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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Peccavi

Escrita porLelen
Revisada por Lelen

Segundo • Allan McNollan

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

  Allan estava sentado na poltrona de sua sala de estar, completamente solitário... Certo, na verdade estava esperando alguém, alguém especial. Ele fumava e bebia whisky enquanto esperava essa pessoa chegar; eram oito e meia da noite, ainda demoraria um pouco para isso acontecer. Ah droga, mas estava tão cansado que poderia dormir em pé se não estivesse sentado no conforto de sua casa. Dar uma cochilada não faria mal a ninguém, pensou fechando os olhos por um segundo...
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  Foi acordado por algo gelado sendo jogado em seu rosto, água? Sentiu-se atordoado por ter sido acordado daquela maneira, olhou ao seu redor e tentou se mexer, logo percebendo estar preso a uma das cadeiras de sua cozinha por cordas de... Varal?
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  Focalizou bem seu olhar para tentar entender como fora parar ali, porque se bem se lembrava havia caído no sono na poltrona de sua sala... Foi então que viu uma loira que poderia ser considerada muito atraente. Usava um vestido claro, talvez cor creme, leve e esvoaçante. Ela estava encostada na mesa de jantar, o olhar entediado voltado para as unhas. Quando percebeu o olhar de Allan sobre si ela sorriu.
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  — Finalmente, belo adormecido — ela murmurou encarando-o. — Você dorme feito pedra, te arrastei até aqui e sequer reclamou... — A loira fez cara pensativa. — Mas claro que isso fez do meu trabalho muito mais fácil, não precisei usar meu estoque de clorofórmio. — Deu de ombros se desencostando da mesa e se aproximando um pouco mais de Allan.
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  — O que quer? — o homem questionou um pouco assustado.
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  — Ah, só conversar, lembrar os velhos tempos... Os seus velhos tempos. — A loira deu dois tapinhas leves no rosto do homem que se assustou mais. — Lembra do seu tempo de faculdade? Eu não lembro do meu porque... Bom, porque eu nunca fui à faculdade, não tive tempo suficiente pra ter alguma lembrança de lá... — Deu de ombros. — Vamos começar por aí... O que você fazia para se divertir nos momentos de tédio, Allan McNollan? — A loira sorriu simpática e curiosa.
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  Allan olhou-a completamente confuso. Por que raios aquela mulher o amarrara para falar sobre tempos de faculdade?
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  — Vamos, Allan, não temos a vida toda aqui. Responda — ela pediu calmamente.
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  — Ah... Hum... — O homem ficou pensativo, deveria mesmo falar com aquela estranha? Considerando as circunstâncias, sim, ele deveria falar e obedecer aos pedidos daquela mulher, já que ela estava controlando tudo por ali. — Eu... Jogava jogos online... Ia para a biblioteca... Saía com a galera...
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  A mulher a sua frente sorriu parecendo interessada.
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  — Bom, e quanto às festas com fogueiras, todas aquelas lindas chamas?
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  Allan arqueou as sobrancelhas, do que aquela mulher falava?
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  — Como?
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  A loira revirou os olhos.
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  — Sabe, fogo, fogueira... Gosta de fogo, Allan?
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  O homem a encarou como se fosse louca, certo, talvez ela fosse mesmo maluca, mas assentiu. Sim, ele gostava de fogo, achava as chamas atraentes e bonitas; sempre tinha um isqueiro em seu bolso, não só porque fumava, mas para poder ver chamas a hora que quisesse e poder sentir o calor que irradiava delas.
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  Depois que viu Allan assentir em resposta à sua pergunta, a loira sorriu novamente e começou a caminhar de um lado para o outro a frente do homem.
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  — Conte-me mais do que gostava de fazer... Com seus amigos por exemplo — murmurou sem parar de andar.
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  — Ah... Bem, nós costumávamos encher a cara quando estávamos entediados... Fazíamos muitas besteiras... — Deu de ombros e viu um brilho estranho passar rapidamente nos olhos opacos da mulher.
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  — Sabe, McNollan, queria te perguntar uma coisa... Lembra-se de %Annelise% %Mills%?
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  No instante em que ouviu aquele nome, Allan gelou. É claro que sabia quem era %Annelise% %Mills%, é claro que se lembrava dela, não seria capaz de esquecê-la nunca, por mais que quisesse.
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  — Por que está falando dela? — questionou, no momento mal se importava em como aquela estranha sabia dessa sua antiga colega.
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  — Ah, por nada. Mas sabe, ouvi dizer que pessoas fizeram coisas horríveis com ela. — A loira deu de ombros sem parar de andar.
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  Claro que ela ouvira dizer, o desaparecimento misterioso de %Annelise% %Mills% agora era praticamente uma lenda urbana entre a maioria dos universitários, mesmo estes não pertencendo à universidade em que a garota estudara.
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  — O que você quer de mim? — o homem choramingou, detestava se lembrar daqueles acontecimentos de seus tempos de universitário.
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  — Me responda, Allan, você é homossexual, certo? — perguntou a loira.
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  Não se importou em perguntar como ela sabia daquilo, afinal, McNollan tinha um blog pessoal no qual contava em seu perfil que era gay, e esse seu blog tinha milhares de acessos semanais, não se espantaria se qualquer um que aparecesse a sua frente soubesse daquilo em particular.
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  — Sim, sou.
