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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Hidamari

Escrita porLi Santos
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 9 • Revelação

Tempo estimado de leitura: 32 minutos

  Prédio da Rede Bahia, Salvador/BA
  12h22

  A sede da Rede Bahia está agitada porque ontem aconteceu mais uma festa de Halloween promovida pela empresa. Todos ainda animados e cheios de assuntos oriundos disso. %Li% caminha pelos corredores cumprimentando os colegas que encontra: repórteres, apresentadores, produtores, seguranças e até seu chefe, Otto, que ontem rendeu comentários por sua fantasia de Conde Drácula. A fotógrafa chega até a mesa de seu amigo que ela ainda não tinha visto.
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  — Boa tarde, amigo! — diz ela, animada, e se abaixa abraçando a cabeça de Lipe e dando um beijo em sua bochecha.
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  — Tarrrrrde, caipira — diz Lipe, risonho.
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  — Idiota! — eles riem e %Li% volta a ficar de pé.
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  — Vai almoçar agora?
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  — Sim e vim te chamar, vamos? — chama ela.
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  — Vumbora! — “vamos embora”.
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  O rapaz se levanta e eles seguem caminhando até o refeitório, no caminho, Lipe nota algo em sua amiga.
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  — Você está diferente, %Li% — diz Lipe de maneira aleatória assim que eles adentram ao refeitório.
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  — Estou? — indaga ela e Lipe confirma com a cabeça. — Diferente como?
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  — Sei lá, está com o ar apaixonado…
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  — Apaixonado? — ela solta uma risada nasal e pega sua marmita para esquentar no micro-ondas. — Imagina, Lipe, por quem eu estaria apaixonada? — ela novamente ri e fica sem jeito, limpando a garganta em seguida. — Não seja bobo.
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  — Se você diz… — Lipe dá de ombros e também coloca sua marmita para esquentar. — Tem falado com os caras da %Flow%? — pergunta ele, de repente.
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  — Eu? Ah, às vezes — responde %Li%, dando de ombros, retirando sua marmita do micro-ondas. Ela caminha até uma mesa, apoia seu almoço ali e senta-se na cadeira. Antes de começar a comer, ela mexe em seu celular.
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  — Pensei que falasse mais vezes com eles — comenta Lipe que já está com seu almoço quente e faz o mesmo que %Li%, apoiando a marmita na mesa.
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  — Por que achou isso? — ela levanta o olhar da tela de seu celular, está enviando uma mensagem para %Keigo%.
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  — Talvez o seu ar apaixonado ilustre melhor minha teoria. Nem preciso explicar — zomba ele e ri do próprio comentário.
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  — Felipe! — exclama ela, irritando-se momentaneamente com o amigo.
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  — %Li%, está apaixonada, admita! — insiste Lipe, rindo.
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  — Eu não sei por qual deles, os dois são tão… — ela se interrompe e Lipe abre a boca em espanto, arregalando seus olhos.
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  — Como não sabe?
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  — Ok, talvez eu esteja apaixonada pelos dois — confessa ela, desistindo de manter sua farsa.
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  — Pelos dois?! — repete Lipe, ainda espantado. — %Li%!
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  — O que quer que eu faça? — retruca ela. — Eu não controlo meu coração, ok?! — ela solta um suspiro cansado e completa: — Vamos almoçar porque eu tenho trabalho daqui a pouco.
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  Lipe observa a amiga pegar seu garfo e começar a mexer na comida, levando uma porção até sua boca. Em pensamentos, %Li% reflete o óbvio: ela está sim apaixonada pelos dois e isso ela não consegue mais esconder nem mesmo do Lipe. Ela se questiona se deve revelar esse “segredo” para os mais interessados: %Kohshi% e %Keigo%. Mas, ao mesmo tempo, ela não saberia explicar o fato dessa paixão pelos dois. E se eles entendessem errado? Já que um não sabe do interesse do outro, segundo informação que conseguiu com o %Take% em uma conversa recente via Skype, então certamente eles achariam que %Li% está se declarando apenas para eles, individualmente. Geraria uma enorme confusão e a última coisa que %Li% quer é que eles briguem entre si, ainda mais se o motivo da briga for ela.
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  Ao fim do almoço, %Li% se despede de Lipe e vai ao banheiro fazer sua higiene bucal, dirigindo-se em seguida para o estacionamento onde o motorista do Correio já aguarda juntamente com o cinegrafista do jornal BATV, que se passa à noite. Todos se acomodam no carro e partem rumo ao destino. Eles vão cobrir a interdição da Rua Chile, uma das mais famosas ruas de Salvador que liga o centro comercial da cidade ao seu centro histórico, tal interdição é justamente para a reforma do centro histórico de Salvador e por isso o trânsito será desviado para uma rua lateral. Tanto %Li% quanto o cinegrafista, o Sid, registram as imagens dos trabalhadores da obra.
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  Poucos minutos se passam e o celular dela vibra, é uma ligação do %Kohshi%, ela rejeita e manda uma mensagem para ele justificando-se.
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13h36 %Kohshi%, estou trabalhando na rua agora!
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13h36 Posso te ligar depois?😄
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  Segundos depois ele responde.
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13h56 Tudo bem, %Li%! Liguei para saber se nossa partida de mais tarde está confirmada.

