Escrava


Escrita porMaria Eduarda
Revisada por Luh


Parte 1 • Início

Tempo estimado de leitura: 18 minutos

  A moça caminhava segurando uma bacia ao lado do corpo; ela mantinha os braços firmes, segurando para que nada caísse. Ela ia em direção ao rio lavar suas roupas e a de outros escravos. Enquanto caminhava sentindo seus pés descalços em contato com o colo, ela cantava uma música conhecida na senzala.
  América tinha apenas 17 anos, nasceu e foi criada na senzala dos Tomlinson desde que os pais morreram apedrejados por seus antigos patrões. Ela cresceu sendo criada por outros escravos que se sentiram tocados pelo fato da moça não ter ninguém.
  Ela sempre soube que assim como nasceu, ela morreria como uma escrava. Alguém que ninguém nunca demonstraria admiração ou respeito. Enquanto caminhava em direção ao rio, América observava os pássaros e poderia parecer estranho, mas ela sentia inveja deles. O modo como eles eram livres podendo voar para qualquer lugar lhe dava um pingo de esperança de um dia sair por ai e nunca mais voltar.
  Mas ela sabia que essa realidade era diferente, ela sempre estaria presa ali. América chegou à beirada do rio e se sentou colocando a bacia no meio das pernas e lavando as roupas. Era a segunda vez que ela lavava as roupas naquele dia, a primeira teria sido a roupa de seus patrões, cujo ela obedecia estritamente com medo de ser punida.
  Depois de levar todas as roupas, América voltou para a senzala não encontrando ninguém, todos os escravos deveriam estar na colheita de café.
  A garota suspirou olhando em volta, a senzala feita de madeira e alguns cipós. Todos os escravos dormiam no chão e não tinham com o que se esquentar no frio. Todos comiam apenas as sobras dos patrões e alguns chegavam a morrer desidratados. Lágrimas começavam a se acumular em seus olhos imaginando que teria que passar o resto da vida naquele lugar.
  Ela se deitou no chão, se encolhendo e fechando os olhos, afinal ninguém poderia tirar os sonhos dela.

[...]

  América correu para dentro da mansão sentindo medo que estivesse atrasada, bateu a porta da Sra. Tomlinson e escutou um “entre”.
  - Me desculpe o atraso, Senhora – a garota se desculpou fazendo uma saudação à patroa. Sra. Tomlinson sempre tratou América com carinho e respeito, mas tentava não demonstrar muito o quanto a preferia por medo de que o marido maltratasse a pobre garota.
  - Você sabe que se eu precisasse, teria a chamado – Srª Tomlinson falou fazendo sinal para que América a ajudasse a amarrar o espartilho.
  - Vosmicê parece feliz hoje – América comentou percebendo a felicidade da patroa.
  - Ah, sim – Sra. Tomlinson sorriu. – Meu filho chega de viagem hoje e estou com saudades.
  América sabia que os Tomlinson possuíam um filho, mas nunca o vira por ser proibido que escravos tivessem contato com os filhos de seus donos, essa lei apenas não se aplicava as amas, escravas que cuidavam e amamentavam quando a criança é pequena.
  - Fico feliz pela senhora – América comentou, ela realmente gostava da Sra. Tomlinson e se sentia confortável em dividir questões com a patroa.
  - Eu e meu marido iremos até a cidade esperá-lo – a mulher comentou olhando América pelo espelho. – Você, por favor, pode deixar tudo preparado para quando ele chegar, quero que ele volte a se sentir em casa.
  - Sim senhora – América respondeu assentindo. Ela não sabia quem era o herdeiro dos Tomlinson, mas tinha certeza que era um rapaz de sorte por ter todo o conforto e carinho que poderia receber.
  - Obrigada América – Sra. Tomlinson se virou e sorriu encarando a jovem de vestimentas simples. – Você é sempre muito útil para mim.
  - Estou sempre à sua disposição, Senhora – América se curvou e saiu logo em seguida.

