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ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Dust

Escrita porLiv
Editada por Lelen

Capítulo 2

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

— Vai ficar parado aí ou irá reagir e me atacar também?
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  — É justo eu te atacar com você vendada?
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  — A minha condição física não deveria ser um empecilho para o meu oponente. Mas, já que prefere assim.
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  Os meus sentidos me abandonaram ao levar um soco no maxilar e ter meu corpo derrubado no chão quente, sendo meu peito feito de apoio de pé. Os únicos sons que consegui balbuciar foram gemidos dolorosos, as estrelas que eu via não faziam parte do céu e minha cabeça começara a latejar. Quinny mantinha sua expressão séria e era nítido que seu olhar não era de reprovação, mas sim de incerteza. Mesmo não vendo totalmente por causa de sua venda, estávamos há três meses convivendo diariamente e durante as noites que passávamos juntos, aprender lê-la foi um dos meus passatempos favoritos. Peguei sua mão e levantei, ainda com incômodos e a respiração ofegante. Os treinamentos foram divididos por níveis, e como a minha experiência era intermediária, fui colocado para o avançado. No início, eu adorava e quase me gabava por tal colocação, afinal, meu ego havia sido massageado. Entretanto, ao observar as primeiras aulas, recolhi meu orgulho e tentei me dedicar o máximo possível. Nós dois treinávamos fora do expediente por pedido meu, não sabíamos quando a guerra chegaria e eu queria estar 100% preparado, ou pelo menos, 80%.
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  — No campo as pessoas não te pouparão por estar debilitado. Se está de pé, significa que lutará até a primeira morte. Sua ou do oponente. - Quinny se aproximou e pôs sua mão em minha costela, de forma que apertasse o suficiente para que pudesse fazer o seu trabalho – Sempre treinei desse modo, meus instintos são trabalhados em todas as áreas. Não é porque estou vendada que eu não possa enxergar, Devon.
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  — Perdão. - Pedi assim que o seu foco mudara para o meu rosto.
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  — Para mim ou para si mesmo? Você foi o prejudicado da história.
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  — Por que você…
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  — Meus pais esconderam o meu irmão e eu por muito tempo nas sombras e sempre que tínhamos que sair na claridade, meus olhos sofriam. Tanto pela falta de costume como por sua condição. Há crenças que expliquem que os regenerativos que nasceram com os olhos acinzentados foram amaldiçoados pelos gananciosos para que, quando mais velhos, servíssemos a eles com um dom mais forte do que o normal. - Parecia que ela podia ler a minha mente ao responder a pergunta inacabada - A sensibilidade que sinto é melhorada com essa venda, que há pequenos furos que permitem que eu enxergue, estimulando a minha visão. Geralmente quando é extremamente necessário, em caso de vida ou morte, eu a retiro. Um dia você verá, se continuar conosco.
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  — Espero que eu não precise. - Quinny arqueou uma sobrancelha - É claro que eu adoraria vê-los, mas não em uma situação tão extrema, sabe… - Riu ao escutar a resposta - É por isso que você é quem cuida da barreira?
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  — Sim, sou basicamente a guardiã. Não só o meu sangue está na terra, mas como a barreira sou eu. Tudo o que criamos está diretamente ligados a nós, assim como o solo é feito de você.
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  — “Do pó nós nascemos, enraizamos nosso sangue na terra seca para que nela fique marcado que as próximas árvores que nascerão serão frutos dos primeiros que voltarão a ser poeira”.
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  — Alguém fez o dever de casa, não é? - A mulher sorriu marotamente – Vamos, amanhã a reunião será antes de todos acordarem.
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  — Me concede a honra de te acompanhar? - Fiz uma reverência, oferecendo o meu braço em seguida.”
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  Seria difícil não relembrar este dia, ainda mais tendo-a em minha frente com seus olhos voltados aos meus. Eu continuava parado e sem reação, apenas observando a mulher com sua expressão neutra. O cinza consumia toda a sua íris e pupila, em um tom claro, quase se igualando ao branco da  esclera. A ganância aumentara uma história para justificar o seu egoísmo, incentivando atos horrendos em prol de seu próprio prazer, enquanto os regenerativos viviam no escuro para terem a sorte de sobreviverem. Uma das pessoas mais belas que eu tenho a sorte de apreciar doou sua vida ao seu povo, os protegendo e liderando uma cidade que, com a minha chegada na época, tinha dez pessoas. Hoje, em questão de meses, eu perdia a conta de quantos cidadãos abrigávamos e ela sempre colocava o seu dever em primeiro lugar. Mas, sabendo de tudo isso, eu ainda possuía uma parcela de inconformação. Não entrava na minha cabeça que provavelmente esse seria um de nossos últimos momentos, e que, talvez, daqui há cinco minutos ou cinco horas entraríamos na guerra.
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  — É tão fácil ler você. Acho que é um dos motivos por gostar de te admirar, é um dos poucos que é transparente o suficiente para confiar. Não espero que concorde, só quero retribuir a sua sinceridade.
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  — Você tem razão. Eu não concordo com a possibilidade da sua morte, tampouco com o fato de quererem invadir uma cidade por causa de indivíduos que nunca fizeram nada de errado! - Senti a minha raiva controlando o meu tom de voz.
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  — Sua preocupação não pode falar mais alto, Devon. É compreensível toda a irritação, infelizmente a escolha é única e não temos como dar as costas agora. Nós somos os guerreiros que construíram essa cidade. - A mulher acariciou a minha bochecha, mantendo o contato visual – Não chore por mim, Devon.
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  Segurei sua mão e a abracei tão forte que ao ser retribuído na mesma intensidade, meus músculos relaxaram brevemente. O seu cheiro adocicado trazia uma certa quantidade de calma para o meu interior, mas, tê-la em meus braços durou por meros segundos.
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  O próximo som que escutamos foi um estrondo vindo de longe da barreira.
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  Eles chegaram.
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Capítulo 2
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