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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Everything You Wanted

Escrita porRay Dias
Revisada por Natashia Kitamura

Nota de autora inicial: Olá leitoras/es ♥
Bem-vindas a mais uma fanfic minha, dessa vez, restrita porque o hot feminino precisa ser explorado! O aviso é rápido aqui! Alguns capítulos têm uma música tema do álbum “Everything You Wanted” do cantor, e portanto irão se repetir por alguns capítulos. A cada primeira vez que a música for a trilha sonora da fase dos personagens, tem um link para você abrir no youtube e escutar enquanto lê se preferir. (Eu recomendo!). Agora, vamos que Jay Park está doidinho para encrencar com você, sua poderosa!


Capítulo 6

Tempo estimado de leitura: 31 minutos

Faixa 3: Me Like Yuh

  O despertador de Liu tocara e ela levantou-se ansiosa e confiante. “Vai dar certo!”, ela mentalizava enquanto se arrumava para sair. Ao descer as escadas, encontrou Gray na cozinha preparando seu café da manhã.
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  — Bom dia.
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  — Bom dia, Liu! O que quer comer?
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  — Qualquer coisa!
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  — Então pode fazer seu café da manhã, você está em casa.
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  Ele olhou risonho para ela. A mulher ainda se mantinha um pouco tímida, mas depois de terem conversado tanto no dia anterior, já se sentiam um pouco amigos.
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  — Que horas é o teste?
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  — Às nove e meia, mas preciso estar lá às oito.
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  — Eu te levo!
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  — Não. Não, não mesmo. Muito obrigada, mas eu me viro.
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  — Já falei que não é incômodo algum.
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  — Você tem algo a fazer lá? — ela perguntou curiosa.
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  — Não.
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  — Então, obrigada, eu vou sozinha.
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  — Aish... Teimosa.
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  Após terminarem de comer, Liu desceu de seu quarto com a bolsa contendo a roupa para o teste, e sua mala de viagem. Gray lavava a louça, e se assustando com o barulho foi até a escada.
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  — Aonde vai com essa mala?
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  — Embora.
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  — Ok. Eu fiz alguma coisa?
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  — Não, não! Imagine! Apenas, não vou incomodar mais. Assim que o teste acabar eu vou procurar um hotel.
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  Gray revirou os olhos e se aproximou de Liu tirando a mala das mãos dela, e com uma de suas mãos ensaboada, ele deu um peteleco na testa dela sujando-a. Ela limpou e o olhou contrariada. Gray deixou a mala dela em um canto.
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  — Vá fazer seu teste, e volte para cá. Estarei em casa o dia todo. Depois procuraremos algum lugar, se você quiser.
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  — Mas eu pretendia olhar pela própria empresa. Se eu passar, claro...
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  — Vai passar. Mas mesmo assim venha para cá. Não tem por que ficar carregando essa mala pesada no meio do seu teste. Eu vou ligar para a empresa, e procurar saber as condições de hospedagem.
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  — Ok, Gray. Muito obrigada por tudo isso. — ela falou sorrindo.
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  — Tudo pela garota do meu amigo. — ele respondeu brincando.
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  — Como é?
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  Gray olhou-a sem graça. Pelo visto ele estava interpretando as coisas de forma errada. Quando abriu a boca para responder, Liu abanou as mãos de modo a “deixar para lá”. Olhando o relógio ela acenou saindo apressada do apartamento, Gray desejou boa sorte enquanto a via entrar no elevador.
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  Ela não havia notado a portaria, pois, nem ao menos passara por lá. Era uma recepção modesta, mas com um quê de elegância. Entrou no carro que havia chamado por um aplicativo, e que acabava de estacionar à medida que ela saía da portaria. Entrou rápida e seguiu.
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  A AOMG era uma empresa média, não era uma multinacional, mas já havia ganhado espaço e a tendência seria aumentar. Liu fez o dever de casa direitinho, e por isso, não aguardava um prédio alto, espelhado ou coisas do tipo. Uma fachada modesta, uma recepção elegante e ampla, com uma funcionária simpática era exatamente o que ela esperava. Foi bem recebida e encaminhada à sala de inscrição.