13h57 Confirmadíssima!😍 Quando eu chegar em casa eu te aviso e jogamos, ok? Acho que depois daqui serei liberada, aí eu te aviso qualquer novidade, tá?

13h57 Ok, %Li%! Aguardo sua mensagem🥰

  A moça guarda o celular na barra da calça, ajeitando sua blusa para cobri-lo e volta a fotografar os trabalhadores da obra, mostrando-os trabalhando e também o ambiente ao redor. O celular dela vibra novamente e, dessa vez, é %Keigo% quem manda a mensagem perguntando sobre o treino de mais tarde.
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13h59 Claro que está, %Keigo%!😌 Acho que chegarei mais cedo hoje, mas eu te aviso qualquer novidade, ok?

13h59 Ok, %Li%! Bom trabalho!💙

  Quando %Li% ia guardar o celular de volta na barra de sua calça, ela é surpreendida por uma mão puxando-o de sua posse. Ela levanta o olhar rapidamente e vê o bandido com a arma apontada para seu rosto e recua assustada.
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  — Me dá esse celular! Passa a câmera também, anda, bora logo! — grita ele, irritado. %Li% solta o celular mesmo que não queira e recua mais um pouco.
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  — É meu instrumento de trabalho… — ela tenta algo para convencer o bandido a não levar a câmera, mas obviamente não dá certo e ele puxa a correia pendurada no pescoço de %Li%.
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  — Me dê essa merda! — brada ele, puxando a correia com força até ela se partir. Quando obteve êxito, o rapaz ia fugir, mas retorna para amedrontar a moça. — Se chamar a polícia, vai levar na cabeça!
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  — Nã-não vou… — diz %Li% muito nervosa.
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  Ela não reage mais, apenas ergue suas mãos e mantém seu olhar no chão, sem olhar para o bandido. Porém, mesmo assim ele parte para cima dela, empurrando-a. Logo %Li% cai no chão e então ouve-se o estopim do tiro e o grito de dor da moça.
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[📷]

