por todos os lados e claro que não passaria desapercebida por Jimin, que gostaria de usar todo o ódio de Hoseok pelos piratas, a favor do seu plano.
  Em suas palavras, ele disse a Hoseok que iria atrás do Capitão Infâmia enquanto o comodoro deveria ir até Hanna, assim, com cada um de um lado, Hanna nunca suspeitaria de uma aliança entre eles, ao mesmo tempo que isso também faria Infâmia acreditar nas palavras de Jimin.
  Hoseok não estava nenhum pouco interessado em Atlantis e Jimin sabia, por isso, tudo que ele precisava era enrolar o comodoro por tempo suficiente para que Hanna e Infâmia reunissem todas as partes do mapa. Logo quando isso acontecesse, Jimin deixaria os dois piratas entrarem em uma briga e ainda empurraria o comodoro para o olho do furacão, ocupando ainda mais a atenção dos piratas e impedindo que fossem atrás do feiticeiro. Hoseok se sentiria satisfeito e acharia que Jimin cumpriu sua parte no plano. Já Hanna e Infâmia... bem, o feiticeiro não se importava se eles descobrissem a verdade depois, pois estariam mais ocupados tentando se livrar da guarda do rei - isso se não fossem mortos, que era o que Jimin desejava.
  Durante sua longa conversa com o comodoro, Jimin entregou a Hoseok um pequeno frasco com um conteúdo suspeito, mas que aparentemente era mágico, fazendo que quem o bebesse fosse incapaz de mentir por exatos dez minutos. Ou seja, a invasão ao navio do Capitão Hanna nada mais era do que uma manobra para sequestrar alguns piratas que, após serem encarcerados e obrigados a ingerirem o líquido mágico, responderiam a qualquer coisa que o comodoro perguntasse. Tudo, também, parte do plano de Jimin, que arquitetou cada mísero detalhe.
  Era simples, Hoseok precisava apenas de uma única resposta. Seria rápido e fácil para Jungkook. O pirata precisava dizer as coordenadas que Hanna iria seguir para encontrar as partes que faltavam do mapa de Atlantis. Assim, após o feiticeiro saber exatamente aonde deveria ir, o restante do plano era manter Jungkook e os outros piratas nas terras do rei, pois Jimin e Hoseok sabiam que Hanna não deixaria ninguém para trás. E uma vez que ele tentasse resgatar seus piratas, os soldados do rei atacariam seu navio e roubariam as partes do mapa que ele já havia encontrado. Desta forma, Jimin teria as partes do mapa de Hanna, saberia as coordenadas das partes escondidas e ainda daria um jeito de roubar as partes guardadas com Infâmia. Ele ficaria com tudo no final, já que havia convencido Hoseok que o momento perfeito para juntar e atacar os dois piratas, seria quando ambos fossem para o primeiro local das partes perdidas do mapa.
  E uma vez que tivesse tudo que precisava em mãos, nada mais estaria entre o feiticeiro e sua querida Atlantis, aquela que ele tanto almejava, provando a todos que era o único que deveria governar a misteriosa cidade perdida que prometia muitas riquezas e poder a quem a encontrasse. Isso tornaria Jimin maior do que Árie um dia foi, pois se ele não pôde ser nomeado um dos reis dos setes mares por ser considerado inferior a seu irmão mais velho, então ele se tornaria o rei de Atlantis e depois assumiria o comando de todos os mares à força.
  Hoseok aperta o frasco com cuidado, antes de se virar e sair do enorme quarto que ele tinha no gigantesco castelo do rei Dominique. Ele sente algum desconforto em sua coxa enfaixada, porém, durante sua vida servindo ao rei, ele já havia levado tantos tiros que com o passar do tempo, isso deixou de ser tão doloroso como foi na primeira vez.
