First Sensibility

Escrita porPams
Editada por Jubs

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Capítulo 4

Tempo estimado de leitura: 24 minutos

Brilhe em mim nessa escuridão.
— 1004 (angel) / B.A.P

* %Kyuhyun% POV — on *

  Eu estava desesperado, %Jenie% estava ensanguentada e inconsciente em meus braços sendo levada ao hospital, não conseguia me acalmar, esse sentimento de perda era um dos piores que os anjos podiam sentir. Quando cheguei no terraço do hospital Suho já me aguardava, acho que ele também sentiu que havia acontecido algo.
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  — Como ela está? — perguntou ele.
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  — Sua respiração está fraca. — eu a olhei senti as lagrimas já formadas no canto dos meus olhos — Suho, ela não pode morrer. — sussurrei sentindo meus batimentos cada vez mais fracos.
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  — Foi ela quem escolheu assim. — disse Yongguk ao se aproximar.
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  — Não desta vez, eu não vou deixar. — eu a levei para dentro, quando saí do elevador todos ficaram em choque.
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  Mais que depressa um dos enfermeiros trouxeram uma maca e eu a coloquei com cuidado em cima, a levamos para sala cirúrgica. Ela havia perdido muito sangue, pois a faca que estava na mão do homem havia perfurado de leve a região da sua barriga quando ela havia se jogado contra o homem. Eu estava nervoso demais para cuidar de tudo e não conseguia me concentrar, só queria que ela sobrevivesse. Alguns minutos depois de conseguir controlar sua hemorragia, seu coração parou de repente, senti meu corpo parar no mesmo momento.
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  Então Suho parou o tempo e entrou na sala, ele me olhou gentilmente como se estivesse me avisando que aquilo era o ponto final da vida de %Jenie%. Mas eu não queria, não desta vez, eu estava disposto a fazer o certo para que ela pudesse viver uma vida tranquila.
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  — Suho, me ajude. — eu o olhei meio desesperado — Não consigo fazer isso, não sozinho.
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  — E se ela sobreviver? — ele me olhou sério — Vai deixar que ela continue se colocando em risco?
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  — Não.
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  Ele assentiu, o tempo continuou paralisado e ele abriu suas asas, assim como eu também, fechamos nossos olhos e nossos corpos começaram a emanar uma luz forte e intensa. E toquei de leve em %Jenie% na altura do seu coração e ejetei uma descarga de energia, repeti o processo por 7 vezes até que seu coração voltou a bater.
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  Suho se afastou um pouco, apesar de eu ser um anjo, ele tinha habilidades mais específicas quando o assunto era cardiologia e eu estava muito grato por ele ter me ajudado e pelo Senhor ter permitido esse sucesso. Suho voltou o tempo ao seu normal e caminhou até a mesa.
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  Nós dois comandamos a reanimação fazendo massagens cardíacas em %Jenie%, fingindo estar reanimando, então eu olhei para o aparelho e o fiz voltar ao normal indicando os batimentos dela. Após a cirurgia, as enfermeiras a levaram para o quarto juntamente com a enfermeira %Rafaela%, seu irmão já havia sido informado e estava na sala de espera.
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  Eu acompanhei Suho até a sala de Yongguk, recebi algumas parabenizações por ter salvo a vida dela pelo caminho. Quando chegamos, Yongguk estava em pé olhando para fora da janela.
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  — Parabéns pelo sucesso de sempre. — disse ele num tom seco.
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  — Antes que me lembre o óbvio tomei minha decisão. — disse o interrompendo.
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  — Aposto que seja sensata. — ele me olhou — Sempre terá nosso apoio, seja qual for, somo uma equipe e irmãos.
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  — Yongguk está certo. — Suho sorriu e leve e sentou no sofá — Somos uma mini família.
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  Nós rimos um pouco e nos lembramos de alguns momentos engraçados. Eu esperei algumas horas até que soube que %Jenie% tinha acordado, então resolvi ir até o quarto dela.
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  — %Kyuhyun%. — eu disse em um sussurro, ainda com seus olhos fechados.
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  — Oi. — eu sorri de leve — Vim para ver se está bem.
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  — Você me salvou, não foi? — ela abriu os olhos e me olhou.
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  — Sim. — eu me aproximei mais parando ao lado de sua maca, olhei todos aqueles aparelhos ligados nela, e chequei seus batimentos.
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  — A última coisa que me lembro é sua voz me chamando. — ela olhou para o lado analisando o todo o quarto — Estou na UTI, não estou?
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  — Está! — assenti me sentando ao seu lado.
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  — Minha família?
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  — Na sala de espera, seu irmão está aqui. — eu respirei fundo — Mas ele só poderá te ver…
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  — Daqui seis horas. — completou ela — Eu sei os procedimentos, eu estou em observação.
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  — %Jenie%, eu…
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  — Eu sei, imagino o que vai dizer, mas sabe minha resposta. — ela me olhou, sua face estava tranquila e serena — Não quero me esquecer.
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  — Não deixarei que se coloque em risco só para poder ficar ao meu lado. — eu me curvei um pouco me aproximando mais.
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  — Você não pode, não pode me obrigar a aceitar. — ela me confrontou.
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  — Acho que desta vez, poderei violar o livre arbítrio. — eu me aproximei ainda mais dela deixando nossos rostos próximos, conseguíamos sentir a respiração um do outro, eu sussurrei em seu ouvido — Por um instante eu consegui sentir algo mais profundo por você, saranghae. — eu aproximei meus lábios dos dela suavemente a beijando com leveza.
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* Daehyun POV — off *

