Semiapagados

Escrita porRay Dias
Editada por Lelen

Capítulo 14

Tempo estimado de leitura: 43 minutos

Te Esperando (Luan Santana)
Mesmo que você não caia na minha cantada
Mesmo que você conheça outro cara
Na fila de um banco
Um tal de Fernando
Um lance, assim sem graça
Mesmo que vocês fiquem sem se gostar
Mesmo que vocês se casem sem se amar
E depois de seis meses, um olhe pro outro:
E aí? Pois é, sei lá.
Mesmo que você suporte este casamento
Por causa dos filhos, por muito tempo
Dez, vinte, trinta anos
Até se assustar com os seus cabelos brancos.
Um dia vai sentar numa cadeira de balanço
Vai lembrar do tempo que tinha vinte anos
Vai lembrar de mim, e se perguntar:
Onde é que este cara deve estar?
E eu vou, estar te esperando nem que já esteja velhinha gagá.
Com noventa, viúva, sozinha não vou me importar.
Vou ligar, te chamar pra sair
Namorar no sofá.
Nem que seja além desta vida.
Eu vou, estar… Te esperando.

  — Esta música é outra declaração para a %Melissa%, nós supomos!
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  — Não. A história desta música tem a ver com a minha irmã! — Luan surpreendeu a todos no estúdio e até mesmo nós, e explicou: — Ela era apaixonada por um namorado e ele também por ela. Eles tiveram que se separar, o cara foi estudar fora do país, pediu ela em casamento! Nó, véio! A Fernanda pirou, ela não queria ficar sem ele, mas não queria casar também. Ela vai inclusive me matar de contar isso aqui, mas... — ele olhou para a câmera apontando e dizendo: — Achou que ia me ver passar vergonha, sozinho, né Nandinha?
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  Eu e Lucas rimos, porque tínhamos certeza que o telefone de Luan, onde quer que ele estivesse estaria tocando em ligações da irmã. Ou talvez, ele estivesse na casa dos pais fugindo dos beliscões dela.
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  — E eles terminaram. Então, um ano e meio depois eles se reencontraram. Ele tinha voltado pra ver a família, e todo mundo da mesma cidade né… Sabe como é. Ela já estava em outro relacionamento, mas, ele não. Aí os dois conversaram, e ele disse para ela que esperaria por ela mesmo que ele se casasse com outra mulher, ele aguardaria os últimos minutos no altar, por ela. E a Nanda surtou, me ligou chorando, desabafando. Temos uma cumplicidade muito bonita entre irmãos. Eu a aconselhei a fazer o que eu achava certo, e de quebra a história deles rendeu a letra da música.
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  — Sua irmã sabe disso?
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  — Sabe, sabe! Logo que eu lancei, ela já identificou com a letra e eu contei que foram eles a inspiração.
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  — E aí, o que aconteceu com eles?
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  — Ela seguiu o meu conselho: ficar com quem amava independente das dificuldades ou distância. E os dois casaram!
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  — Maravilhoso! E muito legal este programa cara! — Rick falou verdadeiramente empolgado em estar participando de tudo aquilo, e olhou para Luan pedindo: — Então, vamos pra próxima?
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Cantada (Luan Santana)
Pela luz do Sol que me ilumina
Não existe nada mais que me fascina
Que te ver chegar
Com a pele bronzeada e a boca vermelha
E este sorrisão de orelha a orelha
Vai me faltando o ar
Se este sorriso for pra mim
Eu sou o cara que tem mais sorte no mundo
Azar de quem perdeu,
Agora sou eu quem vai te queimar com meu fogo
E amanhã vai ter de novo
E às nove da manhã
Quando você acordar
E se perguntar: como foi? Como é?
A gente só saiu pra jantar, e foi ficando.
A gente saiu pra jantar e ficou pro café.

  — Depois que assumimos o nosso relacionamento publicamente, nós fomos sair para jantar antes de uma viagem que eu teria a trabalho. E… Ela chegou de batom vermelho, sorrindo largo… Daquele jeito dela, tão gostoso e envolvente. Do jeito que eu me apaixonei. E cada momento do lado dela, para mim era como se eu estivesse sonhando. E aí nós jantamos e fomos pra casa, e fomos ficando ali conversando, curtindo um ao outro, esperando o tempo passar devagar... Eu acordei atrasado às nove da manhã, com ela preparando o café! Atrasei pro show daquela noite, porque algumas horas a mais com ela me renderam atrasos para o resto do dia… — Luan riu, fez silêncio e olhou para a câmera devagar dizendo, óbvio: — Vocês já sabem de quem estou falando...
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  Sem mais comentários dele e interferências de ninguém, a cena seguiu para outra canção acústica:
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Check-In (Luan Santana)
Se quer mesmo saber
Vou te contar
Mas pensando melhor
Chega mais perto que eu vou te mostrar
Te juro pela luz da Lua Cheia
Que vai valer a pena e é uma pena você não topar
Seu beijo causou perda de memória
E outras coisas mais que eu já nem lembro agora
Nem quero lembrar
E assim que a sua roupa encostar no chão
Eu dou check out deste mundo
E check in no seu colchão
Deus fez a mulher de uma costela de Adão
Mas quando foi fazer você, fez do filé mignon.

