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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Girls’ Generation

Escrita porPams
Revisada por Lelen

19 • Reset

Tempo estimado de leitura: 25 minutos

“I'm so sorry but it's fake love, fake love, fake love
I wanna be a good man just for you
세상을 줬네 just for you
전부 바꿨어 just for you
Now I don't know me, who are you?”
- Fake Love / BTS 

  - %Nick%

  Faltavam três dias para o baile de formatura e eu não me sentia nenhum pouco animado a comparecer. Entretanto, já tinha dado a minha palavra às duas mulheres loucas da minha vida. Era estranho estar oficialmente solteiro, pois de certa forma já tinha me acostumado com a companhia de %Violet%, contudo, um relacionamento não se mantém apenas de costumes ou comodismo, eu queria mais do que apenas uma garota para chamar de namorada e exibir nas redes sociais.
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  Me remexi na cama e olhei para o celular na mesinha de cabeceira, o visor estava aceso, peguei o aparelho e identifiquei uma mensagem do meu pai. Foi um longo suspiro até abrir e perceber que se tratava de um longo texto cheio de repreensão e palavras baixas me xingando por ter trocado de curso e desistido de administrar os hotéis da família. Era um fato que minha ambição nunca foi ser um homem de negócios, não sabia quando havia descoberto minha vocação para medicina, porém tinha certeza que preferia um estetoscópio no pescoço que uma gravata.
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  — Acho que ele não vai mais me sustentar em Harvard — sussurrei enquanto lia o texto.
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  Plano B. Segundo a minha meia-irmã Daisy, meu tio estava pronto para me ajudar com meus custos financeiros caso eu precisasse. Certamente aceitaria de bom grado, porém, por enquanto faria do meu jeito e com a herança que meus avós maternos deixaram para mim, conseguiria me manter sem depender de terceiros. Voltei a olhar para o teto, e entre tantos pensamentos não consegui deixar de focar em um só: %Milla%. Após todos aqueles anos lutando contra os sentimentos que tinha por ela, em respeito a %Violet%... Seria ilusão da minha parte achar que talvez agora pudéssemos finalmente tentar algo, além de apenas amizade? No que depender dela, certamente haveria somente amizade entre nós.
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  — Falando na tentação… — sussurrei assim que o celular começou a tocar de repente, numa ligação dela. — %Milla%?!
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  — Que milagre me atender rápido — comentou ela, rindo baixo.
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  — O que faz me ligando a essa hora? — perguntei curioso, erguendo um pouco mais meu corpo e encostando na almofada.
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  — Queria saber se está bem… — explicou ela. — Você é meu melhor amigo, seus problemas são meus problemas.
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  Brincou ela, de falar sério.
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  — Estou bem, sim. Por que a pergunta? — indaguei.
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  — Soube pelo Matt que agora meu casal favorito terminou de vez — resumiu ela.
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  — Eu te disse que não iria mais insistir em algo que só estava machucando ambas as partes — a lembrei de minhas palavras finais. — Eu prefiro manter a amizade e o afeto que construí com a %Violet%, do que prolongar um relacionamento falido e acabar perdendo até o respeito dela.
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  — Fico feliz que esteja bem com essa decisão… — ela assentiu a seu modo, ficando em silêncio por um tempo. — E Harvard? Seu pai reagiu bem?
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  — Não, aparentemente estou a minha própria sorte, mas eu tenho minhas economias e não vou precisar da ajuda dele para me manter aqui — garanti a ela, para que não se preocupasse. — Segundo o reitor, meu saldo de méritos em Harvard pode garantir minha transferência para Stanford com uma generosa bolsa de estudos… Cortesia do meu tio.
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  — Então não vai mais ficar em Harvard? — Ela parecia surpresa.
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  — Não. Faço as malas amanhã e sigo para Califórnia — confirmei minha nova realidade e brincando. —Tenho alguns contatos lá, fique despreocupada que não vou morar na rua.
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  — Eu sei que você se vira sozinho, e com um amigo médico… — brincou ela. — Terei consultas de graça?
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  — Médico cirurgião — acrescentei, minha especialidade pretendida. — E para você, eu cobrarei o dobro da consulta.
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  — Que mercenário — brincou ela, rindo.
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  — Viva o capitalismo — disse.
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  Eu ri junto.
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  — Como estão as especulações? Mais alguém perguntou sobre a Allison? — indaguei a ela.
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  — Felizmente não, mas não liguei para saber sobre isso — reclamou ela, sempre fugindo do assunto. — Vamos falar de você e Stanford.