  Não muito distante dali, Louis Tomlinson desembarcava na estação central de Londres, depois de anos estudando em um dos melhores colégios do mundo, ele finalmente estava voltando para casa.
  Louis aprendeu tudo o que precisava: etiqueta, comportamento, finanças, línguas diferentes. Tudo para se tornar um importante e influente homem no mundo dos negócios. Desde pequeno seu pai lhe dizia que seu sonho, era que Louis assumisse o negócio da família: a colheita de café.
  O jovem carregava a mala em uma mão, e percebeu que uma tempestade forte viria, olhou para os lados a procura dos pais, mas encontrou apenas um escravo que passava de carruagem, fez sinal para que o escravo parasse, e assim ele fez.
  - Por favor – Louis o chamou. – Pode me dar uma carona até a fazenda dos Tomlinson?
  - Sim, senhor – o escravo assentiu e Louis embarcou na carruagem.
  No caminho para a fazenda, a tempestade forte começou a cair, os cavalos da carruagem galopavam mais e mais fazendo com que Louis perdesse o equilíbrio algumas vezes. No caminho olhando a paisagem, mesmo com dificuldade por conta do escuro e da chuva, ele não pode deixar de notar o quanto tudo mudou depois de sua partida.
  Ele se lembrará de quando era pequeno e corria pelo extenso campo sem se preocupar com nada, ou quando cavalgava pelas trilhas feitas na floresta pelos escravos da fazenda.
  Sem se dar conta, o escravo já havia parado em frente ao casarão dos Tomlinson, Louis agradeceu e pegou sua mala apressado para evitar o longo contato com a chuva. Quando chegou encharcado na varanda, ele se permitiu respirar aliviado e feliz por estar em casa. O jovem tirou seus sapatos molhados e olhou de baixo do tapete em frente à porta, a chave estava lá. Como sempre estivera quando era pequeno.
  Assim que abriu a porta, se deparou com a mais perfeita organização da casa, os móveis não eram mais os mesmos, no lugar daqueles que ele se lembraria, estavam móveis novos e totalmente combinando com casa ambiente da casa.
  De repente um gritou ecoou e Louis sentiu uma pancada atrás das costas, quando se virou. Um choque elétrico percorreu seu corpo. A moça de roupas simples, e cabelo preso por um coque carregava uma vassoura na mão pronta para dar o bote, ela parecia assustada, porém determinada, o que fez Louis sorrir.
  - Me desculpa se lhe assustei – se desculpou colocando sua mala no chão.
  - Quem é vosmicê e quem acha que é para invadir a casa dos meus patrões? – a moça perguntou levantando a vassoura para batê-lo, mas desistiu assim que ele fez sinal de rendição.
  - Fico feliz que não deixem qualquer um entrar aqui – Louis falou sincero. – Mas eu sou o dono da casa.
  Ele percebeu a confusão no rosto da jovem e por um momento se permitiu observar os traços da moça, ela era bonita e isso ele tinha que admitir.
  - Oh – ela murmurou largando a vassoura e colocando a mão na boca. – Vosmicê é filho do Sr. e Sra. Tomlinson.
  - O próprio – sorriu irônico e se sentando no sofá. – Você poderia me informar onde estão os meus pais?
  - Eles saíram há algum tempo para buscá-lo – explicou. – Mas se o senhor está aqui, onde eles estão?
  - Provavelmente nos perdemos no caminho – Louis pensou e voltou a encarar a moça que o olhava desconfiada. – Então a senhorita trabalha aqui?
  - Sim – ela assentiu ainda nervosa, será que ele era mesmo o herdeiro dos Tomlinson? A moça pensou, afinal, existiam muitos golpistas naquela região.
  - E o que você faz? – Louis perguntou interessado mesmo sem saber o porquê de querer saber.
  - De tudo – ela deu de ombros. – Faço o que me mandarem.
  - Entendi – ele assentiu e bocejou, América percebeu o cansaço do jovem.
  - O seu quarto está pronto – explicou fazendo Louis balançar a cabeça positivamente.
