No Desabrochar do Shougatsu

Escrita porRay Dias
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo Quatro

Tempo estimado de leitura: 26 minutos

Sakura terminava a decoração de sua festa com a ajuda de seus amigos. Há algumas horas seria dado o início da festa, e embora quisesse sentir-se plena com a comemoração, com todos os seus amigos enchendo sua casa de risos e alegrias, ela não podia sentir-se inteira.
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  Não fosse apenas pela data que lhe trazia aquele sentimento de solidão, no momento, a ausência de alguém a deixava ainda mais tristonha: Kakashi. Ele não apareceu para ajudar a preparar as últimas coisas e por isso, deveria ser verdade que ele estaria em missão.
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  A rosada queria encontrar-se com sua sensei e desbravar as razões pelas quais, logo naquela noite, Tsunade dera ao Kakashi um motivo para estar distante dela. No entanto, se fizesse aquilo, seria como confessar a falta que o mais velho lhe fazia, seria como confessar que estava nutrindo sentimentos quase proibidos pelo homem. Nunca em seus mais sórdidos sonhos, Sakura imaginou-se curiosa por saber como seria pertencer a outro que não fosse o Uchiha. Nunca em seus mais sórdidos sonhos, Sakura desejou tanto estar nos braços de Kakashi.
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  Quando tudo aquilo se tornou tão intenso? Ela não sabia dizer. Aparentemente as coisas entre eles estavam passando por debaixo de seus olhos tão naturalmente que nem sentiu. Se aquilo era algo intensificado pelo sentimento de carência provocado pela data, ou se era algo que já estava latente em si, embora silencioso, Sakura não sabia, mas a Haruno teve a certeza que nada seria como antes, depois daquele Shougatsu. Sabia que rever Kakashi quando ele retornasse, lhe provocaria sensações estranhas, nada castas.
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  — Testuda!? — Ino falou um pouco firme, mas mantendo o baixo tom próximo à amiga. — Em que planeta esta testa de marquise está?
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  — Ino... Desculpe, eu... — Sakura suspirou, desistindo de explicar e olhando para as luzes de LED que segurava em suas mãos.
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  — Sakura... — o tom de voz de Ino passou a ser acolhedor —, você precisa parar de pensar nele, sabe... Nós estamos virando essa página com você.
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  Ino sequer poderia imaginar em qual “nele” Sakura pensava. Pela primeira vez em anos não era Sasuke, somente, a ocupar a mente da rosada em um dia como aquele. Na verdade, ela mal pensou no antigo amor naquele dia, porque o fato de que Kakashi não estaria ali, lhe doía muito mais.
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  — Olha... Precisamos ir. Eu preciso ficar gostosa para entrar o ano, poderosa, e se eu fosse você largava isso também! — Ino falou com certo humor para animar a amiga e retirou as luzes de LED da mão dela continuando: — Eu soube que tem gente que estará nessa festa bastante interessado em você e comecei a mexer meus pauzinhos! Então você precisa estar gostosa, ouviu?
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  Sakura revirou os olhos, mal dando atenção ao que Ino insinuava, e antes de dizer a amiga para parar de besteiras, a mão de Naruto pegando os LED’s que Ino tomou de Sakura, e a voz séria dele, chamou a atenção de ambas.
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  — Pode ir, loira, eu ajudo a Saky a terminar. Sei o quanto ela quer ver essa casa iluminada, não é?
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  E mesmo o tom sério não escondeu o sorriso arteiro e doce de seu amigo para si.
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  — ‘Hm... Então ‘tá! Pode deixar que eu arrasto a Hina e deixo ela bem bonitona pra você Narutinho!
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  Naruto começou a gritar com Ino, e a loira saiu rindo e passando os próprios braços pelos da Hyuuga, que nada entendia. Logo todos os outros amigos se despediram de Sakura e Naruto, e a sós, eles terminaram de pendurar as luzes.
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  Quando acabaram, Sakura sorriu para ele e lhe ofereceu uma xícara de chocolate quente, sentando-se na escada, que havia na sala e dava acesso aos quartos. Naruto sorriu sentando-se ao lado dela.
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  — Nós ainda fazemos um bom trabalho juntos, não é, Saky?
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  Ele falou, olhando a decoração linda e depois encarou o rosto da amiga ao seu lado. Em outros tempos, a proximidade provocaria nele instintos de timidez e euforia.