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  Foi apenas uma vez, em que %M% precisava desabafar e estava se sentindo extremamente frágil, naquela única vez ela me contou parte do seu segredo e disse que de alguma forma meu primo também sabia sobre. O que me fazia admirá-la ainda mais por sua força e persistência, diante de tudo o que lhe aconteceu no passado e como este nome se associava a sofrimento e dor. Como um bom amigo, claro que não contaria a ninguém, mesmo achando que segredos não nos fazem bem.
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  — Por que não falamos de nós? — sugeri de forma maliciosa.
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  — O que teríamos para falar de nós? — %Milla% deu uma risada rápida e boba, sabia o que eu queria dizer.
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  — Você sabe, %Milla% — insisti.
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  — Somos amigos — reforçou ela.
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  — O que não significa que não podemos ser algo a mais — insisti.
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  — Não quero perder um amigo tentando ser algo a mais — explicou ela, com um tom sério, porém, sutil. — Por favor, seja apenas o meu amigo… Suas expectativas foram sempre tão altas com relação a mim, mas tenho certeza que posso decepcioná-lo.
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  — Não acha que eu é quem deveria avaliar isso? — argumentei. — Somos alma gêmea, sabia?
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  — Eu me conheço, %Nickolas%. — Ela suspirou fraco.
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  — Não vamos discutir sobre isso agora — intervi em sua decisão final. — No baile de formatura, falamos sobre nosso futuro.
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  — Que menino persistente — brincou ela.
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  — Aprendi com a melhor. — Ri baixo.
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  Ficamos mais alguns minutos falando sobre minha mudança para Califórnia, um ponto positivo é que terei momentos de paz nas praias de Los Angeles, algo que minha universidade atual não me proporciona. Assim que desliguei o celular, ergui meu corpo me levantando da cama, o céu estava estrelado naquela noite e não tinha Matt para comemorar a última noite em Cambridge. Voltei a digitar no celular convocando alguns colegas da turma de administração para tomar uns drinks no Vulcano, o bar mais badalado entre os universitários.
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  — Olha só, aquele que não deve ser nomeado. — Brincou Finnick, com seu sarcasmo de sempre.
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  — Achei que não viesse — comentei, assim que me aproximei deles e puxei uma cadeira para sentar.
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  — Esse bastardo vai nos deixar — reclamou Carl, ao tomar um gole da cerveja em seu copo. — Agora quem vai me passar cola nas provas?
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  — Se vire subornando os veteranos — sugeri em tom de brincadeira, o fazendo refletir, aquilo causou alguns risos entre todos na mesa.
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  Seria uma boa noite de despedida, afinal, Finnick, Carl e Liam não eram tão ruins assim de companhia, tirando o fato de Liam sempre desaparecer antes do final da noite por causa das suas aventuras amorosas. De fato, agora que eu estava me enturmando com eles, será chato partir e começar tudo de novo. Enfim, o Vulcano estava mais cheio do que o habitual para uma quarta-feira, talvez pelo jogo dos Lakers, ou por estarmos a caminho das férias de verão. Parecia que todos do campus estavam ali, o que tornava o lugar mais barulhento e relativamente interessante.
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  — Agora que mudou para medicina, não quis ficar em Harvard? — perguntou Carl, curioso assim que pegou uma bebida para mim da bandeja do garçom que passava.
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  — Por motivos de força maior, sair de Harvard será melhor para mim — expliquei a eles, sem muitos detalhes. — Mas não vamos falar sobre isso, prometo que vou escrever todos os dias para vocês.
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  Nós rimos com a brincadeira e Finnick manteve sua atenção em nosso amigo, o que me deixou curioso.
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  — Por que tanto encara o Liam? — indaguei.
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  — Esse tarado mal se sentou nesta mesa e já está flertando com aquela caloura — explicou ele, balançando a cabeça negativamente. — Esse aí não tem jeito mesmo.
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  — E como sabe que ela é caloura? — perguntei.
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  — Tenho boa memória fotográfica, é a primeira vez que a vejo aqui — respondeu Finnick, com segurança.
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  — E se ela não gosta de sair? — brincou Carl, retrucando.
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  — Todo calouro é obrigado a vir aqui, pelo menos uma vez no final do semestre — explicou ele —, e eu estou sempre aqui.
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  — Isso é que eu chamo de riquinho mimado, enquanto eu me mato para ter boas notas, ele tem tempo de frequentar o Vulcano e ainda tirar 10 em tudo — reclamou Carl, bebendo o resto do líquido em seu copo.
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  — Falou aquele que paga pelos trabalhos. — Liam soltou uma gargalhada maldosa.
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  — Desta vez não tem como te defender. — Eu ri, voltando o olhar para a tal garota. — Ela é mesmo caloura?
