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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Sangue e Chocolate

Escrita porPams
Revisada por Natashia Kitamura

História inteiramente escrita por Pâms.


2 • Brownies

Tempo estimado de leitura: 14 minutos

Coffee House, Seattle

  Permaneci sentado somente observando a moça terminar de atender o casal de idosos. Logo seu olhar veio em minha direção, parecia surpreso em ver um cliente novo. Talvez por realmente ser minha primeira vez naquela cafeteria, que eu nem sabia que existia na cidade. Seu olhar curioso se manteve por alguns segundos até que ela se aproximou, mantendo o sorriso no rosto para me atender.
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  — Bem-vindo ao Coffee House, senhor, deseja fazer o pedido? — perguntou ela, mantendo uma voz suave e o olhar atento.
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  — O que me sugere? — respondi com outra pergunta.
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  — Não sei o seu gosto, mas posso lhe indicar a especialidade da casa. — respondeu ela, confiante no que dizia.
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  — E qual seria? — continuei com meu olhar fixo nela, demonstrando meu interesse.
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  — Torta Holandesa acompanhada de Iced Latte, é o pedido especial da primavera. — explicou ela.
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  — Aceito sua sugestão — disse a ela.
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  A senhorita de nome %Alice%, como escrito na plaquinha pregada no bolso da camisa, se afastou de mim e seguiu para o caixa. Não me contive em continuar observando-a se locomover pelo pequeno espaço atendendo outras mesas, até que outra atendente apareceu para ficar em seu lugar. Ao contrário de %Alice%, com um jeito tímido e sorriso singelo no rosto, a outra atendente de nome Lola, exalava mais intensidade. Talvez por suas curvas sinuosas que não deixaram de me chamar atenção, ou sua forma sensual de me servir o meu pedido. O fato é que consegui notar seu obstinado interesse em atrair a minha atenção.
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  Degustei com tranquilidade o pedido especial que me foi sugerido. Realmente a torta holandesa estava saborosa, conseguia sentir lá no fundo o sabor da baunilha misturado ao chocolate. Não que eu soubesse muita coisa de gastronomia e confeitaria, mas apreciava boas sobremesas e tinha o chocolate como o meu ingrediente favorito em todas elas.
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  Assim que terminei, deixei o dinheiro em cima da mesa juntamente com a conta e me dirigi para a porta. A garota do sorriso singelo havia desaparecido pela porta dos funcionários, e quem reinava agora no atendimento era a ruiva Lola com seu olhar fixo em mim. Sorriu de canto e continuei indo para a porta, quando a mesma me abordou.
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  — Pode me ligar, se quiser — disse Lola, esticando um pedaço de papel para mim.
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  Eu peguei por cavalheirismo, deixando minha face mais séria que o habitual. Ela sorriu de canto com malícia.
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  — Eu saio às 10 — concluiu.
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  Assenti com o olhar e me retirei da cafeteria.
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  Final da tarde, eu tinha outro serviço para realizar na cidade. Voltei ao Continental e segui diretamente ao meu quarto. Bridget já havia ido embora, apenas deixado um bilhete com a marca do seu batom no canto da folha, no formato de sua boca. Olhei para sua caligrafia e por um breve momento me perdi em meus pensamentos, até que voltei em mim e li o que estava escrito.
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  — Momentos com você são sempre os melhores, podemos repetir em Manhattan — sussurrei ao ler.
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  Então é para lá que ela vai agora. Pensei comigo. Amassei o bilhete e joguei na lixeira perto da escrivaninha, retirei minha maleta de armas debaixo da cama e coloquei em cima da mesma. Ao abrir, analisei qual instrumento de trabalho seria melhor para um serviço rápido e silencioso. Escolhi a Airgun para a ocasião com o seu silenciador, então a retirei da maleta e deixei em cima da cama, guardando as outras.
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  Me espreguicei sentindo algumas dores nas costas. Se contava meses em que eu estava com problemas de insônia e não conseguia dormir na cama, somente no tapete ao chão. Nem mesmo os remédios do doutor Brown fazem efeito em mim mais. Segui para o banheiro e tomei uma ducha quente para relaxar os músculos do meu corpo. Quando saí enrolado na toalha, olhei para o celular em cima da cama que vibrada devido a uma chamada.
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  — Wick na linha — disse ao atender.
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  — Boa noite, %Nathaniel% — uma voz feminina soou do outro lado da ligação, e bem conhecida por mim.
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  — Senhora Heith, a que devo a honra de sua ligação? — disse num tom debochado. — Não é todo dia que um membro da alta cúpula liga para um Wick.
