Love Contract

Escrita porLiv
Revisada por Lelen

Capítulo 1 • if you wanna play it like a game well, come on, let's play

Tempo estimado de leitura: 27 minutos

%Cha% %Ivy%

Encarei o céu nublado pela janela e por mais que o dia tenha amanhecido assim, o clima continuava quente. Alonguei os braços enquanto me encaminhei para a cozinha, a fim de preparar um lanche rápido para voltar ao trabalho. Desde que comecei a ajudar Nessa – uma das minhas melhores amigas – em sua loja de roupas, os meus dias estão mais corridos, contudo, não era difícil conciliar com o meu trabalho freelancer de design e a faculdade de publicidade e propaganda.

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Eu cuido da parte do marketing e dos bastidores, além de servir como modelo quando estamos sem os nossos disponíveis; Nessa é encarregada de toda a burocracia e é quem desenha as suas linhas de roupas, fazendo questão de confeccionar as vestimentas para manter o seu padrão. A sua marca consiste em peças únicas, tornando-as exclusivas e agradando bastante as suas clientes que consistiam em mulheres ricas e influentes.

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Terminei o meu omelete e dei uma golada final no meu suco de laranja, encarando o biquíni extremamente perfeito que Nessa havia feito para mim em cima da minha cama, que infelizmente eu não usaria na festa de hoje. Optei por faltar a comemoração do aniversário de Jiwoon, um amigo em comum, que seria em uma de suas mansões com uma bela e maravilhosa piscina por conta de alguns trabalhos que eu queria adiantar para ficar livre no final do mês.

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Suspirei pesadamente, eu queria muito ir pela nossa amizade e por Jiwoon ser conhecido por dar as melhores festas, só que tentei mentalizar a viagem em comemoração aos seis anos de namoro e dois de noivado meu e do %Sunoh% marcada para o dia 30. Com nossas agendas apertadas, principalmente a do meu noivo, a única data que conseguimos foi na próxima semana, apesar do nosso aniversário ter sido no início do mês.

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— Fighting, %Cha% %Ivy%! — Sentei novamente na cadeira, voltando aos estudos. — É só mentalizar a sua viagem para um cenário paradisíaco com o seu tão amado Kang %Sunoh% que o esforço valerá a pena!

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Olhei a nossa foto que ficava na minha escrivaninha e sorri pequeno, lembrando de como nos conhecemos no ensino médio e não levou mais de cinco meses para começarmos a namorar. %Sunoh% e eu fazíamos parte do grupo dos populares, assim como a maioria dos nossos amigos, somente por termos famílias influentes com suas respectivas empresas também influentes em Seul. Apesar de %Sunoh% não ser o mais querido pelas pessoas a nossa volta pelo seu jeito extremamente extrovertido, eu me apaixonei pelo fato de ser empático e por ser prestativo com todos, sem exceção.

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No aniversário de quatro anos de namoro, ele me levou para uma viagem super-romântica em Paris e preparou toda a surpresa do pedido de casamento sem que eu descobrisse algo e, parando para pensar, eu nunca suspeitei de nada que estivesse planejando. Com o meu “sim” e uma felicidade sem igual, decidimos fazer a cerimônia assim que terminarmos as faculdades para não atrapalharmos nossos objetivos e trabalhos, visto que o homem é sucessor da multinacional da família e tinha bastante coisa para fazer.

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Agora, com seis anos na conta, eu vejo que algumas coisas mudaram, mas não sei se consigo dizer exatamente quando ou o que mudou. Acho que é normal, considerando que passamos o final da nossa adolescência e início da fase adulta juntos, então algumas coisas serem diferentes não faz mal.

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Antes que eu pudesse pensar mais a fundo no assunto, o meu celular vibrou, revelando ser uma mensagem de %Sunoh%.

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Estranho. Geralmente o meu noivo fazia questão em me ligar normal ou por chamada de vídeo com a desculpa que sentia a minha falta, e quase não trocávamos mensagens. Resolvi ignorar esse detalhe, provavelmente %Sunoh% devia estar muito ocupado e com o tempo curto.

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“Meu amor, não precisa me esperar hoje. Devo passar a noite no escritório resolvendo pendências da empresa. Tem certeza que não irá para a festa do Jiwoon?”