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  — Ah, não… Desta vez nosso amigo errou na dedução. — Liam riu — Ela é uma gata, né?! Ouvi dizer que não é aluna, só está passando os dias aqui.
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  — Hum. — Não fiz nenhum esforço para ser discreto ao olhá-la.
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  — Já levei um fora dela, eu e metade dos caras que tentaram alguma coisa. — A voz de Liam parecia amarga e frustrada.
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  — Se eu não fosse comprometido, até tentava… Ela é bonita mesmo — comentou Finnick. — Mas… Temos um novo solteiro no grupo.
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  — Ah, não… Minha cota de rejeição já foi atingida por hoje — recusei o desafio, as palavras de %Milla% ainda martelavam na minha mente.
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  — Que isso, %Nickolas%, não foi você quem terminou? — Liam me olhou confuso.
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  Eles não sabiam sobre meus sentimentos ocultos por %Milla% e menos ainda que ela havia me rejeitado por causa da %Violet%. E por mais que eu odiasse segredos, realmente, alguns deveriam permanecer guardados e, se possível, esquecidos.
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  — Eu aposto 100 pratas que ela vai aceitar uma bebida, mas vai te rejeitar depois — disse Finnick, retirando a nota da carteira. — Ela só bebeu água desde a hora que chegou, certamente tá esperando o primeiro babaca lhe pagar um drink.
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  — As bebidas daqui são caras, poderia pelo menos apostar 500 — retruquei, rindo da lógica dele.
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  — Eu duvido, você sempre foi o mais certinho da gente. — Finnick retirou mais 4 notas e colocou na mesa. — Duvido que tenha coragem.
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  — Eu dobro a aposta, ele será rejeitado. — Liam parecia ter um pouco de dor de cotovelo pelo fora que levou.
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  — Pois eu acredito no meu amigo, 500 pratas que ele leva a garota pra casa. — Carl me olhou confiante.
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  — Ok. — Eu peguei as notas em cima da mesa e mais duas que estavam na mão de Finnick, rindo dele. — Isso é por me forçar a sair com uma garota sem eu querer.
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  — Você pode me dar o dinheiro e não ir lá — argumentou ele, me desafiando.
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  Eu respirei fundo e me levantei da cadeira, um gole do drink que Carl tinha pego para mim e segui até a garota. Parecia que com a mesma intensidade que eu a olhava, ela devolvia com seu olhar.
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  — Parece que eu não sou o único observador daqui — disse ao puxar uma banqueta e sentar ao seu lado.
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  — Deixe-me adivinhar, ouviram boatos sobre mim e certamente rolou uma aposta e eu sou o prêmio? — deduziu ela, com o olhar superior.
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  Aquilo me lembrava alguém.
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  — Para ser honesto, acho que eles só queriam me ver com uma garota hoje e você foi a felizarda — brinquei de forma descontraída.
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  — Felizarda?! — Ela riu, espontaneamente.
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  — É, não é você, sou eu, se eu tenho ou não coragem de te chamar pra outro lugar, o fato de você aceitar é somente um bônus — comecei a criar minha linha de argumentos, assim ela não acharia que estava no centro de tudo.
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  — Hum… — Ela voltou o olhar para meus amigos e depois para mim. — E posso saber o valor dessa aposta?
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  — Eu posso te responder, mas não aqui. — Sorri de canto, bem sugestivo.
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  — Vou querer a metade então. — Ela se levantou e ajeitou a bolsa transversal no ombro. — Pra onde vamos?
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  — Pra onde você quer ir? — retruquei, não acreditando que tinha dado certo.
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  — Aqui não tem o Empire States, então me surpreenda — disse ela, com um sorriso cativante e discreto.
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  Eu apenas peguei em sua mão e a guiei até a porta, tendo o olhar de metade do lugar voltado para nós, ao passar pela mesa dos meus amigos apenas pisquei de leve e continuei até a saída. Do lado de fora, retirei as chaves da moto do bolso e pegando os capacetes com o manobrista, entreguei um para ela.
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  — Tem certeza? — perguntei a ela.
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  — Se a grana valer a pena — respondeu ousadamente.
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  — Posso te dar toda a quantia — brinquei.
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  — Melhor ainda. — Ela riu novamente.
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  — Você nem me conhece — argumentei, subindo na moto e ligando o motor.
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  — Pior do que os caras que eu conheço, certamente não é. — Ela montou na garupa e envolveu seus braços na minha cintura. — Podemos ir.
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  Eu assenti e segui pela avenida principal. Mais alguns quilômetros rodados e finalmente chegamos ao destino que eu queria, o mais inusitado e menos óbvio.