“Eu não sabia que você ia realmente ir embora, você era como um anjo.”
— 1004 (angel) / B.A.P

  Eu acordei de um sonho profundo sentindo falta de ar, não conseguia me lembrar com o que tinha sonhado e nem como tinha voltado para minha casa, sentia que algo estava estranho demais. Ouvi meu celular tocando na minha bolsa e me levantei, o peguei e atendi.
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  — %Jen%. — disse meu irmão do outro lado da linha — Como está?
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  — Bem, eu acho, por que está me ligando a essa hora?
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  — Para saber da sua recuperação. — respondeu ele.
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  — Que recuperação?
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  — %Jen%, você não se lembra?
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  — Me lembrar do que?
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  — Um casal de vizinhos estava brigando e no meio de tudo você foi ferida quando tentou ajudar a mulher.
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  — Não me lembro de nada.
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  — O zelador te encontrou caída na escada e ligou para a emergência, não sabemos direito o que houve.
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  — Hum. — eu encostei de leve a mão na minha barriga e senti a cicatriz. — Curioso eu não me lembrar de nada.
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  — O médico disse que você poderia ter…
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  — Perda de memória devido ao trauma. — eu completei — Sou médica, sei destes detalhes.
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  — Pois é. — concordou ele.
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  — Você sabe qual foi o médico que me atendeu?
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  — Foi o próprio doutor Jun que fez a cirurgia, ele disse que seu coração parou umas duas vezes, tivemos sorte.
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  — Às vezes o significado de sorte na medicina é milagre. — eu sorri de leve e olhei para janela — Agora entendo por que estou me sentindo estranha como se estivesse me esquecido de algo.
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  — Não se preocupe %Jen%, procure descansar e aproveitar seus quinze dias restantes de licença médica.
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  — Obrigada maninho!!!
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  Eu desliguei o celular, mesmo com aquela ligação e as explicações do meu irmão eu ainda me sentia muito incompleta, como se algo tivesse sido arrancado de mim. Eu coloquei meu celular na escrivaninha do meu quarto e caminhei até a cozinha, se estava de licença eu tinha que me alimentar muito bem.
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  Cozinhei um pouco de ramem para mim e comi no quarto enquanto via meus doramas, passei aquela manhã colocando todos os meus episódios de Emergency Couple e dia e finalmente quando terminei comecei a ver It’s Ok, That’s Love. Mesmo tentando voltar a minha rotina de dias de folga eu ainda continuava incomodada com tudo aquilo, a cada momento que eu tocava na minha cicatriz na barriga sentia que havia algo mal resolvido relacionado aquilo, mas eu não conseguia me lembrar de nada.
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  Ao anoitecer recebi uma mensagem de %Rafaela% no kakaotalk, ela estava me perguntando como eu estava reagindo a minha licença e se eu estava me sentindo melhor.
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“%Rafaela%, estou bem, mas me sinto estranha.”