  — Esta música é inédita! Tivemos há duas semanas uma mega, produção de lançamento dela! Algumas fãs participaram do clipe de promoção da música, e o clipe será lançado em breve. Eu escrevi “Check-In” em turnê, no primeiro semestre, mas não finalizei a música. Lancei o primeiro álbum da turnê. Antes de lançar o segundo, a música estava pronta, mas eu não queria incorporar ela naquele álbum. Guardei para o 1977. E quando foi nesta semana de lançamento, eu e o Rick achamos que a música não tem muito a ver com 1977, então ela irá oficialmente para o próximo: “Acordando o prédio”. Ambos os álbuns serão lançados simultaneamente, só que um é mais romântico, e o outro trará uma face do Luan, mais atrevido, assim podemos dizer!
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  Ouviu-se risinhos gerais e notou-se um Luan enrubescido. Como se ele fosse mesmo aquele santinho que fazia parecer...
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  — Então, “1977” e “Acordando o Prédio” serão lançados ao mesmo tempo?
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  — Há um intervalo entre um e outro, mas por serem canções muito diferentes que compõem os dois trabalhos, acredito que a galera não vai nem sentir o tempo entre os lançamentos...
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  — Luan é uma máquina de trabalho, pode reparar! É lançamento atrás de lançamento, ele não dá tempo para as pessoas respirarem. Quando você aprende a letra daquela sua favorita, vem outra no embalo e fica até difícil para o público decidir o que eles preferem. Acabam amando tudo! — era a voz do Anderson Ricardo, o Rick, empresário do Luan comentando a respeito sem aparecer diretamente onde a câmera focava, ao Luan e Bonadio olhando para algum lugar — “Check-In” não era para entrar neste documentário, mas, a Aninha achou que seria muito legal, já que estamos mostrando músicas inéditas do 1977 que será lançado logo, que nós também mostrássemos a “Check-In” para observar as reações. Mas, principalmente para deixar o gostinho na galera de curiosidade, e quero mais. Temos certeza que quando o clipe oficial e de autopromoção saírem, daqui a alguns meses, vai ser eufórico!
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  — Como tudo que vocês lançam! — Bonadio comentou à Anderson e voltou-se ao Luan: — Luan, e a história da letra? É isso que o povo quer saber de verdade, além do fim da sua novela com a %Mel%!
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  — Então... Rapaz... Eu estava na fase revoltada da turnê. Não exatamente com o meu trabalho, mas, por ter saído de casa sem resolver as questões com a %Mel%. E o Rick preparou coquetel com os músicos, a equipe… Conheci uma garota lá e me envolvi com ela, se é que me entendem...
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  Luan começou a rir envergonhado, e eu senti meu peito apertar, sendo observada por Lucas que ria enviesado.
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  — Cachorro...
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  — Você também não ficou parada, %Mel%! — Lucas o defendeu e continuamos a prestar atenção na história:
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  — Mas, na hora que… ‘cês sabem… Eu a chamei de %Melissa% e a menina ficou chateada, mas não se importou muito com aquilo lá naquele momento, mas, eu me importei. Me despedi da garota, fui embora e escrevi outra canção pensando nela. Na mulher da minha vida que eu tinha perdido. Eu escrevi cada frase fantasiando eu e a %Mel% num momento íntimo. Confessei na letra que não tinha como esquecer as sensações que ela me causou: uma delas é que todas as memórias de relações antes dela, foram apagadas. E descrevi como eu gostaria que fosse a nossa reconciliação. Com a roupa dela caindo no chão, e eu dando um check-out total deste mundo...
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  Luan disse aquilo e eu queria enfiar minha cara num buraco. Primeiro porque o Lucas não parava de me atazanar com piadas, risos e cócegas a cada situação comprometedora. Segundo, porque o Luan estava dizendo muitas coisas que não deveria em rede nacional, e eu nunca mais teria paz. Já não tinha muita, mas... Por Deus! Como um homem pode cadelar daquele jeito sem a menor vergonha?
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  — Cara! Eu confesso que eu estou realmente impressionado com a coragem, de Luan Santana em se expor deste jeito! A Ana falou no início lá um lance de “Luan estar nu”, mas mano… Eu não imaginava! — o choque do Bonadio, era o que eu também sentia, e a falta desse choque era o que havia em Luan. Sinceramente...
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  — Nem é coragem, Rick, nem é coragem! É só que, eu devo aos fãs do meu trabalho toda a transparência possível. Quando a gente pensou neste projeto, eu sabia que o material final seria intenso, porque as músicas são intensas, as composições delas foram intensas… Ou seja, tudo é muito íntimo sabe...? Se não fosse pra mostrar então, nem começássemos. E o problema é que as histórias mais loucas são das músicas de maior sucesso. Não tem muito pra onde correr...
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  Miserável. Que compromisso eu tenho com seus fãs? E como você faz isso sem me dizer? Eu estava mesmo revoltada. Ao mesmo tempo, lisonjeada. Era tão gostoso quanto detestável amar o Luan.
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  — É... mas, tu podia mentir, e escolheu ser honesto com o público. Isso é muito legal! E muito louco! Agora… Tu dispensou a menina, sem…? — a frase de Bonadio morreu dando a entender, Luan se viu numa sinuca de bico, e eu queria muito saber já que havia inflado um pouco meu ego saber aquela história.
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  Luan estava muito envergonhado. Mas, ele era assim: “comecei irei até o fim”. E eu também estava envergonhada por saber daquilo, entretanto, muito mais convencida. Adorei saber que ele não conseguia estar com outras mulheres, porque só pensava em mim. Um prazer sádico me consumiu, embora, comigo não tivesse sido muito diferente.
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  — Daquela vez sim, porque foi um choque perder o controle daquele jeito. Eu confesso que até hoje não sei o nome daquela moça. Aproveito pra pedir desculpas, aqui... — Luan riu sem graça apontando a câmera —... Depois me envolvi com outras mulheres… E não foram muitas ao longo da turnê, mas a %Melissa% ainda estava nos meus pensamentos e aí eu me aproveitei da situação mesmo. Não vou mentir! Não tem por que mentir. Eu dormi com outras imaginando que seria ela, mesmo sabendo que não era. Foi uma maneira de me sentir perto e feliz. Só que quando a realidade voltava tudo desaparecia de novo... E lá ia eu subir no palco, sangrando, cantando tudo isso...
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  — Sinceramente? Eu vou torcer pra que vocês se reconciliem logo! Agora se vai ser com roupa no chão e sei lá mais o quê… Bem, que seja da melhor forma pra vocês!
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  — Se a %Mel% me perdoar e me aceitar de volta, não interessa como vai ser o momento desde que seja pra sempre. Eu não sei viver sem ela. Levou alguns meses pra eu me lembrar do que realmente é pra vida inteira.
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  Eu queria sair da sala. Não aguentaria mais ficar naquela tortura! Só que os acordes que vieram depois, me lembraram de uma cena bem recente e eu fiquei ali, assistindo e também sofrendo...
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Mesmo Sem Estar (Luan Santana part. Sandy)
Eu ‘tô na preguiça que sempre te dá, quando olha no relógio e já passou das seis.
Eu ‘tô na playlist do seu celular, escondido na história da música três.
‘Tô no seu reflexo no espelho, no teu travesseiro, sonho, pesadelo e quando acordar eu ‘tô aí, mesmo sem estar.
‘Tô naquela fome louca de manhã, na vontade de comer besteira no café.
‘Tô naquela blusa que sei que é azul, só pra me irritar insiste em dizer que não é.
‘Tô na solidão do elevador, no teu cobertor, no filme de amor, seja onde for... Eu ‘tô aí, mesmo sem estar.
Saiba que eu sempre ‘tô aí.
Mesmo sem estar
Que tal apostar?
A gente não se fala mais por um mês.
Você vai ver que o tempo, não muda nada, nada…
Eu ‘tô aí, mesmo sem estar.

