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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Girls’ Generation

Escrita porPams
Revisada por Lelen

26 • Village Family

Tempo estimado de leitura: 31 minutos

Queria que todas minhas fraquezas pudessem ser escondidas
Eu plantei uma flor que não pode florescer
Em um sonho que não pode se tornar real
Eu estou tão cansado desse
Amor falso.
- Fake Love / BTS

  - %Milla%

  Mais complicado que imaginar %Lance% como meu irmão, é saber que minha mãe estava bem de vida. Ainda me lembrava do dia em que ela nos deixou sem o menor remorso, após as finanças da nossa família chegarem à falência total, e foi o momento mais destruidor da minha vida. Fato que não deixou nem mesmo eu me abalar pela minha queda na escadaria. Apesar de continuar sentindo meu tornozelo doer, não deixei transparecer para %Lance%. Antes de sair da casa de %Joseph%, deixei um bilhete agradecendo sua hospitalidade. Ao passar pela porta da mansão dos Village e olhar para o rosto da mulher que me abandonou. Senti um frio na espinha.
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  Como mãe, ela nunca me amou de verdade.
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  — %Milla% — sussurrou ela ao vir me abraçar como se nada tivesse acontecido em nosso passado —, não acredito que esteja mesmo aqui.
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  Ela parecia a mãe do ano ao reencontrar sua filha, com direito a lágrimas falsas no canto dos olhos. Se eu não tivesse vivido a história pessoalmente, diria que aquilo era a volta de uma filha que estudava em um colégio interno, pronta para ser recebida pela mãe e lhe contar todas as novidades e planos para o futuro acadêmico em uma universidade da Ivy League. Ou algo do tipo.
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  — Minha filha, não sabe o quanto esperei por isso — continuou ela, mantendo o olhar emocionado de me causar náuseas —, o quanto sonhei em te ver novamente.
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  — Pois eu não — fui seca e sincera, me afastando dela. — Me desculpe, mas apesar de estar surpresa com tudo isso, só estou aqui porque o %Lance% me pediu. Não ache que vou te tratar como a mãe do ano.
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  — Eu entendo que esteja chateada comigo — seu olhar demonstrou estar envergonhada. — É claro que você precisa do seu tempo para assimilar tudo e vou respeitar.
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  Chateada? Tempo? Eu olhei para %Lance%, que segurava suas expressões faciais com um autocontrole inacreditável, porque obviamente sua vontade era de rir de tudo aquilo.
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  — Onde é meu quarto? — Apenas ignorei as palavras dela para não iniciar uma discussão.
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  — Vem, eu te mostro — ele seguiu na frente e o acompanhei.
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  Olhei para trás de relance e vi o senhor Village indo consolá-la. %Lance% seguiu rindo na minha frente, como se se deliciasse com aquele momento e agora podendo reagir a ele. Subimos as escadas e seguimos pelo corredor, muito requinte e ostentação, o que lembrava muito arquitetura vitoriana misturada ao neoclássico. Tinha que admitir, meu quarto era como de uma rainha, igual aos muitos que via nos seriados de época, entretanto menos poluído visualmente. Confortável, luxuoso e muito bem decorado, definitivamente melhor do que a mansão Vidal. Me lembrava vagamente do quarto que uma vez tive quando criança.
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  Talvez, fosse uma estratégia dela para me deixar confortável.
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  — O que achou? Foi sua própria mãe que escolheu cada detalhe — disse ele, ao ficar encostado na porta.
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  — Imaginei — respirei fundo olhando em minha volta primeiro até finalmente voltar minha atenção para ele. — E devo reforçar que não vai ser fácil ficar aqui, só de vê-la me fez reviver mentalmente tudo que passei na minha infância.
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  — Lamento — disse ele soltando um suspiro, parecia reflexivo. — Você passou por muitas coisas até aqui.
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  — Sim — eu me sentei na cama. — Mas vamos mudar de assunto. Você me disse que estava com a %V%. E eu vi as postagens da G’G.
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  Lancei um olhar repreensivo para ele.
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  — O que fez com minha amiga? — indaguei a ele, abstraindo meus problemas e me preocupando com ela.
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  — Ainda considera ela sua amiga? — Ele riu de canto, parecia surpreso e orgulhoso disso.
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  — Claro que sim. Só estamos em um desentendimento passageiro. — Garanti ao cruzar as pernas mantendo o olhar sério para ele.
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  — Se você diz. — Ele colocou as mãos nos bolsos da calça, mantendo o olhar sereno.
