Nono Capítulo • Wanna play?
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Jimin havia ficado para trás, pois estava no telefone com a mãe, então %Ludmilla% e %Aline% saíram para tomar café sem o loiro. As duas se sentaram uma do lado da outra e partiram o bolo que %Ludmilla% havia feito e lavado para os três tomarem o café.
– E o Hoseok e você? Quando vai ser o date? – %Ludmilla% perguntou despretensiosamente.
%Aline% se lembrou do loiro e deu um sorriso de canto, depois deu de ombros.
– A gente conversa quase todos os dias, mas até agora nada dele tocar no assunto.
– Toque você! – %Ludmilla% piscou – Você sempre foi tão pra frente com essas coisas!
%Aline% riu, sem jeito, mas era verdade. Ela nunca teve problema em se aproximar ou tomar a primeira atitude quando se tratava de romances, mas naquele caso ela sentia que o garoto a via apenas como uma amiga. Havia rolado um clima na festa da empresa, mas depois não passou daquilo. Os dois conversavam bastante por mensagem e até por videochamada, afinal de contas estavam trocando nomes de livros e suas respectivas experiências com os mesmos. Tinham os gostos incrivelmente parecidos quando se tratava do assunto. Mas não sentia que ele queria algo mais além daquela bela amizade que estava surgindo. Então preferia deixar como estava, gostava do garoto, então por que não serem bons amigos?
– Ah não sei, %Ludmilla%! Acho que ele só quer amizade, sabe? – deu de ombros de novo.
%Ludmilla% observou a amiga chateada com a situação.
– Ah, que pena! Vocês dois iam ficar tão bonitinhos juntos! Você ainda quer um namorado?
%Aline% riu enquanto terminava de comer um pedaço do bolo.
– Acho que sim! – %Aline% fez um biquinho fofo.
– Faz o seguinte… Que tal a gente ir jantar hoje? Amanhã tanto eu quanto você, e o infeliz do Jimin, só começamos na parte da tarde mesmo! Nós podemos ir jantar, você me conta mais sobre isso e a gente pensa em algo, além de você se distrair da solidão da sua casa!
– Hum, que tal no Ginger Sushi? – a amiga sugeriu sorrindo, pois sabia que o lugar era perfeito .
As duas combinaram o horário e %Ludmilla% disse que precisava ir ao banheiro enquanto a amiga disse que terminaria de guardar as coisas, se despediram com um até mais tarde.
%Ludmilla% estava desposta a arrumar nem que fosse um sexo casual para a amiga que parecia estar realmente necessitada, e quem sabe disso não surgia realmente um namoro? Já que Hoseok não queria, com certeza alguém se interessaria pela amiga. %Ludmilla% era voluntária num lar para idosos, e lá ela conheceu Namjoon, um rapaz que estava com a mãe internada lá devido a esquizofrenia. Todas as vezes que %Ludmilla% ia até o local ele estava lá com a mãe, mesmo que de longe, já que a mãe não o reconhecia mais. Morria de pena pela história do garoto. Ele era um homem bonito que certamente fazia o tipo da amiga e pelo que ela bem sabe, ele não tem ninguém. Era hora de agir. Buscou o número do amigo da agenda e digitou.
“Hey, Nam! Quanto tempo, não? Que saudade! Precisamos pôr o papo em dia, tô numa correria danada, nem tempo de ir ver você, sua mãe e meus outros velhinhos estou tendo! Que tal irmos jantar hoje que nem fizemos da última vez que nos vimos? Tem algum compromisso hoje?” Apertou “enviar” e voltou para sua mesa, com um sorriso confiante nos lábios.
– Hum, tá com esse sorriso no rosto por que? Ficou boba?
Bagunçou os cabelos de Jimin – sabia que ele odiava ter o topete bagunçado.
– Eu sou uma gênia menor aprendiz! – jogou os cabelos e sentou–se em sua cadeira.