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  — Sempre, Naruto. Acho que entre todos aqui, você é a pessoa mais preciosa, porque você nunca deixou de estar comigo. Obrigada por isso, cabeça-oca.
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  Naruto já tinha sentido como ela estava cabisbaixa, e se preocupado. Por isso dispensou os outros colegas e Ino, queria ficar sozinho com Sakura para conversar. Passou o braço ao redor dos ombros dela a puxando para um abraço e disse tranquilo, embora sério:
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  — Eu nunca vou te deixar Sakura. Nem eu, e ninguém que está aqui. Todos amam você.
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  O choro sussurrado se fez ouvir e o coração do loiro se tornou menor. Como ele queria arrancar aquela dor do peito da amiga, e vê-la apenas sorrir.
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  — Ei, Saky... — consolou. — O que aconteceu? Por favor, me conta... Ainda é culpa do Kakashi?
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  — Ele não veio ao menos ajudar, Naruto. Isso significa que ele realmente está em missão e então... Não vai aparecer.
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  Naruto suspirou e arqueou a sobrancelha. Por que ela estava tão sensibilizada com a ausência do antigo sensei?
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  — Sakura, se o Kakashi está em missão não é que ele tenha te deixado, você sabe... Não é como se pudéssemos escolher e...
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  — Eu sei, Naruto — ela interrompeu —, mas eu queria que ele estivesse aqui.
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  — Entendo...
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  Naruto ficou pensando o que a ausência do antigo sensei estava provocando nela, mesmo sabendo que ele não tinha culpa, e então sua mente foi até a vovó Tsunade.
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  — Mas aquela vovó cachaceira também não é fácil, ‘hein!
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  — Naruto! — Sakura sorriu, aninhada ao corpo do amigo, embora as lágrimas não parassem de escorrer por seu rosto.
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  — É verdade! Por que ela foi dar uma missão a ele logo hoje?
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  — Tsunade deve ter tido suas razões...
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  Um silêncio breve apossou-se do instante entre o abraço dos dois, mas Naruto ainda estava confuso. Confuso com as reações não só de Sakura, mas também com o modo como Kakashi fugiu dele mais cedo.
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  — Sakura...
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  — ‘Hm?
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  — Por que a ausência do sensei mexe tanto com você?
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  A pergunta veio como uma kunai em um ataque certeiro. Sakura não havia se preparado para aquele tipo de pergunta. Soltou-se de Naruto, com os olhos ainda marejados e as orbes verdes encararam as orbes azuis dele. Cheios de curiosidade e confusão, os olhos de Naruto buscavam na expressão de Sakura sinais do que ela estava pensando.
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  — ‘Oras, Naruto... Porque... Porque eu quero todas as pessoas aqui. Todas as pessoas importantes para mim.
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  — Você está chorando desde cedo por causa do Kakashi, Sakura. E sabe que ele saiu em missão, mas vai voltar. A Tsunade não o designaria para algo que ele não desse conta, ao ponto de correr risco de vida, não hoje. Então... Eu estou achando que...
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  — Que história é essa, Naruto!?
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  Sakura interrompeu o olhando assustada. Não tinha parado para pensar ainda no risco de uma missão de ranking difícil e que colocasse a vida de Kakashi em risco:
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  — Claro que toda missão é arriscada! O Kakashi pode ser um ótimo ninja, e... Não! Ele vai voltar, mas como você pode ficar assim tão tranquilo?
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  Sakura se levantou abruptamente do degrau em que estava sentada e levou sua caneca ainda cheia de chocolate quente para a cozinha, deixando-a na bancada. Apoiou as mãos ali, sentindo mais lágrimas grossas descerem por seus olhos, e sentia-se tão idiota por ser fraca daquele modo. Naruto já estava percebendo que ela estava ficando louca! E tal como ela, Naruto seguiu para a cozinha, andando de modo mais calmo e cuidadoso. Deixou sua caneca vazia ao lado da dela, e a virou para encará-lo. Segurava o rosto da amiga, de modo que ela não pudesse desviar de seus olhos e constatou algo que em sua mente parecia óbvio, mas que poderia ser também absurdo.
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  — Você está apaixonada pelo Kakashi-sensei, não é?
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  Sakura não pôde evitar. Mordeu o lábio assustada, dolorosa e surpresa. Quando em sua vida achou que o idiota do Naruto seria tão perspicaz?