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  — %Lance%, me responde — insisti curiosa pelo que estava acontecendo em minha pequena ausência. — Ela estava bêbada, não estava?
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  — Sim, e não aconteceu nada — garantiu ele, senti traços de honestidade que me impressionaram. — Estamos falando da %Violet%, também a considero uma amiga.
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  — E é por isso que estou perguntando — me expliquei, o avaliando com o olhar.
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  — Olha, ela estava num mau dia — explicou ele, lembrando-se do ocorrido. — Não deveria ter bebido, mas o fez, eu a deixei em segurança para não se machucar.
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  Ficamos um tempo em silêncio e eu não conseguia deixar de ligar os pontos.
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  — Hum… — eu voltei a olhá-lo. — E foi antes ou depois do baile que você se apaixonou por ela?
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  — Me apaixonar? — Desconversou. — Engano seu.
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  — %Lance%, olha pra mim — insisti.
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  Ele me olhou mantendo a tranquilidade. Mesmo disfarçando, consegui notar lá no fundo uma pontinha de brilho.
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  — Você gosta dela — afirmei novamente.
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  — Se eu realmente gostasse, seria tão óbvio assim? — retrucou.
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  — Você está em negação — soltei uma gargalhada maldosa. — %Lance% Village, você está apaixonado, não sei se fico estática com isso ou preocupada com a %Violet%.
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  — Ainda com pensamentos ruins sobre mim? — Ele se fez de ofendido. — Fere meu coração, ainda mais agora que somos uma família.
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  — Se você fizer minha amiga sofrer... — o ameacei, me levantando da cama, atenta a ele.
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  — Fique tranquila, irmãzinha — ele suspirou fraco. — Não me vejo na lista de possibilidades da %Violet%, principalmente pelo meu currículo.
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  — Algumas garotas se sentem atraídas por libertinos regenerados — brinquei de leve, dando alguns passos até a varanda do quarto.
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  O dia estava bonito, assim como o frescor que adentrava o quarto.
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  — %Violet% merece um cavalheiro a estilo senhor Darcy — brincou ele, com um tom amargo. — No meu caso, nem mesmo sei se consigo chegar à altura de um Anthony Bridgerton.
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  — Talvez eu me arrependa do que vou dizer, mas… Você conseguiu superar todos os cavalheiros dos livros que ela lê — confessei a ele, já me arrependendo. — Acredite nisso, e agora que está mesmo tudo encerrado entre ela e o %Nick%… A vida é feita de possibilidades.
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  — Quem é você e o que fez com a Mistery Queen? — brincou ele.
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  — Eu não sei — ri de leve, mantendo o olhar na rua.
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  — Agora que o caminho está livre, vai dar uma chance a ele? — perguntou se referindo ao primo.
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  — Não sei — me senti pensativa sobre isso. — Acho que mesmo que não existisse %Violet%… Eu não sei se consigo me ver com ele, somos amigos tão próximos que... — desabafei sobre aquela incógnita da minha vida. — Não quero que isso se estrague.
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  — Acho que de certa forma eu te entendo agora — ele riu baixo, se aproximando aos poucos de mim. — Isso se chama se tornar adulto?
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  — Isso o que? — Eu o olhei.
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  — Não saber o que quer da vida e não ser verdadeiro com o que sente — explicou ele.
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  — Está falando da %Violet% — presumi. — Você sempre conseguiu fazer tudo o que queria…
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  — Desta vez, acho que não — confessou ele, com o olhar triste. — O fato é que nossa delicada %V% está em Paris a essa altura, recomeçando sua vida na gastronomia, tendo a oportunidade de conhecer alguém melhor…
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  — Do que está falando? — Fiquei confusa.
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  — Não é somente porque ela está longe daqui que eu não teria informações sobre ela. — %Lance% esticou seu celular para mim e me mostrou uma foto da %Violet% em uma cafeteria com um homem. — Descobri que ele é seu professor na faculdade, chef Dimitri, sua família possui um restaurante de culinária tradicional, cinco estrelas.
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  — Ficha completa — segurei o riso. — Por acaso você está pagando alguém para vigiá-la?
