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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Girls’ Generation

Escrita porPams
Revisada por Lelen

25 • In Paris

Tempo estimado de leitura: 30 minutos

That's all we really want some fun
When the working day is done
Oh girls they wanna have fun
- Girls Just Wanna Have Fun / Cyndi Lauper

  - %Violet%

  Eu ainda estava com minha mente cheia de pensamentos inoportunos. Sentada na poltrona do avião com destino a Paris sem saber o que minha nova realidade me guardava. Não conseguia deixar de pensar em %Lance% e como ele tinha cuidado de mim durante todo esse tempo de crise. Não imaginava que aquele charmoso libertino tinha esse lado protetor que me fazia sentir segurança em um único abraço. Acho que foi isso, foi a partir daquele abraço que ele me deu quando descobri a traição da minha mãe. A partir daí que nossa amizade começou a estreitar, fazendo meu coração acelerar a todo momento perto dele. Senti meu coração pulsar mais forte, com o surgimento de alguns flashes de memória da noite em seu quarto do hotel. Ainda não acreditava que tinha feito aquilo, sentia uma vergonha descomunal mesmo %Lance% agindo com discrição e naturalidade. 
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  As horas se passaram e finalmente realizei meu desembarque em Paris, Le Cordon Bleu me aguardava para o início de um sonho a ser realizado. Gastronomia foi minha escolha final, porém estava visando a área de confeitaria. Até chegar no meu objetivo final, sabia que teria um longo caminho pela frente.
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  — Bonjour, mademoiselle — disse o representante da universidade assim que desembarquei.
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  — Bonjour — o cumprimentei. — Agradeço por vir me buscar.
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  — Para mim é um prazer — disse o rapaz. — Pode me chamar de Dylan.
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  Sorri de leve para ele e o observei pegar minhas malas. Seguimos até o carro e fomos para o dormitório onde eu ficaria. Era um quarto comum em um prédio modesto; paredes claras, uma cama de casal, closet e banheiro privativo. Assim que Dylan terminou de passar as orientações sobre as aulas e meu quadro de horários, se retirou para buscar outra aluna estrangeira. Deixei minhas malas ao lado da porta e peguei meu celular. 
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  Havia várias mensagens da G’G atualizando os últimos acontecimentos em Manhattan. Agora que eu estava longe, ainda não sabia se continuaria seguindo as novidades detalhadas por ela, mas no fundo, eu sentia uma certa preocupação pela falta de notícias de %M%.
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  “Flagrado nosso futuro doutor %Nickolas% Bellorum se divertindo em noite de calouros de Stanford. Acho que alguém sabe mesmo aproveitar o momento de solteiro.”
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  “Flagrado aos beijos com uma California Girl, nosso príncipe Bellorum tem chegado com tudo no litoral do país...”
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  “Flagrado…”
  “Flagrado…”
  “Flagrado…”