– Você vai ficar até mais tarde hoje?
– Não posso! Tenho um compromisso com a %Aline%!
– Eu vou ficar, vou adiantar algumas coisas. Você também deveria ficar!
Jimin revirou os olhos. O celular de %Ludmilla% vibrou sobre a mesa e a mesma só faltou pular sobre a mesma para pegá–lo. Jimin achou estranho, principalmente porque a baixinha abriu um mega sorriso.
– O que você está aprontando? – ele ergueu uma sobrancelha.
– Nada que te interessa! – respondeu a loira com desdém.
Jimin rodou a cadeira até chegar próximo à colega que bloqueou o celular na hora.
– Que isso, Jimin? Quem te deu essa intimidade? – os dois trocaram um olhar intenso.
– Isso me cheira rolo e com homem ainda!
– E? – %Ludmilla% perguntou fitando o loiro, divertida – Tá com ciúmes, menor aprendiz? Ah, por favor!
Ela começou a gargalhar e Jimin fez uma careta para a colega.
– Você é maluca mesmo, olha as idéias!
Jimin voltou para sua posição balançando a cabeça, mas ficou de olho na parceira pelo canto dos olhos.
%Ludmilla% desbloqueou o celular e finalmente pode ler com calma a mensagem de Namjoon:
“Oi, pequena! Saudades também! Pensei em te mandar mensagem ontem mesmo, para saber se estava tudo bem! Um jantar? Eu topo, claro! Hoje mesmo? Que horário e onde? Me diga, e eu estarei lá! Um beijo!” Ludmila sorria de orelha a orelha. Jimin soltou um muxoxo, que %Ludmilla% ignorou. Tinha certeza que era o plano perfeito e que Namjoon e %Aline% eram o casal perfeito. Buscou por algo no telefone e então utilizou o telefone fixo de sua mesa.
– Oi! É do Ginger Sushi? – aguardou – Eu queria fazer uma reserva para dois hoje em nome de %Ludmilla% Miranda.
Aguardou novamente, e Jimin a olhava escancaradamente com um olhar de surpresa.
– Você não disse que seu compromisso era com a %Aline%?
– Mas é! Ai como você é chato, Jimin! – revirou os olhos.
– Você tá aprontando, não tá, %Ludmilla%? O que você vai aprontar pra %Aline%?
– Isso! Até às nove e meia no máximo! – respondeu %Ludmilla% ao telefone – Preciso que seja num lugar mais afastado, que seja a luz de velas, por favor!
Jimin cruzou os braços abaixo do peito. Ali tinha e ele queria descobrir o que era. Assim que %Ludmilla% desligou o telefone ela olhou Jimin e gargalhou.
– O quê, Jimin? Eu não posso marcar um encontro romântico com a minha amiga? Encontros românticos podem ser somente entre casais?
– Você realmente acha que eu sou bobo, né?
– Acho! Tá aí uma coisa que você acertou! Repare bem quando for no espelho, você tem cara de bobo!
Jimin revirou os olhos e lhe jogou um papel de salgadinho.
– Hoje será um girls night, vou levar minha amiga para comer sushi, porque ela ama à luz de velas! Já que seu amigo não foi capaz de proporcionar um encontro romântico à ela, proporcionarei eu! Inclusive, tô indo! Até amanhã, curupira júnior!
Jimin cerrou os olhos pensando no que %Ludmilla% disse, e resolveu que daria uns toques em J–Hope depois.
%Ludmilla% enviou uma mensagem a amiga dizendo que a reserva da mesa estava em seu nome e avisou Namjoon o local, o horário e que a reserva da mesa estaria em seu nome. O mesmo confirmou que iria.
%Aline% deu uma última olhada no espelho, ajeitou a presilha roxa no cabelo, que estava jogado para o lado esquerdo. Detestava usar o cabelo repartido de lado, mas a ocasião pedia um penteado.