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  Conforme indicava a carta, ela estava lá no horário e com os documentos adequados para a inscrição. Depois de se inscrever para o teste foi dirigida à uma sala de espera. Ali, dois funcionários explicaram o que seria o teste, o tempo estimado de duração para a seleção e outras informações do tipo. Perguntaram quem conhecia a empresa, e recolheram os currículos de cada uma. Apresentaram um breve histórico da empresa e depois saíram.
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  Na sala onde os testes aconteceriam, os mesmos funcionários levaram os documentos recolhidos: currículos e fichas de inscrição para o diretor do teste, o coreógrafo e o CEO da empresa, que seriam os avaliadores das candidatas.
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  Após breve pré-seleção daqueles documentos, iniciaram as chamadas. Uma a uma, as candidatas eram indicadas à troca de roupa no camarim preparado quando foi solicitado o momento. A primeira menina entrou, e as outras já se vestiam em ordem de chamada, a fim de agilizar o processo. Os testes levavam mais ou menos vinte e cinco minutos cada.
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  Liu observava o pessoal que entrava, mas não via quem saía. Parecia serem encaminhadas para outro espaço. Ela só conseguiu entrar para o seu teste, às onze horas da manhã. Até que, não esperou tanto quanto achou que aconteceria.
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  Na sala de dança, o piso em linóleo soava como nuvem sob os pés dela. Era aquele o seu ambiente. E estava feliz de estar ali. Caminhou ao centro do piso, e os homens liam brevemente seus documentos, a fim de verificar se a documentação dela estava entre as pré-selecionadas, como as mais atrativas ou não. E estava. Jay se recordou de quem ela era assim que leu seu nome. E olhou na direção da mulher, que não mantinha contato visual direto com ele, e sorriu.
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  — Liu. Bom dia, tudo bem? — ele perguntou.
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  — Bom dia a todos. Estou bem, obrigada. — ela respondeu.
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  — Eu sou Jay Park, estes são: o nosso diretor August Frogs ou Niga, e o coreógrafo, Joon. Já explicaram a você como vai funcionar, mas eu vou repetir. Três músicas serão tocadas, uma por vez, e para cada uma delas, nós esperamos uma resposta espontânea de sua coreografia. Depois, o nosso coreógrafo Joon fará algumas perguntas e pedidos específicos. Entendido?
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  Liu assentiu que sim para ele.
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  — Podemos começar então?
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  — Claro. — ela respondeu em um largo e simpático sorriso.
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  A primeira música começou a tocar, e Liu fechou os olhos. Ela começou a mexer a cabeça no ritmo dos primeiros beats. Era um ritmo marcado, e num compasso contínuo. E ela conhecia aquela música. “Hby” de SKOLOR tocava e Liu começou a sorrir conforme movimentava o corpo. Ela se lembrou de quando dançava aquela música com seu amigo, de brincadeira, nos intervalos da companhia, de forma divertida. E sentia-se como se estivesse lá. Não era um beat que pedia passos muito elaborados, e por isso ela manteve os passos divertidos, soltos, e gingando bem com seus rebolados. Fez dois movimentos mais atrativos, quando colocou as mãos no chão, em uma bananeira e agitou a pernas no ar. Depois saltou e se ergueu rapidamente e rebolou num estilo “largado” até o chão, fazendo poses de rapper. Ela não prestava atenção nos avaliadores. Apenas sorria e brincava com as caras e bocas, na direção deles, como se aquele rap fosse dela. Jay sorriu discreto e anotou algo na ficha dela. Repassou para o coreógrafo que se mantinha atento a ela. Quando a música acabou, ele anotou sua nota, no mesmo espaço que Jay havia escrito e passou a ficha para o diretor. Liu retornou ao centro da sala, e aguardou a nova música começar.