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  — Eu sempre te observei bem, Saky. Não precisa me olhar como se alguém tivesse me contado.
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  — Nem poderiam. Ninguém sabe — respondeu desabando em um choro e Naruto a puxou para seus braços acolhedores e fraternos. — Eu acho que estou amando o Kakashi sim, Naruto! E isso é horrível! Por que eu sempre me apaixono por quem não devo?
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  Naruto estava chocado, embora realmente imaginasse que as reações de Sakura eram óbvias, mas quando a ouviu dizer que o amor era algo horrível porque ela não devia se apaixonar por ele, aquilo lhe chocou ainda mais. Afastou a rosada de si, e duramente lhe perguntou:
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  — Quem te disse isso!? — Sakura ficou em silêncio, olhando para Naruto e chorando. — Que ideia absurda é essa, Sakura?! Por que não deveria se apaixonar por ele, e de onde tirou que amar é algo horrível? Ele não é o Sasuke, Sakura!
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  — Mas ele é meu antigo sensei! — falou duramente para Naruto, que arregalou os olhos.
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  Ou o loiro era mente aberta demais, ou as pessoas complicam muito as coisas simples, na ótica dele.
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  — E qual o problema? Diferença de idade? É isso? Vocês dois são adultos e podem fazer o que quiserem! Eu apoio, Sakura! Além de mim, que outro homem melhor poderia ter para você?
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  Sakura bateu no ombro do amigo, quase cedendo ao riso:
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  — Deixa de falar besteira, Naruto!
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  — Não estou falando besteira! — Ele ainda se manteve sério, o que deixou claro que não havia tom de brincadeira em suas falas: — Kakashi e eu somos as pessoas que melhor te conhecem nessa vila, somos sua família, te amamos e protegemos verdadeiramente! Não consigo imaginar quem teria o mesmo instinto de cuidado e amor por você como nós, mas agora já era rosinha, você perdeu a chance comigo!
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  — Naruto, como eu posso te levar a sério?! — Sakura começava a se irritar.
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  — Eu não estou rindo, estou?
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  Os dois desviaram o olhar e sentiram-se ainda mais confusos com o rumo da conversa, até Naruto em seu rompante de lucidez e maturidade rara, dizer o que pensava:
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  — Não se culpe por amar alguém, Sakura. Não tem nada de errado em sentir algo assim por quem quer que seja! Kakashi foi o nosso sensei, e será sempre em nosso coração como um mestre, mas se no seu coração ele passa a ser também um homem com quem você quer construir uma história, orgulhe-se disso!
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  Sakura ficou um pouco chocada com Naruto. Pensou se seria Hinata a responsável por lhe ensinar tanta coisa, mas na verdade, dentro da bestialidade de Naruto, ele sempre tivera certa sabedoria própria. Seu modo de enxergar o mundo de maneira positiva e otimista era o que o tornava tão incrível entre tantas outras qualidades.
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  — Ele sabe? – Naruto perguntou, pensando em outras coisas.
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  — O Kakashi? — indagou, bebendo de novo seu chocolate já frio. — Claro que não! Na verdade, eu não sabia também. Eu acabei de perceber isso. Acabei de perceber que eu estou enfeitiçada por ele, mas é só isso, Naruto. Talvez o fato de enxergar o homem antes do sensei agora, e as maneiras como Kakashi sempre cuidou e cuida de mim, esteja me deixando um pouco confusa, só isso.
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  — Não acho que seja confusão. Me parece genuíno quando olho para você e vejo a maneira como ele te faz falta, e pelo jeito que seu olho brilha ao falar dele... Na verdade, acho que isso está aí há algum tempo. Só que nós só percebemos agora...
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  — Você acha? — Sakura perguntou, ainda perdida e preocupada, e Naruto assentiu.
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  — É. Se observarmos como vocês têm estado juntos... Digo, o modo como a amizade de vocês tem sido nos últimos anos.
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  — Droga, Naruto! Eu não deveria me apaixonar por ele! O Kakashi nunca me veria como algo além de uma pirralha! E tenho certeza que ele não assumiria um romance escandaloso desses! Ele sempre foi discreto em tudo!
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  — Sakura, não seja boba! Quem é que domina essas coisas?
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  — Mas, aí que está! Ele não sente ou sentiria o mesmo, Naruto. Então, entre nós dois, Kakashi é sim capaz de dominar a situação, e é por isso que eu vou matar esse sentimento, como tenho matado algo idêntico por anos.