  Imponentemente, o comodoro atravessa todos os corredores protegidos por guardas e cobertos por quadros de todas as famílias reais que já passaram pelo lugar. Ele desce as luxuosas escadas com corrimões revestidos em ouro e caminha para os fundos do castelo até entrar em uma área mais escura; em seguida, descendo mais um lance de escadas, essas, sujas e feitas de concreto. Sendo assim, logo o comodoro estava no porão do castelo, onde escondia muitas e muitas celas, algumas abrigando prisioneiros e outras apenas restos moribundos de ossos apodrecidos.
  Mas o que de fato chamava a atenção do comodoro muito bem alinhado em sua farda elegante, era a pequena fileira de cinco piratas amarradas à cadeiras velhas de madeira, no final do corredor das celas. E bem no centro da fileira, Jungkook encarava Hoseok com um olhar carregado de fúria, mas isso apenas faz o comodoro sorrir.
  Quando invadiu o Vingança de la Rainha Hanna, o comodoro sabia quem precisava sequestrar, ao menos, um dos piratas mais importantes de Hanna, alguém que conseguiria responder o que ele queria saber. E esse garoto de cabelos escuros, olhos grandes e pele suja de sangue seco, era não só um dos de confiança de Hanna, como também fazia parte da escória de piratas mais procurados pelos sete mares.
  Com passos mais lentos que o normal devido a seu ferimento de três dias atrás, Hoseok leva alguns arrastados segundos até estar de pé em frente a Jungkook. Os piratas do lado dele estavam todos amordaçados, então, tudo que podiam fazer como protesto era tentarem chacoalhar seus corpos sobre as cadeiras.
  — Parece que suas habilidades de pirata falharam um pouco. — Hoseok provoca, encarando bem Jungkook.
  — Você acha mesmo que eu ficarei aqui por muito tempo? — Jungkook balança sutilmente a cabeça e solta uma fraca risada sem humor.
  — Está esperando um resgate? — Hoseok finge pensar, deixando seu rosto sombrio ao ser iluminado pelas precárias tochas da prisão. — Pois espero que venham atrás de você, assim posso prender todos de uma só vez. Isso me poupará trabalho.
  A feição de Jungkook se endurece e se estivesse solto, ele com certeza bateria no comodoro até que este chamasse por sua mãe.
  — De qualquer forma — Hoseok levanta as sobrancelhas e expira alto —, não tenho muito tempo para perder com você. — Ele mostra o pequeno frasco que escondia em sua mão, antes de destampá-lo para, em seguida, segurar o rosto do jovem pirata e forçar o frasco contra sua machucada. — Apenas beba isso depressa.
  Jungkook tenta balançar a cabeça para os lados, mas Hoseok aperta seus dedos no maxilar dele, imobilizando sua cabeça no lugar, a erguendo, de modo que o líquido deslizasse pela garganta do jovem pirata que não tinha escolhas a não ser engolir ou se engasgar.
  O gosto do líquido verde florescente era amargo igual ao mijo de Namjoon, da qual Jungkook bebeu uma vez por engano, quando seu amigo bêbado urinou em sua garrafa de rum.
  Rudemente, Hoseok solta o rosto de Jungkook, o fazendo tossir algumas vez e depois cuspir no chão da prisão, tentando se livrar de qualquer vestígio do líquido amargo em sua boca. A saliva espeça e esverdeada atinge uma das botas elegantes do comodoro, que a fita por alguns segundos com uma expressão mal-encarada, antes de se limpar nas calças de um dos piratas amarrados.
  O comodoro joga o frasco vazio no chão, o fazendo estourar em vários pequenos pedaços.
  — Me diga, vagabundo do mar, para onde Hanna está indo? Quero saber as coordenadas exatas das localizações das partes do mapa para Atlantis. — Hoseok cruza os braços e encara Jungkook, que ri alto, achando extremamente idiota a pergunta do comodoro, pois ele jamais entregaria o seu Capitão.
  Pronto para cuspir de novo nas botas do comodoro, Jungkook abre sua boca com a resposta pronta, sabendo que conseguiria tirar Hoseok do sério com apenas três palavras: vá se foder!
