Havana

Escrita porPams
Revisada por Luba

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Tempo estimado de leitura: 14 minutos

Atualmente em Havana…

— Sinceramente, pensei que não chegaríamos nunca — reclamou %Suho% ao se remexer na poltrona do avião.
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  — Ah, deixe de ser chato. — Eu ri da sua cara de entediado. — Tivemos um voo bem tranquilo.
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  — Devo admitir que foi mesmo, até consegui ler meu livro. — Ele levantou a mão direita mostrando o objeto.
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  — Ainda não acredito que deixei você trazer seus livros de medicina. — Cruzei os braços o olhando meio indignada comigo mesma.
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  — Porque você sabe que eu terei uma semana de provas prática quando voltar. — Ele abriu um largo sorriso. — Foi um alívio terem me deixado faltar esses dias.
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  — Você é o melhor aluno daquele curso, eles tem obrigação disso — retruquei.
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  — Falou a ganhadora do prêmio de melhor editorial. — Ele riu.
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  — Olha, finalmente um sorriso.
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  — Eu estou rindo, é diferente.
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  — Deixa de ser chato.
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  Ri da careta que ele fez, logo o piloto anunciou que poderíamos desembarcar. No saguão principal do aeroporto, uma pessoa já estava à nossa espera com um cartaz escrito nossos nomes.
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  — Bom dia, eu sou Juan — disse o homem dando um sorriso singelo, trajava uma camisa azul e jeans surrados. — Bem-vindos a Havana.
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  — Obrigada. — Sorri de volta e olhei para %Suho%.
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  Pelo olhar de meu amigo, ele não parecia confortável.
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  — Bom dia — o tom de voz de %Suho% era quase um sussurro.
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  Já comecei a imaginar o que seria. %Suho% sempre ficava mais silencioso que o habitual quando homens se aproximavam de mim. Era visível o ciúmes do meu melhor amigo, mas o bobo não dava o braço a torcer, o que me deixava ainda mais revoltada.
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  — Eu vou ajudar vocês com as malas — disse ele pegando uma das malas.
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  — Você trabalha no albergue? — perguntou %Suho%.
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  — Sim, o albergue é da minha mãe — respondeu Juan. — Nós temos um contrato de hospedagem com algumas universidades do mundo, para os alunos.
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  — Que incrível, deve ter gente do mundo todo lá — comentei, ajeitando minha bolsa no ombro.
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  — Sim, muitos universitários se hospedam com a gente em todas as temporadas do ano — assentiu com certa satisfação.
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  Seguimos até seu carro, em poucos minutos Juan estacionou em frente ao albergue, que possuía três andares. Eu estava deslumbrada com toda a arquitetura da cidade, as cores vibrantes das fachadas.
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  — Sejam bem-vindos! — uma senhora veio a nosso encontro assim que entramos no lugar.
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  — Essa é minha mãe, Carmen — explicou Juan enquanto colocava as duas malas que carregava ao lado da escada.
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  — Obrigado senhora — disse ao retribuir o abraço que ela havia me dado.
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  — Por favor, pode me chamar de Carmen. — Ela sorriu para mim. — Este jovem e bonito rapaz só pode ser seu namorado.
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  — Não — dissemos eu e %Suho% juntos.
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  — Somos somente amigos — completei meio sem graça.
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  — Ah. — Carmen voltou seu olhar para mim. — Me desculpem.
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  — Sem problemas — assegurei.
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  — Juan meu filho, leve as malas deles para os quartos — ela continuou com sua atenção em mim e segurou em minha mão. — Vocês devem estar famintos, venham, fiz um lanche para vocês.
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  Seguimos ela para a cozinha, que nos pediu desculpas novamente por seu engano. %Suho% permaneceu em silêncio a maior parte do tempo como sempre, observando tudo ao seu redor.
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  — Fiquei animada quando recebi o email da sua universidade, são poucos alunos que já vieram de Seoul — comentou Carmen.
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  Ela nos serviu tortica de morón, biscoito típico do país acompanhado de uma refrescante limonada, nós comemos muito bem. Aqueles biscoitos tinham um sabor especial.
