Namorado de Emergência

Escrita porRay Dias
Editada por Natashia Kitamura

Capítulo 3 • Novos Ensaios Desastrosos

Tempo estimado de leitura: 21 minutos

O barulho da rua chegava mais abafado naquele café elegante, escolhido a dedo por Camila como palco do novo ensaio. Mesas de madeira clara, cadeiras estofadas em tons de mostarda e paredes forradas por livros e quadros modernos criavam uma atmosfera que misturava aconchego e sofisticação. Sofia e Miguel sentaram-se lado a lado em um canto estratégico, próximo à janela, com a luz da manhã derramando-se sobre o rosto deles, iluminando cada nuance da expressão e cada pequena hesitação, cada sorriso contido.
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  Camila surgiu, como sempre, com o bloco de notas em mãos e um olhar decidido, quase teatral, que anunciava que o dia seria cheio de testes e provocações.
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  — Hoje — começou ela, voz firme e melodiosa ao mesmo tempo — vamos trabalhar a naturalidade em público. Se no sofá vocês conseguiram manter a compostura, aqui a dificuldade aumenta. Conversas paralelas, olhares de estranhos, talvez até uma ou outra provocação, e vocês precisam parecer casal de verdade.
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  Sofia engoliu em seco, sentindo a mão de Miguel cobrir a dela, firme, quase desafiadora.
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  — “Casal de verdade” — murmurou, com o nariz levemente torcido, mas um sorriso escondido surgindo nos lábios.
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  — Exato — continuou Camila, erguendo a sobrancelha como se estivesse lançando uma charada — mas atenção: não basta parecer juntos. Vocês precisam interagir de maneira orgânica, rir juntos, sussurrar algo só para o outro, tocar levemente o braço ou o ombro sem parecer ensaio.
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  Miguel desviou o olhar para ela, arqueando uma sobrancelha, divertido.
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  — Ah, claro. Como se fosse natural ter alguém analisando cada centímetro do nosso corpo e cada respiração.
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  — Isso mesmo — respondeu Camila, sorrindo — mas a prática leva à perfeição. Ou ao desastre controlado.
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  A primeira atividade foi simples: um café compartilhado, onde precisavam conversar sobre assuntos cotidianos, mas mantendo proximidade e conexão visual. Sofia pediu um cappuccino, Miguel um expresso duplo, e Camila observava cada movimento: a maneira como eles seguravam as xícaras, o jeito de se inclinar para ouvir o outro, o leve toque das mãos que, por instinto, continuava acontecendo mesmo sem perceber.
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  — Muito melhor do que ontem — comentou Camila, fazendo anotações rápidas — percebo pequenos ajustes na postura, no sorriso, na inclinação da cabeça. Miguel, você está começando a deixar de lado aquele ar de “desprezo controlado” e… Sofia, você relaxou de forma incrível.
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  Miguel trocou um olhar rápido com Sofia, piscando de forma provocativa.
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  — Olha só para nós, crescendo sob os olhos atentos da diretora.
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  — Crescendo ou afundando no constrangimento — retrucou Sofia, mordendo o lábio inferior, mas incapaz de conter a risada.
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  Camila, satisfeita com a reação deles, acrescentou:
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  — Agora vamos elevar a dificuldade: aproximação planejada. Vocês vão simular uma situação onde, de repente, “topam” com alguém conhecido e precisam reagir como casal, demonstrando proteção mútua, proximidade e sorrisos naturais.
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  Sofia ergueu uma sobrancelha, desconfiada.
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  — Topar com alguém? — perguntou, olhando para Miguel, que apenas sorriu, divertido com a ideia.
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  — Exatamente — disse Camila, gesticulando. — Miguel, você segura levemente a cintura dela ao cumprimentar a pessoa. Sofia, você toca o braço dele de forma casual, mas visível. E lembrem-se: tudo precisa parecer espontâneo, mas coordenado.
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  Eles se levantaram, cada passo carregado de expectativa e leve nervosismo. A atmosfera do café: clientes conversando, garrafas de café tilintando, luz natural filtrando-se pelas janelas; tornou cada gesto mais palpável. Cada encosto de ombro, cada toque na mão, cada sorriso compartilhado era amplificado pelo ambiente, e os dois começaram a perceber que a química que Camila vinha explorando nos ensaios anteriores não apenas persistia, mas se intensificava.