  Prédio da Rede Bahia, 14h39

  Lipe está finalizando mais uma matéria, sua concentração está toda voltada à tela de seu computador. De repente, algo interrompe e ele que vê seu celular vibrando em cima de sua mesa, na tela um número desconhecido é exibido.
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  — Alô? — diz o rapaz assim que atende.
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  — Felipe Morais? — indaga uma voz grave do outro lado e Lipe arqueia a sobrancelha imediatamente a sua fala.
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  — É ele… quem fala?
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  — Sou o cabo Fernandes, estou aqui no hospital com sua amiga %Aline% %Silveira%, ela sofreu um assalto e foi trazida para cá — explica o policial do outro lado da linha e Lipe sente seu corpo inteiro gelar.
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  — A… a %Li% está bem? Qual hospital ela está? — pergunta ele, angustiado.
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  — Teresa de Lisieux — responde o policial referindo-se ao hospital que faz parte do convênio médico da moça. — O senhor pode vir ficar com ela? Ela passará por cirurgia no braço e precisa de um acompanhante.
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  — Claro… eu já estou indo, obrigado por ligar!
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  O policial também agradece e eles encerram a chamada. O rapaz recupera-se do susto momentâneo e aciona o contato de seu chefe para avisar do que ocorreu com a amiga. Enquanto fala com Otto ao telefone, já que este não se encontra no prédio, Lipe caminha a passos largos até à saída da sede da Rede Bahia. Ele encerra a chama e chama um Uber para levá-lo até o hospital que fica na Avenida ACM, uma das principais de Salvador. Minutos depois ele já está no uber a caminho do hospital.
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  Assim que chega ao Teresa de Lisieux, Lipe informa que está ali para ver a %Li% e dá seus documentos para registro. Poucos minutos ele consegue uma etiqueta de acompanhante e é orientado pela recepcionista a pegar o elevador e ir até o quarto andar. Lipe caminha até o elevador e aperta o botão para subir, aguardando a chegada. Enquanto espera, ele imagina como sua amiga está, seu coração ainda está acelerado e sua vontade de chorar é grande, mas ele se mantém firme e esperançoso de que não tenha acontecido nada grave. O repórter entra no elevador, apertando o botão quatro, as portas se fecham e segundos depois ele está no andar correto. Ele se dirige até à recepção do andar e se apresenta como acompanhante de %Li%. A mulher que o atende informa que %Li% acaba de entrar na sala de cirurgia, explicando mais ou menos o procedimento. Ela diz que %Li% levou um tiro no braço e que a bala ficou alojada em seu ombro, a cirurgia é justamente para a retirada do projétil e sem risco à paciente. Essa última frase anima mais o rapaz que suspira aliviado. A recepcionista do andar avisa também que os policiais que levaram %Li% até o hospital aguardam a chegada dele para devolver os pertences da moça que foram recuperados. Lipe agradece a moça e logo avista dois policiais na outra sala de espera. Ao chegar lá e se apresentar, o cabo Fernandes que havia falado com ele ao telefone entrega a ele o celular e a câmera de %Li%, ambos com algumas avarias, já que o bandido que a roubou não teve nenhum cuidado e derrubou a câmera durante sua fuga; já o celular está com a tela rachada por conta da rasteira que o ladrão levou do policial e, na queda, quebrou a tela do celular de %Li%.
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  Lipe agradece novamente aos policiais e eles deixam o hospital. O celular de %Li% está descarregado, então o rapaz o guarda no bolso de sua calça.
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  Algumas horas depois