“Oh, de novo? :(
Sem problemas, espero que dê tudo certo no trabalho! Não ultrapasse os seus limites, meu amor.
E não, pelo bem da nossa viagem, terei que fazer esse sacrifício! :)”

“Como sou sortudo em ter uma noiva tão atenciosa e preocupada comigo :)
Se mudar de ideia, me avise.
Amo você.”

Sorri com a mensagem e bloqueei a tela do celular, focando no notebook a minha frente e dei continuidade ao trabalho com certo pesar.

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— Cenário paradisíaco, %Cha% %Ivy% — repeti na esperança de me livrar do sentimento de arrependimento. — Jiwoon sempre está dando festas, na próxima você irá!

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Perdi a noção do horário assim que peguei no sono, cochilando por quase uma hora; espreguicei o corpo automaticamente, levantando da poltrona e fui ao banheiro jogar uma água no rosto para despertar por completo. Em meio aos bocejos, vi que tinha inúmeras chamadas perdidas das minhas amigas, e tratei de ligar para Hyejin, já prevendo que uma das meninas fez alguma loucura na festa. Eu amava o meu grupo e o fato de sermos como irmãs, e quando estávamos todas no mesmo lugar, era certeza que teríamos muitas histórias para contar. Tentei espiar as fotos e vídeos que elas enviaram, porém, avistei a minha amiga do outro lado da tela com uma feição nada feliz.

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— Yah! É assim que sou recebida? Com essas carinhas de enterro?

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— Amiga, que horas você chega? — Fiquei impressionada em como pude escutá-la, a música de fundo estava bem alta.

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— Vocês sabem que eu não vou — fiz um biquinho —, mas não me importo de me darem um tour pela festa! Gostaria de parabenizar o Jiwoon também.

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— %Ivy%. — Nessa quase nunca me chamava pelo nome, apenas quando o assunto era sério.

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— Está tudo bem, meninas? — Comecei a ficar preocupada. — Precisam que eu mande os meus seguranças?

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— O problema não é a gente, baby. Me perdoa por ter que te dar essa notícia dessa forma, mas é melhor você mesma ver e tirar suas conclusões.

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— Do que vocês estão…

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Hyejin trocou de câmera e logo a sua fala fez total sentido. O mundo ao meu redor pareceu parar e eu não ouvia mais nada do que elas falavam, apenas concentrei a minha atenção na última notícia que esperava receber: %Sunoh% me traindo em plena luz do dia para quem quisesse ver. Não é como se eu não quisesse reagir, contudo, meu corpo continuou imóvel até eu ver que Nessa balançava suas mãos freneticamente na frente da tela. A agradeci mentalmente por ter me tirado do meu transe, no entanto, a raiva que crescia dentro de mim precisava ser posta para fora, e para isso, eu teria que agir o mais breve possível.

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Coloquei a minha bolsa no ombro e peguei as chaves do meu carro, ainda na ligação com as meninas; uma parte de mim queria achar uma justificativa plausível para o que acabei de assistir, não era possível que %Sunoh% agiria tão baixo a troco de nada em um lugar que a maior parte nos conhecia. Ri sem humor, mordendo o meu lábio inferior com certa força até sentir o gosto metalizado, logo sendo advertida por Nessa, que foi a um local mais quieto junto com Hyejin.

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— Nem ouse se machucar por causa daquele filho da puta, %Cha% %Ivy%!

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— Pode ficar tranquila, Nessa. — Encostei as costas do banco do motorista, ligando o carro. — Não se esqueça que sou maquiadora, escondo isso rapidinho.

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— Baby — minha outra amiga falou em um tom mais carinhoso —, há diversas maneiras de você descontar a raiva, não precisa morder o seu lábio. Você pode vir aqui com seus seguranças e expor o desgraçado, ou se vingar mais lentamente…

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— Não precisa dizer mais nada, Hyejin. — Pisei no acelerador com vontade. — Só se certifiquem de que os pombinhos não saiam da festa até eu chegar.

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Revirei os olhos ao sentir o gosto amargo na boca, consumida ainda mais pela irritação. As meninas fizeram certo em me mostrar, eu só me arrependia de não ter acreditado em seus avisos prévios e na minha intuição. Por estar em um relacionamento longo, sempre ignorei a minha intuição, principalmente nas festas e comemorações que eu não pude estar presente.

