Interseção

Escrita porNatashia Kitamura
Editada por Natashia Kitamura

Capítulo 2

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

  Gemma havia dito que tudo daria certo. Ela iria revisar a história, me dizer o que achava, enquanto isso, manteria contato com a tal de Muller, que cuidaria da minha capa. Até aí, tudo estava caminhando bem e sem maiores problemas.
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  Passei o dia mês seguinte esperando por algum e-mail, mesmo sabendo que não havia a menor chance de eu receber qualquer notícia da produção do livro com tanta frequência. Gemma havia dito que levava um tempo. Muller me enviou alguns e-mails com perguntas e esboços do que estava criando, mas eu passava pouquíssimo tempo decidindo, porque já tinha algo em mente, o que tornou a criação mais fácil. Assim, criei um hábito de abrir o navegador, e clicar no link salvo da caixa de e-mail primeiro, seguido do Facebook, Twitter, Pinterest e então de volta ao e-mail. Era como um ciclo que foi bruscamente interrompido enquanto observava as fotos de %Kevin% %Gauber%, mais conhecido como meu futuro marido. %Kevin%, para mim, é um dos melhores atores juvenis – ou nem tããão juvenil, considerando seus 26 saudáveis e bem proporcionais anos – da atualidade. Seu papel na série da HBO é tão querido o que ele. Quão genial é um autor que cria uma história cujo personagem principal é um badboy, para você não ser julgada por gostar do vilão? E quão inteligente é escolher %Kevin% %Gauber% para interpretar esse moço vindo direto do mundo dos pecados?
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  No final, acabo passando horas procurando fotos dele só para admirá-lo e imaginar uma vida maravilhosa ao seu lado, vivendo no bairro dos ricos de Londres, bem longe da zona central, onde a correria dos turistas e trabalhadores acabam com a magia turística depois que você visita a cidade pela terceira vez.
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  Minha interrupção foi causada por um telefonema de Indra, minha segunda melhor amiga. Seus pais vivem viajando por serem diplomatas, mas para manter a estabilidade na vida de Indra, eles a deixam sob a responsabilidade de seus dois irmãos mais velhos desde que o primogênito completou 21 anos. Não que fizesse muita diferença, já que Indra – e eu – estamos para completar 22 e ainda somos incontavelmente mais responsáveis que os dois juntos.
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  - Você não está interrompendo meu momento %Gauber%! – atendi o telefonema, ouvindo um ruído de impaciência causado por sua boca.
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  - Pelo amor de Deus, %Una%, você tem 21 anos, precisa crescer! É por isso que não arranja um namorado! Passa o tempo inteiro pensando no impossível.
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  - Ele é muito mais possível do que para as garotas que não moram na mesma cidade que ele! – discuto, visualizando seus olhos escuros revirarem. Nós duas sabíamos que era apenas uma desculpa que eu usava para me consolar.
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  Viver na mesma cidade que %Kevin% e ainda ser a pequeníssima Londres não ajuda em praticamente nada. Devido à quantidade de turistas que percorrem todos os lugares – ou grande parte deles – é raro encontrar artistas caminhando nas ruas, como vemos acontecer em Los Angeles.
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  - De qualquer maneira, eu, sua querida amiga que se preocupa em mantê-la com uma vida social. De nada. – ela respondeu, tornando minha vez de revirar os olhos. – Combinei com Emily de nos encontrarmos na Drive e escolhermos de olhos vendados o lugar da semana.
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  Olhei para o visor do meu celular, percebendo que hoje é sexta. O famoso Thank God Is Friday, que para Emily e Indra, precisa acontecer toda sexta-feira existente no calendário. Quando estou de férias do serviço, apenas me lembro que é quarta quando o alarme do celular toca e eu preciso ir até o mercado comprar os legumes mais frescos que encontraremos durante a semana.
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  - Sério? – perguntei, preguiçosa. Encarei meu teto manchado, aquele que havia prometido pintar quando entrei no apartamento, há alguns anos. – Não podemos pular hoje?
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  - Você está doente? – Indra perguntou, preocupada.
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  - Não, mas...
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  - Está com cólica? – ela me cortou, parecendo uma mãe obsessa pela saúde da filha.
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  - Não, Indra, mas...
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  - Tem algum encontro?
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  - Claro que não! – falei um pouco mais alto.
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  - Então você vai no TGIF. – ela mandou, decidida, não esperando nem um segundo para continuar a falar, antes que eu encontrasse uma oportunidade para permanecer em casa assistindo à série de %Kevin% ou esperando por uma notícia de Gemma (eu ainda sei que não irá chegar nada).
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  No fim, como sempre, Indra ganhou a discussão, principalmente quando ela e Emily apareceram uma hora depois com suas bolsas de roupas, sapatos, acessórios e maquiagens. Eu não sei que magia elas fazem em ter tanta coisa, mesmo ganhando a mesma quantidade de salario do que eu. Talvez eu devesse parar de comprar mais espaço no Dropbox. Com um pouco de drama e enrolação no banheiro, consegui postar na internet, em minha página, um trecho de minha história e também tuitar sobre nosso TGIF na Drive.
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  A Drive é uma rua afastada do centro turístico, onde alunos de universidades e trabalhadores vão celebrar seus happy hours ou apenas beber. De lá, é comum partirmos para uma balada dos redores. O local é característico por não receber reclamações de som alto, já que é maioritariamente acomodado por estudantes ou solteiros.
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  - Bem, eu ouvi dizer que Black está com um evento do tipo kiss and go hoje. Você meio que reza para poder participar, paga 120 libras para entrar e seu nome é depositado em uma caixa, onde um cara ou uma mulher, se for da sua preferencia, irá te escolher para trocar uns beijos. – Emily disse, olhando em seu whatsapp as novidades dos seus amigos da universidade. – Jackie pegou Rob Michaels, o cara mais gato da faculdade.
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  - Só uns beijos? – Indra ergueu sua sobrancelha tatuada, a nova moda de Londres. – Por 120 libras?
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  - Bem, eles dizem que se quiser ir adiante é da escolha das pessoas. O evento investe somente no incentivo à troca de salivas. – Emily respondeu, rindo.
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  Eu conhecia esse tema. Uma das baladas de Vegas fez isso. Abri um pequeno sorriso, porque em ‘Para Sempre’, é exatamente assim que os personagens se encontram. É praticamente um encontro às cegas em que somente ele ou ela sabe quem será a(o) parceira(o).
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  - Pelo seu sorriso, vejo que já escolhemos a nossa programação de hoje. – Indra me cutucou, tirando de meu transe.
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  - Oi? – perguntei, voltando à realidade e vendo o sorriso maroto de Emily surgir em seus lábios. – Onde vamos?
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  - Aonde mais? – Em disse, pegando em meu braço ao mesmo tempo que Indra pegava o outro, puxando-me em direção à Black. – Arranjar uma boca para beijar.
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Capítulo 2
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