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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Sangue e Chocolate

Escrita porPams
Revisada por Natashia Kitamura

História inteiramente escrita por Pâms.


1 • Sangue

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  Dizem que a vida é curta e pode passar em um piscar de olhos. Bem, há quem diga que a vida de outra pessoa não vale mais do que a sua, mas, para alguém como eu, a vida de terceiros pode-se valer milhões. Basta apenas pagarem por ela.
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Primavera, Seattle

  E lá estava eu, no terraço do estacionamento de um prédio, esperando pelo alvo da vez. Mantive-me em alerta, com o olho direito na mira telescópica da minha arma. Logo deu-se uma pequena movimentação dos seguranças dentro do prédio do outro lado da rua, e pude ver quem eu tanto esperava. A figura da vez era o vice-presidente de uma companhia de siderurgia. Eu não me importava com quem era e porque tinha que fazer aquilo. Desde que o cliente me pagasse bem, nem mesmo quem me contratava era necessário eu saber.
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  Respirei fundo e prendi o ar em meus pulmões. Com a mira certa no alvo, puxei o gatinho sem o menor esforço. Mais um trabalho concluído. Peguei meu celular e liguei para meu contato.
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  — Hill, está feito. — disse ao olhar para as pessoas que se ajuntavam ao redor do corpo.
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  — O dinheiro já está em sua conta secundária. — disse ela, do outro lado da linha.
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  — Alguma novidade? — perguntei sobre meu assunto pessoal.
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  — Nenhuma informação, mas continuo acionando meus contatos internos. — respondeu ela.
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  Hill é uma brilhante mulher que de forma surpreendente, caiu neste mundo caótico em que eu sobrevivia desde a minha infância e agora trabalha comigo. Ela é a ponte entre meus clientes e eu. Meu trabalho? Assassino de aluguel. Um ofício que tanto eu, como meu irmão mais velho herdamos de nossa minha mãe. Ela era a melhor e mais silenciosa nesse meio, e meu irmão John era o mais demito de todos, então não podia desapontá-los. O legado da família seguia com meus trabalhos impecáveis.
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  — Me avise se conseguir algo. — pedi a ela.
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  — Com certeza. — assentiu ela, encerrando a ligação.
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  Além do meu trabalho, que me rendia muito bem financeiramente, eu ainda tinha alguns assuntos internos que me preocupavam. E o maior deles é encontrar o homem que foi pago pela Alta Cúpula para assassinar minha mãe. Soltei um suspiro cansado e desmontei as peças da arma, guardando-as na maleta. Me afastei do beiral e segui para o elevador. A vida continuava e mesmo com preocupações à parte, em breve teria um novo alvo a ser abatido.
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  Coloquei a maleta no banco de trás do carro e sentei no banco do motorista. Fechei os olhos e esperei que passasse a mesma sensação de sempre. Já havia se tornado algo comum e nem mesmo sei desde quando começou a acontecer, mas sempre que terminava um serviço, sentia o gosto de sangue invadir minha boca. Totalmente amargo. 
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  Passei longos minutos ali dentro até que tudo voltou ao normal internamente, então dei a partida e segui para o Hotel Continental. Aquele era considerado o lugar mais seguro para pessoas como eu, neutro como a Suíça. Um ponto positivo para alguns associados que precisavam de momentos de paz em tempos de guerra. 
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  — Bom dia, senhor Wick. — disse o concierge assim que me coloquei diante da recepção.
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  — Bom dia, James. — o cumprimentei, mantendo a face séria. — Alguma encomenda para mim?
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  — Não senhor, mas trocamos os arranhadores do seu gato, como pediu — respondeu o homem, com seu tom baixo e cordial de sempre.
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  — Agradeço o cuidado — suspirei fraco, sentindo minhas costas reclamarem de dor. — Peço que não me incomodem, por favor.
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  — Como quiser, senhor Wick — assentiu ele.
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  — %Nathaniel% Wick — a voz sinuosa de Genevieve Fallin, a gerente do hotel, soou atrás de mim. — Fiquei surpresa ao saber que está na cidade.
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  — Não por muito tempo.
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  — Veio a negócio? — perguntou ela, seu olhar mantinha a discrição de sua curiosidade.
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  — Sim — assenti.
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  — Não me cause problemas como seu irmão, ok? — pediu ela.
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  Genevieve conhecia bem o histórico de minha família com a Alta Cúpula. Principalmente a considerar que muitos querem nossas cabeças e a maioria dos outros assassinos nos invejam.