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Apesar das garotas me falarem que já tinham visto %Sunoh% próximo de uma mulher em várias ocasiões, eu simplesmente não me importava, visto que ele pode ter amizades femininas assim como eu tenho inúmeras masculinas. A questão é que, além de não conhecer essa querida, nunca me passou pela cabeça que %Sunoh% estaria tendo um caso com ela, mas tudo fazia sentido ao pensar mais a fundo nas festas que eu não compareci e %Sunoh% magicamente precisava ficar na empresa resolvendo sabe-se lá o que.

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Até nos dias que eu estava passando mal.

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Ele nunca ficava em casa.

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— Que inferno! — Bati as mãos no volante, me sentindo patética por alguns segundos.

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— Não era esse o cumprimento que eu esperava ao atender o celular, darling.

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Pela primeira vez nessa última hora eu soltei um risinho abafado, feliz em ouvir a voz do meu melhor amigo. Disquei o número de Izumi, e enquanto aguardava o rapaz atender, aproveitei para externar a raiva e xingar %Sunoh% até a sua décima geração.

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— Preciso entrar nos detalhes?

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— Não, darling. Hyejin e Nessa me informaram. — Suspirei aliviada por não ter que repassar a situação. — Qual será o seu pedido?
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— Queencard.

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— Não esperava menos — o vi sorrir maliciosamente —, chegará em breve?

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— Quando você menos esperar, meu bem.

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Desligamos a ligação e voltei a atenção para o trânsito, solicitando a assistente do celular para fazer mais uma chamada. Felizmente, uma das minhas maiores qualidades era conseguir arrumar uma solução para qualquer problema que surgisse na minha frente, e dessa vez não seria diferente.

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Sei que em alguma hora eu teria que lidar com os meus sentimentos, entretanto, agora é o momento de eu me recompor e agir como a %Cha% %Ivy% de sempre.

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Posso ser corna, mas burra e otária? Nunca.

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— Você nunca me decepciona, Izumi!

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Meu amigo finalizou os últimos ajustes e me fez dar uma voltinha na frente do espelho, me mostrando os detalhes do meu vestido. Assim como Nessa, Izumi possuía sua marca própria, a única diferença é que o rapaz era estilista de pessoas famosas como atrizes, atores e idols – e também é o meu.

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Nos conhecemos quando tínhamos dez anos em uma das viagens que minha família fez para o Japão – país do meu melhor amigo – e assim como eu, Izumi veio para Seul no primeiro ano do ensino médio. Mantivemos contato por todo esse tempo, e ao nos formarmos do colégio, ele decidiu seguir a sua carreira e eu o apoiei, investindo na sua marca.

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Mais uma vez, ele entregou um trabalho impecável e eu fiquei extremamente apaixonada no meu vestido. Por ser um palmo acima da metade da coxa, achei que a barra da peça enrolaria, mas, para a minha surpresa, a vestimenta se adequou ao meu corpo perfeitamente, e eu podia fazer qualquer movimento que quisesse sem me preocupar com a roupa saindo do lugar. As mangas longas tinham o seu charme, e o singelo decote dava um toque a mais para o look, que foi complementado com um salto alto fino no tom de vermelho, contrastando com o branco do vestido. Aproveitando a minha vinda, pedi que Izumi cortasse um pouco o meu cabelo para dar um movimento maior e me despedi temporariamente da franjinha, a separando em duas partes e prendendo-as nas laterais das madeixas.

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Talvez eu devesse deixá-la crescer novamente.

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— Vem cá, %Ivy%. — Meu amigo estendeu a mão para mim e eu aceitei, tendo a minha cintura envolvida por uma de suas mãos. — Agora, faça uma pose que demonstre o quão diva e maravilhosa está para postarmos nas redes sociais. A sua vingança começa aqui comigo, darling.

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Sorri igualmente maliciosa para o rapaz, me preparando para as inúmeras fotos que tiraríamos; felizmente eu era rodeada por pessoas que me amam e são tão gostosas quanto eu, então com toda a certeza a foto bombaria as nossas redes sociais e chegaria em %Sunoh%, que não perde por esperar o que estou planejando para ele.

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— Brenda já te aguarda, darling — Izumi anunciou ao terminarmos a sessão de fotos. — Em qual momento você entrou em contato com a Mi-Sun?

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— Após ter falado com você. Consegue imaginar o quão burro %Sunoh% é?