  Luan terminou de cantar e estava chorando. E eu também.
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  — Olha lá, %Mel%! Ele está chorando! Essa é aquela música do outro dia...
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  Lucas disse suspirando de amores por meu ex, e quando me viu, notou que o choro era coletivo. Me abraçou e não falou nada.
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  Tínhamos cantado aquela música juntos, tempos atrás. Na mesma sala que eu estava agora. E, embora o trecho me mostrado por Luan aquele dia fosse tão pequeno, já fazia tanto sentido! Ali, ouvindo-o cantá-la inteira eu reconhecia tudo que estava escrito.
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  — Desculpem… — Luan disse enxugando as lágrimas e explicou: — Eu estive com a %Melissa% logo que voltei, porque, precisei buscar o Miguel. E… No dia de levá-lo para casa, eu encontrei com ela de novo, e acabei mostrando o refrão desta música para ela, para o meu cunhado e meu filho. E nós três, Miguel, %Melissa% e eu cantamos juntos. Foi só o refrão, mas… Tem tanto significado nesta letra…
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  Ele olhou pra baixo, enxugou o rosto e o silêncio no estúdio era compassivo. E continuou:
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  — Quando compus “Mesmo sem estar”, eu mais uma vez pensava na %Mel%. Em casa, agora há pouco tempo. E tudo na nossa casa me lembra dela e os nossos momentos. Então eu comecei a recordar as nossas manias, as coisas que vivíamos e no fim eu percebi que mesmo longe um do outro, na hora que a gente cantou este refrão juntos… Foi como se eu nunca tivesse deixado de estar ali, e ela... Eu já sabia que nunca havia deixado de estar comigo mesmo não estando. Então essa é uma canção que começou como uma confissão de que eu sempre estive ali na nossa casa, ao lado dela mesmo quando não estava. E nas manias, no cotidiano: a música três eu sempre falei para ela que tinha a ver com a nossa história. A blusa azul, guardada no meu closet até hoje, e que ela discutia que não era azul só pra me irritar. Nossa mania de querer comer um monte de besteiras no café da manhã, e no início do namoro comíamos até o Miguel nascer e termos de dar exemplos de pais saudáveis...
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  Luan sorriu e voltou a deixar algumas lágrimas a caírem, sorrindo enquanto continuava a contar:
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  — Na preguiça que ela tem de levantar pela manhã, e ficar enrolando até dar seis horas. E eu acabava, em turnê, pra me sentir mais perto, enrolando para levantar no mesmo horário que ela. Não importasse a hora que eu tinha acordado. E quando eu fui levar meu filho em casa e nós cantamos juntos, os três, eu me despedi em seguida e nunca doeu tanto entrar num elevador e me sentir tão sozinho. Estava errado! Eu não tinha que ir embora e deixar eles ali, sabe? E aí veio a frase: “na solidão do elevador, no teu cobertor, no filme de amor, eu ‘tô aí mesmo sem estar...”. E o tempo, não mudou nada. Exatamente como diz a letra...
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  Um silêncio se fez e a luz de onde o Luan estava se apagou. A tela ficou escura e Lucas e eu, confusos. Tinha acabado? Daquele jeito? Eu estava aos prantos e de repente enquanto o nome das pessoas que produziram aquilo surgiam na tela, fotos nossas em família também eram exibidas. O Luan tinha jogado tão baixo com aquilo tudo!
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  Mas, eu estava decidida: não o aceitaria de volta por ele ter feito um apelo nacional daquela forma! Observava aquelas fotos na TV, e quando penso que acabou, ele surgiu numa gravação à parte dizendo:
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  — Eu desapareci nestes quatro meses, para preparar tudo isso, mas principalmente para não desaparecer nunca mais. Eu fui ao fundo da minha existência quando te disse que não aceitaria escolher entre você e a minha carreira. Eu fui ao fundo da razão de trabalhar em tudo isto, ter os privilégios do sucesso, de existir desta forma, quando subi nos palcos e cantava para satisfazer aos fãs, mas não me satisfazia. Eu escolhi errado, e estou disposto a fazer o que for preciso para que você compreenda que desta vez, eu sei exatamente onde e com quem eu quero estar. Pra sempre.
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  E fim. Fim da transmissão com flashes do making off rolando na tela, e uma música animada dele tocando ao fundo.
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  — %Melissa% %Costa% Santana! Se você não me disser que o que ele fez aqui foi sensacional e que vai agora correndo para os braços dele, eu juro que eu vou te matar!
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  — Lucas, não vai ser com uma legião de pessoas enchendo o meu celular, e uma demonstração pública destas, que eu vou correr para os braços dele!
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  — O quê? Não te convenceu?
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  — Eu só acho que… Eu preciso olhar nos olhos dele, Lucas. É muito fácil gravar uma declaração, se “expor” — fiz aspas com as mãos — desse jeito e esperar uma resposta!
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  — Que tipo de jogo você quer começar? Vai se torturar assim até quando? Porque não é só a ele que você tortura!
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  — Jogo nenhum! Eu quero a verdade e não um teatro!
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  — Se o que o Luan falou ali, se o que ele demonstrou e fez não foi verdadeiro para você… Então realmente não sei se você o quer de volta!