  — Ele está indo para o sul do Atlântico, em direção a uma ilha solitária e escondida, onde nenhum outro mapa a não ser o que ele tem, revela sua localização. — Os olhos de Jungkook se arregalam, não entendendo como tais palavras saíram de sua boca, mas ele apenas não conseguia selar os lábios ou se conter. — A próxima coordenada só será revelada depois que Taehyung encontrar mais uma parte do mapa, é assim que as coisas funcionam. E se tudo der certo, iremos ancorar nessa ilha nos próximos dias. Ela não está muito longe.
  Um sorrio extremamente grande surge no rosto de Hoseok.
  — O que você fez comigo, maldito rato do rei! O que era aquilo que me forçou a beber? — Jungkook grita a plenos pulmões, fazendo sua voz ecoar pela prisão, quase chacoalhando as cenas, enquanto seus colegas piratas o encaravam descrentes por ele ter revelado as coordenadas do próprio Capitão.
  — Creio que nossa conversa acaba aqui. Foi muito esclarecedora. Espero que aproveite a estadia no castelo do meu rei. — Hoseok se curva educadamente para Jungkook e lhe dá as costas, afastando-se do pirata, ao mesmo tempo que escutava cada um de seus gritos, das quais ele jurava arrancar as tripas do comodoro para usá-las como enfeites de pescoço.
  Sem se importar com as ameaças ou com o desconforto em sua coxa ferida, o comodoro faz todo o caminho de volta para o seu quarto, indo diretamente até o toucador. Ele abre uma das gavetas e retira de lá uma pequena e delicada concha de cor salmão, que também havia sido dada pelo feiticeiro do mar.
  Assim como Jimin usava um espelho mágico para se comunicar com Darcy, a bruxa do pântano, essa pequena concha que serviria como meio de comunicação entre ele e o comodoro. Foi a própria bruxa quem presenteou Jimin com o objeto mágico, dando-lhe um par, em que ele não poderia ver a pessoa com quem se comunicaria, mas conseguiria escutá-la com perfeição. Então, é desta forma que Hoseok informa a Jimin sobre o que descobriu na prisão do castelo, através de Jungkook. E se o comodoro pudesse ver o sorrio tenebroso que surgiu nos lábios cheios do feiticeiro do mar, talvez ele repensasse sobre essa aliança entre ambos.

HANNA'S CABARET

  Uma respiração mais alta vinda de Serena, faz com que Taehyung a encare enquanto limpa e checa todas as suas pistolas guardadas em seu guarda-roupas; ele precisaria delas nos próximos dias. O pirata já estava a observando por, pelo menos, umas duas horas desde que toda confusão no navio acabou. Ele pediu que levassem Serena para o seu quarto após ela ter desmaiado no convés, e assim, ela permaneceu deitada na grande cama do Capitão, enquanto ele a esperava acordar.
  Taehyung se sentia cansado e irritado, havia acabado de perder piratas e alguns tripulantes, e Jungkook ainda foi sequestrado pelo comodoro. Ele poderia facilmente arrebentar as madeiras do navio, se não estivesse intrigado demais pelo que viu no convés, que nesse exato momento terminava de ser limpo, assim como o restante do navio atacado.
  Serena franze o cenho e mexe sutilmente o rosto, antes de começar a abrir seus belos olhos azuis como o oceano. Quando encara o teto do quarto, demora alguns segundos até a sonolência abandonar seu corpo e ela se sentir despertada de fato.
  Em movimentos meio vagarosos, ela se senta na cama e olha ao redor, mas, antes mesmo de reconhecer o quarto em que estava, ela encara Taehyung. No mesmo instante, seu corpo fica tenso e de forma involuntária ela agarra o lençol debaixo do seu corpo. Seus olhos varrem o pirata por completo, em especial seu torso livre de qualquer camisa, apenas com uma faixa - com a lateral manchada de sangue - ao redor do abdômen definido e bronzeado.