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  "Bullshit" de G-Dragon, começou a tocar com seus beats fortes, bem marcados e acelerados e Liu lançou seu street dance mais específico. Ela conseguia ser técnica e sedutora nos movimentos. E repetiu passos de uma apresentação que já havia feito com aquela música. A música interrompeu novamente, dessa vez, em menos tempo que a outra e enquanto os avaliadores faziam suas anotações, Liu já se preparava para a próxima que entraria. Se ela estava certa, seria uma música que eles esperariam um pouco mais de sensualidade dela. "Iffy" de Sik-K com Jay Park, era uma das favoritas dela. E ela sorriu novamente, já de costas para eles. Ela começou seus movimentos mais insinuantes. Jogou o cabelo, rebolou, e no refrão, mandou um twerk lento.
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  — Iffy, iffy yah, yah... — Jay sussurrava cantarolando.
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  E prestava muita atenção nos quadris da mulher. Ela continuava dançando olhando os avaliadores, mas não os percebendo. Liu movimentava-se como se estivesse fora de órbita. Num mundo próprio de dança. E Joon gostou muito do que ela apresentou naquela dança, tinha ousadia, sensualidade, mas ela mesclava com o divertido do street. Foi pontual: ela conseguiu ser agressiva nos momentos certos, nas músicas certas e Joon não precisava falar muito. Sentiu que sua garota era ela.
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  A música parou aos poucos, e Liu finalizou muito bem. Ela agradeceu e sorriu para os avaliadores, que já haviam feitos suas anotações. E era o momento de Joon falar:
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  — Liu, primeiramente eu quero dizer que em minha concepção seu teste foi muito bom. Eu pude notar que você tem domínio do street dance, e do jazz. Aqui em sua ficha diz que você fez parte de uma crew, e atualmente dança numa companhia de jazz de Bangkok... Tem algumas apresentações legais... Bem! As minhas únicas perguntas são: por que você está numa companhia de jazz? Por que você veio fazer o nosso teste? E se você tem certeza que é isso o que você quer, visto que, somos uma produtora de k-rap, k-hip-hop...
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  — Bom, primeiramente agradeço aos elogios e à oportunidade. E respondendo suas questões... A dança é um sonho pelo qual eu batalho há algum tempo. E mais do que um sonho, ela é como eu me expresso, como eu sou. Não é diferente para mim se eu vou dançar um estilo ou outro. Na verdade, eu tenho competência suficiente para dançar o que me mandarem, e sou estudiosa de estilos justamente para ter esta competência. Eu não vou ser hipócrita, na verdade, a Companhia Lótus foi a oportunidade que eu tive, no momento. Depois que a crew onde treinava foi desfeita, eu procurei outros grupos, mas eu não tive condições de estudar nos melhores colégios de dança então... A Companhia foi a oportunidade que eu tive. Ela surgiu de um grupo de dançarinos, e amantes da dança que sem investimento buscaram fazer o que amavam. E eu me encaixei muito bem ali, como uma verdadeira família. Então, mais do que ser uma Companhia voltada ao jazz, somos uma companhia de dançarinos. E o jazz não nos limita. Como pode ver na minha ficha, eu pude disputar pelo nome Lótus em eventos de street. Estou aqui porque desejo mais, eu tenho um sonho e, se a AOMG não for o lugar onde eu vou realizá-lo será um degrau para chegar nele, com certeza. E eu tenho certeza absoluta de que estar aqui, é o que eu quero.
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  — Certo... E se você passar no teste, como fica a Companhia?
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  — Também estou aqui por eles, então, se eu passar a Companhia estará a postos de aplaudir. E de braços abertos. Ela sempre terá os braços abertos, se eu precisar voltar um dia. Mas sinceramente... — Liu sorriu sem graça, e falou confiante: — Estão todos torcendo para que eu passe aqui.
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  Os avaliadores sorriram também e entreolharam-se curiosos.
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  — Com certeza estão. Liu, muito obrigada pelo seu teste. Por favor, aguarde naquela porta à esquerda. Obrigada, e boa sorte. — Niga, o diretor falou para ela.
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  Liu saiu pela porta indicada, e haviam poucas garotas ali. Todas conversavam e receberam bem a moça que acabara de chegar. As dançarinas se mostravam ansiosas pelo resultado, e Liu estava quieta e concentrada no seu teste. Tentava recordar-se das expressões nos rostos dos avaliadores e, principalmente, no rosto de Jay.
