- Ele usou o “Você sabe que está fora do meu controle e blá blá blá, amo você.”?

  - Basicamente, sim. Ainda estamos juntos, mas às vezes ele me remete ao Julian, e eu não sei o que fazer, sabe?

  - Vou te parar por aí, Gen. Tony está bem distante do Dobrev, em todos os sentidos. Tudo bem que é um porre o cara ter um trabalho que o obrigada ir para cidades e países a cada duas semanas, mas o Julian sempre deixou claro que só o sexo importava, e não que você não gostasse, mas ele alimentou algo que nunca seria capaz de nutrir. E você sabe disso, Genevieve. - Lore revirou os olhos em sinal de impaciência para as paranoias de sua melhor amiga, que riu meio sem graça.

  Julian Dobrev tinha um sorriso malicioso que era escondido com o seu jeito galanteador, e tudo o que quisesse ele conseguia, apenas precisava tirar algumas notas de sua carteira. Dinheiro nunca seria problema, assim como suas saideiras eram sempre patrocinadas por subcelebridades que precisavam da mídia que o homem atraía.

  Dos sete dias da semana, cinco eram reservados para festas regadas a álcool e encontros noturnos satisfatórios que o saciavam parcialmente. Ele não reclamava da vida que possuía, afinal, estava a beira de seus vinte e quatro anos e só se importava consigo e em massagear o seu ego.

  Entretanto, durante uma madrugada do mês de Agosto, havia esbarrado em uma das silhuetas mais bela que já pudera encontrar, e não demorou nem cinco minutos para engatar uma conversa.

  Genevieve captou rapidamente as investidas que lhe foram direcionadas, retribuindo na mesma intensidade e quando percebeu, seus dedos estavam entrelaçados com os de Julian, seguindo para fora da festa.

  E foi aí que começaram um relacionamento minimamente estranho, porém agraciador para ambas as partes.

  Até um certo ponto.

  Com as cartas na mesa, Julian tinha noção dos sentimentos que Genevieve desenvolvia sentimentos por ele, e na sua forma mais egoísta, Dobrev a regava uma vez ou outra, e como sua essência o proporcionava prazeres tão maravilhosos, continuaria a nutrir algo que não teria capacidade de lidar, e uma parte dele nem queria.

  Ela foi apelidada de girassol, e sempre escutava que seu amor era demais para o outro conseguir suportar, e por isso que o sexo era o pilar principal, na visão dele.

  Genevieve era apaixonada por girassóis, e no início, ao ser comparada a uma de suas flores favoritas, seu interior se enchia de alegria. Demorou um pouco, mais precisamente cinco meses para a mesma realizar que ao sair da relação, só ela havia perdido seu tempo e, consequentemente, sua essência.

  Nem se deu ao trabalho de falar mais de duas frases a Julian, o homem não entenderia de qualquer maneira. Assim, Colli pegou suas pétalas e decidiu seguir seu rumo, aonde quer que ele a levasse.

  E, mais cinco meses na conta, lá estava Gen, terminando de se arrumar para o tão decisivo encontro com Anthony Millano.

  Se o nervosismo a atingia desde o amanhecer, para o outro vinha desde uma semana inteira.

  Thony acabara de chegar da sua última viagem do trabalho, e sem espaço para o cansaço, tomou uma ducha e foi se ajeitar para a noite. Seu corpo agradecia por estar em casa, não aguentava mais os diversos quartos de hotéis que era hospedado pelo seu chefe, que nem sempre escolhia os melhores e minimamente decentes. Sentir o alívio de suas costas encostando em sua tão deliciosa cama o trazia a quase êxtase, porém, o seu olfato denunciava um cheiro doce, como se alguém estivesse ali recentemente.

  Millano sabia que quando Gen ficava com saudades, ela ia até o seu apartamento para passar um tempo e observar as fotos dos dois, mesmo Colli tendo inúmeros presentes que a lembrasse dele.

  Anthony achava adorável e engraçado a forma com a qual ela demonstrava sentir a sua falta, já que o homem sempre preferia falar inúmeras vezes por mensagens e ligações como queria que Genevieve pudesse estar consigo.

  Por conta de seu trabalho, todos os momentos mais longos com a mulher vinham com a notícia de que teria que viajar, e ia ficando difícil ter que se despedir ao ouvi-la pedindo para olhar para trás no aeroporto. Era insuportável a ideia de ter que deixa-la de novo, afinal, a próxima ida a Alemanha já tinha a papelada sendo arrumada, e ele sabia que Gen odiava o desconhecido, que não curtia a ideia de não ter a certeza sobre o seu relacionamento, por mais que soubesse que era fora do controle de Millano essas idas e vindas.

  Thony, ao vê-la em seu vestido vinho, respirou fundo e se levantou, puxando a cadeira para a outra se acomodar. Após os cinco minutos deitado, decidiu ir mais cedo ao restaurante, e resolveu ir andando para que conseguisse sossegar sua cabeça dos pensamentos insistentes. Não demorou muito e ambos estavam, finalmente, juntos, como sempre queriam estar.

  Tiveram um ótimo jantar, regado a vinho e risadas tão gostosas que mostrava que eles estavam em casa. Ao saírem do local, Anthony a envolveu em seus braços e suspirou, tendo seu tronco apertado em sinal de saudade.

  - Ei, Gen. - Obteve o olhar da mulher que ainda estava no abraço.

  - Ei, Thony.

  - Eu sei que é cansativo a gente precisar se separar direto, e tenho noção que você me dará um tapa quando eu fizer essa comparação, mas é necessário. Você é o girassol, Genevieve. Eu amo o fato de você partilhar da sua luz comigo, e espero que possamos sentir o sol juntos por bastante tempo.

  - Sem mais viagens? - Gen o encarou confusa.

  - Sem mais viagens, Colli.