  Parecia que ela só tinha notícias as quais não me interessava. No fundo, Matt tinha razão e por mais que eu estivesse zangada com %Milla%, era minha melhor amiga, e talvez eu tenha agido extremamente errado com ela. Eu odiava me sentir assim, culpada. 
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  — No que eu me tornei? — perguntei a mim mesma ao ver a foto de %Milla% na escadaria debaixo da chuva.
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  Respirei fundo e voltei meu olhar para as malas, caminhei até elas e troquei minha roupa, colocando algo mais leve para aproveitar o frescor do verão. Minha ideia? Aproveitar minha primeira noite em Paris, visitando algum lugar interessante. Afinal, certamente meus próximos dias sozinha em Paris não seriam tão animados assim, menos ainda as noites. Eu estava para iniciar uma graduação da qual não sabia nada sobre a não ser o que pesquisei nos últimos meses, sem contar que meu contato com a cozinha era somente como espectadora do Alfred.
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  Poderia muito bem dizer que conhecia Paris como a palma da minha mão, foram muitas férias na cidade sem contar com as viagens repentinas em família. Era a minha cidade do coração a qual sempre tive como uma segunda casa. Caminhando sem direção pelas ruas, apenas me permiti contemplar a arquitetura que fazia dela a cidade luz.
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  — Interessante — disse uma voz vinda de trás de mim, após o longo silêncio que me encontrava em um dos corredores de uma galeria que me interessou a fachada eclética. 
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  — Hum?! — Olhei para trás e vi um homem com seu olhar fixo no mesmo quadro que eu, com as mãos no bolso e o rosto sereno. — Falou comigo?
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  — Me desculpe. — O homem sorriu, ao me olhar. — Estava te observando desde o momento em que entrou na galeria, e continua a observar o mesmo quadro há mais de trinta minutos. Me deixou curioso para descobrir o motivo.
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  — Bem, eu gosto deste pintor — expliquei voltando meu olhar para o quadro. — É um amigo da minha família, só estou impressionada por ele ter voltado a pintar.
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  — Eu conheço este artista também — comentou o homem.
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  — Sério? — Eu o olhei novamente, impressionada.
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  Pelo pouco que eu me lembrava de Franklin Vern, ele odiava socializar e sua lista de amizades era bem seleta. 
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  — Sim — ele esticou a mão. — Prazer, Dimitri.
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  Olhar profundo e de impacto, parecia ter saído das páginas dos livros de Jane Austen.
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  — Prazer — apertei sua mão — %Violet%.
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  — O que faz aqui em Paris? — perguntou ele.
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  — Como sabe que não sou daqui? — retruquei a pergunta.
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  — Seu sotaque americano — ele riu, deixando transparecer a covinha que se formava em sua bochecha. — É muito forte.
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  — Sério? Meu francês está enferrujado mesmo, tem um tempo que não venho a Paris — confessei.
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  — Deixe-me adivinhar — ele me olhou mais profundo. — É de New York?
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  — Sim, Manhattan — respondi.
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  — Está a passeio? 
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  — Não exatamente. — Sorri de leve, meio envergonhada pelos olhares dele.
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  Dimitri se mostrou um lorde francês muito gentil e comunicativo. Conversamos um pouco sobre os outros quadros que estavam sendo expostos naquela galeria. O que me fez descobri que o lugar pertencia a sua família, e era gerenciado por seu irmão mais velho. O que nos levou a uma breve parada para tomar um delicioso cappuccino na cafeteria do lugar.
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  — Passamos todo esse tempo falando sobre quadros e pintores, mas a senhorita não me contou o que faz aqui em Paris — comentou ele, ao dar o primeiro gole em seu expresso.
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  — Não costumo dizer tudo no primeiro encontro — brinquei, meio envergonhada por seus olhares.
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  Não acreditando na naturalidade das palavras que saíram de mim.
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  — Hum… Então terei que pedir seu telefone e te convidar para outro café — disse ele, com um sorriso de canto discreto.
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  Não sei como explicar. Mas todo francês tem um charme. Seja no olhar ou na voz, Dimitri não estava na lista de exceções e conseguiu muito bem atrair minha atenção para seu olhar. 
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  — Meu telefone?! Hum… — Eu ri de leve, era surreal esse tipo de situação acontecendo comigo. — Que tal outro encontro casual e inesperado aqui na galeria?
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  — Gosta mesmo de arte — observou ele.
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  — Digamos que sim, apesar dos livros me chamarem mais atenção — confessei.
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  — E que tipo de livros a senhorita americana gosta? — perguntou ele, num tom curioso.
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  — Romances épicos da era vitoriana — respondi.
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  Nós rimos da minha resposta. Foi inesperado aquilo.
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  — O que foi? Não era o que imaginava ouvir?
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  — Bem, por um breve segundo pensei que diria Nicholas Sparks, seu olhar é de quem gosta de romance, mas não imaginava algo como Jane Austen ou Os Bridgertons.
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  — Eu amo os livros da Jane Austen e já li toda a saga de Lady Whistledown — confirmei sutilmente sua dedução. — Mas estou surpresa por sua leitura sobre mim. Tenho mesmo esse olhar?
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  — Sim. Seu olhar me faz lembrar de Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. — Assegurou ele.
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  — Esse livro não é um romance, mas uma comédia — retruquei.
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  — Talvez somente pela parte do sonho — explicou ele.
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  Sonho. Uma característica que me foi dada no passado. Algo do qual eu queria sutilmente me livrar. Meu breve devaneio foi despertado pelo toque do celular dele. Algo que o fez se retirar antes do tempo previsto. Apesar da inesperada companhia, mais uma vez estava sozinha. Ou melhor, não tão sozinha assim, pois uma mensagem de %Lance% surgiu em meu celular. Me perguntando se eu estava bem, como tinha sido minha viagem. Fiquei me perguntando se eu deveria responder.
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  “como foi sua viagem? poderia ter  ido com você.”