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  — E desde quando você sabe disso? Adolescente? Descobriu há pouco tempo?
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  Mas afinal, o que era aquilo? Uma mulher maluca o amarrara numa cadeira na cozinha de sua própria casa para fazer um interrogatório?
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  — Sei quem sou desde os meus quatorze. — Deu de ombros.
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  — Então na faculdade você já tinha uma orientação sexual definida, certo? — A loira voltou a andar de um lado para o outro.
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  — É mais do que óbvio — respondeu ele num tom seco.
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  A mulher ao ouvir aquilo parou de andar, se voltou em sua direção e se aproximou se inclinando para frente, para poder encará-lo nos olhos.
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  — E mesmo sendo homossexual você quis ter fodido %Annelise% %Mills%? — a loira perguntou num tom quase sarcástico.
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  Allan ficou estático, como? Era tudo em que conseguia pensar.
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  Nunca se orgulhara daquele fato, de ter, como a mulher dissera, fodido %Annelise%, mas nunca havia tido uma sensação daquelas; fora a primeira vez que sentira prazer com uma mulher. É claro que depois de como tudo terminou, ele nunca mais conseguiu sentir o mesmo.
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  — Mas é claro que antes de fazer aquilo você tinha que esquentar um pouco as coisas... — A mulher voltou a ficar ereta e sorriu. — Literalmente esquentar as coisas.
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  Ela se afastou um pouco e pegou algo em um bolso oculto no saiote do vestido. Ela pegou esse objeto e chacoalhou um pouco, fazendo-o fazer barulho de algo que Allan conhecia muito bem: fósforos.
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  — Ah, você com toda a certeza sabia que %Annelise% tinha medo de fogo... Na verdade, pavor. Claro que sabia, afinal, ela sempre pedira para você acender seus cigarros longe dela, para ela não ter de ver as chamas dançarem a sua frente.
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  — Mas como... — Allan queria mesmo muito saber como aquela mulher sabia de todas essas coisas. Podia pensar na possibilidade daquela ser %Annelise%, mas era impossível! Aquela mulher loira de corpo escultural não aparentava ter mais que 27 anos e não se parecia em nada com a %Annelise% de dezessete anos antes. Então como ela sabia de tantos detalhes?
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  — Vamos brincar um pouco com fogo, Allan? — a loira perguntou abrindo a caixinha de fósforos. — Sei que gosta dessa brincadeira. — Ela sorriu acendendo um fósforo e em um instante tacando na direção do homem amarrado à cadeira, este por sua vez se chacoalhou o máximo que pôde para fazer o fósforo cair e se apagar.
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  Toda vez que Allan o fazia, mais um fósforo era aceso e tacado em sua direção. Ah, aquela cena era muito familiar, ele havia feito aquela “brincadeira” com %Annelise% na noite de seu desaparecimento; podia se lembrar claramente da expressão de pavor no rosto da garota.
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  — Certo, isso está muito sem graça, que tal esquentarmos mais um pouco?
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  A mulher loira sumiu de vista andando em direção à sala de estar, fez alguns barulhos e, depois de alguns minutos, voltou cantarolando e derramando alguma coisa no piso do corredor enquanto andava. Chegou à frente de Allan novamente com um sorriso nada amigável no rosto e balançou uma garrafa de whisky na frente do homem.
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  — Acho que isso vai ser demais! — exclamou e então começou a banhar o homem amarrado na cadeira com o líquido da garrafa.
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  Rosto, corpo, tudo foi molhado com whisky em Allan.
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  Quando a loira se certificou de que havia molhado o suficiente, voltou a se encostar-se à mesa e balançou a caixinha de fósforos, os mesmos fizeram barulho, que aos ouvidos de Allan foi terrível.
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  — Não, por favor... — o homem implorou com um nó na garganta.
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  — Ah, o que foi? — a mulher perguntou enquanto se preparava para acender mais um fósforo.
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  — Por favor, não faça isso... — Allan podia sentir os olhos arderem por causa das lágrimas que foram sendo causadas pelo pavor.
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  — Sabe, Allan, acho que foi isso que %Annelise% disse antes de... De você se enfiar nela. — A loira deu de ombros, acendendo o fósforo e jogando na direção do homem.
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  A explosão de chamas no corpo do homem foi quase imediata e os gritos de pavor dele também. A mulher sorriu vendo o fogo se alastrar no corpo de Allan e seguir o caminho de bebidas alcoólicas que ela havia feito até a sala.
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  Allan gritou de dor quando as chamas que tanto achava bonitas começaram a comer-lhe a pele. Ardia, doía, matava. O cheiro de carne se queimando estava começando a encher o cômodo quando a estranha loira assassina começou a caminhar em direção à porta de saída que havia na cozinha.
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  — VADIA, PUTA, VÁ SE FODER! — ele exclamou num grito que misturava ódio, dor e medo.
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  A loira parou com a porta aberta e lançou um olhar maroto para o homem em chamas.
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  — Você já fez isso, Allan. — E saiu sem se importar com os gritos de agonia do homem que era engolido pelo que ele chamava de “melhores amigas, amantes”. — Esse é o preço que se paga por brincar com fogo, McNollan — ela murmurou para si mesma encarando o céu noturno estrelado ao som dos gritos de desespero de Allan McNollan.
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