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  Liu sentia-se um pouco constrangida perto do Park, e isso desde o hotel. Não sabia ao certo se por saber da trágica situação dele no hotel, ou pela maneira como a presença dele era intimidadora. Na verdade, o constrangimento devia-se à sua timidez, pois, o Jay se mostrou muito simpático com ela e nada intimidador. Mas aquele era um tipo de reação muito comum entre as mulheres. Talvez fossem os olhos pequenos, ou o sorriso cafajeste, que lhe conferiam um ar predador. Era habitual que Jay seduzisse por onde chegasse. Liu sacudiu a cabeça na tentativa de parar de pensar no que aconteceu.
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  — Ei! Moça! — as dançarinas olhavam para ela, parecendo que a chamavam há algum tempo.
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  — Sim?
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  — Como foi o seu teste?
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  — Ah, eu acho que bem.
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  — Viram? Parece que todas aqui, fomos bem. — uma delas disse constatando.
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  Liu não deu importância, ela só se preocupava com o resultado dela. Não se importava se todas ali haviam passado, ou uma só. E não era por egoísmo, era por ansiedade. Havia esperado tanto por uma oportunidade como aquela, que imaginar que não conseguiria o trabalho era uma hipótese depressiva. Sim, desta forma, intensa.
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  Uma pessoa surgiu na sala pedindo-as para que prosseguissem de volta ao salão de teste. Elas seguiram o homem, e os três avaliadores as aguardavam na mesma bancada anterior. As mulheres ficaram enfileiradas de frente para eles.
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  — Senhoritas, vocês passaram no processo seletivo. Parabéns à todas. Aguardamos vocês amanhã às oito horas da manhã, para os ensaios oficiais da coreografia com o nosso coreógrafo, Joon. — Niga afirmou a elas.
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  — Sejam pontuais. Não admito atrasos. Temos um cronograma que será apresentado a vocês amanhã, então, não atrasem. Principalmente a... — Joon leu o papel em sua mão, com a ficha em busca do nome: — Liu! Você, especificamente não se atrase.
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  — Fique tranquilo, senhor Joon.
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  — Dispenso o senhor, e isso serve para todas.
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  As meninas se entreolharam e assentiram para Joon. Liu direcionou um olhar discreto para Jay, mas ele não a olhava.
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  — Vocês passem no primeiro andar agora, por favor, e preencham os documentos para o RH.
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  Assim que o diretor Niga, deu as últimas instruções os três se levantaram, e as dançarinas seguiram para o primeiro andar da empresa. Liu estava saindo da sala do RH no momento em que Jay passou por ela no corredor. Ela olhou para os lados a fim de ver se alguém também estava ali, e ao notar-se a só com ele, seguiu atrás dele. Ela não sabia se deveria agradecê-lo, ou fingir que ele nada tinha feito.
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  Decidiu não falar nada, não lhe parecia que era certo. Estava caminhando atrás de Jay, quando viu que ele seguia o mesmo caminho que ela: o elevador. Ele entrou primeiro, e logo ela entrou também. Olhou para ele, de modo tímido e corou. Novamente sentiu aquele rubor, que não sabia decifrar a razão, em seu rosto. Ela viu que o andar do térreo já havia sido apertado, então olhou para frente suspirando fundo, numa tentativa de fingir que não era ele ao lado dela. Jay que mexia em seu celular, na hora que escutou o suspiro dela parece ter percebido que havia mais alguém, ele olhou de lado, de modo sedutor e natural. E ao vê-la ficou naquela posição: a cabeça um pouco de lado, os olhos pequenos e curiosos, um sorriso ladino e a sobrancelha arqueada, as mãos paradas no que fazia. Guardou o celular em seu bolso e ajeitou a postura. Olhou para frente também.
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  — Parabéns.
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  Ele disse, e Liu imediatamente o olhou. De um modo assustado e tão diretamente em seus olhos, que novamente sentiu o rubor. Sorriu sem graça e abaixou a cabeça sorrindo.
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  — Obrigada. — ela disse calma, e decidiu falar mais: — Eu realmente preciso e quero te agradecer por isso, mas não sabia se era certo.
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  — Do que está falando?
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  Ele perguntou e a mulher não entendia se ele fingia não saber ou se ela deveria fingir que não havia motivos para agradecer.