Checou se todas as coisas estavam na bolsa: documentos, um batom, a carteira. Vestia uma calça vinho de cintura alta, um cropped preto que deixava um pedaço de sua barriga à mostra, mas nada demais, só um pequeno pedaço mesmo. Não usava salto, optou por um tênis preto e pegou o casaco da mesma cor da calça e pôs sobre os ombros sem ainda vesti-lo. %Aline% sempre fora friorenta e depois de ter cortado o cabelo bem curto sentia ainda mais frio.
Ela queria beber um pouco de saquê e não achava de bom tom ir de carro, então pediu um carro de aplicativo. Chegou ao restaurante e informou ao recepcionista que tinha uma reserva no nome da amiga e o mesmo o levou até a mesa.
Havia algumas velas aromáticas iluminando o lugar e nenhuma outra mesa ao redor. %Ludmilla% tinha cada ideia exótica. %Aline% riu se sentando na mesa, ao notar o clima de romance que havia ali. Pegou o celular dentro da bolsa e avisou a amiga que já havia chegado e então pôs–se a observar o cardápio do lugar. Amava comida japonesa e nunca havia ido àquele restaurante em específico, mas sabia que era um dos melhores.
Namjoon ajustou o cardigã que usava enquanto dizia boa noite ao recepcionista.
– Eu tenho uma reserva no nome de uma amiga. %Ludmilla% Miranda!
O recepcionista assentiu e pediu que ele o acompanhasse. O local estava lotado. Fazia tempo que ele não saía com amigos, o trabalho e toda a história com a mãe o estava consumindo. Fez uma nota mental de sair mais enquanto acompanhava o recepcionista. Assim que o mesmo apontou a mesa, Namjoon achou estranho, havia uma moça sentada na mesma e não era %Ludmilla%.
– Com licença, moça – ele arranhou a garganta e a moça o olhou – Acho que você se sentou na mesa errada!
%Aline% olhou ao redor e voltou a olhar o rapaz.
– Acho que o senhor é que se equivocou! – ela voltou a olhar o cardápio.
Namjoon soltou um suspiro longo e olhou o relógio. Não tinha tempo para perder. O cardigã que ele usava voltou a cair, o incomodando de novo, ele ajustou o mesmo.
– Moça, eu não quero te constranger ao ter que chamar o recepcionista novamente!
Foi a vez de %Aline% soltar um suspiro cansado.
– Pois foi ele mesmo que trouxe aqui nesta mesa, que está em nome de %Ludmilla% Miranda, minha amiga! Marcamos hoje no trabalho, às vinte e uma exatamente aqui, querido!
%Aline% passou os olhos sobre o rapaz. Ele era alto, um tanto quanto musculoso, era o que dava para ver através da camiseta branca colada que ele vestia e o cardigã azul claro. A calça preta social lhe dava um ar mais sério. Os cabelos jogados para trás com gel, eram de um cinza que ela nunca havia visto.
– %Ludmilla% Miranda? – ele perguntou e %Aline% assentiu – Estranho, ela não me disse que traria uma amiga.
– Não te disse? Como assim? – %Aline% estreitou os olhos.
Namjoon voltou a suspirar pesadamente fazendo com que seu peito subisse e descesse e %Aline% achou aquilo sexy.
– Ela marcou aqui comigo também, nesse mesmo horário!
– Então vamos ligar para ela e perguntar se ela já está vindo! – %Aline% deu de ombros despreocupada – Ela me disse que seríamos as duas, um jantar de garotas!
Namjoon achou estranho, então pegou o celular no bolso e ligou para a amiga, colocou no viva voz. %Aline% levantou. O rapaz então pôs–se a reparar na garota. Os cabelos curtos, normalmente Namjoon não gostava de cabelos tão curtos quanto os da menina, achava que era masculino demais, mas nela não, havia ficado delicado, assim como seu rosto e suas mãos.