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  — Não — ele me olhou meio ofendido. — Minha prima Daisy estava a negócios na cidade e a viu… Você sabe que eu sempre conheço pessoas que conhecem pessoas.
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  — Sei — concordei arqueando a sobrancelha direita.
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  Voltei meu olhar para a rua, pensativa. Minha amiga estava enfrentando novos desafios sozinha, assim como eu. Será que ela estava se sentindo tão solitária também?
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  — Espero que um dia seu rancor passe e ela possa me perdoar — disse esperançosa.
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  — E você? Não ficou com raiva dela? — indagou ele.
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  — Na hora sim, mas agora já passou — garanti, com o coração aliviado. — Talvez eu merecesse, talvez não, agora só quero levar minha vida da melhor forma possível.
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  — Somos dois, irmãzinha — concordou ele sobre seu desejo de tranquilidade e paz.
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  Quem diria que eu me tornaria amiga de %Lance% Village de verdade.
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  Quem diria que ele iria se apaixonar de verdade por uma garota.
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  Quem diria que %Violet% enfrentaria sozinha uma nova vida em Paris.
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  Quem diria que %Nickolas% enfrentaria o pai e escolheria traçar seu próprio futuro.
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  Quem diria que o Matt se apaixonaria por uma mulher mais velha e ficaria noivo em um curto espaço de tempo.
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  Estávamos crescendo e mudando de uma forma complicada de acompanhar. Amadurecendo ou não. Essa era nossa nova realidade de vida, nosso grupo de amigos separados e nossos caminhos bagunçados. Passei a primeira noite na nova casa em claro, pensando em tudo que estava acontecendo comigo. A volta da minha mãe, minha mudança definitiva de Yale para a Universidade de NY, minha amizade abalada com %Violet%.
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  Era muita coisa para uma pessoa só aguentar.
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  — %Joseph% — sussurrei seu nome aleatoriamente, após acordar de um pesadelo.
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  Estava se tornando constante aquilo. Eu o considerava meu anjo da guarda e meus pensamentos sempre me levavam a noite que ele me resgatou. O cavaleiro de terno e guarda-chuva, que me levou em seus braços até a carruagem branca e cuidou de mim com tanto zelo. Além de tudo, era filho da dra. Charlot, o que torna tudo uma coincidência espantosa.
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  Os meses foram passando, lento e desgastante.
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  Minha nova e complicada realidade estava exigindo uma cansativa adaptação de rotina entre as visitas constantes à clínica, a grade horária do meu curso de Design de Produto na Universidade de NY e meu estágio na revista Elle. Eu havia conseguido aqui por uma ajudinha de %Lance%, ele conhecia pessoas que conheciam pessoas, no mais, eu precisava ter minha independência financeira e ocupar ainda mais meus horários após as aulas. Já tinha completado cinco meses que estava morando na mansão Village e durante esse tempo tive muitos altos e baixos, com várias brigas com minha mãe. Todas elas sempre me levavam a sair de casa.
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  E onde era mesmo meu refúgio?
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  — %Milla%?! — %Joseph% me olhou surpreso ao me ver no hall de entrada do seu prédio.
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  — Oi — disse me encolhendo, estava com frio e minhas roupas todas molhadas pela chuva, basicamente como no dia em que nossas vidas se cruzaram.
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  A chuva e o frio não importam muito, o fato é que mais uma vez eu estava me sentindo sozinha e desamparada.
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  — Posso… — antes mesmo que terminasse a frase.
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  Ele veio até mim e me abraçou.
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  Senti o conforto dos seus braços e confesso que meu desejo era me aproximar mais dele. Conhecê-lo mais, sermos mais próximos ainda, e não ter somente a doutora como algo que nos aproximava. %Joseph% era mesmo um gentleman que eu buscava há muito tempo. Em toda a minha vida só tinha tido a oportunidade de ter um relacionamento sério, porém, abri mão dele por causa da Allison. Cheguei a considerar o Matt, mas temi que colocasse minha amizade com %Violet% em risco. Mas agora, meu coração acelerava toda vez que %Joseph% estava diante dos meus olhos. O mais louco é que quanto mais eu tentava me aproximar dele, mais seu irmão Victor se aproximava de mim.
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  O que me deixava maluca.