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  — Sasuke? — Naruto sorriu fraco: — Não percebe que não matou o que sente pelo Sasuke, Saky? Você apenas não sente exatamente o mesmo que sentia. Na mesma intensidade, talvez porque agora Kakashi também ocupa o seu coração dessa forma. Não estou dizendo que não tenha amor pelo nosso antigo amigo desertor, mas que há chances de ter um amor a mais, semelhante ou não… Ou pode ser que, você realmente não sinta o mesmo tipo de amor devido a frustrações e o tempo que se passou desde que Sasuke foi embora. Uma hora, a realidade bate, e a gente acaba aceitando que algumas coisas não devem ser… Sei do que ‘tô falando, nem sempre dá pra ter espaço em um coração que já está cheio... No final, a gente transforma os sentimentos, o que era paixão se torna admiração, e o que era amor se torna amizade fraterna. E assim que vamos colocamos outras pessoas aqui dentro.
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  Naruto falou de frente para a amiga apontando o próprio peito. O que ele estava contando para ela, referia-se ao que ele sentiu por Sakura e como ele deu espaço à Hinata em sua vida. Ela, comovida pelas palavras do amigo, pegou as canecas, e um pouco aérea e pensativa foi lavá-las. No entanto, Naruto manteve-se um pouco intrigado, e depois de se despedir e sair da casa da Haruno, ele caminhava pelas ruas e sussurrou para si:
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  — Mas se Kakashi não sabe, porque ele reagiu daquele jeito?
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[...]

  Dois anos atrás.

  Depois que Sasuke havia deixado a vila, Sakura intensificou ainda mais seus treinos com a senhora Tsunade. Claro, depois de se permitir uma dor lancinante. Várias vezes Kakashi tivera que acolher Sakura. Às vezes a encontrava agachada ao portão de entrada de Konoha, debaixo de chuva em um estado quase mórbido.
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  — Sakura, você precisa sair da chuva. Vem comigo...
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  — Não! — gritou a jovem para seu sensei o afastando de tocar seu braço. — Eu estou esperando! Ele vai voltar, Kakashi-sensei! Eu sei que vai!
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  Kakashi suspirou. Estava tão chateado quanto ela com a escolha de Sasuke, mas a vida precisava seguir, contudo, nem Naruto havia conseguido tirar Sakura daquele portão. Os amigos tiveram que o chamar, e lá estava ele observando a rosada sentada na chuva. Já fazia um ano que Sasuke tinha partido, mas ela ainda permanecia na ilusão de que ele voltaria um dia. Sakura estava se tornando cada vez mais afundada em uma esperança inútil. Neji, Tenten, Kiba, Hinata e Naruto estavam atrás de si, olhando-a com pena. Era um tanto deplorável na opinião de Kakashi, porém Sakura não parecia notar ou se importar com aquilo.
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  Ele abaixou-se ao lado dela, sentindo o frio da chuva gelada e falou baixo perto do ouvido da rosada:
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  — Se ele voltar... É doente que você quer que ele a encontre?
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  Então a mulher encarou Kakashi. A última coisa que ele queria, era dizer mentiras, frases ilusórias para Sakura, mas não encontrou outra maneira de tirá-la dali naquele momento. Sakura negou em um meneio de cabeça, e os olhos verdes estavam também avermelhados, irritados de tanto chorar, e não era possível definir se ela ainda chorava, já que a chuva lavava seu rosto.
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  Kakashi suspirou e passou os braços ao redor da cintura e pernas dela, tomando-a em seu colo e caminhando com Sakura aninhada em seu peito, debaixo da chuva e rumo a casa dele.
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  — Por favor, Tenten — falou ele à jovem amiga de Sakura: — Pode dizer que ela está na sua casa ou na casa de Ino? Não quero que os senhores Haruno vejam-na nesse estado.
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  — Claro, Kakashi, mas acredito que Ino será um álibi melhor. Eu vou chamar ela...
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  — sensei! — Naruto o chamou. — Para onde vai levar a Sakura?
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  — Para minha casa, Naruto, não se preocupe, eu cuido dela.
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  Naruto assentiu e novamente Kakashi pediu a Tenten:
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  — Se a Ino puder ir até minha casa...