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  — Eu sempre tive curiosidades sobre o país e a cultura local, fiquei ainda mais feliz por poder vir — comentou Carmen ao retirar outros biscoitos do forno.
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  Carmen se aproximou um pouco mais de mim.
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  — Ele não é muito de conversa, não é?! — comentou ela, sobre %Suho%.
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  Ele estava sentado na cadeira perto da porta que dava para os fundos do albergue, mexendo no celular, enquanto tomava a limonada em seu copo.
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  — Não — respondi segurando o riso. — Ele é um pouco tímido.
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  — E você gosta dele — disse Carmen em afirmação.
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  — Bem… — tentei me desviar.
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  — Não precisa fingir, está no seu olhar. — Ela sorriu de forma gentil. — Ele sabe?
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  — Que eu gosto dele?
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  — Sim.
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  — Não sei, às vezes acho que sabe e às vezes acho que é bobo demais pra perceber — bufei de leve.
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  — Hum… Só vai saber se conversar sobre isso com ele.
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  — Conversar sobre o quê? — Juan perguntou aparecendo misteriosamente atrás da mãe.
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  — Nada. — Ela olhou para o filho. — Já levou as malas para o quarto?
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  — Sim.
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  — Então, acho nossos novos hóspedes precisam descansar um pouco antes da festa. — Carmen lançou um olhar sugestivo para mim, então piscou.
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  — Festa?! — %Suho% se levantou da cadeira.
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  Legal, agora ele está prestando atenção em nós.
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  — Sim. — Juan o olhou. — Vocês chegaram em um dia bom, hoje é aniversário de um casal amigo da minha mãe, eles convidaram todos os hóspedes daqui do albergue.
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  — Que legal. — Me senti animada de imediato.
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  — Tenho certeza que vão se divertir muito, mas festas noturnas em Havana são as melhores — garantiu Carmen.
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  Apesar do olhar tedioso de %Suho%, a ansiedade começou a tomar conta de mim. Juan nos conduziu até nossos quartos, eu ficaria no segundo o andar das meninas e %Suho% no terceiro, o andar dos meninos. Juan nos explicou como funcionava o sistema do banheiro para quando fossemos tomar banho, e nos deu a chave dos quartos e armários. Os quartos eram duplos, e tinha dois armários grandes para os hóspedes guardarem suas coisas.
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  Para minha surpresa, %Suho% ficaria o mesmo quarto em que Juan dormia, já eu por sorte fui instalada em um quarto vazio, pois a outra garota que se hospedava já tinha voltado para casa. Assim que entrei no meu quarto, retirei algumas peças de roupa para já escolher o que vestiria à noite, então guardei tudo no armário e coloquei as chaves na minha bolsa que ficaria comigo.
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  Minutos depois…
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  — Toc… Toc… — %Suho% deu duas batidas na porta que estava entreaberta.
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  — Entra — disse me virando para ele.
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  — Já guardou suas coisas? — perguntou ele.
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  — Sim. — Abaixei o olhar, vendo o celular em sua mão. — Você enviou mensagens aos nossos pais?
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  — Também — respondeu ele entrando e fechando a porta.
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  — Também?! — indague.
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  — Enviei uma mensagem à minha orientadora, agradecendo por me ajudar com a dispensa para a viagem.
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  — Ah.
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  Aquela orientadora, tinha que admitir que odiava quando ele mencionava sobre ela. Sempre dizendo o quanto ela o ajudava em seus estudos e conseguia vagas em palestras para ele. Sora era cinco anos mais velha que nós dois, algumas vezes esbarrei com ela, quando ir para o prédio de medicina ver %Suho%, conseguia sentir que ela tinha interesses por ele pela forma que o tratava.
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  — O que foi? — Ele me olhou preocupado.
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  — Nada. — Suspirei fraco.
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  — Nada?! — Ele riu dando alguns passos até mim então tocou com o dedo indicador de leve em meu nariz. — Eu conheço esse seu olhar, já disse para não ficar com ciúmes da Sora.