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  Chegando em seu apartamento, novamente ele me ofereceu suas roupas para vestir. Após um banho quente, voltei para sala e fiquei sentada no sofá o observando cozinhar. O cardápio? Risoto de frango com cogumelos para comermos e o cheiro estava bom, assim como o sabor. Cada vez que eu me refugiava em seu apartamento, %Joseph% se mostrava um formidável chef de cozinha.
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  — O que achou da comida? — perguntou ele ao puxar uma banqueta e se sentar de frente para mim.
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  — Saborosa como sempre — sorri de leve, não queria encará-lo, era a quinta vez em menos de um mês que eu me refugiava em seu apartamento. — Você tem mesmo o dom para as panelas.
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  Brinquei de leve, disfarçando minha tristeza.
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  — Brigou com a sua mãe, não foi? — perguntou ele.
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  — Já virou rotina, sempre que brigo com ela venho para cá — o olhei envergonhada. — Me desculpe, não queria incomodar tanto, mas…
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  — Não diga isso — ele segurou em minha mão e sorriu, aquele sorriso que me fazia acreditar que tudo ficaria bem. — Sei como é, também tenho minhas brigas com meu pai.
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  — Ainda não acredito que seja filho da dra. Charlot e do senhor Tenebrae — comentei. — Você é irmão do Victor.
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  — Irmãos por parte de pai e digamos que eu não sou o Tenebrae que mais chama atenção — ele riu. — Talvez por não ter seguido a carreira da família na arquitetura.
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  Você chamou a minha. Pensei comigo.
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  — Hum… Acredite, você está muito bem na gastronomia — afirmei.
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  — Também acho — seu olhar era tão fofo. — E saiba que estou feliz em poder ser um refúgio para você.
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  Eu não me contive em tomar impulso e beijá-lo de leve. Desta vez não me controlaria, mostraria a ele naquele curto espaço de tempo de insanidade o quanto eu o desejava. Talvez muita loucura de minha parte, que poderia lhe assustar. Mas eu estava me apaixonando por ele e julgando pela receptividade do beijo... O que será que ele sentia por mim? Seu toque e a intensidade com que propôs nos instantes seguintes, fez meu corpo arrepiar.
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  — %Milla% — ele sussurrou, ao manter seus lábios bem próximos aos meus, dava para sentir sua respiração.
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  — Me desculpe — sussurrei de volta, mantendo os olhos fechados desejando por mais.
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  — Acho melhor ir dormir — sugeriu ele ao se afastar e em seguida retirar os pratos.
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  Assenti sem me opor, respirando fundo para me recompor.
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  Não era exatamente a reação que eu desejava dele, e quem sabe um vislumbre da resposta que eu buscava. Ele não gostava de mim, poderia haver uma pequena atração física e o fato de ser atencioso, era por causa da mãe.
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  Três dias passaram comigo no meu refúgio. Eu trocava algumas mensagens com %Nick%, sempre o importunando para saber como estava lidando com o curso de medicina e, claro, sobre sua amizade colorida com a tal garota da Califórnia que nunca dizia o nome. Vê-lo feliz e tão empolgado com uma garota me deixava feliz também, afinal, ele é meu melhor amigo.
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  Ao final da tarde, %Lance% me mandou uma mensagem dizendo que teríamos um jantar que eu não poderia faltar. A Village Family seria convidada especial em uma recepção na casa da família Tenebrae, ou seja, era o sinal de que meus dias no refúgio acabariam ali. Contudo, sendo um jantar nos Tenebrae, certamente %Joseph% estaria presente ou, pelo menos, era o que eu desejava.
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  Marquei de encontrar meu irmãozinho no hotel Royal, assim não chegaria sozinha e nem atrasada.
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  — Não acredito que estou voltando de novo para lá — disse a ele, ao ajeitar a bolsa em meu ombro. — A culpa é sua.
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  Estava com o casaco apoiado no braço esquerdo, já sentindo uma brisa gélida passar por mim.
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  — Temos um acordo, maninha — %Lance% riu remexendo os bolsos. — Droga, esqueci meu celular.
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  — Vá buscar rápido.
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  Fiquei esperando por ele em frente ao carro que nos levaria para casa. Quando avistei um rosto conhecido em frente ao hotel. Rosto esse que fez %Lance% parar e desviar sua direção. Me afastei do carro, curiosa para saber o que estava acontecendo, mas agiria naturalmente, então esperei um tempo, até ir na direção deles.
