Décimo Capítulo • Haz lo que quieras
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A luz do sol adentrou a janela do pequeno quarto fazendo com que Yoongi acordasse e sentisse a cabeça rodar e doer. O nome daqueles sintomas era claro: ressaca. Se lembrava de ter enchido a cara na noite passada e beijar uma desconhecida. Assim que se sentou na cama, a estranha estava lá, deitada em sua cama. Ele não se lembrava muito bem das coisas, e a cabeça doía terrivelmente. Levantou pegando o celular em cima da escrivaninha e resolveu que faria um chá para tomar e ver se aquela ressaca resolvia ir embora.
Vestiu–se com uma bermuda xadrez e uma camiseta branca, escovou os dentes e foi para a cozinha preparar o chá. O celular vibrou sobre o balcão, e seu coração disparou ao ver o nome de Charlotte brilhar na tela: era uma mensagem da ex dizendo que estava indo lá para que eles pudessem conversar. Suga deu um tapa na testa ao se lembrar da estranha que ainda estava em sua cama. Precisava sumir com a garota de sua casa o mais rápido o possível.
Correu até o quarto e a garota já estava sentada na cama, um tanto quanto sonolenta.
– Bom dia! – disse a mesma se espreguiçando ainda nua.
Suga pegou as peças de roupa da garota que estavam espalhadas pelo chão e jogou na direção da mesma.
– Será que você pode se vestir e ir embora? Eu vou receber uma pessoa e não posso ter você aqui!
%Paloma% arregalou os olhos, um tanto quanto assustada com as primeiras palavras que ouvira do rapaz. O mesmo nada mais disse e saiu batendo a porta atrás de si. %Paloma% ainda atônita pela forma que havia sido tratada, começou a se vestir.
Ok, eles eram praticamente dois estranhos que tinham transado e só, mas será que era mesmo necessário esse tratamento?
Após se vestir a mesma deu uma olhada em si mesma e ajeitou seus cabelos num coque qualquer e então abriu a porta do quarto encontrando o rapaz em pé em frente ao fogão. %Paloma% soltou um suspiro baixo e balançou a cabeça em negativa. “
Grosso,” foi o que ela lembrou de pensar antes de sair do apartamento fazendo questão de bater a porta com bastante força para deixar claro que ele estava livre.
Suga se assustou com a porta batendo e levou a mão ao peito, pronto! Finalmente, a casa estava vazia para que ele pudesse receber Charlotte.
%Paloma% resolveu que iria de ônibus para casa, estava irritada. Como assim? Ok, ele não precisava ter levado café na cama e a acordado com beijos e abraços, mas precisava ser tão grosso? %Paloma% bufou ao se sentar em um lugar próximo a janela. Lembrou-se do sorriso dele, que a cativara, lembrou-se dos dois chegando ao apartamento dele e se beijando com tanta vontade que acabaram caindo sobre o sofá e começando ali mesmo. Balançou a cabeça espantando os pensamentos. Afinal de contas, nunca mais o veria – no que dependesse dela e provavelmente dele também não – e ele não merecia ficar em sua memória.
Suga esperava Charlotte ansioso, resolveu ir até a sacada do apartamento e acendeu um cigarro. Enquanto fumava, sua memória lhe trouxe
flashs da noite passada com a estranha. Fechou os olhos e podia ter jurado que sentira o toque de suas mãos descer por suas costas. Abriu os olhos engolindo seco. Ques pensamentos eram esses? Ele amava Charlotte e precisava pensar agora em como provar a ela isso. Soltou a fumaça para fora de seus pulmões e novamente sua memória o estava traindo, ouviu a risada da estranha ecoar pelo apartamento. Sorriu sem mostrar os dentes.
Se eles tivessem se conhecido em outras circunstâncias.
%Paloma% chegou em casa sentindo a cabeça doer e então retirou os sapatos logo na entrada. %Jaqueline% estava na cozinha e observava a amiga com os braços cruzados abaixo do peito.
– Posso saber aonde a senhorita passou a noite? Eu só recebi a corrida pelo whatsapp e uma mensagem dizendo:
“não vou dormir em casa.” Fiquei preocupada!
%Paloma% bufou enquanto segurava os sapatos e ia em direção ao quarto.
– Passei a noite na casa de uma amiga que trabalha no bar. Ela ficou muito bêbada e eu acabei dormindo lá para ajudar. Vou tomar um banho e já venho!
%Jaqueline% não discutiu com a amiga. Mas a conhecia, sabia que havia algo de errado que a amiga não queria falar.
Sentou na cama para esperar a ligeira tontura que aparecera sumir e então bateu os olhos no anticoncepcional sobre a mesa ao lado de sua cama, precisava tomar o de hoje. Pegou a cartela e observou que não havia tomado o de ontem também. O coração começou a querer saltar dentro do peito: ela e o estranho haviam usado camisinha?
Tentou buscar algo na memória, mas sobre exatamente isso, %Paloma% não conseguia se lembrar. E se não tivessem usado?
Mas %Paloma% usava o anticoncepcional a tanto tempo que mesmo se tiver sido sem camisinha, grávida ela não corria o risco de ficar. Faria exames depois para ter certeza que não tinha pegado nenhuma doença do estranho.
Grosso, pensou outra vez.