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— Consigo, e não preciso dizer que estou ansioso para ver o desgraçado se ferrar, certo? Ah, que delícia será essa festa do Jiwoon!

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— Nos encontraremos mais tarde, tenho algumas pendências para resolver, Darling. — O abracei apertado, sentindo um conforto com o ato. — Amo você, Izumi.

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— Te amo, darling.

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Saí de seu ateliê e chamei o elevador, entrando nele ao parar no primeiro andar e levou cerca de trinta segundos para chegar no terceiro, onde fica localizado o escritório da nossa quarta membro do grupo. Dei exatas sete batidas na porta, vendo a garota girar a maçaneta e me puxar para dentro, me abraçando tão apertado quanto abracei Izumi. Um fato sobre nosso círculo de amizade é que amamos abraços, e quando um de nós está passando por uma dificuldade, sempre damos abraços apertados. Não deixo de achar nossa forma de afeto uma graça e adorável, ainda mais por ser a mais carinhosa do grupo.

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— Conseguiu imprimir tudo? — questionei minha amiga ao nos separarmos.

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— É óbvio — me respondeu ao entregar os dois envelopes. — Um é com as fotos e prints dos vídeos que você me mandou, o outro é com as evidências que consegui.

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— Isso está perfeito. — Me deliciei com o conteúdo do último envelope, tendo certeza das minhas suspeitas. — Como Kang %Sunoh% pode ser tão burro? Não sei como os seus pais não perceberam o desvio de tanto dinheiro assim.

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— Pelo menos a irmã é inteligente e sairá feliz no final. — Brenda deu de ombros.

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— Não me arrependo de ter ligado para ela. — Guardei as folhas cuidadosamente. — Acredita que a garota disse que se eu quiser, ela mesma expõe %Sunoh% pro mundo? Só não permiti por ter um plano melhor, mas é bom tê-la do meu lado.

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— Mi-Sun te adora, amiga. É claro que a garota ficaria no seu lado. — Brenda me envolveu em seus braços de novo. — Tem certeza que ficará bem?

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— Não sei, sinceramente. Seis anos é muita coisa, e eu ainda não assimilei 100% o fato de ter sido chifrada — soltei um risinho anasalado, tentando fazer a situação não parecer tão ruim —, contudo, não ficarei calada e aceitar ser tratada desse jeito. Mais do que ninguém, ele deveria saber a personalidade de quem escolheu um dia passar o resto da vida.

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— Nos encontraremos na festa, meu bem. Eu e as meninas estaremos lá para te apoiar, e já acionei alguns contatos para não deixarem que os dois saiam da festa antes da sua chegada.

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— Obrigada mais uma vez, Brenda. — Caminhei para a porta. — Depois olhe a sua conta bancária, deixei um presentinho a mais para você, além do número de uma certa pessoa no seu celular.

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A espiei sorrir maliciosamente e segui para o elevador, pondo os envelopes no banco do carona no momento que entrei no carro. Brenda tinha um crush enorme no meu assistente, e Arthur também gostava dela, então juntei o útil ao agradável e adiantei o processo para ambos como agradecimento por ter me ajudado a reunir as informações sobre meu ex.

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Brenda é o tipo de pessoa que consegue qualquer tipo de informação que você deseje, contanto que a pague de acordo, apesar de trabalhar como barista na maior parte do dia. Eu diria que o bar é só um disfarce, porém, conhecendo a minha amiga, a sua segunda paixão era preparar os mais diversos drinks existentes nesse mundo.

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A primeira, bem, é assunto para outra hora.

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Nessa e Hyejin me ligaram novamente por vídeo, mostrando %Sunoh% e a mulher em seus braços, quase me fazendo vomitar ao assistir a cena. Nada mais me impressionava, só que era interessante perceber o quão sem caráter o homem é, e o fato de não ligar em ser visto com essa querida é a prova de que nosso relacionamento não valia de nada para si. Conforme eu me aproximava de uma das casas de sua família, avistei Kang Mi-Sun devidamente disfarçada e com o seu cigarro de sempre.

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— Não é muito nova para fumar?

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— Sou só um ano mais nova que você, unnie.

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— Continua sendo muito nova, Mi-Sun. — Ri com a sua careta. — Quer assistir?

