entre café e teias


Escrita porSammy
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 2

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

  — %Sophie% — a morena disse baixo assim que se virou para o rapaz do outro lado da bancada.
  Os olhares de ambos se encontraram, Garfield não hesitou em sorrir, pois as covinhas que se formavam nas bochechas da mulher eram os detalhes mais lindos que ele já viu.
  — Andrew. — Apoiou a mão no queixo e deu uma olhada rápida ao redor. — A cafeteria é sua? Espera...
  Um nome chamou a sua atenção em cima do enorme painel, feitas com uma fonte belíssima: Café Com Conforto. Sacou seu celular, e abriu o Google, procurando pelas suas buscas de horas atrás.
  — Eu procurei pela sua cafeteria hoje. —  Virou o aparelho, a fim que ela visse. — Estava louco por um café, aí encontrei. Cinco estrelas. Bem avaliado, e principalmente bem perto de onde eu estava.
  A coincidência fez com que o coração da mulher batesse mais forte em seu peito, e deu alguns passos diminuindo a distância entre os dois. Semicerrou os olhos, lendo o que aparecia na tela do aparelho e Andrew pode ver um sorriso brotar nos lábios carnudos e perfeitamente desenhados da morena, fazendo com que ele sorrisse.
  — Uau! E você acredita em coincidências, pior Homem Aranha? — %Sophie% sorriu sem mostrar os dentes e arqueou as sobrancelhas repetidamente.
  Uma risada ecoou dos lábios do rapaz e ele apenas deixou o aparelho sobre a bancada.
  — Se esse apelido pegar eu estou perdido. Tom e Tobey vão tirar onda com a minha cara o resto da vida!
  A dona da cafeteria riu de um jeito gostoso, e notou que a chaleira começaria a fazer barulho em segundos, desligou o fogo e pegou um termômetro que havia dentro de uma das gavetas. Mediu a temperatura da água, antes de colocá-la em uma das xicaras. 
  — Há quanto tempo vocês estão abertos? — Ouviu a voz de Andrew atrás de si, o sotaque fez com que seu corpo se arrepiasse.
  — Em fevereiro do próximo ano fazemos dois anos. — Seu tom de voz era calmo.
  Da forma que havia aprendido, colocou a água e acrescentou colheres de folhas da Camellia Sinensis, o famoso chá preto britânico e deixou de lado. Se virou para que olhava os detalhes do local e não evitou sorrir.
  — Vocês já começaram a gravar? — Se aproximou mais da bancada.
  — Acredito que vamos começar a gravar realmente só no ano que vem. — Andrew voltou a se sentar no banco — Por enquanto fazemos as provas de todo o figurino, conversamos com os roteiristas, essas coisas. — Deu de ombros.
  — E tem alguma coisa que você já tenha lido no roteiro e achado engraçado ou gostado? Não precisa me contar o que é. Só se tem. — %Sophie% se curvou e apoiou o queixo em uma das mãos.
  — Você é articulada, mulher.
  Foi a vez de ela dar de ombros enquanto sorria.
  — Tem uma cena em que estamos os três juntos, não posso contar a situação, mas o aranha do Tom diz que já fez parte dos Vingadores, e o Tobey diz que é incrível, pergunta o que é isso e eu pergunto se é uma banda. — Fez um bico rápido e juntou as mãos na bancada.
  — Isso é coisa do pior Homem Aranha! — Apontou para ele enquanto gargalhava. — Poderei rir dessa cena no cinema como senão soubesse?
  — Você está liberada.
  — E totalmente grata.
  Riam juntos enquanto se olhavam e %Sophie% pode sentir o seu coração bater mais forte, não por estar na frente de Andrew Garfield, e sim por ele ser um fofo, educado e ter um sorriso que fazia com que ela quisesse sorrir o tempo inteiro.

☕🕷️

  Três dias depois, Andrew passava a maior parte do seu dia experimentando figurinos para o filme, tendo em vista que não se limita apenas aos trajes. No entanto, ele não conseguia tirar da cabeça o som da gargalhada de %Sophie% e como uma covinha se formava na bochecha da mulher sempre que ela ria. Sem falar que ela era expert no que fazia.
  Mais um dia de trabalho terminava, e Garfield caminhava em direção ao seu trailer com sua assistente falando a respeito do que faria amanhã, cinco dias antes do Natal. Ouviu com atenção e concordou em todos os aspectos.
  — Perfeito. Posso chegar mais cedo. Às 7h30. Sem problemas. — Deu um aceno rápido com a cabeça.
  — Ok, senhor Andrew. Até amanhã. — Ela se despediu ao se aproximarem do seu trailer.
  Acenou sorrindo fechado antes que a assistente sumisse e se dirigiu ao enorme automóvel, no instante em que abriu a porta, que ficava sempre destrancada, uma presença fez com que ele se sobressaltasse.
  — Que... p... cacete, Thomas!
  Tom estava sentado em um dos sofás com uma revista em seu colo.
  — O que foi? — questionou calmo.
  — O que foi, o que foi. Você quase me matou do coração.
  Andrew se aproximou do amigo e sentou-se no mesmo sofá, mas um pouco distante. O olhou e ambos começaram a rir.
  — O que você quer? Achei que tivesse ido embora — Garfield questionou após passar as mãos pelo rosto.
  — Quer jantar?
  — Está sozinho hoje?
  — Eu sempre estou sozinho para você, amigo. — O mais novo deu um tapa no ombro do mais velho, fazendo-o rir. — Isso não está certo.
  — Você acha? — Continuou a rir.
  — Sempre estou disponível para você, amigo.
  — Ah! — Andrew ainda ria.