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  — Lembrem-se — disse Camila, em tom divertido e firme — isso é ensaio, mas quanto mais real parecer, melhor será o desempenho na festa. E se vocês rirem ou se atrapalharem, tudo bem! Faz parte do charme do casal.
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  Sofia sentiu o calor subir de novo ao toque inesperado do braço de Miguel, enquanto ele, sem perceber, ajustava levemente a postura para que o corpo dela estivesse encostado ao dele, apenas o suficiente para que a proximidade fosse perceptível, mas não invasiva. O café havia se tornado um palco improvisado de tensão, humor e romance, e Camila, satisfeita, anotava cada detalhe, seus olhos brilhando com a certeza de que o ensaio daquele dia renderia surpresas ainda maiores.
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  — Muito bem — concluiu Camila, fechando o bloco com um estalo seco — o próximo passo será o beijo público controlado. Não se assustem: não é o beijo de ontem. Aqui vocês precisam demonstrar intimidade sem parecer que estão ensaiando. E lembrem-se: cada olhar, cada gesto e cada toque contam.
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  Miguel olhou para Sofia, tentando esconder o sorriso travesso.
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  — Está se referindo a nós, “intimidade ensaiada”?
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  — Exatamente — respondeu Camila, inclinando-se para frente, os olhos faiscando de diversão — e quero ver vocês conseguindo fazer isso sem rir, corar demais ou bater as cabeças.
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  Sofia suspirou, ajustando o cabelo atrás da orelha, sentindo a mão dele apertar levemente a sua.
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  — Por enquanto, tudo o que conseguimos fazer é sobreviver ao café… mas algo me diz que a parte difícil ainda vem.
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  — Ora, deixe de ser acanhada, amiga! Vocês estão indo muito bem! — disse Camila orientando-os novamente: — E não esqueçam, vocês precisam parecer confortáveis, próximos, mas não forçados. Toque no braço, sorriso cúmplice, olhar de entendimento mútuo. Acima de tudo, controle: o beijo precisa parecer espontâneo, natural.
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  Sofia respirou fundo, sentindo a mão de Miguel apertar a sua cintura levemente.
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  — Fácil de falar — murmurou, baixinho, quase para si mesma.
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  Miguel sorriu, arqueando a sobrancelha e inclinando-se devagar para mais perto.
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  — Vamos, estamos quase lá. Apenas finjam que eu, e todos os clientes, é claro, não estou aqui observando vocês.
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  Eles caminharam lentamente em direção à mesa onde “acidentalmente” esbarrariam em um amigo imaginário de Camila, um teste para a proximidade natural e a reação em público. Miguel segurou levemente a cintura de Sofia, e ela, por instinto, encostou a mão no braço dele. O toque foi breve, mas suficiente para enviar uma corrente elétrica silenciosa entre eles.
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  — Muito bem — sussurrou Camila, quase inaudível, enquanto anotava cada detalhe — perceberam o quanto é mais difícil manter a compostura quando há olhares de terceiros?
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  Sofia corou, desviando o olhar discretamente, e Miguel riu baixo, percebendo a tensão dela, mas sem quebrar a postura.
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  — Uau… quem diria que o simples toque no braço poderia ser tão intenso?
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  A situação se intensificou quando Camila, estrategicamente, fez um comentário alto o suficiente para que chegasse aos ouvidos de todos na mesa:
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  — Ah, olha só! Que casal fofo, hein?
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  O efeito foi imediato. Sofia respirou fundo, tentando não rir ou se envergonhar, enquanto Miguel inclinou-se ainda mais para perto, murmurando discretamente:
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  — Não se preocupe, estamos em missão.
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  Eles continuaram a caminhar lentamente, encenando naturalidade e proximidade, até que Camila sinalizou com um gesto discreto que era hora do beijo controlado. Sofia e Miguel trocaram um olhar rápido, carregado de expectativa e nervosismo, mas sem recuar.
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  Miguel segurou delicadamente o rosto dela com as mãos, aproximando os lábios de forma suave, enquanto Sofia fechava os olhos, sentindo o calor subir ao corpo. O beijo foi breve, delicado, o ritmo controlado por Miguel, com Sofia correspondendo com uma intensidade silenciosa, quase como se todos os segundos se estendessem indefinidamente.