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  — O observatório de Harvard. — Ela riu ao descer da moto e observar a construção. — Quem em sã consciência traz uma garota a um observatório? Nem estamos em aula.
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  — Melhor ainda, temos o prédio só pra gente — argumentei, convicto de meus planos improvisados. — Não foi você quem disse que sou melhor que os caras que conhece? Eles te levariam pra onde, por acaso?
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  — Eu disse que você não deveria ser pior que eles — corrigiu ela.
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  — Dá no mesmo. — Pisquei de leve e sorri.
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  — E como vamos entrar? — perguntou ela, mantendo a seriedade e voltando o olhar para o lugar.
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  — Apenas me siga — respondi caminhando na frente.
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  — Por acaso você não é um nerd maluco e psicopata, não é? — indagou ela, me seguindo.
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  — Agora você se preocupa com isso? — Eu ri baixo, notei que isso a tinha deixado irritada.
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  — Não tem graça — reclamou ela.
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  Passamos pela lateral leste e logo eu avistei um futuro calouro que trabalhava ali, me devia alguns favores e com isso ele nos deixou entrar sem problema. Seguimos pelo lugar observando em silêncio todos os artefatos que tinha espalhados pelos ambientes e corredores. Até que a peguei pela mão e a puxei para a escadaria, e mesmo no susto do meu impulso acabou me acompanhando e correndo as escadas atrás de mim, seguindo até o terraço.
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  — Você é louco? — perguntou ela ao soltar a minha mão assim que chegamos no lugar.
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  Ela parecia se esforçar para recuperar o fôlego, puxando o ar para seus pulmões.
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  — Não vai me dizer que é sedentária? — brinquei rindo dela.
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  — E se eu for? Não se faz uma pessoa subir escadas correndo no meio da noite — reclamou ela, num tom raivoso.
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  — Calma, foi só uma brincadeira. — Segurei o riso e me aproximei do telescópio.
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  Eu me inclinei um pouco para olhar através dele. A última vez que tinha feito aquilo havia sido com a vovó Beth, antes de perdê-la por causa de um acidente doméstico. Aquele observatório era meu refúgio de paz e tranquilidade, o único lugar que me permitia encontrar meu equilíbrio e sonhar acordado.
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  — Pode confessar que foi proposital, que você é um psicopata que quer me deixar cansada para não conseguir escapar. — Desta vez ela brincou, senti que havia se aproximado de mim.
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  — Você é assim desconfiada com tudo e todos? — indaguei ao me virar para ela e de imediato notar a profunda proximidade de nossos rostos.
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  — Só com aqueles que têm este olhar. — assegurou ela.
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  — Que olhar?! — questionei curioso.
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  — De lobo e cordeiro ao mesmo tempo — explicou ela, mantendo-se firme à aproximação. — Olhar inocente, de predador pronto para dar o bote.
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  — Já que é assim… Não vamos perder tempo então, minha presa. — Em um piscar de olhos encostei meus lábios nos dela, iniciando um beijo suave e malicioso ao mesmo tempo.
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  Eu nem mesmo sabia seu nome, contudo, quanto mais intenso ficava, menos me importava com esses detalhes. Minha noite, que iniciou com uma improvisada despedida no Vulcano, encerrou de forma inesperada e totalmente calorosa, que nem mesmo me lembro quando e como chegamos tão rápido em meu apartamento. Eu só conseguia me manter focado naquela garota e em como conseguia prender minha atenção com facilidade, intensificando meus sentidos a cada toque.
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  — Hum… — Acordei com um feixe de luz batendo em meus olhos, logo senti uma leve dor de cabeça.
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  Confesso que não estava nos meus planos abrir algumas garrafas de vinho pela madrugada, entretanto, não deixaria minha convidada com sede e acabei lhe apresentando umas das melhores safras já fabricadas pela França: Château Ausone 1889. Nas lembranças selvagens daquela noite inesperada, me dei conta que estava sozinho na cama e no susto abri meus olhos erguendo o corpo.
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  — Ai! — reclamei sentindo tudo rodar, e mais pontadas na cabeça. — Onde será que ela está?!
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  Olhei para a direção do banheiro e a porta estava entreaberta. Caminhei a passos lentos e, chegando, consegui sentir o vapor do banho que se mantinha ali dentro, algumas toalhas molhadas no chão e o espelho todo embaçado. Eu ri baixo, se ela não estava no banheiro, poderia estar tomando café, a geladeira estava cheia.
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  — Quem sabe… — Me voltei para sair do quarto e segui até a sala.  Aparentemente estava tudo normal.