  Foi questão de minutos para que ambos chegassem ao hotel no qual Andrew estava hospedado em uma rua calma de Nova York. Se dirigiram diretamente para o restaurante, optando por uma mesa no canto do enorme salão, recheado de mesas redondas e que pareciam aconchegantes.
  O lustre de cristal no teto alto chamava a atenção, o que fez com que Tom esbarrasse em uma das cadeiras e pedisse desculpas para um rapaz sentado sozinho.
  — Por favor, senta antes que você quebre alguma coisa. — Garfield riu e apontou a cadeira a sua frente.
  — Bonito aqui, né? — Tom se sentou e puxou a cadeira a fim que ficasse mais próximo da mesa. — Quando você vai embora?
  — Provavelmente daqui a dois dias. Quero passar o Natal em casa. E você? — Tomou o cardápio em mãos, olhando as opções.
  Holland começou a falar e Garfield focou nas opções que poderia vir a pedir, mas estava com fome, então queria comer. Ao notar que havia opções de bebidas, e chás, isso fez com que um sorriso brotasse em seus lábios e uma saudade tocasse seu coração ao lembrar-se de %Sophie%. Não a via há três dias.
  Sem pensar duas vezes, pegou seu celular de dentro do bolso e abriu o aplicativo de entregas e em poucos toques chegou no Café com Conforto, sem demora encontrou o local onde mandaria uma mensagem.
  — Você já escolheu?
  — Espera aí — pediu Garfield.
  Riu de si e mordeu a parte interior da sua bochecha, não era muito bom nisso, afinal ele não possuía nenhuma rede social.
  “Oi, é o pior Homem Aranha. O delivery ainda está aberto? Queria fazer um pedido para amanhã. O mesmo de três dias. Estava maravilhoso.”
  — Espera. O que eu vejo é um sorriso nos seus lábios? — Ouviu a voz de Tom.
  — O que, como assim? Não. — Imediatamente Andrew colocou o aparelho sobre a mesa.
  — Me pareceu um sorriso eu vi dentes.
  — Você está enganado.
  Agradeceu mentalmente ao ver o garçom se aproximar e tomar o pedido deles. Tudo foi feito de forma tão ligeira que acabou soltando um suspiro baixo.
  Breves segundos de silêncio tomaram a mesa de ambos, Andrew olhou por cima do ombro do amigo e outro suspiro saiu entre os seus lábios.
  — Ok, há uma garota. — Alcançou a taça com um pouco de água.
  — Ok, eu preciso de mais detalhes! — Um sorriso enorme se moldou nos lábios do mais jovem.
  Bebeu um pouco do líquido e ganhou certo tempo, ao colocar a taça de volta a mesa sentiu o olhar de Tom sobre si.
  — Não tenho muito do que falar, Thomas. — Viu o outro revirar os olhos ao chamá-lo daquela forma e segurou a risada — Eu estava fugindo de algumas fãs, e entrei na cafeteria dela. Conversamos. Ela fez um chá preto incrível para mim...
  — Oh eu adoro chá preto!
  — E... — O fitou por longos segundos antes de voltar a falar. — Foi isso. Conversamos.
  — E você quer conversar com ela novamente?
  Garfield coçou a cabeça de leve e deu um riso nervoso.
  — Eu... hã, não sei. Eu vi a respeito do chá no cardápio e senti saudade dela. É estranho. Mal nos conhecemos, mas quero vê-la. O som da risada dessa mulher é algo sensacional, eu...
  Sua fala foi interrompida por um barulho vindo do seu celular, era uma mensagem.
  — O que diz? — Tom estava empolgado.
  Pegou o aparelho com cuidado e leu o conteúdo na tela:
  “Uau. Já vou ter um delivery amanhã? Feito. Levo para você o meu chá preto que é muito melhor do que os dos britânicos.”
  Uma risada ecoou nos lábios do rapaz.
  “Já está marcado. Tenha uma ótima noite!”
  Digitou aquilo com as mãos levemente tremulas e a garganta seca, em questão de segundos os pontinhos apareceram ao lado da dela indicando que a mulher escrevia a resposta.
  O seu coração batendo forte indicava que ele ansiava pela resposta. A verdade é que ansiava pelo dia que estava por vir.
  “Tenha uma ótima noite também, Andrew.”
  Novamente o aparelho foi colocado de lado e pegou a taça de água, bebendo vários goles e ao colocar de volta ao seu lugar, o olhar curioso de Tom queimava em si.
  — Eu vou vê-la amanhã.
  — Onde? Quando? Como?
  — Eu não vou te contar. — Riu.
  — Você deveria.
  — Mas não vou.
  Todos os momentos que passava com Tom eram divertidos, não tinha como não estar rindo ao ficar na companhia do mais novo. Mas ainda assim, Andrew sentia certa sensação predominar pelo corpo em relação ao dia de amanhã. Era como se fosse a primeira vez.

Capítulo 2
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