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  Lucas saiu da sala, contrariado comigo e me deixou só. Luan logo estava me telefonando, e eu senti ódio! Agora ele me ligava? Depois de sumir todo aquele tempo, simplesmente ele surgia como se nada tivesse acontecido?
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  Durante o resto do domingo eu o evitei, assim como evitei a repercussão de tudo aquilo. Twitter, Facebook, Instagram, entre celebridades e fãs o assunto era apenas um: o pedido de perdão de Luan Santana.
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  Nos trending topics da semana estavam: “#%Mel%&Luan, #HopeForLuan, #Aceita%Melissa%, #Sorry%Mel%”, fora os memes e os comentários e mensagens não só nas minhas redes sociais. Na clínica, entre pacientes, colegas de trabalho, vizinhos, o padeiro, as caixas do supermercado, na escola do Miguel, pais e professores, minha família e amigos… E como se o passado estivesse de volta: uma extensa fila de fotógrafos, jornalistas e paparazzi na minha porta.
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  Tornara-se um inferno sair e entrar em casa. E como eu ignorava a todos, não dando nenhuma declaração pública, a internet e a mídia começavam a se voltar contra mim. Como se o Luan fosse uma vítima minha. “%Melissa% %Costa% a mulher de ferro” entre outras manchetes chegaram até mim. Eu estava a ponto de surtar com tudo aquilo!
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  No sábado seguinte àquilo tudo, Fernanda me telefonou. Pediu para eu levar o Miguel ao sítio e disse que ela e a mãe estavam preocupadas comigo e em como as coisas repercutiam. Eu estava na casa dos meus pais, então, logo que saí de lá, mais ou menos no horário do almoço eu fui para o sítio da família Santana. Passei em casa e peguei algumas roupas, caso ficasse tarde voltar.
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  Miguel estava animado que voltaria a ver os avós paternos e brincava concentrado com seus brinquedos, na cadeirinha do banco de trás. Meu telefone tocou de novo, e era o Luan. Eu torcia para aquele chamado não ser uma armadilha da família dele, em preparar um encontro surpresa. Não atendi a ligação.
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  Quando chegamos ao sítio, ele não estava lá. E segundo Fernanda havia jurado, ele não sabia da minha ida e nem mesmo os havia telefonado. Deixei Miguel com o avô, e me juntei à Marta e Fernanda.
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  — %Melissa%, como está lidando com todo este assédio de novo?
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  — Olha Marta… O Luan não precisava agir dessa maneira.
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  — Ele não fez por mal, %Mel%. Meu irmão está desesperado para reconquistar a família!
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  — E mais uma vez, Fernanda, ele não mediu as consequências antes de me expor desse jeito. Nem é pelas histórias, mas muito mais pela pressão que ele impôs ao público sobre mim.
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  — Calma aí, %Mel%. O Luan não teve essa intenção de te pressionar através da mídia, não! Isso tudo está acontecendo porque você não se pronuncia.
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  — E eu sou obrigada agora a dar explicações públicas sobre os meus assuntos pessoais?
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  — Sempre foi assim, desde o início %Mel%! Você lidava com isso antes, e já sabia como funciona!
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  — Meninas! — Marta interveio ao perceber uma leve alteração de humor entre nós: — O que está em pauta aqui, não é se a %Melissa% e seu irmão vão fazer um anúncio público de suas vidas ou não, Fernanda. E é claro que você não é obrigada a acompanhar os contras da carreira do Luan, %Melissa%. Mas, entenda que você já está incluída nisso desde que se casaram. Se o Luan não tivesse feito nada daquilo e vocês tivessem voltado, depois de uma conversa íntima aos dois, o fato de reatarem já estaria lhe causando todo o transtorno deste assédio. Não se engane, você sabe disso. O que eu, e a Fernanda queremos saber é como você está se sentindo. Com tudo, desde as declarações dele até ao assédio.
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  — Depois de tanto tempo vivendo fora dos holofotes... Claro que não foi totalmente, por causa de Miguel, às vezes somos pegos tendo a privacidade invadida de novo. Afinal, ele é filho de quem é. Mas… Eu só não queria sentir que o nosso relacionamento voltou a ser um espetáculo, entende? E o que mais me irrita, é que depois de eu ter dito a ele que o amo, que o quero de volta, mas que precisava de um tempo pra reorganizar a minha mente, por todo o trauma que eu passei com a separação, o Luan simplesmente desapareceu após um beijo e quando ressurgiu foi com aquela espetacularização dos sentimentos dele!
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  — Espera… Então você falou pro meu irmão que o ama e o perdoa?
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  — Sim Nanda, no dia do aniversário da Marta!
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  — Luan não contou nada para mim! E para você, Fernanda?
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  — Apesar de nós sermos cúmplices, ele não tocou mais em assunto algum de casamento desde aquela festa. O que aconteceu, exatamente, %Mel%?