  - Nesse caso, acho que irei descansar – falou se levantando.
  América o observou por alguns segundos, mas foi o suficiente para achá-lo atraente. Ela o achava atraente, porém nunca havia se sentindo atraída por ninguém, pensou.
  - Caso o senhor precisar de qualquer coisa, basta gritar – falou fazendo menção de que iria se retirar.
  - Na verdade eu, preciso de algo – falou chamando atenção dela. A moça que estava prestes a sair, se virou e o olhou prestando atenção atentamente.
  - E o que seria, Senhor? – perguntou disposta a obedecê-lo.
  - Pare de me chamar de Senhor – Louis disse fazendo careta. – Isso da impressão que sou um velho babão e barrigudo.
  - Mas... mas...isso seria um afronto da minha parte – América mostrou indignação. – Nenhum escravo deve tratar o patrão pelo nome, isso é uma falta de respeito, além de ser proibido.
  - Se eu sou seu patrão, acho que tenho o direito de decidir como quero que você me chame – Louis sorriu convencido e foi em direção ao quarto, mas antes não pode deixar de rir quando ouviu-a xingá-lo baixinho. Ele já gostava da ousadia dela. Oh se gostava.
  América saiu batendo os pés bufando, quem ele pensa que é? Seu patão, sua consciência respondeu. Não importava, ela o chamaria assim como todos os escravos chamam seu patrão.
  Quando entrou na senzala, percebeu que a maioria dos escravos já estava dormindo. Então se deitou em um monte de palhas no canto e se permitiu dormir, afinal o outro dia seria corrido como todos os outros.
  Não muito longe dali, Louis se revirara na cama de um lado para o outro, sua cabeça não parava de pensar em América, ela era ousada e ele gostava disso. Seus pensamentos foram despertos por uma batida na porta.
  - Louis? – Sra. Tomlinson colocou a cabeça para dentro da porta e sorriu ao ver o filho ainda acordado. – Oh querido, fico feliz que tenha chegado bem. Não consegui lhe encontrar na estação.
  - Está tudo bem mãe – Louis se levantou para abraça - lá. – Eu imaginei que vocês teriam ido me buscar, mas como a tempestade começou, achei melhor vir direto para casa.
  - Que bom que chegou bem – ela sorriu. – Espero que esteja bem acomodado.
  - Sim, eu estou – ele retribuiu o sorriso. – Não se esqueça que essa casa também é minha.
  - Eu sei querido – ela suspirou. – Faz tanto tempo que você não vem para casa que me esqueci disso.
  Louis sorriu triste, apesar de anos de estudos fora, ele sentia falta de casa. Sentia falta de acordar todos os dias e sorrir ao ver a mesa de café da manhã, e por mais que ele estivesse feliz viajando e conhecendo o mundo, ele sentia falta de um lugar para chamar de casa.
  - Espero que América tenha lhe recebido bem – Louis franziu a testa.
  - América? – perguntou confusa.
  - Sim querido, a escrava – Sra. Tomlinson explicou, então esse era o nome dela, Louis pensou. – Ela lhe recebeu bem não é? Geralmente ela costuma ser fria demais, mas é o jeito dela.
  - Ela foi muito gentil mamãe – Louis riu imaginando a cena de algum tempo atrás quando ela lhe recebeu segurando uma vassoura.
  - Eu vou lhe deixar dormir – Sra. Tomlinson passou as mãos no cabelo do filho. – Estou feliz que esteja de volta em casa.
  - Eu também – ele sorriu e pensou em América. – Ah como estou feliz.
  Louis foi dormir pensando em América, e nem imaginava que na senzala a pouca distância dali, a jovem escrava sonhava com ele. Era um sonho caloroso e ardente, um sonho que a deixou como ela nunca havia estado antes. Quando ela acordou no meio da madrugada soada e ofegante, não soube o motivo. América tentou voltar a dormir, mas pensamentos voavam para Louis. O que estava acontecendo? Ela pensou, por que não parava de pensar em alguém que mal conhecia? O corpo de América parecia estar pegando fogo e chamando por um único nome: Louis.