  A cirurgia feita por %Li% demora algumas horas a mais do que o esperado pelos médicos, sem contar o atraso para o início dela, e com isso %Li% só vai para o quarto à noite. Agora são quase 22h, Lipe entra no quarto da amiga e sorri ao vê-la.
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  — Meu amor… — diz ele, chamando a atenção de %Li% que sorri ao ver o amigo.
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  — Lipe, que bom que está aqui — %Li% diz com a voz manhosa e chorona. O rapaz se aproxima e senta-se na beira da cama.
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  — Como está? — ele segura a mão de %Li% que está mais próxima dele.
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  — Cansada e com um buraco no ombro — brinca ela e eles riem um pouco. — Como soube?
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  — A polícia me ligou avisando. Eles recuperaram seu celular e sua câmera — informa.
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  — Mentira? Mas olha… — ela diz, espantada e Lipe ri pelo nariz.
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  — Pois é, fizeram algo que preste uma vez na vida — ironiza Lipe, tateando o bolso da calça e pegando o celular da amiga que ele havia colocado para carregar enquanto ela estava em cirurgia. — Aqui, todo seu.
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  — Obrigada, amigo — agradece a moça, ligando o aparelho e repousando-o sobre sua barriga. — O filho da puta deixou meu celular cair.
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  — Rachou um pouco — %Li% lança um olhar entediado para o amigo. — Bastante, na verdade, mas pelo menos o tem de volta — diz e completa: — Ah, sua câmera eu levei para sua casa e dei comida para o Kurama. Ele estava bem agitado pela sua demora.
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  — Ai, Lipe, obrigada! De verdade, obrigada! — ela agradece novamente e sente os olhos marejando.
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  — Que susto você me deu, mulher — os olhos dele também ficam úmidos demais e o repórter segura seu choro. — Não faça mais isso! — finaliza ele dando uma bronca em %Li% que ri com a expressão que ele faz.
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  — Prometo — %Li% pisca para ele, acariciando a mão dele.
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  — Ah… — Lipe inicia, lembrando-se de algo importante — os seus namorados não param de ligar, vou bloquear os dois — informa ele, sério.
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  — Que namorados? — indaga %Li%, confusa.
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  — %Keigo% e %Kohshi% — ela abre sua boca em um “o” quase perfeito.
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  — Não os chame assim, eles não são meus namorados, pelo amor de Deus, Lipe!
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  — Mas eles gostam de você e a senhorita retribui aos dois, não retribui?
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  — Sim, mas…
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  — Então pronto — determina, dando de ombros.
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  — Não começa, Lipe, eu não estou em condições de discutir com você — avisa a fotógrafa fazendo um bico com os lábios.
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  — Awn, que fofa! — zomba ele e se estica para beijar a bochecha de %Li%. — Faz um bico desses para eles e vamos ver quem beija primeiro. Quem fizer isso primeiro, ganha — sugere ele, rindo.
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  — Isso não é uma competição de quem vai me beijar primeiro, Felipe!
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  — Ok, calma, já parei! — o rapaz volta a ficar de pé e dá um beijo na mão dela. — Quer que eu durma aqui?
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  — Não precisa, vou ficar bem — ela se acalma e sorri para o amigo.
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  — Eu trouxe seu carregador e algumas coisas para você, estão naquela mochila — ele aponta para a mochila em cima da poltrona. — Se precisar de qualquer coisa, por favor, me liga, ok?
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  — Pode deixar e obrigada novamente, Lipe.
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  — De nada, princesa! Ah, agora sem zoeira — diz ele antes de sair. — Avisa para os caras que você está bem ou é capaz deles virem até Salvador para saber o motivo de não atender as ligações nem responder as mensagens deles.