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  — O convite... — arriscou mencionar tímida.
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  — Sim, sim, eu entendi. Mas porque não seria correto agradecer?
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  Eles se olhavam curiosos, e Liu desviou novamente o olhar para um ponto na roupa dele. Não conseguia manter uma conversa encarando-o diretamente.
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  — Eu não sei... Má impressão?
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  — Ninguém tem nada a ver com as nossas vidas, e não deixe de falar comigo ou qualquer outra pessoa de cargo superior aqui, por causa de pensamentos assim, Liu.
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  O fato de ele saber o nome dela não deveria espantá-la, afinal, acabara de fazer um teste na presença dele, mas mesmo assim, ouvi-lo o dizer mexia com ela. A porta do elevador abriu e antes de sair ele lhe falou:
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  — Parabéns, e obrigada por não desistir do seu sonho.
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  — Eu que agradeço.
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  Ela sorriu grata, e Jay acenou saindo. Ela saiu logo em seguida, e novamente olhou para ver se ninguém havia notado Jay Park acenando-lhe. Entendia a postura dele, mas para uma funcionária de hotel onde a discrição é tão exigida, havia dificuldade de rompê-la. Muitas vezes não podia dirigir-se a um cliente do hotel, nem mesmo ao superior em qualquer lugar. Aquilo de “ninguém tem nada a ver com nossas vidas” era um tanto quanto, liberdade demais num ambiente profissional.
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  Respirou fundo, aliviada, assim que pisou a calçada da empresa. Olhou para o céu ensolarado e seu estômago roncou no exato momento em que seu celular tocava. Ela procurava o celular em sua bolsa, ainda parada na calçada, quando o carro de Jay Park saía do estacionamento. Ele viu-a de relance, sorriu e seguiu seu caminho.
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  — Senhor Gray? — ela atendeu ao telefone surpresa.
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  — Aishh!!! O que combinamos?
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  — Desculpe, Gray.
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  — Para de se desculpar também, por favor... — ele suspirou cansado do outro lado.
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  — Ok. Ligue de novo.
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  Ela disse sorrindo e desligou. Gray não entendeu nada, e sorriu discando novamente.
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  — E aí, brow? — ela atendeu.
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  — Isso foi péssimo. — ele ria alto do outro lado da linha: — Mas ainda foi melhor do que antes. Já saiu do teste?
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  — Já sim, e não tenho boas notícias sobre o hotel.
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  — É, eu também tenho notícias. Estou quase chegando aí. Decidi não fazer comida hoje, porque estou com preguiça. Vamos almoçar fora.
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  — Eu não sei se devemos.
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  — E por quê?
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  — Bem...
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  — Liu. — ele a interrompeu: — Eu já entendi que você é difícil, e fica calma que eu não estou dando em cima de você. Não é que eu não queira, mas é realmente um almoço entre amigos.
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  — Não é nada disso, Gray. Mas tudo bem, eu estou na entrada da empresa.
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  Liu riu baixo e logo ele desligou. Aguardava-o chegar, e haviam se passado oito minutos desde que ele ligara quando algumas dançarinas que foram selecionadas com ela, passaram por Liu.
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  — Ei, Liu! Aguardando seu namorado? — uma delas perguntou.
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  Liu abriu a boca para responder e ouviu uma buzina à sua frente. Arregalou os olhos e tratou-se de se apressar antes que Gray tentasse sair do carro.
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  — Ah não, é só um amigo. Que já chegou... — ela respondeu as meninas apontando o carro e acenou se despedindo.
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  — Nos vemos amanhã, então. Boa sorte para nós!
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  — Sim, sim! Até amanhã!
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  Ela desceu os degraus rapidamente, e quando viu a porta de Gray abrir, ela correu para entrar antes que ele saísse. O rapaz a observou sentando ao seu lado, assustado, com uma perna para fora do carro.
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  — Estamos em fuga?
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  — Só não queria que elas me vissem contigo.
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  — Por que? Eu sou um fugitivo da lei?
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  Gray ajeitava-se novamente ao volante, ainda assustado.
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  — Não, mas você não trabalha aqui?