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  Entretanto, nenhum sinal dela. Passei pelos móveis observando se ela havia deixado seus rastros, até que cheguei na área da cozinha integrada e ao lado de uma xícara café da manhã e o que pareciam ovos mexidos com bacon, tinha um bilhete escrito.
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  — Que tradicional. — Ri ao comentar do café. — Vamos ver o que escreveu.
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  Peguei o papel e me impressionei com sua caligrafia impecável. Antes de começar a ler, ouvi meu celular tocando bem nítido. Deixei o papel em cima da bancada e comecei a procurar pelo aparelho, com a cabeça doendo e tudo girando, ficou um pouco complicado, até que percebi que o som vinha debaixo do sofá.
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  — Como você foi parar aí? — indaguei rindo — Que noite…
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  Olhei para o visor, era uma ligação de %Lance%. Intrigante, pois ele não era de me ligar e, apesar de sermos primos, nunca fomos tão próximos. Considerava bem mais James e Matt do que ele. Mas, não negaria lhe dar atenção, apesar do meu estado físico.
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  — A que devo a honra dessa ligação? — Soou irônico, confesso.
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  — Hum… Pela voz, está de ressaca — comentou ele, notando o óbvio.
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  — Não diga… A menos que você seja uma aspirina, não vamos falar sobre isso — retruquei.
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  — Calma, priminho, bandeira branca, estamos do mesmo lado — brincou ele. — Eu tenho um remédio infalível para isso.
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  — Não vou voltar a beber — assegurei a ele —, não a esta hora da manhã.
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  — Você não sabe brincar mesmo. — Ele riu.
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  — O que você quer, %Lance%? — perguntei, mais sério e impaciente.
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  — Agradecer. — Direto e honesto, o que me chocou.
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  — Agradecer? — Precisava confirmar se não tinha ouvido errado. — Pelo quê?
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  — Por não se prender às vontades do seu pai — explicou ele.
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  Traduzindo: Por não tomar a empresa de mim.
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  — Nunca foi minha ambição — assegurei a ele.
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  — Nós dois sabemos que ir contra as vontades dos nossos pais é o mesmo que provocar a terceira guerra mundial — brincou ele, sendo sincero —, mas te admiro pelo que fez e saiba que tem mais um aliado.
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  — Agradeço sua empatia, mas ficarei bem, não dependo do meu pai para viver, nunca dependi e não será agora — garanti a ele.
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  — E suas finanças conseguirão sustentar a coroa? — insinuou ele.
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  Não era difícil decifrar aquela indireta.
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  — Estou admirado pela sua ligação e pelo motivo dela. — Fui direto também. — Mas meus assuntos não são da sua conta.
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  — Calma, não quis ofender… Mas saiba que em breve não será mais preciso fazer isso por ela, nossa rainha realmente tem o seu próprio império. — Suas palavras enigmáticas me deixavam irritado com facilidade.
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  Ele sabia de coisas sobre a %Milla% que nem mesmo eu tinha acesso. E me controlava para não arrancar a socos dele todo o restante da história que ele foi capaz de usar para chantageá-la.
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  — Do que está falando? — indaguei.
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  — Nada. — Ele soltou um suspiro. — Tenho que desligar agora, te vejo no baile de formatura?
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  Eu nem mesmo me dei o trabalho de responder e encerrei a ligação. Respirei fundo voltando o olhar para o teto por alguns minutos, tentando voltar ao eixo e não pensar nos problemas familiares. Minha última noite em Harvard tinha sido inesquecível e era esse sentimento que queria manter internamente. Voltando minha atenção ao bilhete, o peguei novamente e finalmente comecei a lê-lo.
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  “Obrigada por me surpreender.
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  E quanto à aposta, pode ficar com o dinheiro, encontrei algo ainda mais valioso que isso.
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%M%.”

  — %M%?! — sussurrei, inacreditável.
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  Era muito azar para ser verdade. Mais uma garota com essa inicial para me deixar maluco.
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  — O que foi que você levou?! — Me perguntei, curioso e ao mesmo tempo perplexo com o que tinha acontecido.
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  Despedimos de Harvard com uma noite intensa e selvagem.
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  %Nickolas% Bellorum encerrou sua estadia em Cambridge com chave de ouro e gostinho de quero mais. Os dias de solteiro de nosso futuro médico estão apenas começando e me parece que vão durar por muito tempo, no que depender de uma certa rainha. E por falar em vossa majestade, quem será esta tal %M%, que o fez perder os sentidos e literalmente esquecer até mesmo da nossa Mistery Queen?
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E quem sou eu?
Esse segredo eu não conto para ninguém!
- Xoxo, G’G.

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