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  — Verdade, mas não fique tão impressionado, já que foi você quem me fez ligar — explicou ela.
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  — Não entendi — disse um pouco confuso.
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  — Sua procura pelo homem que matou sua mãe pode acabar sendo uma dor de cabeça para você — comentou ela, de forma subjetiva.
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  No fundo, só estava confirmando o que já sabia. Lauren Height era a sexta esposa que se casara com o milionário e um dos diretores da Alta Cúpula, Godric Height. A mandante de tal atrocidade à minha família. Eu só não sabia os motivos reais para que ela desejasse o desligamento total da minha mãe naquela sociedade, menos ainda o que tinha ganhado com isso. Mas tinha uma raiva dentro de mim, que me fazia querer cortar sua garganta da forma mais cruel e dolorosa possível.
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  Entretanto, como não podia tocar em alguém de tão alto nível assim, me contentava em vingar na pessoa que executou o serviço.
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  — O que você quer? — perguntei.
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  — Você deseja saber o que sua mãe fez para partir de forma tão lastimável? — ela devolveu a pergunta.
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  — Isso deveria me importar? — contra perguntei.
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  — Eu tenho uma proposta para você, se ainda estiver interessado em executar sua vingança — disse ela, deixando a voz mais sinuosa.
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  — Não tenho nenhum acordo que me ofereça que eu vá aceitar, você está na minha lista e quando não for mais a esposa de Godric Height, não existirá nenhum hotel Continental que a manterá a salvo de mim — disse num tom mais sério e firme.
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  Deixando toda a minha raiva transbordar, assim que encerrei a ligação, coloquei o celular no bolso e me aproximei da cama. Peguei a arma e a encaixei na parte de trás da calça. Segui para a localização que meu alvo estaria. O pagamento já tinha sido antecipado, então teria que concluir o mais rápido possível. Descendo do táxi, entrei no prédio da corporação pelo estacionamento e segui pelo elevador dos funcionários. Tive o máximo de cautela para não ser registrado pelas câmeras de segurança, passando pelos corredores até chegar na sala exata.
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  Neste momento, mais uma vida que valia uma quantidade razoável, deixaria de existir.
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  — Hum… — me espreguicei da cama e logo senti a movimentação de outro corpo ao meu lado.
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  Vasculhei em minha memória o que havia acontecido no final do dia anterior. Após executar o serviço, voltei àquela lanchonete e levei a tal Lola para tomar uns drinks no Vitrola. Um bar sofisticado que pertencia a um membro da Alta Cúpula. Eu não sabia o motivo de tê-la convidado. Talvez a necessidade de não passar aquela noite sozinho ou apenas por distração momentânea. O fato é que foi mesmo uma noite proveitosa que jamais iria se repetir, por questões de segurança da própria garota.
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  Abri os olhos e voltei o olhar para o relógio na parede. Estávamos no apartamento dela e o ponteiro marcava três da manhã. Voltei meu olhar para o lado, Lola parecia em sono profundo. Minha deixa para ir embora. Levantei da cama, coloquei minha roupa e saí do seu quarto. Chegando na sala, fiquei estático ao me deparar com a garota do sorriso gentil na parte da cozinha, encostada na bancada da pia, com o olhar fixo no fogão. Por aquilo, eu não esperava e menos ainda me lembrava de Lola mencionar que dividia o apartamento com ela.
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  — Não vai esperar nem o café da manhã? — comentou ela, desviando o olhar para mim.
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  Ela, sim, não parecia surpresa ao me ver. O que me deixou curioso, pois não tinha bebido além de dois drinks no bar até que Lola ofereceu continuar a noite em seu quarto.
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  — Me desculpe, acho que invadi a sua casa — brinquei caminhando até ela, observando-a me observar.
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  — Fique tranquilo, não é o primeiro que ela traz para cá — ela riu baixo. — Desconfio que não será o último.
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  — Não acha que pode ser perigoso? Um estranho no seu apartamento — perguntei curioso por seu olhar despreocupado.
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  — Bem, já tivemos alguns contratempos, mas ela não aprende e eu não tenho para onde ir — sua explicação tinha traços de frustração. — Então, sigo da melhor forma que posso.