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  — Ele e eu conversamos sobre os sentimentos. Eu disse que o amava, que já tinha o perdoado, mas, que não podia apagar tudo o que aconteceu. Toda a mágoa dele contra mim, e as palavras duras. E que precisava de um tempo pra refletir se valeria o risco de voltar com ele, e nada mudar. Mas, seu irmão falou que me ama, sempre amou e quer voltar. Disse entender o mal que causou, tomou a culpa toda para si, embora eu tenha falado que a culpa era dos dois. E prometeu provar que mudou, que entende onde errou e que não deixaria a família em segundo plano, jamais. Porque esta foi sua maior falha. E depois, quando nos despedimos já em Belo Horizonte, nos beijamos. Eu o beijei na verdade. E pedi que ele tivesse calma e paciência comigo, que fôssemos devagar no recomeço para ter certeza que saberíamos lidar juntos com os problemas que surgiriam.
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  — E então, ele sumiu sem dar notícias a você e causou outro susto... — Marta concluiu sábia e decepcionada, aparentemente, com o próprio filho.
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  — Eu só não entendo porque ficar chateada com uma declaração tão linda como aquela.
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  — Fernanda, eu entendo a %Melissa% neste ponto! — minha ex-sogra interveio a meu favor — Seu irmão não resolveu as coisas entre eles. Ele apelou para uma torcida ensandecida quando deveria ter agido “entre quatro paredes” como todo casal. Para a %Melissa%, como o Luan vai comprovar que o trabalho não virá em primeiro lugar quando ele transformou um problema a dois, no próprio trabalho?
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  — É isso. — afirmei concordando com Marta.
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  Ela conversou alguns aconselhamentos comigo. Perguntou o que minha família achava, e eu disse a verdade: eles achavam que eu estava sendo muito dura comigo e com ele. Principalmente por um ressentimento de não ter tido a chance de rebater a dureza dele no passado. Como se eu estivesse me vingando subliminarmente sem perceber que feria a nós três: Luan, Miguel e eu.
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  Marta opinou sobre aquilo e quando eu começava a concordar com as palavras dela e pensar um pouco mais em Miguel com toda aquela situação, — porque embora não houvesse ofensas entre nós diante dele, o menino sentia nosso sofrimento — foi que ouvimos o barulho de um carro.
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  Estávamos na varanda de frente da casa, e quando vi Luan descer do carro surpreso em me encontrar ali, eu fiquei estática. Ele e eu nos encaramos, quando ele começou a caminhar até onde eu estava, me levantei em direção a casa. Chamei Miguel, que estava com o avô assistindo a um filme, e me despedi do meu sogro. O fazendo se despedir do avô e da tia, também. Luan entrava na sala de casa, acompanhado de sua mãe, e Miguel correu até ele.
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  — Mamãe, podemos ficar mais um pouco? — Miguel perguntou animado em ver o pai.
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  Olhei para Luan, para o meu filho, sorri e disse ao pai dele:
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  — Eu já estava de saída e preciso ir, mas se quiser pode levar o Miguel amanhã para casa. Eu trouxe roupas para ele, caso quisesse ficar. — e olhando para o meu filho perguntei: — Você quer ficar com o papai e ir embora amanhã? A mamãe não pode ficar.
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  — Não quero. Quero ir com a mamãe.
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  — Tem certeza filho? Amanhã o papai te leva pra casa! Por que não mata as saudades dele?
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  — Não. A mamãe tá triste, eu quero ficar com você.
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  Miguel começou a choramingar e Luan o beijou a testa, em seguida o entregou ao colo da avó. Ela foi com o menino para a cozinha. E eu saí em direção à varanda, Luan veio atrás de mim. Eu caminhava até o meu carro, mas Luan me pegou pela mão, de modo delicado a fim de conversar.
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  — Espera %Melissa%! Me ignorar não vai adiantar.
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  — Eu não quero falar com você e por isso estou te ignorando, porque corremos o risco de tudo acabar de uma vez se eu não tiver um tempo para passar essa raiva!
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  — Eu não entendo! Eu me declarei, eu abri o meu coração da maneira mais humilhante, para você. Escancarei pra Deus e o mundo, os meus sentimentos e você está com raiva de mim?
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  — Você não entendeu o que fez? Então reflita mais um pouco Luan, e enquanto você reflete, eu decidirei o que farei da minha vida.
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  E a nossa vida? E o Miguel? Vai mesmo jogar tudo pro alto, depois desse tempo todo separados? Você não ouviu nada do que eu te disse? Eu te amo %Melissa%! Eu te amo, caramba!
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  — Luan. Eu não tenho as respostas que você quer agora.
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  — E quando terá?
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  — Não me cobre! Você também não deu as respostas que eu queria quando foi embora!
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  — Então é isso? Você está se vingando de mim, fazendo nós dois sofrermos?
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  Marta surgiu na varanda, indicando que deveríamos conversar outra hora. Pediu para que eu entrasse para me acalmar, mas eu apenas quis ir embora. Peguei Miguel, do colo da tia, e depois de fazê-lo se despedir de todos, o coloquei no carro.
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Narração por Luan