– %Ludmilla%? – Namjoon disse – Onde você está?
– E a %Aline%, já chegou aí?
%Aline% e Namjoon se olharam. Namjoon acreditava que sim, que %Aline% já tinha chegado e provavelmente era a moça em pé ao seu lado.
– Já! Ela já está aqui, e quando você chega? – ele ergueu uma sobrancelha desconfiado.
%Aline% a essa altura do campeonato já havia percebido o que a amiga havia feito e então soltou um riso nasalado balançando a cabeça, achando graça.
– Eu não vou! Marquei um encontro às cegas entre vocês dois! Vocês dois estão solteiros, vocês dois não beijam na boca e não transam há muito tempo, e precisam disso! Então, aproveitem o encontro! Namjoon, essa é a %Aline% minha amiga de infância e colega de trabalho! %Aline%, esse o Namjoon, que conheço do abrigo! Bom jantar, bebês! Amanhã eu quero todos os detalhes, %Aline%! Beijinhos.
Ela gargalhou e desligou o telefone. Namjoon, estava com cara de poucos amigos e o maxilar travado.
– Você precisa relaxar um pouco, caramba! – %Aline% argumentou rindo – A %Ludmilla% é maluca, e se você conhece ela há pelo menos uma semana, já deveria saber disso! Bom, eu vou jantar! Afinal de contas eu estou morta de fome e preciso de um saquê!
%Aline% voltou a se sentar no mesmo lugar de antes, voltando a olhar o cardápio. Namjoon continuou com o maxilar travado, mas acabou por se sentar em frente à garota.
– Você já veio aqui outras vezes?
– Nunca. – respondeu Namjoon seco.
%Aline% olhou o garoto e deu uma risadinha.
– Há quanto tempo conhece a %Ludmilla%? Sei que tem um bom tempo que ela é voluntária lá nesse abrigo, e ela ama.
– Um ano e meio mais ou menos. – sorriu ao se lembrar da amiga.
– Eu a conheço desde que tínhamos doze anos.
Namjoon engoliu seco e pegou o outro cardápio. Um garçom se aproximou e perguntou se eles já sabiam o que pedir.
– Você pode me dizer qual a especialidade da casa? – %Aline% perguntou curiosa.
Namjoon assim como ela prestou atenção ao que o garçom falava.
– O prato mais famoso da casa é o Mix Ussuzukuri, que consiste em trinta lâminas de peixe, onde dez são de peixe branco, dez de atum e dez de salmão, cebolinha a gosto, banhados em um molho de shoyu, suco de duas laranjas, suco de um limão taiti, e temperados com hondashi e togarashi.
– Dá para duas pessoas? – Namjoon questionou.
%Aline% e Namjoon se olharam.
– Pode ser para você? – %Aline% assentiu que sim com a cabeça.
O garçom perguntou o que eles beberiam e %Aline% quase gritou que queria seu tão esperado saquê o que fez com que Namjoon segurasse uma risada.
– Você vai beber saquê também, senhor mau humor? – %Aline% brincou.
– Eu não costumo beber quando estou dirigindo, então me trás um suco de – %Aline% o interrompeu.
– De maracujá, por favor, da fruta se possível, ele tá um pouquinho mal humorado!
Namjoon olhou %Aline% novamente com cara de poucos amigos enquanto o garçom pedia licença e saía e ela questionou divertida.
– Eu falei alguma mentira?
Namjoon soltou outro suspiro enquanto ela gargalhava jogando a cabeça para trás. Namjoon começou a brincar com um dos anéis.
– Não. – Namjoon riu pela primeira vez na noite – Por que?
Havia ficado curioso com a pergunta.
– Ah, você tá estressado, e conheceu a %Ludmilla% num abrigo de idosos, lá tem médicos e enfermeiras, então eu associei uma coisa à outra! E você tem cara de médico!
– Ah, faz mais sentido ainda!
