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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Sangue e Chocolate

Escrita porPams
Revisada por Natashia Kitamura

História inteiramente escrita por Pâms.


4 • Macarrons

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

Wick House, Chicago

  %Alice% passou todo o caminho em silêncio. Não consegui dizer quem eu era e nem tive tempo para isso, pois os seguranças apareceram atirando e tive que tirá-la de lá o mais rápido possível. Eu poderia deixá-la no hotel em que se hospedou, mas agi no impulso levando-a para minha casa. Assim que estacionei o carro na garagem, abri a porta do carona para que ela saísse. Seu olhar permanecia assustado para mim e não a condenava por isso, um desconhecido que a amiga levou para seu apartamento agora estava a sua frente com uma arma na bainha da calça.
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  — Bem-vinda à minha casa. — eu disse, assim que ela finalmente saiu do carro.
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  — Poderia ter me deixado no hotel em que estou. — ela manteve o tom baixo, observando tudo com discrição.
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  — Achei que fosse mais seguro ficar aqui esta noite. — expliquei com um argumento raso — Mas se quiser, eu posso…
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  — Não, está tudo bem. — ela me olhou, então desviou sua face para a porta de entrada pela cozinha.
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  Era de vidro e meu gato estava do outro lado nos observando. Eu peguei minha maleta de armas no banco de trás e a guiei para dentro. Passamos pela cozinha e parei por um momento para trocar a ração da tigela de Boris, logo fiquei em paralisia ao ver ela afagando meu gato como se fossem íntimos. O que me deixou embasbacado.
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  — Sua casa é muito bonita. — disse ela, assim que percebeu minha atenção em si.
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  Se levantou e continuou olhando ao redor discretamente.
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  — Obrigado. — eu me voltei para o corredor — Segundo quarto à direita, pode descansar lá.
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  — Agradeço. — ela peço o troféu que havia deixado no chão, enquanto afagava Boris e se voltou para o corredor.
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  — Tem toalhas limpas no banheiro. — avisei — Está com fome?
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  — Um pouco. — respondeu ela.
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  Assenti observando-a até que desaparecesse em meu campo de visão, então segui até a porta do porão e desci as escadas. Guardei minha maleta e retirei o celular do bolso. Havia algumas mensagens do meu amigo perguntando o que tinha acontecido e o motivo de eu não ter terminado o serviço. Voltei o aparelho para o bolso e abri meu armário de ferramentas. Minuciosamente coloquei cada uma em seu devido lugar e encaixei a maleta da parte inferior com as outras.
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  Ao voltar para a cozinha, Boris já estava finalmente devorando sua ração. Me aproximei do corredor e ouvi o barulho do chuveiro ligado, então me aproximei da cozinha para preparar algo. Eu nunca havia experimentado a posição de um anfitrião. Minha família sempre foi desgarrada e nossos encontros aconteciam em algum Continental. %Alice% estar ali era uma novidade surpreendente que eu jamais imaginei viver, mas no fundo estava ansioso a cada segundo.
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  — Seu chuveiro é muito bom. — comentou ela, ao aparecer na cozinha, depois de alguns minutos.
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  — Sim. — eu voltei meu olhar para ela e logo percebi seus cabelos molhados.
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  Reconheci minha blusa de moletom com o símbolo da Slytherin em seu corpo. Algo que me deixou paralisado, principalmente por suas pernas à mostra. Engoli seco e voltei a olhar para a panela no fogão, sentindo meu coração acelerado. Precisava ter foco.
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  — Espero que esteja confortável agora. — comentei, terminando de preparar o espaguete à bolonhesa que inventei fazer.
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  — Sim, agora estou. — senti sua movimentação se aproximando — Nunca imaginei que alguém como você fosse fã de Harry Potter.
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  Ela pareceu prender o riso.
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  — Impressionada? — eu desliguei a trempe do fogão e a olhei — Saiba que meu personagem favorito é o Snape.
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  — Um tanto quanto estranho para mim. — admitiu.
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  — Poderia definir “alguém como eu”? — indaguei curioso.
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  — Alguém misterioso que atira muito bem e pareceu estar ameaçando o senhor Magnus. — respondeu ela detalhando seus pensamentos sobre mim — Ainda me deve uma resposta.
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  — Um dia te responderei. — brinquei de leve e me aproximei do armário para pegar os pratos.
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  Ela continuou a me observar colocando as coisas em cima da bancada de refeições próximo ao fogão. Então assentando-se na banqueta, agradeceu pelo alimento e deu a primeira garfada.
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  — Então? — perguntei curioso.
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  — Nada mal. — ela sorriu de leve — Cozinha tão bem quanto atira. 
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  Sua associação me fez rir de imediato.
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  — Está mesmo gostoso? — mantive um olhar desconfiado.
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  — Sim, acredite. — confirmou ela, com um olhar sincero — Não estou te bajulando.
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  — E não está com medo de mim? — debrucei sobre a bancada mantendo o olhar fixo nela.
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  — Eu deveria, não é? — ela retribuiu o olhar.
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  — A maioria ficaria. — respondi.
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  — Você me protegeu no meio do tiroteio, acho que isso me fez ter sentimentos contrários ao medo. — explicou ela — Acho que pode ser perigoso para mim agora.
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  — Não deixarei que ninguém a machuque. — assegurei com firmeza.
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  — Mas e se o monstro for você? — indagou ela.
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  — Então farei de tudo para obter minha redenção. — retruquei.
