Capítulo único
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Cloque a música Remember to breathe a tocar e leia a fic.
Sua simplicidade chamou a minha atenção na primeira vez que lhe vi. Algo mudou dentro de mim, algo mudou, não sei explicar.
Seus lábios estavam sorrindo, um sorriso leve, sem esforços, sem mentira. Ele me passava uma tranquilidade, uma emoção que não havia sentido desde que era apenas um garotinho. Seus lábios formavam uma linha perfeita, não era nada exagerado. Não precisava ser, bastava ela continuar sorrindo.
Deixei o medo que tomou conta de mim de lado, caminhei lentamente até aquela garota que ainda sorria, parecia-me que nada conseguiria abalar aquele sorriso, conforme diminua a distância entre nós, pude sentir a força que ela irradiava, meu coração começou a disparar aos poucos e isso me surpreendeu.
Agora faltam pouquíssimo, minhas mãos soam, minhas pernas estão bambas, mas continuei em passos firmes. Pronto, agora é a hora.
- Oi - eu disse olhando atordoado para aquele sorriso que agora parecia me hipnotizar.
- Oi - ela disse encarando-me curiosa, apesar de sua testa um pouco franzida por minha aproximação inesperada, ela ainda sorria.
- Tudo bem? - eu perguntei-lhe - er, você gostaria de tomar um café? - Como assim, eu convidei ela para um café?! Eu temi pela resposta, arrependi-me no segundo seguinte de lhe ter convidado.
- Tudo bem, ah, eu adoraria. - Ela disse, e em nenhum momento ela deixava de sorrir, isto estava me deixando desconcertado.
Caminhamos em silêncio até um Starbucks, conversamos por horas, tomei um susto ao perceber que já havia anoitecido, infelizmente ela me disse ?preciso ir, está ficando tarde?. Perguntei-lhe se poderia ver-lhe novamente, ela disse ?você poderá me encontrar no mesmo lugar onde nos conhecemos?.
Coloquei meu suéter azul favorito e parti para o local onde havia encontrado e bela garota do qual eu não sabia o nome, mas eu tinha certeza de uma coisa, algo novo crescia dentro de mim.
- Você está muito belo de azul, John Lefler - ela disse atrás de mim, arfei, como ela poderia saber meu nome? Não me lembro de ter lhe dito. Ao me virar, um sorriso brincava em seus lábios. Seus olhos brilhavam tanto, com uma intensidade tão forte que eu não consegui desviar o olhar deles, grandes olhos azuis, feitos mar.
- Muito obrigado - eu disse notando que ela se vestia de azul, soltei um riso fraco, isso foi realmente engraçado. - Como você está, ãn, desculpe, mas ainda não sei seu nome? - Disse meio confuso, pois eu ainda não me lembro de lhe ter dito o meu!
- Estou bem, John. - pude ver que seu sorriso neste momento se abalou, mas ele se manteve firme em seus lábios. E com um piscar de olhos esse relance de tristeza sumiu, e seus sorriso estonteante continuou ali.
Senti-me confuso, ela não me disse seu nome, e essa tristeza que lhe atingiu por um segundo fez meu coração martelar, doeu vê-la assim. É como se existisse um segredo que ela esconde. Quando eu ia começar a falar, ela me interrompeu dizendo:
- Desculpe, mas preciso ir, tenho um compromisso. - ela disse, beijou meu rosto e saiu caminhando. Fitei suas costas se afastando até perdê-la de vista.
Eu não sei o que vestir, minha cabeça está totalmente confusa, consigo apenas pensar na Garota de Azul, é assim que passei a lhe chamar, ela sempre vestia azul, nas duas últimas vezes que nos vimos ela estava de azul, pude perceber que ela sempre veste azul. Isto me deixou intrigado, tentei saber o porquê, mas ela criou muros ao redor dela, dos quais eu não conseguia
transpassar.
Nossos últimos encontros foram rápidos, mas a cada dia mais intensos, apesar de toda a distância que empregava entre nós. Ela escondia algo, e eu precisava muito descobrir.
"A minha Garota de Azul" se você soubesse o que sinto por você.
Comecei a entrar em pânico, nossos encontros estão mais rápidos, hoje eu preciso encontrar alguma maneira de desmanchar essa barreira que nos afasta, descobrir o que ela guarda. O que ela teme.
- Oi minha 'Garota de Azul' - eu disse ao vê-la, me aproximei e beijei seu rosto. Hoje seu sorriso estava mais fraco.
- Oi, John - sua voz soou distante e quase sem forças.
Fomos para o Starbucks onde conversamos pela primeira vez, conversamos por um tempo, mas logo ela teve que ir embora cedo novamente. Eu fiquei confuso, isso já estava chegando ao meu limite, como posso ficar sem saber o que lhe incomoda.
Precisava encontrar uma maneira de descobrir, isso já me incomodava ao ponto de não conseguir fazer mais nada. Minha cabeça vagava para aquela bela garota de olhos azuis que tomou meu coração no primeiro dia em que nos vimos. "Lembre-se de respirar e tudo ficará bem" foram as palavras que a ouvi dizer no último dia que nos vimos.
Já se passaram três dias eu fui vê-la no mesmo lugar de sempre, e nada, a minha "Garota de Azul" não apareceu.
FIM
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