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  — Excelente — exclamou Camila, recuando levemente, com um sorriso satisfeito — foi bem melhor que o selinho de ontem: natural, breve, mas suficientemente íntimo. Agora vejam — anotou no bloco — a coordenação de respiração, a leve inclinação da cabeça e a postura corporal fizeram parecer que vocês estavam completamente confortáveis.
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  Sofia se afastou levemente, corada, os dedos ainda entrelaçados aos de Miguel.
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  — Isso foi… mais intenso do que eu imaginei — disse, respirando fundo.
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  — E mais divertido do que qualquer café normal — respondeu Miguel, sorrindo e ajustando o cabelo atrás da orelha dela com um gesto rápido e involuntário.
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  Camila, anotando tudo, levantou o olhar e disse com um tom provocador:
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  — Percebam a energia que se cria quando a tensão é real, mesmo que o beijo seja ensaiado. Amanhã, a próxima atividade vai exigir proximidade ainda maior, talvez um toque mais longo ou interações mais complexas em público. Mas, por enquanto, vocês passaram no teste: conseguiram manter o controle, a naturalidade e acima de tudo, a química.
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  — Camila você está sendo irritantemente repetitiva, sabia? — Miguel comentou sorrindo.
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  — É! Só deixa a gente sair em público por aí, reagindo sozinhos. Você está achando que é a Amora Mautner… — Sofia comentou rindo sentindo dissipar todo o constrangimento que a nova proximidade física com Miguel gerava cada vez mais.
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  — Calem a boca, vocês me agradecerão no futuro.
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  O café continuava seu burburinho cotidiano, mas para Sofia e Miguel, cada som parecia amplificar a sensação de proximidade recém-descoberta. Eles voltaram para a mesa, ainda lado a lado, as mãos tocando-se discretamente, e Camila concluiu:
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  — Hoje aprendemos que mesmo em público, com distrações e provocações, a química não se perde. Espero que vocês mantenham tudo o que estão criando de novo entre vocês, no dia da festa. Eu estou louca para ver a expressão de todos ao encarar o meu casal perfeito!
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  — Quando estes ensaios vão acabar, diretora Mautner? — Miguel suspirou zombeteiro ao perguntá-la.
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  Os três voltaram a agir naturalmente como amigos em um café.
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N A M O R A D O • D E • E M E R G Ê N C I A •

  O clube pulsava com a batida constante da música eletrônica, as luzes multicoloridas piscando e varrendo o salão como se fossem ondas. A fumaça leve dos efeitos visuais misturava-se ao cheiro doce de drinques e perfumes, criando uma atmosfera carregada de energia, expectativa e pequenas tensões. Miguel e Sofia entraram lado a lado, mãos entrelaçadas discretamente, tentando parecer naturais, mas conscientes de cada passo que davam sob os olhares curiosos de desconhecidos.
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  — Eu vou repetir: — disse Camila, já posicionada próxima ao bar, bloco de notas em mãos e sorriso travesso — este ensaio é sobre reação. Como casal em uma festa, provavelmente um pouco alcoolizados, vocês precisam manter a aparência de intimidade e controle, mesmo que as situações se tornem inesperadas.
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  Sofia piscou, ajustando o vestido colado ao corpo que Camila havia escolhido pessoalmente (e sabe-se lá por quê) e respirando fundo.
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  — Alcoolizados? — murmurou, com uma mistura de nervosismo e incredulidade. — Você quer dizer que vamos ter que fingir que estamos bêbados também?
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  — Exatamente, ou ficar um pouco! — respondeu Camila, com aquele ar de diretora que misturava autoridade e diversão — Mas calma, o objetivo não é exagerar. É sobre química, reação rápida, interação natural e, principalmente, não quebrar a pose de casal.
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  Miguel lançou um olhar rápido para Sofia, arqueando a sobrancelha.
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  — Ótimo… a química agora será testada por luzes estroboscópicas, música alta e… bebidas. — Ele deu um sorriso leve, tentando mostrar confiança, mas sentindo a adrenalina subir.
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  Eles avançaram pelo salão, desviando de grupos de pessoas, rindo discretamente de piadas de estranhos, enquanto Camila os observava com atenção cirúrgica.
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  — Toquem o braço, inclinem-se levemente, olhem nos olhos um do outro como se o resto do mundo não existisse — instruía Camila, os olhos brilhando com satisfação — Mantenham gestos sutis, risadas controladas, até porque é quase como se vocês estivessem flertando pela primeira vez, e sei que podemos aproveitar algo nisso.