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  Seu olhar demonstrou um certo constrangimento, que a fez desviar sua atenção para o prato. Eu me sentei ao seu lado e me servi também. Um silêncio profundo pairou entre nós no restante da noite. Assim que ela me deu “boa noite” e entrou para o quarto de hóspedes, voltei para o porão. Com ela em minha casa, não conseguiria dormir aquela noite, então passar as horas da madrugada treinando seria algo melhor a se fazer.
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  Meu corpo ficaria cansado no final e minha mente não pensaria besteiras. E quantos pensamentos maliciosos eu estava lutando contra.
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  Alguns dias se passaram e curiosamente %Alice% aceitou minha sugestão de ficar mais um tempo em Chicago. Para minha surpresa, ela havia pedido demissão na cafeteria em que trabalhava para seguir seu sonho de ter a sua própria. Em sua concepção, participar do concurso seria um bom começo, principalmente pelo dinheiro pago ao vencedor. Com 15 mil dólares na conta por ter ficado em primeiro lugar, ela já teria um incentivo para começar. E isso foi me dando algumas ideias adicionais.
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  Não que fosse uma estratégia maluca minha para mantê-la por perto, mas quanto mais eu a ouvia falar dos seus sonhos e de quanto trabalhou anos para ter uma mísera oportunidade para realizá-los. Mais eu desejava fazer parte daquilo e ajudá-la. Foi o que fiz. Meus contatos tinham contatos e Hill, minha melhor e mais fiel assistente, me ajudou a encontrar o lugar mais barato em um ponto considerável em Chicago. 
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  Em uma discreta e tranquila rua do River North, próximo ao centro da cidade, Hill encontrou um imóvel comercial caindo aos pedaços e repleto de dívidas. Hipoteca atrasada e além das contas de energia não pagas. Uma boa aquisição para mim, que não precisei me esforçar para obter a escritura do local. E a primeira coisa que fiz foi apresentar o lugar à nova inquilina.
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  — Sério, eu afirmei que não te achava um psicopata, mas agora você está me assustando. — disse ela, assim que a ajudei a descer do carro.
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  Eu havia amarrado uma venda em seus olhos utilizando uma gravata minha. Queria fazer uma surpresa, então deixei o mistério soar entre nós.
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  — Eu juro que valerá a pena. — assegurei a ela, pegando em sua mão e a guiando para dentro do imóvel — Quero te apresentar um lugar.
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  — E eu não podia nem ver o caminho? — perguntou ela, mexendo na venda.
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  — Ei! Ainda não pode olhar. — reclamei não a deixando retirar — Seja mais paciente.
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  — Eu só, apenas estou assustada com tudo isso, acabei de sentir que uma teia de aranha agarrou em meu cabelo. — explicou ela, segurando o riso — Seria agora meus últimos minutos de vida?
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  Eu soltei uma gargalhada boba e finalmente desamarrei a venda. Ela ficou alguns segundos estática tentando compreender o que estava acontecendo, até que voltou o olhar para mim.
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  — Que lugar é esse? — perguntou curiosa.
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  — Sua cafeteria. — respondi com tranquilidade.
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  — Minha o quê? — ela olhou ao redor novamente.
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  — Isso mesmo que ouviu, sua cafeteria. — disse novamente para que não restasse dúvida.
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  — Como? Você está brincando, não é? — ela me olhou.
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  — Não, você disse que estava procurando um lugar para alugar, estou te dando esse, está bem localizado e você conhece o dono, já é um começo. — expliquei.
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  — Esse imóvel é seu? — seu olhar ficou mais impressionado ainda.
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  — Sim. — assenti.
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  Fiquei a observando se afastar e andar pelo lugar.
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  — Aqui é tão… — ela parecia tentar encontrar a palavra.
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  — Pequeno? — disse.
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  De fato o imóvel apesar de esquina, era um tanto quanto pequeno e estreito, porém tinha um grande potencial que não podia ser descartado.
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  — Aconchegante. — disse ela, as palavras desejadas — Mesmo estando em péssimo estado, consigo ver como se tivesse tudo bonito e arrumado.
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  — Isso significa que não vai voltar a Seattle? — indaguei.
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  — Significa que tem grandes chances de eu não voltar. — assegurou, ela voltou o olhar para mim e se aproximou — Por que está fazendo isso?
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  — Isso o quê? — perguntei, mantendo o olhar sereno, mas internamente ansioso.
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  — Me ajudando… Algo me diz que você não quer que eu volte. — respondeu ela, mantendo o olhar em mim.
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  — Sua paixão por seu sonho me deixou encantado, o que me fez querer ajudar. — iniciei meus argumentos — Mas confesso que realmente não quero que volte.
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  — Por quê? — continuou a questionar.
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  — Porque gosto da sua companhia. — direto e preciso.
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  Quem diria que eu confessaria aquilo. Não para ela, mas para mim mesmo que sempre quis me manter distante das pessoas para a segurança das mesmas. Agora, depois de dias em sua companhia, não queria imaginar minha casa vazia novamente sem sentir seu perfume após as saídas do banho, ou vê-la abraçando Boris antes de dormir e ter sua companhia no café da manhã.
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  %Alice% estava mudando minha perspectiva de vida. Algo que me impressionava e ao mesmo tempo deixava em alerta. Não queria que nada negativo tocasse naquela amizade que estava crescendo entre nós. Mas eu tinha um lado obscuro em minha vida, um lado que ainda não tinha compartilhado com ela.
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  Um lado que poderia ser fatal para alguém tão inocente.
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Eu perdi minha cabeça,
Desde o momento em que te vi.
Só de estar ao seu lado, meu mundo fica em câmera lenta,
Por favor, diga se isso é amor?

- What Is Love / EXO

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