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  — Olha Liu, não precisa se preocupar com o que podem dizer de você na AOMG. Na verdade, não acredito que vão se meter em sua vida. As novatas, talvez, mas... Que se dane. Ninguém tem nada a ver com nossas vidas.
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  Ela sorriu com a coincidência naquela frase. E Gray deu a partida.
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  — É a segunda vez que me falam isso hoje.
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  — Ah é? Por quê?
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  — É que... O senhor Park estava no mesmo elevador que eu, e me reconheceu. Mas eu não quis falar diretamente com ele, porque ele é né... O dono de tudo e responsável por eu estar aqui. Ele me disse a mesma frase.
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  Gray sorriu. Ele sabia que Jay havia dito aquilo. Assim que Liu iniciou o seu teste, Jay enviou uma mensagem à Gray dizendo: “a garota do hotel veio”. E a partir dali os dois conversaram sobre a apresentação dela. E o momento no elevador, Jay também compartilhou com o melhor amigo.
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  — Olha, tecnicamente o maior responsável por você estar aqui, sou eu. — Gray respondeu à fala anterior dela.
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  — Como assim?
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  — Eu que entreguei a carta. Se eu não tivesse feito o que Jay pediu, você não saberia...
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  — É verdade... — Liu sorriu para Gray: — Obrigada Gray.
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  — De nada. Passou no teste?
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  Ele já sabia da resposta, mas queria vê-la reagindo àquela notícia.
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  — Eu te falei que meu lance é corporal, não falei?
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  — Aishhh... Como é convencida esta garota!
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  — Quase uma rapper.
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  Ela lançou a ele um sorriso convencido e Gray riu concordando.
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  — Parabéns pelo trabalho. — ele disse.
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  — Obrigada. — Liu analisou a situação um minuto, silenciosa: — Gray... Por que o senhor Park te pediu para fazer aquilo?
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  — Primeiramente, esquece o "senhor". Tira isso da sua vida, sério. Você não está mais dentro do hotel, então, seja mais leve. Seja você.
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  Liu sorriu sem graça e concordou.
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  — E Jay não gosta de ser chamado assim, apesar da pose de "todo-poderoso". E depois... Por que está tão interessada em saber?
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  Liu corou. Não esperava que fosse ser interpretada de uma forma errada.
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  — Não é que eu esteja tão interessada, mas eu acho estranho ele dar uma oportunidade assim para uma estranha. Se ele ainda tivesse visto alguma apresentação minha... Mas... Ele é de fazer esse tipo de coisa?
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  — Está muito interessada no Jay... — Gray brincou.
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  — Ai, nossa, não precisa responder. Não é nada disso!
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  — Não fica brava! Eu só não aceito você ser difícil comigo, e não ser com ele. Afinal, o que rolou entre vocês lá em Phuket?
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  — Como assim? Do que está falando?
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  — Vocês não saíram?
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  — Não! — Liu deu um grito, assustando Gray e se desculpando depois:
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  — De onde tirou essa ideia?
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  — Então, me desculpe Liu, mas eu também não sei. Achei que Jay e você haviam...
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  — Não! — ela falou interrompendo ao Gray.
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  Ele sorriu confuso e curioso pela reação dela. Ela ficou pensativa. Se nem mesmo Gray sabia a razão... E pior, se Gray achava que ele teria feito aquilo por outros interesses, o que ela pensaria? Gray pigarreou chamando a atenção da moça, e Liu o pegou observando-a com um sorriso divertido.
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  — O que foi?
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  — Se você não está saindo com o meu melhor amigo, então...
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  — Gray, você não pode estar falando sério, não é?
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  — Eu não vou insistir, mas se você quiser dar uma colorida na amizade que está iniciando entre nós, eu não vou me importar.
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  — Céus! Exatamente: iniciando. Controle-se!
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  Eles saíram do carro que já havia sido estacionado.
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  — Isso não foi um não.
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  — E nem um sim.
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  Ela caminhava à frente de Gray e mexia nos cabelos em aparente desconforto. Os dois entraram no restaurante, sentaram-se em uma das mesas mais afastadas — por vontade dela — e conversaram sobre a estadia de Liu enquanto aguardavam o almoço.