“Também migs, você levou uma facada e rolou escada à baixo, queria o que?”
“Tem algo que não se encaixa em minha memória, é como seu eu sentisse um vazio dentro de mim, um vazio que não pode ser preenchido.”
“Esse vazio se chama seus paciente.”
“Não, tem algo à mais.”
“Como o que?”
“Não sei, mas aconteceu alguma coisa nova no hospital?”
“Não, e já tem mais de dois anos que não vemos nada novo aqui, sempre as mesmas pessoas e o doutor Park sendo o doutor Park”
“Ele nunca muda, como sabemos, sempre querendo ser o melhor”
“Sim, mas este posto já é seu.”
“E como estão meus pacientes?”
“Todos bem, a senhora Lee sente sua falta, mas isso não é novidade, o jovem Dongho está progredindo no tratamento e o senhor Kim não tentou se matar mais, e está com saudades.”
“Quando o senhor Kim tentou se matar?”
“Você não se lembra?”
“Não.”
“No início do mês passado, você e o enfermeiro DongKi o salvaram de pular da janela do quarto.”
“Acho que me esqueci de muitas coisas.”
“Amiga, você precisa é deixar um pouco este ambiente de hospital e viver.”
“Vivo para os meus pacientes e assim está bem melhor.”
“kkkkkkkk…. estou falando sério..”
“eu tbm, vou dormir, boa noite!”
“Viu é isso que estou falando, está de folga e vai dormi às 8 da noite.”
“Boa noite!”

“Eu quero te encontrar, aonde, aonde, aonde devo ir?
Para o lugar onde você está
Um dia melhor, um dia melhor, um dia melhor
Você é como um anjo.”
— 1004 (angel) / B.A.P

  Eu fechei o aplicativo e me deitei na cama, fiquei vendo um filme pelo aplicativo do netflix até que cai no sono. Mesmo me sentindo cansada e com o corpo pesado, eu dormi por poucas horas até perder completamente o sono.
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  — Não acredito que estou com insônia. — sussurrei para mim me levantando da cama, caminhei até a sala, pequei um livro de clinico geral que estava na minha estante e me sentei na poltrona ao lado da porta começando a lê-lo.
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* %Kyuhyun% POV — on *

  Eu havia parado o tempo novamente para apreciar aquele momento, caminhei até ela e fiquei parado em sua frente, aquela seria a última vez que eu iria vê-la, pois eu, Suho e Yongguk, estávamos de mudança para um hospital no leste da Indonésia.
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  Estava feliz mesmo com a despedida, pois ela estava bem e em segurança, eu havia definitivamente quebrado a maldição a fazendo me esquecer, mas não esperava que ela iria se sentir incompleta quando acordasse. Complexo como algo pode ser arrancando da memória, mas não do coração.
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  Me agachei em sua frente e fiquei a olhando mais um pouco, quando Suho apareceu.
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  — Está na hora de irmos, Yongguk foi na frente para preparar nossa suposta transferência.
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  — Sim. — eu respirei fundo — Me dê mais dois minutos. Quero me despedir, um pouco mais.
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  — Você realmente desenvolveu um carinho fora do comum por ela. — comentou Suho rindo de leve.
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  — Sim. — eu sorri de canto — Acho que se o Senhor nos permitisse sentir o amor, eu com certeza já estaria amando ela, jamais me esquecerei dela pequena humana.
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  — Vou te esperar no terraço. — disse ele desaparecendo.
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  — Mesmo não podendo sentir, acho que o que sinto pode ser convertido em uma só palavra. — eu a olhei profundamente e sussurrei — Saranghae.
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* %Kyuhyun% POV — off *