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  Ela voltou seu olhar para o fogão novamente e desligou um botão, então abriu o forno. Me encostei na parede, sentindo o cheio rescindir no ambiente. Confesso que me deu água na boca assim que meus olhos viram os brownies dentro da forma que ela segurava. %Alice% colocou o objeto quente sobre a bancada e retirou as luvas em sua mão, desviando o olhar para mim novamente.
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  — Vamos ter que esperar um pouco — aconselhou ela. — Ou então, saíremos com a língua queimada.
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  Nós rimos de leve. Aquele sorriso dela tinha algo incomum que me deixava paralisado. Um pulsar mais forte dentro de mim, seguido de uma necessidade estranha de beijá-la. O que estava acontecendo comigo? 
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  — Se o sabor estiver tão gostoso quanto o cheiro, vale o risco — brinquei de volta.
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  — Gosta de brownies? — perguntou ela.
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  — Sim, e pelo visto, você gosta de cozinhar — retruquei.
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  — Confesso que a confeitaria é minha fascinação — assentiu ela, dando outro sorriso tímido. — Acho que é por isso que passo tanto tempo na cozinha da cafeteria.
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  — É você quem faz as sobremesas? — perguntei surpreso.
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  — Bem, alguém tem que fazer — respondeu ela de forma espontânea e brincalhona. — Acredite ou não, na cozinha, me sinto em paz e totalmente livre para criar.
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  — Impressionante — disse controlando minha inesperada admiração. — Devo parabenizá-la, então, pela torta que me indicou, realmente estava saborosa.
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  — Bem, caso você apareça mais vezes, posso até te dar a receita, porém jamais revelarei o ingrediente especial — brincou ela. — Eu só não a fiz por ter reserva na cafeteria, mas se estiver aqui neste mesmo horário amanhã, poderá comer outro pedaço e de graça.
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  — Não vou, é a primeira e última vez — assegurei a ela.
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  — Hum… Então você é desses que não sai mais uma vez com a mesma mulher? — ela cruzou os braços, com um olhar analítico.
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  — Pode se dizer que sim, e sua amiga sabe disso. — fui sincero com ela.
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  — Lola é minha amiga, mas é bem volúvel com essas coisas, com a mesma rapidez em que se apaixona por um cara, ela já passa a detestá-lo — ela soltou uma gargalhada moderada. — Fico me perguntando como ela consegue.
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  — Então, devo acreditar que pela manhã eu estarei na lista negra dela? — brinquei.
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  — Digamos que sim, ainda mais por ter saído sem avisar — ela se virou para a forma e pegou um brownie, então esticou para mim. — Acho que agora está comestível.
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  — Obrigado — eu peguei de sua mão e logo dei uma mordida.
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  O gosto do chocolate invadiu a minha boca. Uma sensação de êxtase e felicidade momentânea. Isso sempre me acontecia quando comia algo com este gosto. Mantive um olhar sereno para ela, que mordiscava um pedaço que estava em sua mão, parecia avaliar o doce feito por suas próprias mãos.
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  — Se você disser que poderia ter feito melhor, terei que ligar para um pscicólogo — disse a ela.
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  %Alice% soltou outra gargalhada.
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  — Me desculpe, mas sou bastante perfeccionista com o que cozinho e para mim, poderia sim, ter ficado melhor — disse ela.
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  Surpreendente como eu estava me sentindo à vontade perto dela. Em certo momento eu apenas me aproximava de uma mulher por atração e desejo de tocar seu corpo. Mas com ela era diferente. Algo dentro de mim, que me fazia ficar fascinado por seu sorriso, também me deixava curioso para conhecê-la mais.
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  Eu respirei fundo e voltei a minha realidade. Eu trabalhava para uma organização impiedosa, e sei muito bem o caminho que meu irmão trilhou para se desligar dela por ter se apaixonado. Também sei muito bem o quão alto foi esse preço e como ele está agora.
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  Não cometeria o mesmo erro de John Wick.
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  Mesmo internamente, com todos os meus instintos suplicando para me aproximar dela, não deixaria isso acontecer. Me afastei dela, voltando para porta e sem mais palavras saí do apartamento. Antes do amanhecer, eu já estava arrumando minhas malas no Continental, era hora de voltar para casa em Chicago.
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Ela está me deixando louco,
Por que o meu coração está acelerado?

- Monster / EXO

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