– Exatamente! Eu cuido da parte da imagem dos clientes.
– Parece ser interessante.
– Na verdade, é bem exaustivo.
Os dois voltaram a se olhar, e %Aline% pôs–se a mexer nas velas. Estavam sem graça um com o outro agora.
– Você é advogado em que área?
– Criminal. Sou advogado de acusação.
– Uau! – %Aline% estava realmente surpresa – Você gosta?
– Amo! Bom, hoje eu amo. Antes de me formar eu só cursei por vontade do meu pai. Mas hoje eu amo.
– E o que você faz tanto lá no abrigo? É voluntário?
Namjoon engoliu seco com a pergunta, afinal de contas pouquíssimas pessoas sabiam de sua mãe e aquilo era doloroso demais.
– Não, eu não sou voluntário.
As bebidas chegaram. %Aline% se serviu de seu saquê e Namjoon tomou um gole do suco.
– E nem médico. – ele repetiu.
Os dois voltaram a se olhar enquanto %Aline% tomava um gole de seu tão esperado saquê.
– Entendi. Você não quer falar sobre isso! – ela assentiu.– Não! É só que… – ele pausou e engoliu em seco – Bom, se você é amiga há tanto tempo assim da %Ludmilla%, talvez eu possa contar, você deve ser confiável.
– Não se sinta pressionado ou obrigado a me contar por causa da sua proximidade com a %Ludmilla%!
– Minha mãe está internada lá! Desde que me entendo por gente, e eu a visito dia sim e dia não. Foi assim que conheci a %Ludmilla%, e foi assim que viramos amigos. Minha mãe a adora.
Namjoon sorriu, e %Aline% sorriu de volta ao ver o rapaz sorrir.
– Ah, que legal! %Ludmilla% tem uma alma muito boa, ela é demais!
– É verdade! Eu também gosto muito dela.
Os dois balançaram a cabeça.
– E sua mãe nunca mais vai poder sair de lá? – questionou %Aline% receosa.
– Eu acho que não! – ele balançou a cabeça.
– Mas ela deve ser muito grata de ter um filho que nem você, Namjoon!
Namjoon abriu um sorriso amargo enquanto sentia os olhos marejarem. %Aline% percebeu. Delicadamente ela colocou uma de suas mãos sobre a mão direita de Namjoon. Depositou um carinho discreto por lá, antes de apertar a mesma.
– Desculpe. Falei algo que não deveria?
Namjoon retribuiu o toque da garota, colocando a mão esquerda sobre a dela.
– Não, imagina! É só que… Minha mãe não se lembra mais de mim.
%Aline% sentiu o peito rasgar–se em um milhão de pedaços dentro do peito.
– Eu sinto muito, Namjoon! – voltou a apertar a mão do garoto – Sinto muito mesmo!
Ele sorriu sem mostrar os dentes e continuou com a mão sobre a dela.
– O que aconteceu com ela? Quer me contar?
Namjoon assentiu que sim e apertou a mão da garota que aproximou um pouco mais a cadeira da dele.
– Eu tinha um irmão, bom, ele morreu no parto. Eu tinha seis anos quando isso aconteceu. – ele umedeceu os lábios, ainda com os olhos cheios d’água – E desde então minha mãe nunca mais foi a mesma, até que descobrimos que ela havia desenvolvido um tipo de esquizofrenia devido ao trauma, e com isso todas as memórias dela sumiram.
Namjoon pausou e abaixou a cabeça, sentindo que não conseguiria mais segurar as lágrimas. A outra mão de %Aline% que estava livre, repousou sobre uma de suas pernas. Como se dissesse para ele que ela estava ali.
– Ela não se lembra do meu pai, e nem de mim.
%Aline% deixou que Namjoon chorasse o que tinha para chorar, enquanto demonstrava seu apoio com ligeiras carícias.
– Eu vou ao banheiro, já volto!
