Drácus Dementer


Escrita porHels
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 31

Tempo estimado de leitura: 18 minutos

  De volta ao espaço vazio entre as escadas para o segundo andar, me mantenho longe de todas as pessoas.
  Preciso parar de deixar que Taehyung desvie todas as minhas intenções. Daqui para frente, sem distrações, Elena.
  Quando todos os meus insetos interiores vão embora, me sinto pronta para, enfim, encontrar algumas respostas claras e, talvez, eu já saiba por onde começar.
  Olho em direção a entrada da sala, me certificando de que ninguém surgiria, e depois, olho em direção à porta ainda entreaberta, que de ficava ao meio das duas escadas para o segundo andar.
  Me lembro de ter ido lá algumas vezes, uma em especial, quando levei um pedaço de torta para Jin. Penso que posso ter um pouco de sorte por lá, quem sabe Jin não tem alguma coisa importante escondida no seu escritório.
  Tentando não fazer tanto barulho com os saltos das sandálias, caminho até à porta dupla entreaberta e, ligeiramente, passo por ela, dando em um ambiente escuro.
  Encaro o corredor reto e os outros dois ao lado, e sei que preciso ir para o lado esquerdo, na segunda porta. Era isso, tenho certeza.
  Ando um pouco, e paro em frente à porta trançada, em seguida, seguro na maçaneta e a giro, me sentindo contente por ela não estar trancada.
  Depois de abri-la, empurro a porta lentamente para dentro, revelando a sala totalmente escura. Entro na sala e não fecho a porta, tentando encontrar o interruptor de luz, e mesmo que o corredor de fora esteja escuro também, ainda é menos escuro que a sala, e penso que se eu fechar a porta, não serei capaz de enxergar nem mesmo a sombra das minhas mãos.
  Tateio a parede mais próxima da porta, até que eu sinta o interruptor de luz, que não demora ao iluminar o lugar. E com a claridade que preciso, fecho a porta para que ninguém me veja aqui.
  – Aí está o vestido que anda causando tantas perturbações nessa noite. – Ainda de frente para a porta, agora fechada, sinto todo o meu corpo paralisar ao escutar a voz de Jin.
  Vagarosamente me viro, encontrando-o parcialmente sentado sobre a mesa de madeira do escritório, tendo Namjoon de pé ao seu lado, com os braços cruzados, e Hoseok parado a pouco passos à frente dos dois.
  – Vejam só. – Hoseok aponta em minha direção, e depois se aproxima, segurando em minha mão para me fazer andar para frente, ficando um pouco mais próxima de Jin e Namjoon.
  Quando paramos de andar, Hoseok fica na minha frente, e pega uma das mexas do meu cabelo.
  – Se não fosse pela cor e comprimento do seu cabelo, eu diria que estava olhando pra ela nesse momento. – Hoseok não pisca seus olhos, me encarando de maneira fixa, enquanto sorri, fechado.
  Ela? Amélia?
  – Não sei porque isso é tão importante, esse vestido esteve guardado por anos e ninguém nunca se importou com ele. – Reconheço a voz de Yoongi, e quando me viro para procurá-lo, o encontro deitado sobre o sofá de veludo ao canto contrário da sala.
  Como Jin e Namjoon, Jungkook estava sentado sobre o braço do sofá em que Yoongi estava deitado, e Taehyung estava de pé ao seu lado.
  Todos os irmãos não usavam mais máscaras e vestiam ternos elegantes com variações de tons escuros.
  Eu até poderia perguntar como era possível que Taehyung estivesse no escritório, se acabei de sair da sala e não o vi passando por mim. Mas acho que já sei a resposta.
  Tendo tantos olhares sobre mim, me sinto um pouco apreensiva e sem saber o que fazer.
  – É bom que você esteja aqui, Elena. Nós precisamos mesmo conversar. – Jin fala, me fazendo olhá-lo por cima dos ombros de Hoseok, que ainda estava parado na minha frente, mas ele logo da vai um pouco para o lado, dando vista para seus dois irmãos perto da mesa.