  Levou algum tempo para que a escrava conseguisse voltar a dormir. Mas acho que todos sabemos com quem ela sonhou outra vez.
  Pela manhã assim que se dirigiu ao casarão dos Tomlinson, América se sentia envergonhada em ter que encarar o belo jovem depois do sonho ardente que teve. Logo quando entrou na casa, a primeira coisa que América notou foi Louis sentando tomando seu café da manhã, o jovem a olhou sorriu.
  - Bom dia, América – falou com uma voz rouca. – Hoje não tem nenhuma vassoura me esperando?
  Ele estava querendo ser irônico? Ela pensou, revirando os olhos. Ela olhou em direção a pia e sorriu quando viu uma faca. Caminhou em direção a ela, e pegou.
  - Não – ela sorriu convencida. – Hoje eu tenho uma faca.
  Louis arregalou os olhos e cuspiu todo o café. Ela não teria coragem de fazer isso, ou teria? Ele não sabia, afinal, mal a conhecia.
  - Então, patrão – ela foi se aproximando com a faca na mão enquanto ele se afastava. – Eu sei usar uma faca como ninguém.
  O coração de Louis começou a acelerar, ele seria assassinado pela própria escrava da família ali mesmo?
  - América, eu estava brincando – ele sorriu nervoso. – Foi só uma brincadeirinha, pra que tudo isso?
  A escrava sorriu percebendo o quanto ele estava nervoso, ela havia conseguindo o que queria, o que custava se divertir mais um pouco?
  América passou a mão pela lâmina da faca e Louis sentiu sua garganta secar. Ele seria morto.
  - Sabe, eu também adoro brincar, patrão – ela olhou para ele e seguiu o olhar para a faca. – Isso vai ser divertido.
  América caminhou lentamente em direção a Louis, e ele se afastava, mas quando suas costas bateram na parede, ele percebeu que não tinha mais escapatória. América levantou a faca em direção à garganta de Louis e ele fechou os olhos, torcendo para que a dor fosse rápida.
  Louis não entendeu quando ela começou a rir, ele abriu os olhos a viu praticamente agachada rindo sem parar. Ela levava a mão ao peito tentando controlar a risada, mas era em vão. Louis a olhou indignado e percebeu que ela estava o tempo todo o enganando.
  - Você... você – ele abriu a boca varias vezes. – Ora, sua...
  Ela esperou que ele terminasse a frase, mas ele não terminou. Em vez disso ele a jogou sobre seus ombros e saiu da casa.
  - O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – América gritou se debatendo, mas era em vão porque Louis era mais forte que ela.
  - Vou te dar uma lição, querida – ele sorriu. – Você irá aprender a não fazer mais gracinhas.
  - Me desculpa, senhor, por favor – implorou. – Não foi minha intenção.
  Os olhos da escrava se encheram de lágrimas. Seu corpo começou a tremer. Ele a levaria para a forca ou a chicotearia até suas costas sangrarem. Ela já havia presenciando escravos que foram chicoteados e geralmente levavam dias para se recuperar, fora a dor que muitos deles reclamavam sentir. As lágrimas começavam a descer e América não conseguia as controlar.
  Por conta da posição que estava, Louis não conseguiu ver o rosto de América. O que ele imaginou é que a garota deveria estar muito brava, por isso não falou nada. Ele caminhou com ela nos ombros em direção à mata, que possuía um rio. Sua intenção era joga–lá.
  Quando se aproximou do rio, Louis a tirou dos seus braços e pode ver o as lágrimas nos olhos dela, ele não entendeu o motivo e tentou se aproximar, mas se afastou.
  - Por favor, senhor – ela murmurou de cabeça baixa. – Eu prometo nunca mais aborrecê-lo.
  - Está tudo bem, América, não precisa chorar – ele se aproximou contra a vontade dela fez um grande esforço para não beija-la ali.
  - O senhor não irá me chicotear? – sua pergunta saiu em um sussurro por conta do choro. Ele a olhou surpreso. Era isso que ela imaginava?