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  — %Lance% — disse ao me aproximar. — Você disse que não iria demorar, irmãozinho.
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  Irmãozinho? Só depois que eu disse que percebi. Certamente %Violet% não sabia sobre isso.
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  — Oi, %M% — ela virou para mim, seu olhar triste.
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  — %V%. — Não me contive em me preocupar. — O que aconteceu?
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  — Nada — ela se afastou um pouco. — %Lance%, eu não quero te incomodar, vejo que está ocupado.
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  Disse se referindo a mim.
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  — Não estou, pra você não — ele olhou para mim. — Você vai ter que comparecer àquele jantar sozinha.
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  Assenti sem nenhuma dúvida.
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  %Violet% precisava mais dele do que eu naquele momento, então me afastei deles e voltei para o carro. Estava curiosa para conhecer o pai do %Joseph%, ver como era sua relação com ambos os filhos. Mas o que a noite me aguardava não era nada disso. Assim que cheguei na mansão Tenebrae, na área residencial de Manhattan, fui recebida pela governanta da casa. Para minha surpresa, Victor estava mais a frente, como se à minha espera e no centro da sala, minha mãe e seu marido, Phil Village, conversavam com o, certamente, senhor Tenebrae. Cada um com sua taça de vinho na mão.
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  Meu coração acelerou um pouco assim que Victor se aproximou de mim.
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  — Estou feliz que tenha mesmo vindo — disse ele ao sorrir.
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  — Bem, não pude recusar o convite, tenho dívidas com meu novo irmão — sorri de volta, brincando com o comentário. — E confesso que estava curiosa para conhecer seu pai.
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  — Não é o pai do ano — disse ele, de forma serena.
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  — Mas aposto que você é o filho do ano — brinquei novamente, lhe arrancando mais risos discretos.
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  — Digamos que o papel do primogênito é comandar os negócios da família com zelo e dedicação — afirmou ele.
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  Olhei a minha volta discretamente.
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  — Procurando meu irmão? — perguntou ele.
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  — O quê? — O olhei.
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  — Não precisa disfarçar, já percebi seu interesse por ele — confessou num tom frustrado. — O que me deixa triste.
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  — Victor... — sussurrei.
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  — Sabe… — Ele respirou fundo. — Eu invejo meu irmão por isso.
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  — Pelo quê?
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  — Estar entre as duas Sollary.
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  — Do que está falando? — indaguei.
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  Eu não tinha entendido.
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  Até que ele apontou discretamente com a taça em sua mão para que eu olhasse para frente. Meu coração parou ao ver %Joseph% entrando na sala, lado a lado com ela: a verdadeira Allison Sollary. A dona do nome que me perseguia e meu pesadelo nos últimos anos.
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  A pessoa que eu jamais imaginaria ver viva e diante de mim.
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  — Allison — disse em voz alta, reunindo dentro de mim o resto de forças que eu ainda mantinha.
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  — Oi, irmãzinha — ela sorriu para mim, se mantendo ao lado de %Joseph%.
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  A irmã que eu pensava estar morta, estava ali, mais viva do que nunca, com as bochechas rosadas, um sorriso no rosto e a pele corada. Senti uma tontura repentina, seguido de paralisia. Nem sabia como reagir a tudo aquilo. Desviei meu olhar para %Joseph%, que se mantinha sério e com o olhar baixo.
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  — Gostou da surpresa, querida? — disse minha mãe ao se aproximar de nós. — Agora somos uma família completa.
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  Eu não conseguia…
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  Não conseguia manter a postura daquela vez. Me afastei delas e saí correndo dali. Eu definitivamente não aguentava mais aquela montanha russa emocional de acontecimentos em que minha vida se resumia. Senti uma mão me segurar e me puxar, no meio da rua.
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  — %Milla%! — Era Victor, com a voz aveludada e o olhar compreensivo. — Você está bem?