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  Tenten assentiu e saiu em disparada. Os outros logo se dispersaram também. Kakashi entrou em sua casa com Sakura adormecida nos braços. Chorou tanto que adormeceu e nem mesmo a chuva foi capaz de impedi-la de relaxar nos braços de seu antigo sensei. O grisalho subiu as escadas rumo ao seu quarto e deitou a mulher em sua cama, mesmo com as roupas molhadas. Desceu as escadas, preparou um chá quente e naquele tempo Tenten surgiu.
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  — Desculpa, Kakashi, eu não encontrei a Ino em casa. Então, eu trouxe algumas roupas minhas e... Suponho que precise de ajuda.
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  — Obrigado, Tenten, pode subir, ela está no meu quarto.
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  A garota entrou pela primeira vez na casa do ninja, e embora estivesse curiosa e até um pouco nervosa, porque tudo ali tinha o cheiro e a aura do Kakashi, ela apressou-se ao quarto do homem. Quando entrou, sentiu-se ainda mais ruborizada. Era inegável que Kakashi era um homem sensual e que provocava a imaginação das mulheres, então estar diante do cômodo tão íntimo de sua casa, era de atiçar a mente feminina. Viu Sakura deitada na cama meio sonolenta, e logo foi ajudar a amiga a acordar. Levou a rosada até o banheiro que havia ali no quarto e a Haruno estranhou o lugar, vendo Tenten um tanto quanto nervosa.
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  — Que lugar é este? É... A sua casa? — Saky perguntou, confusa.
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  — Sakura! — Tenten sussurrou ralhando com ela. — Estamos no quarto do Kakashi!
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  — O quê?
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  De repente a rosada deu-se conta do que havia ocorrido. Ela estava na chuva, Kakashi apareceu, tirou-a de lá, pegando-a no colo e depois a rosada não se lembrava de muita coisa.
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  — Meu Deus! A... Atchim!
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  — Viu só? Aposto que está resfriando! — Tenten brigou, enquanto a ajudava.
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  Sakura tomou banho, sozinha, apesar de sentir o corpo um pouco mole, e pouco disposta. O susto de estar no quarto de seu sensei não apagava o fato de que ela estava triste demais para reagir à vida. Depois que ela terminou de vestir as roupas emprestadas de Tenten, a rosada voltou para a cama de Kakashi se deitando ali e sentindo o cheiro do sensei.
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  — Sakura!? — Tenten chamou vendo-a ficar ainda mais sonolenta e a ignorando: — Vo-você vai dormir na cama dele? Quero dizer... Sakura, vamos para casa!
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  A rosada não respondeu, e a morena bufou. Não sabia se a amiga estava se aproveitando da situação, da bondade e cuidado do seu antigo sensei, ou se realmente, estava dopada de tanta tristeza.
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  — Kakashi...
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  Tenten adentrou a cozinha onde o homem ainda se mantinha de pé, agora já preparando a bandeja com chá. O Hatake virou-se para a jovem morena, e sorriu agradecido.
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  — Obrigado por vir, Tenten. Como ela está?
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  — Er... Então, sobre isso... Ela voltou a deitar-se, não consegui fazê-la vir comigo e...
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  — Não se preocupe! — Kakashi sorriu sincero. — Ela pode ficar e você também se quiser, se não, pelo menos beba o chá que preparei antes de sair.
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  Tenten agradeceu, negando com um sorriso e despediu-se de Kakashi saindo. Quando estava correndo debaixo da chuva de novo, a morena parou para olhar a direção da casa do ninja, e pensou se realmente estaria tudo bem em deixar Saky ali. A chuva cessou, mas apenas sob a cabeça de Tenten, que deu de cara com Neji, segurando um guarda-chuva sobre si, e aquilo foi o suficiente para ruborizá-la e tirar sua atenção da rosada deitada na casa de Kakashi.
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  O sensei subiu as escadas e de forma cuidadosa, entrou no quarto com a bandeja de chá.
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  — Sakura — chamou baixinho ao se posicionar ao lado da cama e viu ela abrir os olhos devagarinho. — Ei, Sakura. Não faz isso. Você tem que se cuidar, pegar chuva esperando Sasuke não o fará voltar.
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  — Ele não vai voltar, não é? — A rosada perguntou chorosa ao ver Kakashi sentando ao pé da própria cama e encarando ela com um semblante preocupado.