  – Conversar sobre o quê? – Pergunto, apreensiva.
  Hoseok ri, perto de mim.
  – Não precisa se fazer de desentendida, Jimin já nos contou sobre a conversa de vocês na loja da sua avó. – Hoseok diz com tranquilidade, fazendo os meus insetos interiores voltarem.
  Por mais que eu tenha uma única razão para estar aqui, é provável que eu não esteja pronta para isso? Talvez sim, e é por isso que acabo dando alguns passos involuntários para trás, tentando me afastar, mas acabando por esbarrar em alguém mais alto que eu.
  Ao me virar, encontro Jimin parado atrás de mim, que sorri quando o encaro. Ele também não estava mais de máscara.
  – Sinceramente, ainda bem que vamos ter essa conversa. Eu sou o que sou, e já estava ficando de saco cheio de ter que mentir por sua causa. – Yoongi fala do sofá, com os olhos fechados e as mãos atrás da cabeça.
  – O que você é? – Por impulso, pergunto, e Yoongi abre um dos olhos e sorri.
  Jungkook, ao seu lado, sentado sobre o braço do sofá, ri nasalado. E Taehyung enfia as mãos para dentro dos bolsos das calças pretas do terno, e dá um mínimo sorriso de lado.
  – Vamos, Elena, você sabe o que nós somos. – Jin apoia sua mão sobre a mesa de madeira da qual ele estava sentando apenas com uma perna.
  – Você só precisa perguntar. – Hoseok inclina cabeça para o lado e sorri, enquanto me encara de cima a baixo.
  O nervosismo me abraça de novo e, dessa vez, mais forte do que das vezes anteriores. Eu estava mais perto do que nunca da verdade, mas isso parece demais para mim.
  Seguro no tecido do vestido, e abro minha boca que treme um pouco, enquanto reúno coragem o suficiente para dizer isso em voz alta.
  – Só precisa perguntar...
  – Vocês são vampiros? – Quando as palavras saem em alto e bom som da minha boca, era como se tudo ao meu redor tivesse parado, enquanto um zumbido estranho preenchia os meus ouvidos, como se eu estivesse me desligando agora.
  – Sim. – O sorriso aberto e largo de Hoseok perto do meu rosto, é o que me puxa de volta ao meu estado normal, ou quase normal.
  O escritório fica em silêncio, e começo a me sentir sufocada.
  – Então a Wendy...
  – Entenda, a sua irmã poderia ser um problema, por isso, precisamos dar um jeito nela. – Jin suspira alto, enquanto enfia uma mão para dentro do bolso das calças de seu terno, puxando para fora um anel com uma pedra preta que ele joga para o ar e, logo em seguida, pega.
  O anel da Wendy.
  – Como...? – Pisco os olhos várias vezes, não acreditando no que estava vendo.
  – Parece que foi ontem... – Namjoon ri ao lado de Jin. – Jimin voltou pra casa e disse que conheceu duas garotas na floresta e que, uma delas, tinha um cheiro diferente. Um cheiro do qual ele só tinha sentido uma vez e em uma única pessoa.
  – Cheiro diferente? – Pergunto, receosa e apreensiva.
  – O cheiro de alguém muito especial. – Escuto a voz de Jimin atrás de mim, seguida por suas mãos sobre os meus ombros.
  – Nós precisávamos conhecer um pouco mais dessa pessoa de cheiro diferente, já que fazia um bom tempo que ninguém com esse cheiro entrava na floresta. E foi por isso que tivemos que hipnotizar a sua irmã, se não ela poderia estragar tudo.
  – Q-Quando vocês fizeram isso? – Aperto o tecido do vestido contra os meus dedos, ainda sentindo as mãos de Jimin sobre os meus ombros.
  – Blarie foi a primeira, mandamos ela até à sua casa, e foi quando ela pegou o anel da sua irmã. Depois foi o Jimin, quando sua irmã veio te buscar aqui. – Yoongi responde tranquilamente do sofá. – Acho que todos nós fizemos isso pelo menos uma vez. Sabe, você deixava sua irmã muito tempo sozinha naquela loja, e isso ajudou muito.