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  — O que você acha? — Segurei as lágrimas, num tom rude.
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  Mas logo me controlei, ele não tinha nada a ver com aquilo.
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  — Me desculpe. Você não tem nada a ver com isso — disse tentando me afastar um pouco. — É problema de família.
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  — Não acha que eu sei? — Ele segurou em minha mão. — Allison é sua irmã que achava estar morta. Ela nos contou isso há um tempo, quando sua mãe nos apresentou a ela.
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  — Então você sabia, assim como o %Joseph%?! — concluí, me sentindo enganada por ambos.
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  — Sabia que ela tinha uma irmã, mas não sabia que era você, não até hoje — ele parecia sincero. — E certamente meu irmão também não sabia deste detalhe.
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  — Eu vou embora — me afastei mais uma vez.
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  — Para a casa do senhor Village ou para casa do %Joseph%? — Ele me olhou curioso, parecia chateado por eu não me deixar ser amparada por ele.
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  — Eu vou para longe de tudo isso — respirei fundo, certa de minhas palavras.
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  — Você não acha que deveria dar o troco nelas? — Instigou ele.
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  — O troco? — O olhei.
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  — Você é %Milla% Sollary, se tornou a jovem mais influente de Manhattan sem precisar de nenhuma delas. Quem é a Allison perto de você? — Reforçou ele, como se me chamasse à realidade.
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  — Por que está me motivando? — indaguei.
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  — Porque gosto de apostar na garota certa — ele se aproximou de mim e me beijou de surpresa.
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  Maluco imaginar que eu iniciei a semana beijando um Tenebrae e finalizei sendo beijada pelo outro?! Sim, é bem maluco. E eu deveria dar uma chance ao Victor? Minha mente estava entrando em colapso de uma forma louca, porém, não me deixaria envolver, não podia. Após o beijo, apenas o permiti que me levasse ao Hotel Royal, pois a suíte de %Lance% seria meu novo refúgio temporário. Não tinha tempo para me deixar abalar, por isso, passei a noite pensando em como seria meu retorno à elite de Manhattan, sem precisar da falsa família perfeita. E minha oportunidade estava no brunch que a Construtora Tenebrae realizaria no domingo. Uma vantajosa comemoração pelo seu aniversário de sua fundação.
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  Talvez, eu fosse a acompanhante do cobiçado primogênito.
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  Na manhã seguinte, fui servida com o café da manhã na suíte e uma visita surpresa de acompanhamento.
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  — %Nickolas%?! — disse ao vê-lo entrar atrás do garçom. — O que faz aqui?
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  — Este hotel também é da minha família — disse ele ao entrar e me abraçar de surpresa. — A quanto tempo.
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  — Eu me referia sobre estar em Manhattan — expliquei ao observá-lo adentrar mais e me olhar com tranquilidade.
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  Eu ainda estava meio em choque.
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  — Estava com saudade de você, então… Vim te ver — disse ele, com sua suavidade no olhar. — Não posso visitar uma velha amiga? Ainda sou seu amigo, não sou?
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  — Ainda pergunta? — Ri de leve e caminhei até a mesa. — Também estava com saudade, me acompanha no café?
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  — Claro que sim — ele se aproximou da mesa e puxou uma cadeira para se sentar, mantendo o olhar fixo em mim como sempre. — Você realmente não muda.
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  — Do que está falando? — desconversei, fazendo a desentendida.
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  — Você sabe, sempre atraindo minha atenção sem esforço — explicou ele. — Como tem ido as coisas?
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  — Uma loucura — soltei um suspiro fraco. — Minha vida virou de ponta cabeça tão intensamente, que… Tem sido um surto a cada dia.
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  — %Lance% me contou — afirmou ele ao observar o garçom terminar de servir a mesa e se retirar. — Me contou toda a história, sem muitos detalhes, é claro.
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  — Me desculpe por não ter te contado eu mesma — disse a ele, chateada por manter sigilo a ele.
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  — Está tudo bem, o que importa é saber que estou aqui por você. Somos amigos e não vamos deixar de ser — ele sorriu de canto.
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  — Obrigada — sorri de volta.