“foi muito boa, obrigada.”

  “só isso?”

“%Lance%, estou entrando no meu quarto agora e vou dormir. 
não deveria estar fazendo outra coisa?”

  “não deveria falar a palavra quarto. 
  Agora estou pensando coisas impróprias.”

“seu pervertido”

  “kkkkkk… bons sonhos.”

  Segurei o riso, mordiscando o lábio inferior. 
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  O mesmo %Lance% de sempre. Deixei o celular em cima da cama e fui tomar um banho. Demorei um pouco para me deitar, pois havia molhado meu cabelo por acidente. Estava frio e não queria pegar um resfriado. Na manhã seguinte, cheguei um pouco atrasada em meu primeiro dia de aula. Além de acordar atrasada, me perdi no caminho para o prédio principal da Cordon Bleu
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  — Me desculpe — disse ao professor, assim que entrei na sala.
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  Meu corpo paralisou de leve ao olhar para ele, era Dimitri: O francês da galeria.
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  — Como hoje é o primeiro dia, deixarei passar, mas preso pela pontualidade dos alunos, senhorita Vidal. — Seu olhar estava sério, parecia tão estático quanto o meu.
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  E agindo assim, como se não me conhecesse, deixava tudo mais estranho.
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  — Não irei me atrasar. — Ainda estática, me afastei da porta e sentei na primeira cadeira que vi pela frente.
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  Claro que ele passou o restante da aula entre explicar os princípios básicos da gastronomia francesa e do mundo, e sempre desviar seu olhar de mim. No final da aula, após sair da sala, Dimitri me parou no corredor. Com discrição e atento aos alunos que circulavam pelo lugar.
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  — %Violet% — iniciou ele —, me desculpe se fui um pouco rude com você.
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  — Não há o que se preocupar, você agiu da forma correta, é o professor. E eu a aluna atrasada — brinquei, era compreensível. — Estou mesmo surpresa por você ser meu professor. 
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  — Digo o mesmo. — Ele sorriu. — Acho que aquele encontro inesperado não será somente na galeria agora.
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  — Inacreditável, não é — dei um sorriso leve, pouco tímido.
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  O acompanhei até uma cafeteria perto da universidade. Segundo ele, é um lugar bastante frequentado pelos alunos e professores. Dimitri era uma boa companhia em momentos aleatórios da minha semana, e confesso que relutei bastante para me concentrar em suas aulas. Ele sempre estava me enviando mensagens com dicas para que eu conseguisse me sair bem nas outras disciplinas. Contudo, a pequena e colorida amizade que estávamos construindo não minimizava nem um pouco minha saudade de casa. O que era amenizada pelas mensagens de encorajamento de Alfred, que sempre demonstrava estar com saudades de sua princesinha. Além das muitas mensagens de duplo sentido de %Lance%, que se mostrava estranhamente mais interessado em mim. Conseguia até mesmo trocar algumas mensagens com %Joseph%, quando seu tempo não estava sendo consumido por seu restaurante. E raramente com Charlie, após a notícia de um noivado arranjado pelo pai com uma viscondessa da Noruega, ele já tinha um ar de lord vitoriano mesmo, se de fato entrasse para a nobreza, eu não me assustaria.
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  No calendário já marcava cinco meses em Paris, me sentia sobrecarregada psicologicamente na maior parte do tempo, apesar da sutileza do outono. Não era a melhor aluna como no Constance, nem sabia se tinha o dom para cozinhar. Eu me sobressaia na teoria, mas quando a prática chegava, era um pesadelo. Sobreviver à competição entre os alunos estava sendo cada vez mais complicado e nem mesmo os conselhos de %Joseph% me ajudavam. 
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  Principalmente quando se é próxima do professor mais cobiçado da universidade.
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  — Eu realmente fiquei surpreso por aceitar meu convite para o jantar — comentou Dimitri.
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  — Acho que depois de cinco meses e alguns beijos roubados, você conquistou minha confiança — brinquei o fazendo rir.
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  Eu ainda não sabia lidar com a ousadia dele.
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  — Sinto-me aliviado por isso. — Ele sorriu de leve.