  Ela estava impassível, colocando nosso filho no carro e eu andava de um lado para o outro. Mamãe tentando me acalmar, mas eu só queria tomar %Melissa% nos meus braços e implorar para que ela entendesse. Fiquei com muita raiva dela naquele momento por saber que se tratava de vingança. Ela entrou no seu carro e deu partida sem olhar para trás. Fernanda falava algumas coisas que eu não entendia, quando de repente corri até o meu carro para ir atrás deles. Mamãe, papai e minha irmã vieram até mim, e me impediram de dirigir.
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  — Vocês dois estão muito nervosos, filho! Se for atrás dela, poderá deixar %Melissa% ainda mais nervosa! Não é assim que se dirige! — Meu pai falou me impedindo de abrir a porta do meu carro.
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  — Seu pai está certo, filho! Acalme-se e venha conosco.
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  — Acalmar mãe? Ela está escapando das minhas mãos de novo!
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  — Luan! Cala a boca! — Fernanda disse séria e dura comigo: — Mamãe tem coisas para te falar sobre o que a %Mel% conversou conosco. Se acalma, tá legal?
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  — Vem filho, vamos entrar, conversar e depois com calma você vai atrás da sua família consertar a besteira que você fez. — mamãe me falou.
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  Segui minha família para dentro de casa e conversei com minha mãe sobre a visita de %Melissa%. Ela contou-me o que havia afligido %Mel% naquela situação toda e a partir de então eu entendi.
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  Vinha tentando contato com ela desde o dia do programa. Primeiramente pela curiosidade de saber o que ela achou. E depois, porque ao ver a proporção que aquilo tomou na mídia, nas ruas, eu imaginei que ela havia voltado a ser foco. Como %Melissa% não se pronunciava sobre o assunto e quando eu era especulado sobre ela eu também não tinha respostas, entendi que ela estava sendo perseguida de novo, desta vez de uma maneira negativa.
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  Era lógico compreender o lado dela, mas, tirando todo o assédio o que eu queria saber era dos sentimentos dela. Na verdade, saber se eu havia conseguido o que eu queria. E não pensei um minuto em como ela se sentiria sendo alvo daquilo tudo.
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  Minha mãe também contou, que o que mais a chateou foi o ar de mentira das minhas ações. Ela me beijou e eu desapareci, e quando ressurgi foi através de uma “espetacularização” de nós dois. %Melissa% estava certa de novo, mas também estava errada em dar tanta importância ao passado. Podíamos esquecer tudo e estar juntos, e felizes. Ou melhor, podíamos ter evitado que mais uma vez, no meu desespero, eu tomasse as atitudes erradas.
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  Não pude aguardar amanhecer para ir embora. Eu precisava voltar para ela. Depois de me despedir, já mais calmo, na verdade ansioso e não nervoso, eu peguei o carro e fui embora do sítio dos meus pais a fim de desfazer o mal entendido.
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Narração por %Melissa%