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  — Louco imaginar que meu tio tenha se casado com sua mãe — confessou ele indo se servir de uma xícara de café.
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  — Acho que sou sua prima agora — brinquei o fazendo rir.
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  — Que bom que isso não mudou seu senso de humor — comentou rindo mais um pouco. — E a Allison… Está mesmo viva?
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  — Sim… Acho que é por isso que %Lance% estava mais silencioso sobre o tal jantar — respondi indo despejar o suco na taça. — Quando ele te contou?
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  — Há duas semanas — respondeu. — Me pediu para não dizer nada a você e eu concordei, no fundo queria que desabafasse comigo, mas… Acho que encontrou outro refúgio, um melhor do que eu.
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  — %Nick%, eu…
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  — Não diga nada, a gente nunca daria certo e sempre teríamos medo de atrapalhar nossa amizade — ele manteve o sorriso singelo e o olhar empático.
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  — E quando vou conhecer a garota da Califórnia? — indaguei, curiosa.
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  — Em breve, talvez — brincou ele.
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  — %Nickolas%?! — O repreendi brincando.
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  — Como tem sido na NY University? — Pegou um brioche e mordiscou.
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  — Cansativo e desgastante, junta o físico e o metal, sinto que vou desabar a qualquer hora — confessei a ele minha vulnerabilidade. — Mas estou conseguindo seguir bem. Design de Produto abriu meus horizontes de uma forma inexplicável.
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  — E vai deixar a moda? — Seu olhar ficou admirado.
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  — Claro que não, pretendo fazer uma pós em moda futuramente, porém a carreira de estilista talvez tenha sido descartada — afirmei.
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  — E pretende trabalhar com o que? — perguntou curioso.
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  — Estampas — respondi prontamente.
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  — Vivendo e mudando de caminho — brincou ele, sobre os acontecimentos de nossas vidas no último ano.
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  — Eu o verei no brunch da Construtora Tenebrae? — perguntei.
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  — Claro, quero muito conhecer o tal cozinheiro que te roubou de mim — brincou novamente.
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  — Apenas aceito se me trouxer a californiana para ser avaliada por mim — retruquei em riso.
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  Estava com saudades de nossos momentos divertidos e refrescantes. Entretanto, minha ansiedade para aquele brunch estava à flor da pele e parecia que os dias seguintes não passariam rapidamente. Até que domingo pela manhã, Victor me buscou pontualmente. Minha pernas tentaram fraquejar um pouco. Mas mantive a postura assim que passamos pela porta do salão. Todos os olhares vieram em nossa direção.
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  Eu, ao lado do Victor Tenebrae para mostrar a todos que Upper East Side ainda tinha uma rainha, e a coroa jamais havia saído da minha cabeça.
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  “Com esta entrada triunfal de nossa Mistery Queen, vemos que uma verdadeira rainha nunca perde a majestade. Mesmo com a mais surpreendente revelação proporcionada pela mamãe Village. E finalmente conhecemos a verdadeira Allison Sollary que, até o momento, estava morta para nossa querida e enganada %M%. Será que o refúgio de vossa majestade nos braços do nosso Tenebrae %Joseph% está ameaçado? A julgar pela intensidade dos seus beijos... Porém, um outro Tenebrae está se mostrando ainda mais cavalheiro. Arquiteto ou cozinheiro? Que os jogos comecem!
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E quem sou eu?
Esse segredo eu não conto para ninguém!
- Xoxo, G’G.

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Lelen

GENTE, EU TINHA ESQUECIDO DO DETALHE DA MÃE DA MILLA KAOPSAPSDM SOCORREEEEEE.
O Lance ficando todo fofo, por essa nem o futuro esperava LOLOLOL
E GENTE, como assim o fantasma surge do além? As coisas precisam ser explicadas, por que a M achou que a irmã estava morta? Por que ninguém falou que não tava? QUE PALHAÇADA É ESSA, HEIN?

Eu amo um bom triângulo amoroso, então tô torcendo pra ter uns embates entre os irmãos (não precisa ser nada sério, mas tô torcendo kkkkkkkkk). EU TÔ AQUI PELO ESTRAGO!! (mentira, quero o final feliz, mas os caminhos a gente gosta de ver um fogo no parquinho kkkk) E quando é que essas duas vão se encontrar e colocar tudo em pratos limpos, hein? Tô no aguardo.

VEM, ATT!!

Pâms

eu tô aqui pelo estrago kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk amei

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