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  Dimitri tinha me levado ao restaurante da sua família, que era, até o momento, comandado por seu pai, um dos mais elogiados chefs de cozinha de Paris. O lugar de cinco estrelas, tinha as instalações em uma rua nobre do centro da cidade, a comida muito saborosa e suas histórias de criança ainda mais divertidas. Para minha surpresa, o lugar tinha sido fechado para nós dois, o que eu achei muito lisonjeiro. Em um certo momento, Dimitri segurou em minha mão e me levou até a cozinha, que estava vazia. A cada retrato pendurado na parede de acesso ao escritório do chef, uma história para contar, e percebi que aquele lugar era bem mais que só sua herança de família, era parte de sua história. 
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  O que o fez seguir o caminho da gastronomia.
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  — Me sinto tão inútil agora — sussurrei. — Você tem todas essas memórias guardadas deste lugar e eu, o que tenho? Um desenho da Pixar sobre um rato que cozinha.
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  Assim como %Joseph%, ele tinha uma história com a gastronomia. Mas eu… Nem mesmo meus momentos com Alfred nas madrugadas do cookie conseguiam ser tão profundos assim. E talvez eu já estivesse sentindo a pressão do que era ser uma universitária.
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  — Não diga assim — ele segurou em minha mão, me puxando para mais perto. — Cada um tem o seu caminho, tem a sua história, e você está construindo a sua.
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  Dimitri foi se aproximando suavemente de mim. Eu já imaginava o que iria acontecer e não me movi, estava me sentindo tão carente pela situação. Longe de toda a loucura de NY, eu realmente só queria recomeçar em Paris, e mesmo ele sendo meu professor, seria interessante me envolver de forma mais séria com um lord francês totalmente diferente do estilo Boys in Manhattan. 
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  Seus lábios quentes tocaram os meus, com um beijo doce e leve. Como nos clássicos de Jane Austen, porém na versão O Conde de Monte Cristo. Ele se afastou um pouco de mim, mantendo sua face ainda próxima. Parecia pensar se me beijaria de novo ou não, ou talvez estivesse retomando o fôlego. Porém, seu celular tocou novamente, o fazendo sair da cozinha para atender.
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  — %Violet% Vidal — disse um homem, ao entrar na cozinha.
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  — Hum?! — Eu virei para ele. — Eu te conheço?!
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  — Não se lembra de mim? — indagou ele.
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  Talvez. Eu me lembrava vagamente. Sim. Eu me lembrava. Era o homem no escritório do papai com a minha mãe. Me lembrava muito bem daquela tatuagem em seu braço.
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  — O que está fazendo aqui?! — perguntei.
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  — Então se lembra de mim — disse ele, parecia não estar surpreso ao me ver ali.
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  — Sim. Me lembro, você é o amante da minha mãe — disse em alto e bom tom.
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  — Então é assim que ela deixou que eu parecesse para você? — Seu olhar estava triste. — Apenas um amante?
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  Meus pais estavam definitivamente divorciados. Eu realmente pensei que minha mãe tinha seguido com esse homem.
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  — É isso que você é, não é?
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  — Se você considera. — A amargura tomou conta da sua voz. — Sua mãe não teve coragem de descer do pedestal durante todos esses anos, mas saiba que seu pai não foi o único traído e enganado por ela.
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  — Ah, sim, e você é tão vítima quanto meu pai? — retruquei, tentando controlar o sarcasmo na minha entonação de raiva.
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  — A sua mãe me fez juras de amor, ela disse que havia se divorciado do marido quando eu descobri que estavam fazendo uma festa de aniversário de casamento. — Ele também pareceu controlar sua mágoa da situação. — E acredite, se eu soubesse das suas mentiras, jamais teria levado adiante este romance.
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  — Ela é a filha da tal Mary de Manhattan? — disse Dimitri ao aparecer atrás de mim, num tom desacreditado. — Paul?!
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  E sim, estava tão surpreso quanto eu.
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  — Oi, Dimitri — o homem me olhou novamente. — Acho que já conhece o meu irmão mais novo.
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  E quando menos esperamos, o mundo desaba ainda mais sobre nós. Senti minhas forças falharem um pouco. Um tanto quanto perdida e sem chão talvez. Eu me afastei deles e segui correndo em direção à saída.