  Eu havia deixado Miguel na cama, quando cheguei. E Lucas também dormia em seu quarto. Fui até a cozinha, me servi de uma taça de vinho e sentei-me à sacada do meu apartamento. A noite corria em brisas frescas. E eu fiquei ali, bebericando meus próprios pensamentos. Depois de alguns minutos, tomei um banho e vesti minha camisola, embora me preparasse para dormir, não conseguia acalmar minha mente e corpo. Estava ansiosa demais para relaxar. Voltei a uma segunda taça de vinho, e fechei os olhos. Vi o rosto surpreso de Luan caminhando até mim. Senti de novo o perfume dele próximo a mim. E por mais que estivéssemos discutindo, como eu queria novamente a sua boca.
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  O vinho é o melhor cenário do esquecimento, por isso, não me vi adormecer, mas tomei um susto ao acordar: eu estava devidamente deitada em minha cama. Lucas era realmente insubstituível! Eu não poderia ter um irmão melhor. Sem dúvidas ele me encontrou dormindo de qualquer jeito, e logo levou-me ao quarto. Sorri largamente por ele.
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  Levantei despenteada, e escovei os dentes sem me preocupar com mais nada, nem mesmo o cabelo. E o cheiro de café, invadia a casa à medida que eu me aproximava da sala. Miguel não havia acordado e eu escutava os sons vindos da cozinha. Sorri ainda maior, para Lucas alcançando o campo de visão da minha cozinha americana. Porém, o sorriso que me foi devolvido estava longe de ser o de Lucas.
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  Ele me olhou apreensivo, desfazendo a calmaria de sua face. Deixou as louças em sua mão em cima da bancada e caminhou poucos passos em minha direção parando com certa distância.
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  — Bom dia %Mel%. Dormiu bem?
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  — Bom dia Luan. O que está fazendo aqui?
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  — Eu vim para cá ontem, queria conversar com você. Mas te encontrei adormecida na sacada.
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  — Cadê o Lucas?
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  Comecei a me apavorar por não me lembrar de nada. O vinho teria caído tão forte assim? Luan vestia sua calça jeans, mas estava sem camisa e descalço.
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  — Ele acordou cedo e levou o Miguel para passear.
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  — Estamos sós?
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  — Sim. — Ele riu soltando o ar, pesadamente.
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  — Luan, nós dormimos juntos?
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  — Apesar da taça com resquício de vinho que encontrei ontem em suas mãos, não se preocupe. Não foi o suficiente para uma amnésia alcóolica.
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  — Então, como entrou de madrugada na minha casa?
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  — Saí do sítio após uma conversa com minha mãe, e decidi que não podia esperar para conversarmos. Eu ainda tenho a cópia da chave do seu apartamento, lembra? — afirmei com a cabeça — Eu te coloquei na cama, e dormi ao seu lado. Observando seu sono tranquilo.
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  — Com que direito você…
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  Ele me interrompeu:
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  — Com o direito de seu marido. — E se aproximou mais de mim — Não faltei com o respeito a você, não toquei em um fio de seu cabelo e nem descumpri a sua vontade de distância corporal apesar de sofrer com isso... Apenas dividimos uma cama como tantas vezes, e só porque depois de tanto tempo vendo você dormir, eu acabei pegando no sono sem notar.
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  Ele suspirou olhando para o chão e voltou a me encarar apontando o balcão da minha cozinha:
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  — Fiz o café da manhã. Vamos comer e conversar?
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  Não sabia se deveria, mas aceitei. Sentei-me ao lado dele no balcão da cozinha, o café preparado. Tinha umas bobeiras que pelo que percebi, Luan foi buscar na padaria. E eu ri, involuntariamente. Nós nos encarávamos meio receosos, meio divertidos, e então me desarmei das mágoas. Me servi de café, e ele em seguida.
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  — Você é muito abusado, sabia?
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  — Por que?
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  — Porque deitou-se em minha cama, sem meu consentimento.
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  — Vai dizer que negaria dividir a cama comigo? — Ele falou de modo sedutor — Sério, %Melissa%? O seu azar é ter dormido tão pesado a ponto de não notar nada, nem mesmo se ouvir chamando o meu nome.
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  — Eu estava muito cansada do dia de ontem.
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  — Estou perdoado por te levar para a cama, e me apoderar do espaço vazio ao seu lado?
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  — Está! Só porque não afetou o meu sono.
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  — E de ter atrapalhado a sua vida, também estou perdoado?
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  Suspirei.
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  — Luan, eu não consigo te odiar ou ficar com raiva muito tempo de você. Eu só fico magoada com as situações que vem ocorrendo com a gente.
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  — Olha, mamãe me explicou seu ponto de vista ontem. Quero que saiba que eu jamais desejei transformar tudo num espetáculo. Eu sei que, depois do que fiz todas as minhas palavras pareceram um teatro, mas eu não medi as consequências. Eu só quis acertar de uma vez por todas os desentendimentos, para ter você de volta.
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  — Eu sei. Pensei muito ontem, quando cheguei. Talvez eu esteja sendo muito radical, mesmo...
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  — Você tem todas as razões para não acreditar que eu vá ter o controle de separar as situações. Mas, se não tentarmos de novo, como saberemos?
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  — E se tentarmos e tudo desmoronar de novo?
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  — Aí pode ter certeza, que eu largo tudo. Largo carreira, fama, tudo! Mas eu só não largo você e o nosso filho, porque de nada adianta a vida que eu tenho se vocês não estiverem ao meu lado.
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  — Eu não quis me vingar de você… — me defendi sobre a acusação que ele quase fez no dia anterior.
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  — Shiiiu... Por favor... — Luan se aproximou de mim, saindo da banqueta ao meu lado e segurou o meu rosto próximo ao seu, pedindo: — Esquece tudo, esquece o que dissemos um para o outro ontem, e há dez meses, e esquece tudo o mais que dissemos pelos quatro anos de casamento que tenha nos feito chegar à separação.
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  — Esqueço... — respondi por fim: — Eu não aguento mais carregar tudo isso dentro de mim, então, podemos recomeçar?
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  Luan não falou mais nada. Me puxou para um beijo. O beijo que nós guardávamos a sete chaves em nossos corações. E daquele beijo, fomos matar a saudade um do outro. De corpo e alma. Caminhamos ferozes até o quarto, deixando as roupas no caminho e uma mesa de café mal tocado para trás. A felicidade de viver aquele momento nos irradiava, era como se nem estivéssemos a ponto de discutir minutos antes.
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  Naquela manhã de domingo, nós recomeçamos o nosso amor. E sem falar nada para ninguém estendemos a volta de nosso casamento por três meses. Mas, é claro que as fofocas já rodeavam aqueles meses. Porém, só depois daquele tempo que aparecemos juntos publicamente: Miguel, Luan, e eu. Decidimos então, voltar à nossa casa. E tudo estava do jeitinho que eu havia deixado. Até a Berta.
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  E por falar nela, Berta ficou radiante quando soube de nós dois. Lucas ficou morando em meu apartamento. E sempre estávamos juntos, pois, a distância de uma casa para a outra que não era muita, não mudou nossa rotina tanto assim.
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  Depois daqueles três meses voltando a morar juntos, os eventos de família precisavam voltar também, e Luan quis unir as famílias num encontro de comemoração. E foi ali, que Fernanda anunciou que estava grávida. Todos nós ficamos muito felizes por ela, e eu também tinha uma notícia para dar, mas não quis tirar o foco da nova mamãe da família Santana.
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Narração por Luan