  Minha leitura estava sendo profunda e minuciosa, quando senti um leve arrepio, mesmo sabendo que as janelas estavam fechadas olhei para frente para verificar.
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  Não sabia por que mais sentia que não estava sozinha, era como se uma pessoa estivesse em minha frente me olhando, era uma loucura pensar isso, mas eu conseguia sentir. De repente eu pisquei e a sensação passou automaticamente, eu ri meio sem saber o porquê, me achava uma louca naquele momento. Me espreguicei um pouco e voltei a minha leitura.
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“Então você desaparece como um sonho
Eu fui pego por você e nem mesmo posso te tocar.”
— Bad / Infinite

  Os dias da minha licença havia se passado rapidamente, e estava de volta a minha rotina no hospital, aquilo me deixava mais animada eu me sentia mais viva quando trabalhava. Saí da minha sala e caminhei tranquilamente pelo corredor até o elevador, %Rafaela% estava de folga, então com certeza minha tarde seria silenciosa. Então para passar o tempo, resolvi ir no quarto da senhora Lee.
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  — Boa tarde senhora Lee, como prometido voltei para ouvir mais histórias.
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  — Ah, que bom que está aqui doutora. — ela sorriu para mim com muita animação — Meu neto veio me visitar hoje, ele foi pegar um presente da minha filha no carro.
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  — Que legal. — eu me aproximei dela e chequei novamente seu prontuário — Finalmente vou conhecer meu noivo arranjado.
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  — Sim. — ela riu — Já tem sete meses que ele retornou dos seus estudos nos Estados Unidos, e eu estou tentando promover este encontro.
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  — Agradeço sua perseverança. — eu ri também — Agora poderei dizer a minha família que finalmente conheci meu noivo.
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  Nós duas rimos mais um pouco até que o rapaz entrou no quarto, eu virei meu rosto e o olhei, senti meu coração parar de repente, fiquei um pouco sem reação quando nossos olhares se encontraram, ele abriu um sorriso tímido e olhou para meu nome escrito no jaleco, como certeza sua timidez era por causa da senhora Lee e de como ela se empenhava em nos unir e me tornar sua neta oficialmente.
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  — Oh, que bom que voltou rápido, querido esta é minha médica preferida a doutora %Brown%. — disse ela com um largo sorriso.
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  — Ah, halmeoni¹. — ele olhou para a senhora Lee — Que bom que ela está aqui desta vez. — ele caminhou até mim e se curvou em cumprimento — Prazer doutora %Brown%, minha avó tem falado muito sobre você.
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  — Igualmente. — eu segurei um pouco o riso, estava me sentindo meio envergonhada naquele momento — Mas pode me chamar de %Jenie% se achar mais confortável.
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  — Tudo bem, pode me chamar de %Kyuhyun%. — ele sorriu de canto, eu senti meu coração parar novamente quando ele falou seu nome.
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  Eu me sentia familiarizada com aquele nome, como se já ouvisse antes.
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  — Bem, você trouxe meu presente querido? — reclamou a senhora Lee, me fazendo voltar a realidade.