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  — Espera, %Violet%. — Dimitri veio atrás de mim e segurou em minha mão me fazendo parar. 
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  — Me solta! — gritei com ele o empurrando. — Você…
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  — Eu não sabia — o olhar dele era de sinceridade.
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  Mas não conseguia.
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  — Eu juro que não sabia que você é filha da Mary, a mulher com quem meu irmão… Eu juro que não sabia — repetiu ele.
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  — Não importa agora, eu só quero sair daqui. — Me afastei mais. — Você, ele… Só quero me afastar de tudo isso.
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  Não sabia o que dizer e nem como reagir. Quando achei que tudo ia ficar bem, que minha vida estava tendo um recomeço regado à aventuras e romances, vem a minha mãe e faz tudo acabar mal. 
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  Direta ou indiretamente. 
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  Os dias seguiram comigo em off. Faltei a todas as aulas e não queria ter forças para encarar Dimitri, mesmo com todas as suas insistentes ligações e muitas mensagens. Nunca imaginei que me sentiria tão sozinha na minha vida como naqueles dias de outono, nem mesmo o charme de Paris foi o suficiente para me fazer esquecer o peso que era ser filha de Mary Vidal. Foi quando recebi a visita inesperada de Matt. Seguido de mais problemas.
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  — O que faz aqui em Paris? — perguntei assim que o vi no hall de entrada do prédio onde ficava meu dormitório.
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  — %Violet%, temos que conversar. — Seu olhar preocupado me assustou um pouco.
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  — O que você quer desta vez, me repreender ainda mais por ter sido uma garota mimada e desleal? — Minha voz soou num tom amargo de chateação.
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  — %Violet% — ele se aproximou de mim e me abraçou forte, certamente sentindo que algo não estava bem comigo.
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  — Matt… — Eu desabei em seus braços, começando a chorar.
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  — O que aconteceu? — perguntou ele, afagando meus cabelos. — Seu melhor irmão está aqui agora.
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  — Você é o único que eu tenho — sussurrei, em meio às lágrimas.
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  Ele riu de leve, me fazendo rir junto.
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  — O que aconteceu? Conta pra mim — perguntou ele ao se afastar um pouco.
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  — Nada, está tudo bem, eu só quero voltar pra casa — pedi a ele, enxugando minhas lágrimas. — Não quero mais ficar em Paris.
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  — Tudo bem. — Ele manteve a serenidade no olhar. — Vou te levar para casa, mas…
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  — Mas?! — O olhei atentamente.
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  — Preciso te contar uma coisa — disse ele.
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  — O que houve? Está me deixando nervosa — disse.
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  — Nosso pai sofreu um acidente após voltar de Londres, ele está no hospital de Manhattan, não é nada sério, mas… Não queria te contar pelo telefone — informou ele, abaixando o olhar.
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  Meu coração parou e voltou ao mesmo tempo. Agora mesmo que eu seguiria de volta para casa, queria vê-lo, ficar como ele naquele momento. Dizer que sabia de todos os segredos obscuros da nossa família, mas que estava tudo bem, eu estava ao seu lado para sempre o apoiando como ele sempre me apoiou. 
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  Seguimos para meu dormitório, onde eu organizei minhas roupas nas malas e segui para o aeroporto com meu irmão. Ao desembarcar em Manhattan, nem mesmo passei em casa, fomos direto ao hospital para vê-lo. Minha mãe estava na sala de espera. Passei por ela e fui em direção ao médico, queria saber a real situação do meu pai. Felizmente estava mesmo estável, e consegui a autorização para entrar no quarto e vê-lo. Ele estava acordado, para minha sorte.
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  — Pai — disse ao me aproximar da cama.
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  — Querida — ele sorriu ao me olhar. — O que faz aqui? Devia estar em Paris.
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  — Vim ver como estava — respondi. — Não conseguiria ficar em Paris com o senhor aqui no hospital.