  Fernanda estava grávida. Anunciou a notícia no dia em que %Melissa% e eu demos uma festa entre as nossas famílias. Estávamos juntos de novo, há quase quatro meses. Não por mérito meu. Nunca! Mas, por mérito do nosso amor. Eu não conseguia acreditar, e a partir dali, Luan Santana trabalharia com mais calma. O foco dele seria a família, toda ela. Pais, sobrinhos, cunhado e irmã, esposa, filho, sogros… Enfim, eu já havia aproveitado a minha carreira e o meu sonho, por muito tempo. Não pararia, mas eu sabia que eles precisavam de mim por perto, e o que não desse para conciliar, não teria espaço na minha nova vida.
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  Com aquele brinde necessário, pela novidade do meu sobrinho a caminho, eu fui abrir uma garrafa de vinho. E acabei cortando o dedo, nada grave. Fui ao meu quarto, atrás dos primeiros socorros para pegar um band-aid e abri a gaveta do armário no banheiro da minha suíte, e preparei os curativos. E antes de fechar a gaveta totalmente, eu vi algo que não via há muito tempo, peguei e corri para a sala.
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  — %Mel%! %Mel%!
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  Cheguei gritando à sala, e todos me olhavam.
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  — Luan, cadê a garrafa? — Fernanda perguntou, mas não consegui responder.
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  — %Melissa%! O que é isso?
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  Levantei aquela tirinha em minha mão e todos nos olhavam assustados. Fernanda foi a primeira a perceber e começou a rir. E mamãe colocou as mãos à boca, surpresa. A mãe dela, olhava-a cúmplice, assim como o pai. E %Mel% apenas me encarava envergonhada. Ela estava escondendo aquilo por algum motivo, mas eu não conseguia entender por quê. Comecei a rir descontroladamente. Miguel no colo dela, ria também sem saber o motivo, apenas acompanhando a reação de todos.
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  — %Mel%? — perguntei de novo.
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  — Eu, você, dois filhos e um cachorro. ‘Cê topa?
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  Ela respondeu e eu corri até ela, beijando-a amorosamente. Aquela era a melhor notícia que eu podia ter. E dali pra diante foram só cumprimentos e alegrias. Miguel nos olhava confuso, então eu falei para ele: “você vai ter um irmãozinho filho!” e ele começou a gritar de alegria.
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  Abraçamos nosso pequeno tesouro, e depois de o colocar no chão, %Mel% começou a explicar o motivo de não ter contado. Eu nem quis saber! Agarrei minha esposa em meus braços e a beijei sem pudor. Nossa família gritava de alegria, e meu cunhado estourou um champanhe. O vinho que estava na cozinha? Eu nem sei se pegaram ou se beberam! Nem me liguei em copos ou taças, eu só queria uma coisa: os beijos da mulher da minha vida, mãe dos meus dois filhos. Eu só queria aquele momento, em família, feliz, pro resto da minha vida.
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Fim

N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖


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Lelen

Oown, achei a história toda lindinha demais 🥺 🥺
Mas vou te dizer, eu tava com medo do final porque tava no meio do capítulo e AINDA TAVA TENDO DISCUSSÃO ENTRE OS DOIS, IMAGINA MEU DESESPERO? 😂 😂 😂
Mas deu tudo certo, oremos.
Amei que Miguel é um menino abençoado e ficou todo feliz por ter sido promovido a irmão mais velho, é preciosa demais essa criança ♥
Eu nem curto Luan Santana (só sabia as músicas que eu ouvia na rádio, mas não ouço mais rádio kkkk), mas com essa fic eu quase me convenci que gosto dele 😂
Já fica aí o gostinho de saudade <3

Ray Dias

Lelen, muito obrigada por ler e acompanhar a fanfic como sempre <3 E depois, pega essas músicas pra ouvir e me diz o que acha! Te espero na próxima! ♥ Obrigada mil vezes!

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