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  — Sim halmeoni!!! — ele entregou o embrulho para ela.
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  — Ah. — ela pegou transbordando alegria — Estava esperando por isso.
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  — Se eu soubesse que era o aniversário da senhora tinha comprado alguma coisa. — eu coloquei o prontuário na mesa ao lado da porta.
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  — Oh, não precisa se incomodar, meu maior presente vindo de você doutora, é se tornando minha neta. — ela olhou para %Kyuhyun%.
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  Eu senti que ele havia ficado tão constrangido quanto eu, então inventei uma desculpa para sair do quarto. Voltei para minha sala em risos, passei o final da tarde checando alguns exames do senhor Kim, que tinha pegado no laboratório. Infelizmente por causa da minha recuperação, eu não poderia fazer plantão nas próximas quatro semanas, quando estava me preparando para ir embora, bateram na porta e eu avisei para entrar.
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  — Com licença. — disse %Kyuhyun% ao abrir a porta — Está ocupada?
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  — Bem. — eu peguei minha bolsa e as chaves do meu carro — Estava de saída.
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  — Ah. — ele recuou um pouco meio sem saber o que fazer.
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  — Deseja alguma coisa? — eu o olhei.
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  — Bem, minha avó disse que não me perdoaria se eu fosse embora sem me despedir de você. — ele riu de leve — Louco isso não é?
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  — Se tratando a senhora Lee, eu acredito que sim. — eu ri também.
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  — Então, já que você está de saída, eu…
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  — Você?!
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  — Queria saber se está livre esta noite.
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  — Acho que sim, por que? — o olhei curiosa.
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  — É que abriu uma cafeteria nova aqui perto e de repente você está com fome, poderíamos…
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  — Sim. — eu aceitei no impulso não o deixando terminar a frase, não entendia o porquê, mas sentia que deveria me aproximar mais dele — Qual o nome da cafeteria?
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  — Você vai ver quando chegarmos. — ele sorriu de canto — Vamos?
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  — Claro.
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  Nós saímos juntos do hospital, com certeza muitos comentários iriam surgir até o dia seguinte, e %Rafaela% iria querer saber todos os detalhes. Caminhamos um pouco até chegarmos no lugar, olhei para placa e a achei diferente, a sensação de algo familiar voltou.
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  — Cafeteria 1004. — li em voz alta.
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  — Dizem que é um trocadilho. — explicou ele — Por causa das asas.
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  — Interessante aqui.
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“Seu sorriso angelical preenche nosso jardim
Eu vou preenchê—lo também com flores somente para você.”
— Paradise / Boys Over Flowers OST (the Trax)