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  — Minha pequena, não deveria se preocupar, estou bem melhor agora — seu olhar estava triste, por mais que forçasse o sorriso.
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  — O que houve, pai?
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  — Nada, querida.
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  — O que você faz aqui?! — disse minha mãe ao entrar no quarto.
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  — Vim ver o meu pai — respondi. — Afinal, ele sofreu um acidente há duas semanas e somente agora estou sabendo, graças ao Matt.
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  — %Violet%, este não é o lugar para isso — disse Matt ao tocar em meu ombro para que me acalmasse.
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  — Como não? — O olhei indignada. — Não é porque estão divorciados agora que eu deixei de ser a filha de vocês, ou acharam mesmo que poderia esconder isso de mim também, só por estar em Paris.
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  — %Violet%… — A voz do meu pai ficou mais baixa, então ele segurou em minha mão. — Não diga essas palavras, minha filha.
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  — Do que está falando, %Violet%? — disse minha mãe, mantendo sua pose superior. — De onde tirou a ideia de divórcio entre eu e seu pai?
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  — Do seu amante, Paul — expliquei. — Ele me disse de forma bem clara e, parabéns mamãe, você conseguiu enganar todo mundo com sua pose de boa samaritana…
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  — %Violet%… — sussurrou meu pai, para que eu me calasse.
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  Porém, minha raiva estava tão incubada que eu só desejava extravasar de uma vez.
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  — A esposa perfeita e sem defeitos, a mãe do ano.... — Meu tom irônico ia crescendo cada vez mais.
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  — Eu não sou a sua mãe! — gritou ela, me fazendo parar.
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  — O quê?! — Matt a olhou confuso e surpreso.
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  — A princesinha do papai sempre quis saber o motivo de eu nunca lhe dar o amor de uma mãe, o motivo de eu querer controlar sua vida, está aí seu motivo — continuou ela, num tom ainda mais amargo que o meu, parecia querer explodir os segredos da família que tanto a sobrecarregavam. — O marido perfeito não é tão perfeito assim, o casamento do ano não passa de conveniência e você, minha doce %Violet%, é apenas a filha da criada com o patrão, agora viva com esta realidade.
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  Assim que terminou, ela apenas pegou sua bolsa e se retirou do quarto, com o ar de ter retirado um peso das costas. Com ardor na garganta eu estava, um grito preso e a sensação de ter sido enganada a minha vida toda. Voltei meu olhar para meu pai, que confirmou tudo com seu silêncio, ele sabia da traição de sua ex-esposa, que não se igualava a dele, por tê-la persuadido financeiramente a criar a sua filha com outra mulher. Não era apenas conveniência, mas o casamento deles parecia mais uma troca de favores que me enojava.
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  As lágrimas invadiram minha face, então saí daquele quarto correndo, mais uma vez desnorteada pelas ruas de Manhattan. Quanto mais eu pensava na verdade revelada, mais eu me sentia inútil. Quem eu era de verdade? A filha bastarda da empregada, que nem mesmo sabia quem era. Parei de repente, sem perceber onde minhas pernas me levaram, olhei para o lado e vi a placa do hotel Royal. 
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  Como eu havia chegado ali de forma inconsciente? 
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  Suspirei fraco e peguei meu celular. Meus pais haviam mentido para mim e escondido a verdade. Eu não tinha minha melhor amiga ao meu lado, por minha culpa, e Matt certamente estava tão perplexo quanto eu. Não queria incomodar %Joseph%, ele já tinha seus problemas com o pai. Me distanciei completamente de %Nickolas% e, estando em Stanford, jamais poderia me ajudar, se é que um dia eu fui mesmo próxima dele. Só vinha uma pessoa em minha mente, quem eu menos esperava, porém, mais precisava.
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  — %Lance% — sussurrei assim que seu celular apitou para deixar a mensagem. — Por favor, quando ouvir essa mensagem...
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  Em lágrimas comecei a dizer tudo o que estava acontecendo comigo. Quanto mais eu falava, mais eu sentia meu coração doer. Assim que eu terminei e desliguei o celular, senti uma mão segurar em meu braço e virar meu corpo. Em segundos, fui abraçada da forma mais aconchegante possível. A mesma sensação de segurança e proteção veio sobre mim, o que me fez chorar ainda mais.