  — Jungkook e mais quatro dos meus piratas foram levados pelo comodoro. E você vai me ajudar a resgatá-los. — Ele destrava a pistola em sua mão, antes de girar o tambor e retirar a munição de dentro. O barulho espanta Serena por um momento.
  Serena pensa em questioná-lo, mas logo uma voz ecoa no fundo de sua cabeça e ela se lembra de ter escutado algo sobre Jungkook desaparecer do navio, antes de perder a consciência.
  — Jack e Dana...
  — Estão bem. — Taehyung responde antes mesmo que Serena tenha a oportunidade de terminar sua pergunta.
  Ele encara a garota de longas cabelos texturizados e loiros, antes de largar a pistola dentro do guarda-roupas e se aproximar de Serena, sentando-se do seu lado na cama, deixando-a em total estado de alerta.
  — Você sabe que fez aquilo no convés, não é? — Seus olhos encaram cada ponto do rosto delicado de Serena mais perto do que ela gostaria.
  Ela engole em seco.
  — Do que você está falando? — Sua voz quase falha, mas ela respira fundo e tenta se recompor.
  Taehyung sorri fechado, de forma esperta, e estreita os olhos, antes de inclinar seu rosto em direção ao de Serena, a fazendo se inclinar para trás.
  — Mais poderosa que uma bruxa. Se lembra disso? Tenho certeza que sim. — Ele volta a sua posição anterior e Serena respira aliviada. — Darcy falou sobre você já estar percebendo que é diferente, então não tente me enganar. Sei que toda aquela confusão no mar foi sua culpa. Não posso dizer com clareza o que você é, porque eu ainda não vi o principal... embora eu tenha as minhas suspeitas. Estive navegando tempo o suficiente para estar quase certo sobre o que você é.
  Serena sente os pelos dos seus braços - descobertos pela longa camisola branca ainda um pouco úmida, como seus cabelos - se arrepiarem. Ela não sabia o que dizer para Taehyung, pois realmente não conseguia explicar o que aconteceu com o mapa que ela viu, com os tubarões, ou como se sentiu estranha a ponto de desmaiar durante a invasão ao navio.
  Se tinha alguém confusão em toda essa história, esse alguém era Serena.
  — Nós estamos voltando para Suli para buscar as mulheres do cabaré. Elas irão nos ajudar no resgate.
  — E como você pretende fazer isso? — Serena pergunta, sentindo sua voz adquirir o tom normal outra vez.
  — Jule, a dona do cabaré, irá levar você e outras tripulantes até a corte do rei. Lá ela oferecerá ao comodoro e seus soldados um show particular, e enquanto as dançarinas os distraem, você e as tripulantes precisam roubar a chave da prisão e resgatar os meus piratas. Conheço o estilo do Hoseok, sei muito bem que ele manterá todos naquele buraco escondido no castelo.
  Taehyung se tornou Capitão do Vingança aos dezoito anos, após a morte do seu pai. Ele comanda o navio há sete anos, então já enfrentou quase tudo o que os mares lhe enviaram, por isso, ele pôde pensar com rapidez em um plano para o resgate.
  As sobrancelhas de Serena se levantam e seus olhos correm por todos os lados, enquanto ela se sente cética e incrédula.
  — Por que não envia os seus piratas para fazerem isso? Tenho certeza que alguém como Inez se sairia muito melhor. Você ainda nem sabe se as mulheres do cabaré irão concordar. — Serena fala um pouco apressada demais, ainda achando um absurdo a ideia de Taehyung.
  — Elas vão, pode ter certeza. — Ele ri sem humor e sem paciência, pelo nariz. — Não posso mandar os meus piratas porque todos estão com as fuças espalhadas em cartazes de recompensas. Hoseok conhece cada um deles, mas você e as novas tripulantes, não. E mesmo se ele tiver visto alguma durante a invasão, duvido que se lembre, ele estava mais preocupado em me matar.