  Nós entramos e nos sentamos em uma mesa perto da vidraça principal, pedimos um cappuccino para mim e um café expresso com creme para ele, e dois pedaços de bolo de limão. Comemos tranquilamente enquanto ele contava sobre sua grande família e seus estudos no exterior. %Kyuhyun% era uma pessoa interessante e muito educado, gentil e simpático, logo me senti interessada por ele.
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  Demoramos um pouco no lugar e prolongamos muito a conversa, ele me levou de volta para o hospital, nos despedimos e trocamos os contatos, assim eu fui até meu carro e voltei para o apartamento.
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  No dia seguinte, logo quando cheguei na recepção e assinei minha folha de presença, %Rafaela% se colocou ao meu lado me enchendo de perguntas sobre minha saída no dia anterior. Fomos até a lanchonete e pegamos nosso café, voltamos para minha sala para termos privacidade.
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  — Você vai me contar tudo em detalhes, não quero deixar nada passar. — advertiu ela saboreando seu sanduíche.
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  — Não aconteceu nada demais. — eu disse ela rindo ao tomar um gole do meu cappuccino.
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  — Como assim nada? — ela me olhou indignada — Eu mal chego hoje de manhã e ouço os comentários que você saiu daqui acompanhada por um homem lindo e charmoso.
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  — Era o neto da senhora Lee. — expliquei a ela.
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  — Não? — ela deu um pulo ficando com a boca aberta — Não brinca que você finalmente conheceu seu noivo arranjado? Conta tudo.
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  — Foi ontem à tarde. — ela me sentei na minha cadeira — Foi meio constrangedor, conhece-lo.
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  — Sei, conta mais, como ele é?
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  — Bem, simpático.
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  — Só? — ela fez uma careta — Querida desenrola isso!
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  — Ah %Rafaela%, não sei como detalhar ele. — eu desviei meu olhar — Ele tem um rosto sereno que transmite segurança, tem um olhar profundo e intenso, tem um sorriso tímido e charmoso ao mesmo tempo…
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  — E seus olhos estão brilhando. — disse ela me interrompendo.
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  — Que isso, invenção sua. — eu revirei meu copo tomando todo o cappuccino.
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  — Invenção nada, não vejo seus olhos brilharem assim desde que pegou seu diploma na universidade.
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  — %Rafaela%, para.
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  — Hum. — ela me olhou — Está ficando apaixonada.
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  — Não brinca com essas coisas. — eu me levantei caminhando até a janela.
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  — Sério. — ela deu uma risada estranha e escandalosa — Me diz o que você sentiu perto dele?
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  — Não sei explicar, eu me senti diferente.
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  — Diferente como?
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  — Sabe aquele incômodo que eu sentia há dias atrás, um vazio.
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  — Sei.
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  — Tudo isso passou quando eu o vi no quarto da senhora Lee.
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  — Ah, está explicado. — ela se levantou e jogou o seu copo no lixo juntamente com o saquinho do sanduíche — O vazio que estava sentindo era falta de companhia, o incômodo era solidão sentimental, e com certeza a tradução para tudo isso ter passado ao olhar para ele é amor à primeira vista.
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  Eu fiquei sem reação as suas palavras, %Rafaela% se dirigiu à porta e saiu. Fiquei pensando naquilo o resto do dia, mas as palavras dela por mais que fossem racionais e lógicas, não batia com o que eu sentia de fato.
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  Passaram se algumas semanas, eu e %Kyuhyun% trocávamos muitas mensagens no kakaotalk. Era sábado e ele tinha me convidado para um piquenique no parque de Parque Yongdusan. Sentamos de baixo de uma árvore e conversamos um pouco enquanto degustávamos o lanche que ele havia levado.
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  — Você cozinha muito bem. — eu comentei o elogiando.
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  — Komawo. — ele sorriu meio tímido — Como morei muito tempo fora e às vezes sozinho tive que aprender a cozinhar.
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  — Aprendeu muito bem. — eu o olhei.
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  — Que bom que gostou. — ele me olhou automaticamente.
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  Ficamos em silêncio por um bom tempo nos olhando, eu sentia meu coração pulsar mais forte e acelerado, de repente começou a chover. Nós juntamos tudo rapidamente e procuramos um lugar para nos esconder da chuva, que estava forte e intensa. Ele avistou um ponto de ônibus e pegando em minha mão de puxou até lá.
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  Quando chegamos ele me virou em direção a ele, tentando me proteger. Nos olhares se encontraram novamente, nossas respirações sincronizadas, estávamos molhados e tentando recuperar o fôlego, mas mesmo assim nossos olhares fixados um no outro.
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  Em um impulso repentino, %Kyuhyun% foi se aproximando cada vez mais até que nossos lábios se encontraram. Aquele beijo molhado era doce e suave, ele deixou a cesta cair no chão e envolveu seus braços em minha cintura de leve, senti um breve arrepio passar pelo meu corpo.
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  Meu coração se acelerava a cada instante, me senti aquecida naquele momento, me senti completa de novo, senti que %Kyuhyun% era o complemento daquele vazio que eu sentia.
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“Parece que eu não posso suportar,
Em algum lugar, algo estava balançando.
Nos meus lábios, isso se estabilizou.
Essas palavras, são palavras que eu preciso dizer.
Eu gosto de você
Sem ninguém saber, isso se estabilizou.
Essas palavras. Eu gosto de você.”
— I Like You / One Sunny Day OST (Ggotjam Project)

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