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  %Li% assente com um sorriso tímido e se despede de Lipe que deixa o quarto. A moça suspira profundamente, preparando-se para ligar para %Kohshi% e %Keigo% separadamente. Ela lembra-se que havia marcado compromisso com ambos e até agora não retornou nem as ligações nem as mensagens deles. Certamente devem estar preocupados, pois, mesmo quando ela não pode falar muito no momento, %Li% nunca deixou de responder às mensagens deles durante esse tempo que se comunicam virtualmente.
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  Tomada de coragem, a moça retorna primeiro a ligação de %Keigo%.
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  — %Li%!!! — diz o rapaz bastante animado ao atender. — Está fugindo de mim, mocinha?! — brinca ele, mas logo desmancha sua expressão feliz ao ver que %Li% está com a cara meio abatida.
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  — Oi, %Keigo%, me perdoe…
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  — Aconteceu alguma coisa, %Li%? — indaga ele, ansioso.
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  — Eu… eu sofri um pequeno acidente — diz ela, procurando palavras para explicar. — Na verdade, eu fui assaltada e levei um tiro no braço.
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  — O QUÊ?! — grita ele. — Meu Deus do céu, %Li%! Você está bem? Aonde está agora? Eu estou indo praí agora!
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  — %Keigo%, não! Por favor, calma! — pede ela, agoniada pela agonia dele. %Keigo% para um pouco e senta-se no sofá de seu apartamento, encostando as costas ali.
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  — Me diz que está bem, por favor… — ele pede com a voz embargada.
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  — Eu estou…
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  — Sério?
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  — Estou sim, %Keigo%, eu juro para você — ele fecha os olhos com força e sente seu rosto inteiro tremer. A vontade de chorar está quase vencendo-o.
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  — Me conta, o que aconteceu exatamente? — o vocalista volta a abrir os olhos, controlando sua vontade de chorar, mas com ele preso em sua garganta.
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  — Eu estava trabalhando, na hora que te mandei uma mensagem, lembra?
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  — Sim.
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  — Então, aí quando fui guardar o celular de novo o bandido me abordou e puxou meu celular. Ele levou minha câmera também, ele já ia sair, mas voltou e atirou no meu ombro — explica a moça.
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  — Meu Deus… por que ele fez isso? Que desgraçado… — revolta-se %Keigo%, passando a mão livre pelos cabelos.
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  — Concordo com você, %Keigo%.
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  — E seu ombro?
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  — Fiz uma cirurgia para retirar a bala, estou em recuperação. Os médicos disseram que amanhã ou depois eu devo ter alta e poderei terminar de me recuperar em casa — avisa ela e %Keigo% relaxa um pouco o corpo.
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  — Por favor, se cuide, está bem? — ele pede, encarando a câmera.
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  — Pode deixar…
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  — Fiquei preocupado quando disse do tiro… achei que… — %Keigo% espanta os pensamentos ruins e dá um lindo sorriso para %Li% que paralisa ao vê-lo. — Vou deixar você descansar adequadamente, ok?
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  — Ok, %Keigo%, obrigada e não fique preocupado. Eu estou bem.
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  — Sempre vou me preocupar com você, %Li% — ela também sorri. — Se precisar de algo, não hesite em me ligar. Se precisar eu vou para Salvador cuidar de você.
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  — Bobo… obrigada, %Keigo% — ela agradece novamente e dá um sorrisinho bobo.
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  %Keigo% diz novamente para ela se cuidar para poder se recuperar bem, assim encerrando a videochamada. Agora é a vez de ligar para %Kohshi% que, durante a ligação com %Keigo%, havia enviado mais duas mensagens questionando o paradeiro de %Li%.
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  — Oi, %Kohshi% — diz ela, tímida ao atender a ligação dele.
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  — Oi, %Li%! Que bom que atendeu, fiquei preocupado com o seu sumiço — ele diz do outro lado e %Li% o vê sentar-se em sua cadeira gamer em frente ao seu computador. Ele está ligando de lá.