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  — Quem disse que estou com ciúmes dela? — Cruzei os braços.
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  Ele arqueou a sobrancelha direita e sorriu, aquele sorriso que me deixava com raiva e ao mesmo tendo com o coração acelerado.
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  — Vou acreditar, então. — Ele pegou em minha mão e me puxou para mais perto, me abraçando carinhosamente. — Sua boba, por acaso não se lembra da nossa promessa?
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  — Qual delas?! — perguntei em sussurro.
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  — Aquela que diz que meu coração sempre vai estar perto do seu — sussurrou ele de volta. — Somos melhores amigos, não somos?!
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  — Sim — senti minha voz falhar.
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  Não queria ser somente sua melhor amiga. Estava sendo ambicioso, assumo, mas queria muito mais que sua amizade.
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  — Acho melhor descansarmos um pouco, já que à noite… — Ele se afastou um pouco.
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  — Não quer ir? — perguntei.
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  — Não me importo de ir — respondeu daquela forma indireta de sempre. — Você disse que queria aproveitar cada segundo aqui, então…
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  Ele sorriu novamente.
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  — Então?! — insisti para que ele continuasse.
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  — Darei o meu melhor para ser a viagem mais especial da sua vida! — Seu olhar estava sereno.
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  — Komawo. — Eu o abracei no impulso. — Eu te amo!
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  — Eu também te amo.
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  Ele saiu do quarto me advertindo para não ficar eufórica pela festa e descansar um pouco. Foi o que eu fiz, após tomar uma ducha quente no banheiro feminino, coloquei meu pijama provisoriamente e me deitei na cama um pouco, foi aí que senti os músculos do meu corpo relaxarem de verdade. O que me levou a um longo cochilo.
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  — Uau — foi a única coisa que consegui dizer sobre a decoração cativante do restaurante que Carmen nos levou.
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  — Tem muita gente aqui — comentou %Suho%.
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  — É uma festa. — Eu ri da careta que ele fez para mim.
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  — Venham, quero apresentá-los aos anfitriões — disse Carmen ao pegar sutilmente em minha mão.
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  Seguimos com ela até a parte do bar. Carmen, nos apresentou ao senhor Rodrigues e a senhora Inês, e também seu sobrinho Enrico que mora com eles desde criança. Era engraçado, pois quanto mais Carmen me apresentava aos jovens rapazes da festa, mais %Suho% demonstrava incomodado com aquilo. O que me divertia um pouco.
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  — Que cara fechada — disse ao me sentar na banqueta ao lado de %Suho%. — Você disse que faria o seu melhor.
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  — Juro que estou tentando, mas a senhora Carmen não está ajudando. — Ele me olhou emburrado. — Por que ela tem que ficar te apresentando para todos os solteiros do lugar?
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  — Não acredito. — Eu ri da cara dele. — Toby está com ciúmes?!
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  — Yah… — Ele fez careta. — Sabe que não gosto quando me chama assim.
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  — Porque você age assim. — Sorri para ele. — Meu coração também está perto do seu.
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  — Você disse isso da última vez, até que me apresentou um garoto estranho que queria ser seu namorado. — Ele voltou seu olhar para a bancada do bar.
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  — Por que você não fala de uma vez?!
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  — O que você quer que eu fale?!
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  — %Nalla%! — A senhora Carmen me pegou pela mão e saiu me conduzindo pelo salão sem que eu pudesse lutar contra.
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  Talvez tivesse sido melhor assim. Eu não queria estragar a nossa primeira noite em Havana, mas estava com muitas coisas em meu coração que queria profundamente confessar para ele.
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  Seria tão mais fácil se %Suho% finalmente se confessasse para mim da forma certa.
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“Como nós fazemos você ser capaz de se apaixonar (outra vez)
Deixe-me entrar (outra vez)
Eu já te quero
Seus olhos me dizem que você também quer tentar (outra vez)
Não hesite mais (outra vez)”

- One More Time / Super Junior feat. Reik

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