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  Sobre aquele suspiro do jounin ela já conhecia o significado, e portanto não impediu o novo choro desesperado, mas dessa vez se lançou nos braços do homem o abraçando desesperada. Kakashi foi pego de surpresa pelo ato repentino, e notou que não era mais uma menina em seu abraço, e sim uma jovem mulher de corpo quente, apesar de tanta chuva. Ficou ali a consolando até que ela parasse de chorar, bebesse o chá, e voltasse a se deitar. Sakura naquela noite dormiu aninhada ao travesseiro de Kakashi, enquanto ele tentava compreender como poderia ajudar a jovem a sair daquela fossa, deitado no sofá desconfortável de sua casa.
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  Contudo, aquela foi apenas uma das ocasiões.
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  Em outras vezes a encontrava bêbada, pelos bares da cidade. Kakashi arrumava a sua estante de livros, quando uma fotografia caiu em seus pés, uma mulher, de cabelos escuros e olhos róseos nebulosos, ainda estava ali. Como ele poderia ter esquecido que guardava aquela fotografia? Rever a Hyuchiga lhe fazia perder um pouco de seus sentidos. A morte sempre o separava do que ele amava, era por tal motivo, que Kakashi evitava amar.
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  Caminhou para um bar da vila, disposto a passar a noite ali bebendo de forma desesperada para esquecer todas as lembranças que tomavam sua mente, com apenas uma simples fotografia. Sentou-se em uma mesa ao fundo e já ia pedir uma bebida, quando uma cabeleira rosa lhe chamou atenção. Deitada sobre uma mesa estava Sakura com a cabeça sobre um braço estendido, meio cambaleante.
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  — Sakura? — Kakashi pronunciou assustado, mais para si e se levantou indo até a mesa dela.
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  Quando estava ao lado dela, em pé, Kakashi se abaixou notando a mulher balbuciando palavras ininteligíveis, a garrafa de saquê vazia sobre a mesa.
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  — Você é mesmo uma pupila da Tsunade, não é?
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  A pergunta retórica não obteve resposta. Kakashi pagou a conta de Sakura, e ajeitou-a em suas costas a levando para a casa dela. Ao chegar em frente à casa dos Haruno, ele subiu ocultamente para o quarto dela, deixou ela em sua cama e a cobriu. Em seguida saiu pela janela rumo à sua casa. Não precisou beber para esquecer o passado. Ao encontrar com Sakura daquele jeito, o antigo sensei da jovem logo teve os pensamentos tomados por ela. Ele jurava ser preocupação. Apenas isso.
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  No dia seguinte, Sakura saía da sala de Tsunade após uma bronca da sensei, e enquanto andava pelas ruas de Konoha, sentiu um chakra conhecido a seguindo.
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  — Vai me seguir até quando, Kakashi?
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  — Muito bem, Sakura. Melhorou muito a sua guarda. — Ele falou sorrindo e se aproximando da garota, que parou para esperá-lo.
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  — Melhorei tanto que sei que foi você quem me levou pra casa ontem... — disse, quase envergonhada. — Obrigada, Kashi.
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  — Sakura, sabe que não vai adiantar se afundar assim. Você me deixa preocupado, sabia?
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  — Desculpa, Kakashi. Eu sei que... Sei que não deveria estar agindo assim, é só que... Às vezes eu me sinto tão... — Parou de falar e suspirou.
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  — Sozinha? Abandonada? — Kakashi complementou, chamando a atenção dela e então se aproximou da garota a puxando para um abraço. — Eu sei como é isso. Então, vamos fazer um acordo: vamos ser abandonados juntos, ok?
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  Sakura arregalou os olhos com a demonstração de carinho pública do sensei. E não conseguiu disfarçar também o impacto das palavras dele. Hatake logo a soltou, explicando:
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  — Eu sei o que você sente, Saky. Deixe-me ser um sensei também para suas dores, ‘huh? Não é desse jeito que você está fazendo que vai funcionar. Não vai passar a dor desta forma, pelo contrário, só vai arrumar dores maiores e ferir quem te ama e está ao seu lado também.
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  Sakura não conseguia decifrar o que aquelas palavras lhe causaram, mas bateram forte demais. Ela aprofundou o olhar, ao único olho livre de Kakashi, e sorriu amena.
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  — Podemos começar uma nova parceria então. — respondeu-o.
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  Desde então, os dois vinham se aproximando mais e mais naqueles dois anos, em uma amizade bonita, sólida, respeitosa e que sem notarem, ganhava cada vez mais significado.
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