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  — Agora eu estou bem — responde.
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  — Achei que estava fugindo de… espera, como assim agora você está bem? — corrige-se ele ao perceber a palavra dita por ela que lhe fugiu a atenção.
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  — Eu fui assaltada e levei um tiro — diz ela de maneira direta. %Kohshi% arregala o olhar, assustado.
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  — Q-Quê? Ok, agora eu vou praí te ver! — determina ele e %Li% o vê levantar-se da cadeira.
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  — %Kohshi%, não! — chama ela, apressada e ele aproxima o rosto perto da câmera.
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  — Você levou um tiro, %Li%… — repete ele. — Eu vou praí agora ver você.
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  — %Kohshi%, %Kohshi%, me escuta… por favor, senta na cadeira e me ouve — suplica a moça e %Kohshi% volta a sentar-se na cadeira, ajeitando os fones na cabeça.
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  — Pelo amor de Deus, %Li%…
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  — Eu estou bem, juro, eu estou bem — insiste. — Olha só — ela vira seu celular até o ombro ferido, afastando um pouco a camisola cedida pelo hospital. — Está vendo? Já está com o curativo.
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  — Como foi isso? — indaga o vocalista sentindo seus nervos quase explodirem, sua ansiedade indo pelo mesmo caminho. Após a breve explicação dela, ele completa: — Eu realmente deveria ir até você…
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  — %Kohshi%, não precisa, é sério. Não quero que se preocupe…
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  — Como não vou me preocupar? — indaga ele retoricamente. — Vou ser repetitivo: você levou um tiro e está no hospital! Como eu vou dormir sabendo que você está passando por isso e eu estou aqui no %Japão%?!
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  — Se eu soubesse que ficaria assim eu nem teria te falado nada…
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  — Não… por favor, não me esconda esse tipo de coisa, %Li% — ele pede, tentando controlar seu nervosismo. — Eu me preocupo com você porque eu gosto de você. É meio inevitável eu não me preocupar.
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  — Eu entendo, %Kohshi%, mas mesmo assim não queria causar essa preocupação — ele sorri, compadecendo-se das palavras e da feição que ela faz agora.
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  — Fofa… — diz ele em %japonês% e completa: — Está realmente bem?
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  — Estou — reforça a moça também sorrindo. — Só estou cansada.
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  — Então vou deixar você dormir, ok?
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  — Ok, obrigada, %Kohshi% e não se preocupe!
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  — Vou sempre me preocupar, sua teimosa — brinca ele, arrancando uma risada dela. — Se precisar de alguma coisa, me liga que eu pego o primeiro voo para Salvador.
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  — Bobão… está bem — ela fica sem jeito, mas sorri com as palavras dele.
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  %Kohshi% reforça para ela se cuidar, despedindo-se e encerrando a ligação.
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  Assim que encerra a chamada com %Kohshi%, %Li% relaxa seu corpo suspirando em seguida. Ela bloqueia o celular e o coloca na mesinha ao lado, e deita seu corpo na cama. Ela sente um desconforto no ombro operado e geme um pouco. %Li% ainda está tomando o remédio endovenoso através de sua mão. A fotógrafa aciona o botão para desligar a luz de seu quarto e tenta relaxar, mas é impossível já que seus pensamentos estão lá no %Japão%. Para ser mais precisa: em %Kohshi% e %Keigo%. É irônico para ela ter a certeza de que está apaixonado pelos dois ao mesmo tempo, já que isso nunca aconteceu antes. O mais irônico é os homens em questão serem quem são: ídolos dela. O final da ironia é eles retribuírem essa paixão. É a parte que mais a deixa atordoada e logo lhe vem à mente a música do Calcinha Preta – “Duas Paixões, Dois Amores”.
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  Claramente %Li% terá uma escolha difícil a fazer. Isso se ela realmente precisa fazer uma escolha, né?
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[📷]

