Just In Time

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

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Tempo estimado de leitura: 7 minutos

O frio da primavera indicava que o inverno estava se aproximando e que em breve o cenário colorido das flores se resumiriam apenas no branco da neve. Eu odiava a neve. Fria e congelante. Ela amava. Criava diversas maneiras de nos divertir no meio de todo aquele gelo.
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  Eu afinava o instrumento calado, isolado de todos. Como sempre fora. %Christian% disse que havia desacostumado ao meu humor daquela maneira. Disse que o meu problema era que eu tentara demais. Ele a culpava sempre. Achava que ela fora injusta e falsa. Não admitia o que ela fizera. Eu sempre o ouvia calado. Não discordava, tampouco concordava.
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  - Que tal uma cerveja? - %Jay% sugere assim que terminamos de colocar nossos casacos e esbaforar as palmas das mãos para esquentá-las.
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  - Com batatas? - %Maika% era fissurado em batatas.
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  - E espumantes? - %Christian% gostava da palavra 'espumantes', por mais que a bebida estivesse categorizada como espumante, ele diria apenas pelo prazer da pronúncia.
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  - Por mim tudo bem. - concordo arrumando a gola do casaco para tentar tampar minhas orelhas congeladas.
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  O caminho até o bar não era muito claro e nem muito curto. Minhas pernas chegaram a doer por um tempo devido ao esforço mais o vento gelado. O clima quente do bar tocou minha pele logo que entrei, sendo o último. Dei uma olhada no local apenas pelo costume e segui até onde os três já estavam acomodados e mantendo um papo agradável. Me manti calado, exceto quando me incluiam na conversa com perguntas e pedidos de opiniões. Tudo voltara como era antes de conhecê-la. Nenhuma palavra pronunciada por mim era feita por vontade própria. Meus olhos corriam sempre pelo local.
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  - Você a está procurando de novo. - %Jay% comenta em um determinado momento. Ao olhar para os três, vi seus olhos em minha direção e pude então perceber que estavam se dirigindo à mim.
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  - Não, não estou.
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  - Sim, está. - %Christian% confirma o que %Jay% dissera.
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  - Quando acha que irá esquecê-la? - %Maika% era o único que demonstrava algum tipo de preocupação com meus sentimentos, mesmo que eu tivesse deixado claro que eu estava perfeitamente bem com a situação.
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  Levanto os ombros:
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  - Já a esqueci.
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  - Ah, cai na real, %Chris%! - %Christian% diz perdendo sua paciência. - Pare de se iludir! Ela não é para você.
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  - Ninguém é para mim. E eu não sou para ninguém.
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  - Todos sabemos que isso não é verdade! - %Jay% se exalta. - Só porque um dia o seu coração decidiu amolecer para alguém, não quer dizer que não poderá acontecer novamente. É só você querer!
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  - Eu não quis que meu coração amolecesse por ela, por que iria querer que isso acontecesse novamente?
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  Eles não tinham uma resposta para essa, por mais que eu ansiasse por uma.
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  - Vamos parar de falar dela. - %Maika% finaliza o assunto. - E você, tente ser mais agradável. - aponta para mim.
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  Eu nunca fui agradável. Não sei porque seria agora.
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  Turnês repletas de fãs era sempre agitado e divertido. Eu sou como qualquer outro artista que toca numa banda. Dou autógrafos, agradeço, tiro fotos, converso e às vezes pego o número do celular - números que nunca ligo por perdê-los. O tempo passa rápido quando estamos viajando. Conhecendo e reconhecendo lugares. Conhecendo e reconhecendo pessoas. Mas tudo isso um dia acaba.
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  O fim da turnê chegou com o fim do ano e depois de algumas reuniões para decidir o que faríamos no ano que vinha por aí, nosso empresário Larry Mazer nos liberou, desejando um bom final de ano.
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  Me despedi dos três lhes desejando boas festas, já que eu dera a desculpa de voltar para casa até o início do próximo ano, para aproveitar o tempo que deixei passar com %Bridget%, com meus pais.
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  Todos nós sabíamos que eu iria ficar em casa assistindo às séries de televisão.
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  Ao sair do elevador do prédio onde eu morava, percebi que os vizinhos haviam finalmente trocado as luzes do corredor para algo mais decente. Luzes amarelas deveriam não ser mais produzidas. Girei a chave no fecho da maçaneta e ao abrir, pude sentir uma bola de pêlos pular em minha perna. Fiquei encarando Blink correr em círculos ao meu redor, como se a última vez que tivesse me visto fosse há muito tempo atrás.
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  E realmente fora.
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  Ter Blink ali significava que ela também estava. Joguei minha mochila no chão e passei meus olhos pelo local à procura dela. Não a encontrei. Agaixei para dar um pouco de carinho ao meu amigo, que lambuzou meu rosto com sua saliva.
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  - Ela está aí? - pergunto baixo e o ouço se encolher, balançando seu rabo rapidamente de um lado para o outro e suas orelhas ficarem caídas. Ele era um bom Terrier. Dou dois tapinhas no topo de sua cabeça e me levanto, fechando a porta e esquecendo-me de levar minha mala de carrinho comigo para o quarto como sempre tinha a mania de fazer quando chegava de uma viagem longa. Chegar, trancar a porta, caminhar com a mala de carrinho até o quarto, me jogar na cama. Era sequencial e inevitável. Não naquela noite.
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  Fui à cozinha e encontrei a embalagem da lâmpada do corredor. Então não foram os vizinhos. Eu devia ter desconfiado.
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  Segui até meu quarto e lá a encontrei. Adormecida no que um dia chamei de nossa cama.
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  Me aproximei e fechei a porta antes que Blink pudesse entrar e a acordar. Retirei minha jaqueta e a joguei em uma cadeira ainda caminhando até ela. Não poderia ser apenas ilusão, certo? Eu não estava louco. Aqueles remédios não causavam delírios, causavam? Toquei em seu rosto, retirando alguns fios de cabelo que estavam caídos de qualquer maneira. Ela era bem real.
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  Abri meu sorriso. O sorriso dela. Feito e treinado para ela.
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  Retirei meu tênis e, sem me preocupar se a roupa que eu usava era apropriada para dormir ou não, deitei em seu lado e a enlacei com meus braços, a puxando para mim. Senti o cheiro de seus cabelos que já estava me esquecendo e a pele que não me recordava mais como era.
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