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  — Olha só Liu, eu telefonei à AOMG um pouco depois que você saiu de casa e fui informado que não havia mais disponibilidade de hospedagem. Disseram algo sobre ter sido necessário avisar ao receber o informativo. Eu não quis usar de influência, pelo menos até falar com você.
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  — Fez bem Gray, obrigada pela ajuda, mais uma vez. Mas no RH me disseram o mesmo, e eu optei por procurar outro lugar mesmo. Se não for incomodar mais, eu gostaria de após o almoço procurar outro hotel e aí se você puder me ajudar...
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  — Bom, eu acho que você deveria considerar a minha casa. Eu acho que a convivência enquanto você estiver aqui, ou pelo menos até você se estabilizar, não vai ser negativa para nenhum de nós. Eu não estou sempre em casa, e nem você vai estar. E mesmo que esteja, não é como se fosse incomodar. Eu moro sozinho mesmo...
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  — Gray, muito obrigada, mas...
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  Ele a interrompeu com um dedo na boca dela, antes que ela terminasse e continuou falando:
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  — Eu brinco de dar em cima de você e tal, mas eu sei respeitar uma dama, e pode ficar tranquila quanto a isso. Eu realmente não sou louco de chamar você para se hospedar lá, se não soubesse lidar com a situação. E depois, me preocupa outra questão: você disse que junta dinheiro há algum tempo para alguma coisa, que acredito ser importante, então economizar é importante para você. E tendo em vista que passou no teste, há um contrato com a AOMG pelo menos por um tempo. Então, seu trabalho no resort não vai te aguardar, não é?
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  — Realmente, eu vou ter que pedir demissão de lá. E economizar é importante, mas me hospedar de graça também não era um plano inicial. Cobre-me ao menos algum valor.
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  — Pode me pagar em beijos.
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  — Gray!
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  Ele começou a rir e o almoço chegou. Os dois aguardaram o garçom lhes servir, e Gray perguntou-a:
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  — Tem alguma objeção em ficar lá em casa?
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  — Fale um valor.
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  — Me ajuda com a organização da casa.
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  — Sério? Você nem mesmo suja as suas roupas. — ela falou óbvia apontando para ele.
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  — Ok, então... Que tal se você for responsável pelos cardápios enquanto estiver lá? Eu realmente não gosto de cozinhar.
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  — Tudo bem, mas ainda assim é pouco Gray. Eu não posso aceitar me hospedar sem fazer nada.
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  — Como uma futura ex-camareira você deveria saber que, hóspedes não trabalham.
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  — Não, eles pagam por isso.
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  — Ok, mulher teimosa... Você pode arrumar os quartos, cuidar das roupas, a limpeza da casa, e...
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  — Meus serviços de camareira? É isso o que você está pedindo em troca, ou está achando que vou ser sua esposa submissa?
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  Gray quase engasgou com a comida e olhou para ela de maneira divertida, Liu não acreditava no que estava ouvindo.
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  — Se eu optar pela esposa submissa o que mais vem no pacote?
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  — Um divórcio.
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  — Liu, pague-me como quiser, apenas, aceite minha ajuda. Eu não estou fazendo isso só por você.
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  — Como assim?
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  — Deixe de ser desconfiada. — ele sorriu analisando-a: — E coma.
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  — Eu vou te pagar em dinheiro. A mesma quantia que pagaria no albergue. Não vou ser sua camareira, mas não serei folgada também, porque afinal, não temos uma camareira.
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  — Uma diarista vai lá, uma vez por semana para limpar. Então, temos sim.
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  Ele continuou comendo, e Liu o observou de modo confuso. Ele realmente queria que ela trabalhasse de graça para ele? Ela concluiu dizendo:
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  — E principalmente: nunca mais peça a uma mulher que lave, passe ou cozinhe para você. Principalmente se este não for o ganha pão dela.
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  Ele assentiu, um pouco vergonhado pela maneira como ela o interpretou, se desculpou e os dois almoçaram.
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  Nota de Autora: Eu não sei vocês, mas eu adoro este casal de amigos que está nascendo. E aí, o que acharam do capítulo? Conta no comentário!

N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖


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