  Duas semanas depois…

  O show dessa vez é no %Japão% e já acabou há alguns minutos. Os integrantes da %Flow% descansam um pouco para a próxima apresentação que será em algumas horas no mesmo evento,  mas em outro palco. Enquanto isso, %Kohshi% analisa as mensagens recentes que enviou para %Li% e volta a se questionar se ele deveria ter se declarado, se exposto tanto. Querendo ou não, o rapaz se colocou vulnerável diante dela mesmo com o fato levemente animador de estarem separados – literalmente – por continentes. A incerteza de que ela o retribui ou não é o fato mais angustiante para o vocalista. Do outro lado, %Keigo% sente as mesmas coisas que o amigo sem saber. Talvez para ele não seja tão incerto assim os sentimentos da moça que, recentemente, demonstrou estar mais tendida a gostar dele. Mas, possivelmente, isso seria um delírio da mente de %Keigo%.
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  Ou não.
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  — … a %Li% é realmente talentosa demais! — diz a voz de %Take% e ambos os vocalistas encaram o rapaz quase que ao mesmo tempo.
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  — O que tem a %Li%? — questiona %Keigo%, o homem está sentado no sofá mexendo em seu celular. %Kohshi% faz o mesmo, porém sentado na poltrona em frente.
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  — Estava comentando sobre o quão talentosa a %Li% é, olhem as fotos que ela postou no Instagram dela — responde %Take% voltando seu olhar para a tela do próprio celular e mordiscando um sanduíche, colocando-o de volta no prato repousado em seu colo em seguida.
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  —  Ela é talentosa realmente — concorda %Kohshi% e %Keigo% também afirma com um gesto de cabeça.
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  — Sabiam que ela é uma excelente aluna? — todos encaram o outro.
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  — Como assim? — indaga %Take%, curioso.
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  — Faz um tempo que estamos nos comunicando via Skype… — comenta ele e %Kohshi% o interrompe.
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  — Estão é? — ele arqueia a sobrancelha, %Keigo% o encara.
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  — Sim, quase todos os dias — afirma. — Nós estamos malhando para manter a forma.
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  — Não acredito que empurrou a %Li% para seus exercícios! — brada %Kohshi%, levemente incomodado.
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  — Que mal tem? — rebate %Keigo%, dando de ombros. %Take% observa a conversa atentamente e já compreendendo todo o contexto das entrelinhas.
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  — Tsc… — resmunga %Kohshi%, revirando o olhar. — Você acha que todo mundo tem que ser fitness igual a você e quer empurrar todo mundo nas suas dietas e sequências de exercícios malucas — devolve.
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  — Quê? Fala isso porque é um sedentário, %Kohshi% — diz %Keigo% com mais rispidez.
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  — Você fala num tom muito suspeito… — deduz %Kohshi%, desconfiado de algo.
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  — Que tom?
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  — Você está apaixonado por ela?! — indaga ele de maneira retórica. Nesse momento, %Take% engasga-se com o pedaço de sanduíche que comia. Dessa vez é %Keigo% quem revira o olhar.
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  — Eu? Por que quer saber? — desconversa ele.
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  — Que mal há em perguntar isso?
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  — Caras, acalmem-se… — pede %Take%, recuperando-se de seu breve engasgo.
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  — Seja sincero, %Keigo%, você está apaixonado pela %Li%? — repete %Kohshi%, ignorando completamente o pedido do irmão.
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  — E se eu estiver… o que você tem a ver com isso? — só então, %Keigo% começa a entender as intenções de %Kohshi% e se incomoda bastante com isso. — Você gosta dela?
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  — Óbvio que eu gosto — confessa o vocalista e os outros soltam barulhos surpresos, menos %Take% que já sabia de tudo. — E você gosta?
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  — Gosto… — %Keigo% também se confessa e ambos sustentam os olhares por alguns segundos.
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  — Não acredito nisso… — comenta %Kohshi%, suspirando de raiva e ciúme. — Pois saiba que eu…
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  — Eu a beijei e ela retribuiu! — dispara %Keigo%, destemido.
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  — Você o quê?!?!?!?! — %Kohshi% se levanta da poltrona e %Keigo% do sofá, ambos ficando frente a frente. %Take% resolve que é o momento de interferir.
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  — Opa, calma! — ele puxa o ombro do irmão para que se afaste de %Keigo%, mas %Kohshi% o ignora.
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  — Você não fez isso… — o vocalista começa a ofegar de raiva, uma tremenda vontade de bater em %Keigo% lhe domina, mas %Take% prevê o movimento do irmão e o segura pelos braços, puxando-os para trás.
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  — %Kohshi%, por favor, tenha calma! — ele volta a pedir, mas %Kohshi% está cego e surdo pelo ciúme.
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  — Nós também nos beijamos e ela me retribuiu! — rebate %Kohshi% e %Keigo% o ciúme dessa vez parte dele que se movimenta para bater no amigo, mas é seguro pelas costas por Gots.
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  — Desgraçado, invejoso! — esbraveja %Keigo%, debatendo-se nos braços do amigo.
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  — Invejoso? — %Kohshi% ri. — Essa é novidade…
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  — Você sabia que a %Li% estava retribuindo as minhas cantadas e mesmo assim você deu em cima dela!
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  — Mas é claro que eu não sabia! — rebate %Kohshi%, furioso. — É bem capaz de que você tenha feito isso comigo, traidor!
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  — Calma, %Kohshi%, para com isso! — %Take% volta a implorar por um instante de sanidade ao irmão.
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  — Eu deveria… deveria esmurrar esse seu rostinho cínico, %Keigo%!
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  — Pois eu deveria fazer isso com você, %Kohshi%! O único cínico aqui é você!
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  Parece que a amizade dos dois vocalistas da %Flow% está estremecida.
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  Os dois amigos se encaram com bastante raiva e mágoa no olhar. %Take% puxa o irmão para o outro lado do camarim enquanto Gots leva %Keigo% para fora dali, tentando acalmá-lo. Nenhum dos dois irá admitir, mas a mágoa por saber que o outro gosta da %Li% e que já a beijou é maior do que a raiva que sentem pelos fatos. Nenhum deles imaginava que pudessem se apaixonar pela mesma mulher, com tantas mulheres no mundo, por que justamente pela mesma mulher?
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  O destino pode ser irônico e cruel.
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  No dia seguinte…
  Apartamento do %Kohshi% em alguma parte do %Japão%