  - Não – ele praticamente gritou. – Por céus, eu nunca faria isso!
  Louis sentiu o arrependimento pela sua ação, ele deveria prever o que ela estava pensando, afinal, América, era uma escrava e pensou que sofreria consequências como qualquer um de sua origem.
  Mas Louis não era assim, ele nunca teria coragem de machucar alguém de propósito, muito menos uma garota. Especificamente se essa garota fosse América. Ele não precisava conhecê-la a vida inteira para ter bons pressentimentos ao seu respeito, ele não precisava conviver 24 horas por dia com ela para notar sua dignidade, e ele não precisava de muito tempo para perceber, que acabaria se apaixonando por ela. Sim, ele se apaixonaria por ela e teve a certeza disso a partir do momento que a viu segurando uma vassoura pela primeira vez.
  Mas e se ele já estivesse a desejando? Louis pensou, sim. Ele já estava a desejando, estava a desejando desde pequeno quando a viu pela primeira vez no cafezal. Ele demorou um tempo para notar que a conhecia de algum lugar, mas quando ele acordou naquele dia pela manhã, ele sonhou com a garotinha negra do cafezal e reconheceu. Era América. Louis se aproximou dela pronto para tê-la.
  - Eu quero você - Louis murmurou com os lábios contra a testa dela. - Eu quero você dentro de mim e fora, quero você do meu lado e do outro. Quero acordar e dormir com você. Quero você de todas as maneiras possíveis.
  América levou alguns segundos para processar o que ele desejava. Mas quando descobriu, não gostou.
  - Você quer que eu seja sua amante? - foi mais uma afirmativa do que pergunta por parte da garota.
  - Se esse for o único modo de ter você, então sim, seja minha amante - ele encarou a reação dela e queria poder ler sua mente para descobrir o que ela pensava.
  - Eu não posso - murmurou sentindo sua garganta secar. Louis sentiu seu corpo enrijecer.
  - Pense bem, América - Louis segurou as mãos da escrava. - Eu sei que você me deseja assim como eu lhe desejo. Estou lhe oferecendo uma vida cheia de conforto, eu posso lhe dar tudo o que quiser.
  - E o que mudará? - ela fixou seus olhos nos deles. - No fim do dia, eu continuarei sendo uma escrava que precisará voltar e dormir em uma senzala suja e servir aos outros. No fim do dia, eu continuaria sendo uma escrava... uma ninguém.
  Louis sentiu seu coração se partir, ele a queria ainda mais, e a queria agora. Mas ele notou o que ela precisava e sabia que não podia dar isso a ela.
  - Casar – ele murmurou. – É disso que está falando não é? – o moço perguntou, América não precisou responder para ele saber sua resposta. – Eu nunca poderei me casar com você, América.
  - Você acha que eu não sei? – ela o encarou. – Eu não estou pedindo nada, eu nunca falei que queria me casar. Por céus, você mal me conhece e quer que eu seja sua amante?
  Ela tentou caminhar em direção ao casarão, mas foi impedida por Louis.
  - Por quê? – ele perguntou. – Por que está negando isso, quando poderia ter uma vida melhor do que a que você leva?
  Ela engoliu o choro e precisou tomar coragem.
  - Porque eu não quero passar a minha vida como a amante de alguém – começou. – Você já imaginou quando você se casar? Porque você um dia vai se casar e encontrar alguém do mesmo nível que você, e o que acontecerá comigo? Eu voltarei para onde eu saí, uma senzala. E Deus nos livre se eu tivesse um filho.
  - Você negaria um filho meu? – Louis perguntou decepcionado.
  - O quê? Você tem noção do quanto eu o amaria? - ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas. – Eu o amaria tanto que não teria condições de magoá-lo assim como sempre fui magoada, eu o amaria tanto que não poderia fazê-lo passar tudo o que eu passo.
  Louis suspirou, ele não poderia obrigar ela a nada, mas poderia tentar convence-la. E no que ele era bom, era em convencer alguém.

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