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  Eles assentiram e Miguel aproximou a boca do ouvido da amiga. Sofia se inclinou, rindo baixinho de uma piada que Miguel fez de improviso e ele, por reflexo, tocou levemente a cintura dela. O toque, breve, quase imperceptível para os outros, fez com que ambos sentissem aquele arrepio silencioso, mas intenso, que parecia tornar-se comum.
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  — Ótimo — murmurou Camila, anotando rapidamente — a sincronização está melhorando. Vocês dois estão começando a entender como pequenas ações podem transmitir confiança, intimidade e… atração.
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  Então Camila decidiu testar algo mais ousado: aproximou-se com dois drinques coloridos.
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  — Isso é para vocês experimentarem a reação como casal em público. Bebam e observem o outro, reajam como parceiros.
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  Sofia pegou o copo, ainda nervosa, e olhou para Miguel, que deu um sorriso encorajador.
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  — Vamos lá — disse ele, levantando levemente o copo para brindar — ensaio número… sei lá, um milhão?
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  — Seis — corrigiu Camila, com um riso — mas quem está contando?
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  Eles beberam, o sabor doce e alcoólico misturando-se à adrenalina da situação. A música batia forte, o chão vibrava sob os pés, e cada movimento parecia amplificado pela luz estroboscópica. Miguel colocou o braço ao redor da cintura de Sofia de forma casual, e ela, instintivamente, encostou a cabeça no ombro dele por um instante, uma reação quase automática, mas observada atentamente por Camila.
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  — Muito bem, muito bem — exclamou Camila — Isso é exatamente o que quero que aconteça na festa.
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Sofia riu, tentando ignorar o calor que subia ao corpo com o toque dele e o ambiente intimista criado pelo barulho da música e o movimento das pessoas.
  — Eu não sei se consigo manter o controle por muito tempo — murmurou, quase para si mesma, ao virar um gole generoso do próprio drinque.
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Miguel inclinou-se levemente, sussurrando:
  — Então vamos aproveitar enquanto podemos… naturalmente.
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  A tensão entre eles crescia, mas de uma maneira divertida, como se a situação fosse uma peça de teatro em que ambos eram protagonistas e coadjuvantes ao mesmo tempo. Cada gesto, cada toque, cada olhar trocado era analisado e registrado na mente de Camila, que observava como se estivesse assistindo a uma novela, esperando o momento certo para fazer a próxima provocação.
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  — Excelente — concluiu ela, com aquele sorriso de quem sabe que o ensaio atingiu outro nível — agora, experimentem interagir com outras pessoas como casal, mantendo a intimidade entre vocês, mas reagindo a conversas, cumprimentos e comentários. Observem: pequenas distrações, olhares de terceiros, e ainda assim nenhum gesto artificial.
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  Sofia e Miguel trocaram um olhar cúmplice, mãos ainda entrelaçadas, e avançaram pelo salão. A batida da música, as luzes pulsantes e o calor humano transformavam cada gesto em um pequeno desafio: dançar juntos, rir de piadas externas, encostar levemente e, ao mesmo tempo, parecer natural. Cada interação era uma prova silenciosa de que a química entre eles não podia mais ser ignorada. E, ao mesmo tempo, Camila estava orquestrando tudo como uma verdadeira diretora de novela, testando limites e provocando risadas contidas.
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  A música mudou para um ritmo mais lento, os graves pulsando suavemente pelo chão, envolvente e quase hipnótico. Miguel e Sofia se colocaram no centro da pista, os corpos próximos sem parecerem forçados, os olhos se buscando com aquela familiar curiosidade que só surgia quando o toque era quase proibido. A luz colorida dançava sobre eles, refletindo nos olhos de Sofia, fazendo-os brilhar, e nos de Miguel, carregados de uma intensidade divertida e provocadora.
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  — Então é aqui que eu percebo que não precisamos ensaiar nada — murmurou Miguel, inclinando-se levemente, a respiração quente tocando a dela — a química já faz o trabalho sozinha.
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  Sofia sorriu, desviando o olhar por um instante, sentindo o coração acelerar.
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  — Você fala como se não fosse a primeira vez que estamos… bem… tão perto assim.
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  Ele riu, segurando-a pela cintura com mais firmeza, deslizando os dedos suavemente sobre o tecido do vestido dela, mantendo o toque leve, provocador, mas íntimo o suficiente para que cada passo de dança parecesse um flerte silencioso.