  Os pensamentos de %Kohshi% são confusos e conflitantes. Ter o conhecimento da paixão de %Keigo% por %Li% o faz sentir surpresa e raiva ao mesmo tempo. Ele não quer “disputar” o amor de uma mulher com ninguém, ainda mais se for com o seu melhor amigo, a amizade deles vem desde a adolescência, ambos são confidentes e se conhecem muito bem. Esse é o fato que mais incomoda %Kohshi%. Como ele não percebeu antes os sentimentos do amigo pela %Li%? Como ele não notou? Ah, %Keigo% poderia se apaixonar por – literalmente – qualquer mulher, por que justamente pela mesma que habita os pensamentos do vocalista?
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  O toque da chamada do Skype traz %Kohshi% novamente à realidade, o fazendo perceber sua posição atual: sentado em frente ao seu computador, fones no ouvido, na tela o jogo Dead by Daylight aberto na tela inicial, suas mãos por cima do teclado e mouse, sem contar o olhar perdido.
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  — Oi… — diz ele ao atender totalmente distraído.
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  — Nossa, %Kohshi%, que animação — reclama %Li% e só então ele percebe a imagem emburrada dela.
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  — Oh, %Li%, perdão… — responde ele se forçando a prestar atenção já que seus pensamentos ainda estão nos sentimentos de %Keigo% pela %Li%. — Como está? — ele dá um sorriso sem jeito.
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  — Bem… ainda sem poder trabalhar direito — ela mostra o braço apoiado na tipoia.
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  — Ainda sente dor? — indaga ele um pouco mais atento.
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  — Um pouco, mas só quando eu faço algum esforço — confessa a fotógrafa.
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  — E por que está fazendo esforço? Por favor, se cuide, %Li% — pede o homem, preocupado.
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  — Não se preocupe. Estou fazendo fisioterapia. Aliás, cheguei agora de lá — ela diz e ajeita a tipoia nos ombros.
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  — Você deveria descansar melhor, %Li% — sugere.
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  — Eu… eu estou descansando, %Kohshi%, mas eu quis te ligar porque… — a fala dela é interrompida pela campainha de seu apartamento. — Espera um minuto, %Kohshi% — ela diz, percebendo o barulho vindo da porta de seu apartamento.
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  — Ok, eu espero.
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  %Kohshi% vê %Li% colocar seu notebook em cima da mesinha, a câmera virada na direção da porta. O homem ouve o barulho da campainha que é tocada novamente e também a voz de %Li% pedindo para que esperem um pouco. De repente, ele ouve o total silêncio que só é quebrado pelo som falho e assustado da voz da %Li%.
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  — Léo?!
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