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  — Eu estou aqui. — A voz de %Lance% era como a calmaria em meio à tempestade de emoções que estava sentindo.
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  E fiquei longos minutos em seus braços chorando, com ele acariciando meus cabelos, até que finalmente consegui me acalmar.
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  — Como você chegou aqui tão rápido?! — perguntei ao me afastar dele e o olhar.
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  — Este hotel é da minha família — respondeu ele, com seu jeito típico. — Esqueci meu celular na suíte, estava voltando para pegar quando te vi — explicou ele, agora com mais seriedade. — Você falou meu nome e fiquei curioso.
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  — Você ouviu tudo? — perguntei inocente.
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  — Sim. — Seu olhar estava sereno para mim.
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  — Sinto que meu mundo desabou depois do baile de formatura — confessei, soltando um suspiro cansado. — Pensei que tudo ficaria melhor em Paris, mas até mesmo lá tenho tido dificuldade para conseguir seguir em frente.
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  — Quem diria que seu professor Dimitri… — um tom irônico saiu dele — É irmão do amante da sua mãe, que bom que ele te beijou antes de você saber.
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  Eu senti uma ponta de ciúmes vindo dele no comentário final.
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  — Como sabe sobre isso? Eu não disse na ligação — indaguei, intrigada.
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  — Tenho amigos que conhecem amigos — ele colocou as mãos no bolso. — E presumo que foi desconfortável saber sobre isso.
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  — Não imagina o quanto. — Mais uma lágrima caiu, me fazendo limpar rapidamente.
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  — %Lance% — disse uma voz feminina vindo em nossa direção, eu a reconhecia. — Você disse que não iria demorar, irmãozinho.
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  Irmãozinho?
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  — Oi, %M% — me virei para ela, que parecia bem e plena.
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  Mesmo destronada, seu ar de majestade continuava ali. Era o que eu mais admirava nela.
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  — %V%?! — Seu olhar ficou preocupado. — O que aconteceu?
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  — Nada — me afastei um pouco. — %Lance%, eu não quero te incomodar, vejo que está ocupado.
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  — Não estou, pra você não — ele olhou para %Milla%. — Você vai ter que comparecer àquele jantar sozinha.
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  Ela assentiu como se concordasse que eu precisava mais de sua atenção que ela. %Lance% me pegou pela mão e me levou até seu carro. Seguimos para o aeroporto onde embarcamos no jatinho particular da sua família. 
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  Eu não sabia para onde ele estava me levando, mas queria que fosse para longe dos meus problemas.
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  “Família Vidal, seus segredos têm segredos... 
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  Quem diria que nossa delicada %V% passaria por um turbilhão de emoções em pouco tempo. Parece que nem mesmo a vida em Paris deixou as coisas fáceis para nossa eterna Dream Princess. O que dizer do nosso professor e lorde francês? Que pena, já estava começando a gostar dele, afinal, todo homem com dotes culinários é sempre bem-vindo. Mas enfim… Será que lorde Village conseguirá confortar aquele despedaçado coração? 
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E quem sou eu?
Esse segredo eu não conto para ninguém!
- Xoxo, G’G. 

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Lelen

O gritinho que eu dei quando Dimitri apareceu. Amo esse nome. E tenho certeza de que se ele continuar aparecendo, vou amar mais ainda KKKKKKKK
Mas gente, eu JURAVA que o Paul ia dizer que ele era o pai da Violet de verdade e sei lá… LOL não tava esperando a história da Mary embora, analisando agora, faça sentido. Por que sempre tem que ter algum podre nessas famílias, né? ASPODMASPDO
E agora faz sentido por que o pai da V não retrucou sobre a traição da Mary… Não sei como me sentir em relação à isso, sério KKKK
O Lance tá cada vez mais personagem sonho de dorama, hein? Coisinha mais apaixonável ele está se tornando, oras.
Agora vamos ver o que aguarda o restante dos personagens nessa saga cheia de twists :O

Pâms

Eu amo a trilha de crescimentos de alguns personagens meus ❤❤❤❤

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