  De novo os olhos de Serena vão até o abdômen de Taehyung, encarando a faixa manchada de vermelho. Por um segundo, ela se sente tentada a perguntar se Taehyung estava bem, mas ela desiste, pois ele não deveria ser motivo de suas preocupações.
  — Mesmo que você esteja certo, como é que nós iremos chegar na prisão? Eu não conheço o castelo do rei e também aposto que haverá muitos guardas de prontidão por todos os lados. — Serena cruza os braços, encarando Taehyung de forma séria que o faz querer rir, mas ele apenas se contém, achando encantadoramente atraente a expressão de Serena.
  — Deixe essa parte com as mulheres do cabaré, elas se encarregarão da distração para facilitar a passagem de vocês, como já falei. Apenas roubem a chave da prisão e libertem os meus piratas. — Taehyung passa a mão por seus cabelos escuros, deslizando os dedos pelos fios lisos e bagunçados, enquanto repassava o plano mentalmente para não ter erros.
  — E o que é que você vai fazer? — Ainda de braços cruzados, Serena arqueia uma sobrancelha, pensando em como Taehyung podia ser um maldito folgado que só sabia dar ordens, e isso era algo que ela só podia aceitar de seus pais.
  — Estarei esperando por vocês no navio que ficará escondido no ancoradouro abandonado da corte. Nem eu, nem os meus piratas podemos zanzar pelas ruas, ou o povo vai avisar ao rei que estamos ali. Se está com medo, não se preocupe, assim que você aparecer no ancoradouro, eu te protegerei. — Taehyung sorri cínico e Serena enruga o nariz em desgosto.
  — Eu não preciso da sua proteção. — Ela resmunga.
  — Mas precisa da minha confiança, porque mentiu para mim e iniciou um motim no meu navio. Eu te prometi dias mais divertidos e irei cumprir isso. Primeiro uma invasão e depois um resgate. — O sorriso cínico não abandona seus lábios levemente rosados, o deixando ainda mais sedutor e sem-vergonha do que habitualmente já era. — Se conseguir resgatar os meus piratas e se me levar até as partes que faltam do mapa para Atlantis, não só terá minha confiança, como terá sua liberdade de volta.
  Os olhos de Serene se arregalam mais uma vez e de novo os pelos dos seus braços se arrepiam.
  — O quê?
  — Faça isso por mim e eu pessoalmente te levo de volta para sua casa e ainda liberto quem mais você quiser. — Apesar do sorriso, as palavras de Taehyung soavam verdadeiras.
  Serena não entendia por que as pessoas eram tão obcecadas por Atlantis, algo que provavelmente era só uma lenda de marinheiro. Entretanto, de toda forma, ela não poderia desperdiçar uma oportunidade dessas. Jack e ela decidiram manter o plano de tentarem fugir quando ancorassem no primeiro local para procurar o mapa, mas até mesmo Serena tinha suas dúvidas se obteria sucesso nisso, tendo em vista que falhou em um motim.
  Serena ainda não enxergava com clareza o que estava acontecendo com ela mesma, mas, de alguma forma, ela acreditava nas palavras da bruxa do pântano. E já teve algumas provas de que existe algo estranho dentro dela, então talvez pudesse aceitar a proposta de Taehyung, e se ele estiver mentindo no final, ela simplesmente continuará tentando fugir, como vem fazendo. Nessa altura de sua situação, sequestrada e presa em um navio pirata, ela não tinha nada a perder a não ser sua vida, mas Taehyung não tentaria nada até ter todas as partes do mapa de Atlantis, e até lá, Serena já teria pensando em mil planos mirabolantes para escapar, se fosse preciso.
  — Então, temos um acordo, sirena? — Taehyung estende sua mão para Serena.
  Ela encara os dedos dele, cobertos por anéis coloridos, antes de estender sua mão também.
  — Temos um acordo, Capitão. — E assim, ambos apertam as mãos, selando uma nova união, enquanto trocam olhares desconfiados e sorrisos trapaceiros.

Capítulo 11
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