%Aline% ficou sozinha ali, com seus pensamentos. Havia achado Namjoon um tanto quanto arrogante durante os primeiros minutos do “encontro” mas agora… queria abraçá-lo até sugar toda dor que havia em sua alma e corpo. Que tristeza! Como ele aguentava?
O prato que eles pediram havia chegado um pouco antes de Namjoon voltar do banheiro.
– Vamos comer? – %Aline% questionou enquanto servia um prato para Namjoon que agradeceu.
Os dois comeram comentando o quanto estava maravilhoso. Depois que acabaram, ele perguntou se ela queria alguma sobremesa, e ela pediu o cardápio. Resolveram ficar com o típico biscoito da sorte mesmo.
– Como você está, depois de ter falado sobre esse assunto?
– Mais leve. – Namjoon se atreveu a segurar a mão dela por baixo da mesa.
Os dois entrelaçaram os dedos. Com a outra mão, %Aline% acariciou a bochecha de Namjoon que fechou os olhos. Sentiu um arrepio percorrer a espinha e uma estranha calma.
Os dois voltaram a conversar sobre a vida e %Aline% lhe contou que era adotada e que havia perdido os pais adotivos há menos de dois meses. Namjoon achou a garota incrivelmente forte.
– Não tem vontade de conhecer seus pais biológicos?
– Tenho. Mas tenho medo! Meus pais tem uma espécie de dossiê com informações importantes dos meus pais biológicos, e esse tal dossiê sempre esteve ao meu alcance para que eu o pegasse, no momento em que eu quisesse. Mas sempre senti que estaria sendo ingrata com eles de procurar os outros. Agora eu sei que infelizmente nada me impede de fazer isso, mas ainda não tenho coragem.
– Bom, eu sou advogado, se criar coragem e precisar de alguma ajuda legal, ou com algo no fórum, pode contar comigo!
%Aline% sorriu agradecendo. Namjoon olhou no relógio e %Aline% não perdeu a oportunidade.
– Viu só como o suco de maracujá ajudou? Agora você só olhou a hora, não fez nenhuma cara feia!
Namjoon olhou para baixo, ficando vermelho.
– Me desculpe, pelo mau jeito! – ele coçou a cabeça e sorriu.
O sorriso dele era lindo demais, e fez com que %Aline% voltasse a lhe acariciar a bochecha. Namjoon fechou os olhos. %Aline% sentiu que talvez estivesse indo longe demais, pois eles mal se conheciam e então interrompeu as carícias.
– Bom, acho que já tá meio na hora de irmos, né? Você deve se levantar cedo amanhã!
%Aline% se levantou rapidamente, vestindo o casaco. Namjoon fez o mesmo e eles caminharam lado a lado, conversando amenidades até o caixa. Namjoon fez questão de pagar pelo jantar, e %Aline% o fez prometer que no próximo encontro ele a deixaria pagar e Namjoon mentiu que sim. Os dois compraram seus biscoitos da sorte.
– Olhe ao seu redor, a felicidade está tentando te alcançar. – Namjoon leu o seu recado e olhou para %Aline%.
%Aline% sentiu as bochechas queimarem e então leu o seu.
– Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado.
Foi a vez de Namjoon corar.
Os dois saíram do restaurante e %Aline% questionou se ele poderia passar seu telefone para ela, pois como ela voltaria sozinha de aplicativo para casa, gostaria de compartilhar a corrida com ele para caso o motorista desviasse do caminho ele chamasse a polícia ou algo assim.
– Não, eu te levo em casa, %Aline%!
– Não, Namjoon, tá tarde! Não vou te dar trabalho!
– Não vou correr o risco de que algo aconteça com você!
Os dois se olharam nos olhos, e %Aline% sentiu o coração querer disparar.
Aproveitaram para se conhecer um pouco mais e quando chegaram a casa de %Aline% trocaram os telefones e se despediram com um abraço apertado.