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  — Fique tranquila, não estou em guerra com ninguém — garanti a ela.
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  Bem, no momento eu realmente não havia declarado guerra formalmente. Entretanto, apenas aguardava um nome para iniciar minha vingança. Mantive o olhar sereno para ela, com firmeza de minhas palavras.
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  — Se me der licença, preciso descansar — disse a ela.
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  — Tenha uma boa estadia — ela sorriu de leve e deu espaço para que eu me afastasse.
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  Segui para meu quarto e entrei. Assim que deixei a maleta ao lado da porta, me deparei com Bridget deitada em minha cama me esperando. Seu olhar malicioso para mim, algo que não me impressionava nenhum pouco. Não que eu não gostasse de mulheres, mas até o momento, nenhuma das quais já estive, conseguiu despertar em mim a atenção necessária para que meu coração pulsasse mais forte. Confesso, nunca me apaixonei em toda a minha vida até aqui, e muitas vezes fui classificado com o mais frio dos homens.
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  Meus anos naquela profissão haviam moldado minhas características assim. Aprendi com os erros da minha família. Se apaixonar por alguém custou caro a eles e não queria o mesmo destino para mim. Manter meu coração blindado contra sentimentos era como um seguro de vida.
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  — Bridget — disse seu nome em voz alta, mantendo minha face séria. — O que faz aqui?
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  — Ouvi dizer que estava na cidade e resolvi dar um oi — seu tom sedutor soou pelo quarto. — Como tem passado?
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  — Muito bem, e você?
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  — Levando.
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  — Soube que teve problemas com a Yakuza — comentei, observando ela se levantar e se aproximar de mim. — Conseguiu resolver?
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  — Eu sempre consigo o que eu quero… — ela mordeu os lábios inferiores. — Exceto quando o assunto é você.
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  — Não se pode ter tudo na vida — disse, dando uma risada rápida.
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  — Bem, eu me contento com o pouco que consigo… — antes que eu pudesse reagir, ela me beijou com malícia e intensidade.
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  Bridget poderia ser considerada a mulher mais atraente de toda a sociedade. E como assassina, ela também conseguia ser precisa e fatal. Os raros momentos em que passava com ela, eram divertidos e saborosos. Conseguia me fazer esquecer por instantes meu trabalho, aproveitando somente dos benefícios dele. 
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  Horas depois, ergui meu corpo e permaneci sentado na cama. Olhei para o lado e observei Bridget adormecida ao meu lado. Seu corpo semi coberto pelos lençóis. Soltei um suspiro cansado e levantei da cama, vesti a primeira camisa que encontrei no closet, acompanhado de uma calça social e o tênis all star branco. Uma jaqueta preta por cima e saí do quarto. 
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  — Senhor Wick, deseja alguma coisa? — perguntou James assim que me aproximei do balcão da recepção.
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  — Uma cafeteria, me indicaria uma? — pedi a ele.
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  — O senhor não está satisfeito com o nosso restaurante, senhor Wick? — indagou ele, temendo haver algum problema com o serviço do hotel.
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  — Não há nada de errado com o restaurante, James, eu apenas quero respirar um pouco de ar puro e caminhar pela cidade — assegurei a ele.
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  — Se é assim, eu lhe recomendo o Coffee House, é uma excelente cafeteria e eles servem a melhor torta de maçã da região — indicou ele.
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  — Obrigado. — disse dando o primeiro passo para me afastar.
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  — Não há de quê, senhor Wick — ele deu um sorriso fechado, de cordialidade.
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  Ao chegar na porta do hotel, olhei para o movimento da rua. Olhei no celular a localização da tal cafeteria e segui caminhando até o lugar. A Coffee House, vista de fora, parecia mais como a casa de uma velha senhora que transmite aconchego e refúgio. Uma loja de esquina muito bem projetada por sinal. Assim que entrei no lugar, observei atentamente cada detalhe que surgia em meu campo de visão. Até que paralisei internamente ao avistar o sorriso mais bonito que já tinha visto. 
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  A dona dele estava atendendo um casal de idosos na mesa ao lado da vidraça principal. Eu me sentei aos fundos e mantive discretamente meu olhar nela. Seu olhar sereno curiosamente me transmitiu calmaria. 
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  Uma espécie de paz que eu sempre busquei, mas nunca consegui encontrar em nenhum outro lugar.
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“Um tiro, deixe-me te contar algo que você já sabe.”
- One Shot / B.A.P

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