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— E sentir vontade de vomitar? Não, obrigada. — Ela desligou a tela do meu celular rapidamente. — É sério, como uma pessoa pode ser tão repugnante?

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— Não sei como vocês são irmãos. Você e Taehyun são tão diferentes de %Sunoh%. — Dei de ombros. — Enfim, nossos pais estão jantando, né?

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Todo mês os mais velhos se reuniam para beberem e conversarem sobre os negócios das respectivas famílias

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— Também não entendo. Somos melhores do que aquele indivíduo, até nossos pais acham isso! E sim, estão na mesma cobertura do mês passado.

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— Por falar nos mais velhos, não sei se me sinto culpada por arruinar suas noites…

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— Não precisa, unnie. Sinceramente, o mais difícil será segurar nossas mães — ela massageou as têmporas —, não duvido que as duas vão querer resolver isso agora.

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— Por esse motivo que te pedi para entregar o envelope, e não mandar de forma anônima. Com você lá, ambas vão manter suas poses e agir com mais calma.

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— Yah! — Soltou um gritinho de irritação. — Que saco ter um parente tão desprezível!

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Mi-Sun é apenas um ano mais nova do que eu e %Sunoh%, e desde que a conheci, soube o desprezo que ambos sentiam um pelo outro. Por gostarem muito de mim, eles tentavam se suportar, contudo, ao Mi-Sun entrar na disputa da empresa, %Sunoh% se recusava a encontrá-la mesmo estando comigo, o que fazia com que eu e Mi-Sun nos tornássemos mais próximas ainda. Eu a considerava como uma irmã mais nova, e como toda caçula, a garota era a favorita de seus pais e dos meus pais também, que a consideravam como filha – ao contrário do %Sunoh%, que meus progenitores não gostavam, mas respeitavam o nosso relacionamento por eu ser sua única filha e não terem nenhum motivo além de suas intuições para “impedirem” o nosso relacionamento.

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É engraçado reparar que os meus pais e os pais de %Sunoh% se adoravam e eram como melhores amigos e, pensando melhor, praticamente ninguém a minha volta gostava muito do %Sunoh%. Nem mesmo os seus pais.

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Definitivamente o amor nos impede de enxergar algumas coisas, não é possível.

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— Sinto muito, Mi-Sun. Não deve ser fácil mesmo. — Por não ter irmãos, não sabia muito bem como era essa questão.

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— Eu sinto mais por você, unnie. — A garota me ofereceu um sorriso. — Infelizmente está tendo que passar por isso por culpa daquele merda.

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— E põe merda nisso. Entretanto, ele terá o que merece. E você terá o que é seu por direito.

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— Graças a melhor cunhada do mundo! — Mi-Sun me abraçou de lado, visivelmente contente.

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— Ainda não gosta da Soo Min? — Independente de não a olhar, eu possuía a certeza de que a garota revirou os olhos.

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— Não é que eu não goste, mas eu gosto mais de você!

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— Ou seja, vocês continuam sem se dar bem. — Soo Min é a esposa de Taehyun, o primogênito da família Kang e é uma pessoa simpática, contudo, reservada. Creio que pela diferença de idades entre a mulher e Mi-Sun, a caçula não sabia como se aproximar de Soo Min e optava por não manter contato.

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— Podemos mudar de assunto, por favor?

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— Estamos quase chegando — avisei, a vendo folhear os papéis dos envelopes alegremente.

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— %Sunoh% é tão burro! — Ouvi a sua gargalhada. — Ele deveria cuidar melhor da segurança dos seus dados, ou contratar alguém que faça um bom trabalho. Deixar traços assim, para quem quiser achar… Unnie.

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— Hum? — Dividi os meus olhares entre ela e o sinal.

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— Você sabe quem é %Lee% %Felix%?

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— Sei, o irmão mais novo da Yuna, minha amiga. O que tem? — Estacionei o carro em frente ao hotel cinco estrelas e pude dar atenção a Mi-Sun.

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— Ele terminou com a namorada recentemente. Há boatos que ela o traiu. — Inclinei minha cabeça, sem entender aonde a garota queria chegar.

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— Oh, então somos colegas de chifres. — Soltei um risinho.

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— Unnie — sua feição ficou séria —, a mulher que %Sunoh% te traiu é a Kim Haewon, ex do %Lee% %Felix%.