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  — E de certa forma não é a primeira vez. Mas… nunca tão público.
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  Ela riu baixinho, inclinando-se para ouvir melhor, aproximando o rosto do dele, sentindo o calor da respiração dele.
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  — Ah, então o fator “público” é o que faz toda a diferença?
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  — Parte da diversão — respondeu Miguel, com um sorriso travesso — E você sabe que estamos sendo observados.
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  Camila estava encostada discretamente em um balcão iluminado, segurando uma bebida e observando cada gesto com atenção quase cirúrgica. Ela sorriu para si mesma, satisfeita. O ensaio havia cumprido seu papel: eles não precisavam mais de indicações ou direções. A química era real, espontânea, palpável.
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  — Muito bem — Camila murmurou para si, distante dos amigos e lhes dando as costas — a partir de agora, a balada é de vocês. Sem ensaios, sem regras, apenas a noite e o que vier.
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  Miguel rodou Sofia com leveza, seus corpos girando em sintonia, cada passo criando um diálogo silencioso entre eles. O toque das mãos, o leve encostar do ombro, o sorriso que surgia no canto da boca de Sofia: tudo isso falava mais do que qualquer palavra.
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  — Sabe — começou Sofia, a voz suave, quase perdida na batida da música — eu não imaginava que uma simples dança pudesse ser tão… reveladora.
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  — Reveladora? — repetiu Miguel, aproximando-se mais, os rostos quase se tocando — Reveladora de que eu sou irresistível dançando com você?
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  Ela riu, empurrando-o levemente de brincadeira, mas sem realmente se afastar.
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  — Talvez… reveladora de que você consegue ser insuportavelmente confiante e encantador ao mesmo tempo.
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  — Então, missão cumprida — disse Miguel, sorrindo, inclinando-se para encostar a testa na dela por um instante, sem pressa, apenas sentindo a proximidade e a eletricidade silenciosa entre eles.
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  A música continuava, o ritmo embalando cada gesto, cada toque, cada olhar cúmplice. O riso leve de Sofia misturava-se ao som da balada, e Miguel respondia com pequenos comentários provocadores, suaves, que faziam a tensão entre eles crescer sem que nenhum deles percebesse completamente.
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  — E se alguém nos visse assim, no meio da pista? — perguntou Sofia, sorrindo, encostando levemente a mão na dele.
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  — E se alguém nos visse? — replicou Miguel, inclinando-se, roçando os lábios na orelha dela por um instante — Eles veriam algo que eu mal consigo definir. Talvez… diversão, talvez tensão, talvez… algo mais.
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  Sofia riu, a mão dele ainda na cintura dela, a outra segurando a sua delicadamente, e percebeu que a dança tinha se transformado em um diálogo silencioso, íntimo e provocador, onde cada gesto era uma pergunta e cada olhar, uma resposta.
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  Camila finalmente tomou um gole da bebida, satisfeita. Ela sabia que os ensaios, por mais meticulosos que fossem, tinham servido apenas para preparar o terreno. Agora, eles podiam ser espontâneos, explorar a noite como casal, conversar, flertar, rir e sentir a tensão crescer naturalmente, sem nenhuma intervenção.
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  Miguel rodou Sofia novamente, a mão dela deslizando pelo braço dele com confiança agora, e sussurrou:
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  — Sabe, acho que dançar com você é a parte mais divertida desta… mentira toda.
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  — Mentira? — respondeu ela, arqueando a sobrancelha, divertida e provocadora — E quem disse que é mentira? Talvez seja apenas… prática.
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  — Prática, hum… — murmurou Miguel, sorrindo, a respiração quente contra a dela — Para algo mais real?
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  Sofia riu, inclinando-se ainda mais próxima, e naquele instante, entre a música, as luzes pulsantes e os corpos próximos, perceberam que a linha entre ensaio e realidade havia desaparecido. A balada não era mais apenas um teste ou um palco: era uma noite real para eles, cheia de diálogos significativos, flertes sutis e gestos que diziam mais do que qualquer ensaio poderia ensinar.
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  Miguel e Sofia descobriam cada vez mais que, a química construída naqueles dias finalmente tinha espaço para se manifestar… sem ensaios, sem regras, apenas a espontaneidade de dois corações descobrindo a intensidade da proximidade em público.
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Capítulo 3
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