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Pisquei os olhos algumas vezes até assimilar a informação que acabei de receber. Não consigo acreditar que o mundo é tão pequeno a ponto do irmão de uma das minhas amigas ter sido chifrado, e ainda por cima, meu noivo estar ligado diretamente a esse fato. Por mais que a situação fosse inusitada, não impedi a gargalhada que saiu pelos meus lábios, tendo uma ideia melhor do que a inicial.

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— Manda um beijo para os seus pais, Mi-Sun! Se cuida! — Me despedi dela.

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— Me mantenha informada, unnie!

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Assenti com a cabeça e pisei no acelerador mais uma vez, agradecendo Mi-Sun por ter me dado uma das melhores informações que eu poderia receber nesse dia.

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— Ah, %Sunoh%! Que delícia será essa festa!

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— Baby, a que devo as honras?

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%Lee% Yuna é a quinta integrante do nosso grupo, sendo a que menos vemos por conta de sua agenda de modelo internacional. Nos abraçamos e adentrei a sua casa, percebendo que estava arrumada para a comemoração.

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— Irá para a mansão do Jiwoon?

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— Sim, só estou esperando alguns amigos para irmos juntos. — Yuna retocou o batom. — Creio que apesar dos pesares, a mais gostosa de todas decidiu mudar de ideia?

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— Certeira como sempre, meu bem. — Sorri consigo. — Seu irmão está em casa?

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— No quarto dele. — A vi me espiar com curiosidade, arqueando uma sobrancelha. — Posso perguntar o motivo de querer vê-lo? Vocês quase não se falam.

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— De fato, meu bem — passei um braço pelo seu ombro —, não nos falamos, mas tenho um assunto a tratar com ele. Mais tarde entenderá melhor.

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— Que seja. — Ela riu. — É só bater na porta ao lado da minha.

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— Obrigada, unnie.

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— Não precisa agradecer. — Yuna segurou minhas mãos carinhosamente. — Eu amo você, %Ivy%. Não há com o que se preocupar lá na festa, eu e nosso grupo estaremos atrás de você.

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— Eu sei, e sou imensamente grata por tê-los comigo!

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Segui para o lance de escadas que me levariam ao meu destino, e ao parar na frente da porta de madeira, não precisei dar mais de duas batidas para receber permissão para entrar.

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— %Lee% %Felix%. — Fechei a porta atrás de mim, cruzando os braços na altura dos seios.

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— %Cha% %Ivy%. a que devo a honra?

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A sua voz ecoou pelo ambiente, fazendo com que eu lhe desse toda a minha atenção; ele não havia mudado muito desde a última vez que o vi, mas continuava com sua beleza singular e com uma aura adorável, o que me dava vontade de apertar suas bochechas. Andei em sua direção, parando a míseros quatro passos de distância, entregando-lhe um pequeno envelope.

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— Tenho uma informação para compartilhar. E uma proposta a fazer.

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N/A: E vamos de vingança?
Esse capítulo acabou ficando maior do que imaginei, mas eu queria contar um pouco mais sobre os demais personagens e seus trabalhos!
Felizmente a Ivy está dando a volta por cima como a queen que ela é, e com o grupo de amizades dela – eu os chamo de ursinhos carinhosos HAHAHA –, não tem como não sair vitoriosa dessa situação. Façam como a Ivy e não levem o desaforo – vulgo chifres – para casa, vocês são perfeites e não merecem que te tratem como nada, então não se sinta mal de dar um pé na bunda de quem te fez mal/traiu <3
A Mi-Sun é uma queen também! Inclusive, só escrevendo esse capítulo que eu percebi que tanto a Mi-Sun e o Sun-oh tem “Sun” no nome, e não foi proposital kkkkkkkkk outro fato: escolhi o nome “Sun-oh” por causa do prota de Love Alarm, só que na hora de escolher o sobrenome, coloquei Kang, só depois percebi que é o nome do ator que fez o Sun-oh em Love Alarm (que inclusive é o bonito que está na capa da fic. Adoro esse querido <3) HASHAJSHABSHA
Enfim, o que acharam do final? Meu digníssimo Lix está vindo, e o próximo capítulo será inteiramente dele <3
Ps: obrigada, Lelen, por ter comentado o trecho da música do paramore no capítulo anterior, ajudou essa querida autora com o título desse hihihi <3
Não se esqueçam de comentar!
Até a próxima <3

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