  O zumbido de antes volta, e me sinto mentalmente zonza.
  Eu não podia acreditar, eu não conseguia.
  – Então todas aquelas marcas na Wendy... foram vocês. – Encaro o chão, sentindo que não tinha controle para onde olhava.
  – Você deveria perguntar isso pra Amia. Ela não gosta nenhum pouco de você, e faria qualquer coisa pra te deixar desse jeito. – Encaro Jungkook, que arqueia as sobrancelhas, enquanto passa um dedo perto da boca, sorrindo para mim.
  Eu me sentia atônita, completamente atônita com tudo isso. Nesse momento, estar perto desses irmãos me fazia ficar mal, eu não estou tão confiante como achei que ficaria. Então me viro, dando de cara com Jimin, que em silêncio, consegue ver através dos meus olhos confusos, e me dá espaço para sair desse escritório.
  Abro a porta com tanta presa que ela se fecha em um alto estrondo, enquanto fico parada no corredor escuro.
  Olho sobre os ombros, vendo a luminosidade do lado de dentro do escritório.
  Pensei que poderia lidar com isso, que poderia fazer algo em relação a Wendy, mas quando escutei tudo aquilo, eu não sei, nada parecia fazer sentido, e agora eu tenho esse mal-estar dentro de mim.
  Escuto um baixo ranger de porta, e viro assustada para o lado, vendo que a última porta do corredor estava, sutilmente, aberta. Olho mais uma vez para a porta fechada do escritório e depois para a última porta.
  Definitivamente não posso ficar perto desses irmãos, mas não há mais mentiras, e aquela porta que se abriu no final do corredor não é uma coincidência, eles já não me escondem mais a verdade e estão querendo que eu descubra tudo de uma vez, sei que é isso.
  Ainda parada em frente ao escritório, respiro fundo, e me viro de frente para o corredor. Meu nervosismo não me abandona em momento algum, e todos os meus passos são lentos, de modo que, eu pareça não querer fazer isso e, talvez, não queria mesmo... mas eu preciso.
  Me sentindo agoniada, retiro a máscara que estava em meu rosto e a jogo o chão, enquanto continuo andando pelo corredor.
  Quando chego em frente à porta aberta, descubro que atrás dela, havia uma escada curvada de pedras que levava, possivelmente, para um porão, que era ainda mais escuro que o corredor.
  – Você não vai ter outra chance, Elena. Precisa fazer isso agora. – Seguro na borda da porta e falo para mim mesma, antes de olhar uma última vez para o corredor, vendo que a porta do escritório ainda estava fechada.
  Respiro fundo de novo e piso sobre no primeiro degrau da escada de pedra. Apoio minha mão na parede de dentro para não cair e, com muito cuidado, começo a descer a escada, escutando apenas minha respiração e o barulho dos meus saltos contra a pedra.
  Olho para trás e a porta continua do mesmo jeito, então desço e desço mais um pouco até os saltos de minhas sandálias tocarem o chão do porão. Saio dos degraus e piso firme, olhando ao meu redor na tentativa de encontrar alguma coisa, mas o escuro aqui embaixo era muito intenso, assim como um cheiro ruim, como se algo podre estivesse guardada nesse lugar por muito tempo.
  Tapo meu nariz com as mãos, quando o cheiro começa a embrulhar meu estômago, enquanto começo a entrar na escuridão do lugar em busca de algo que iluminasse.
  Cautelosamente caminho para frente e meus pés esbarram em algo duro que faz um estranho barulho de coisas caindo no chão. E por susto, contenho um grito apertando mais forte minha mão contra meu rosto, e ando para trás, acabando por tropeçar em algo que me faz cair de costas e bater contra uma parede.
  Minhas pernas ficam sobre alguma coisa, provavelmente, sobre o que tropecei.
  Apoio minhas mãos no chão áspero e tomo impulso para levantar, retirando minhas pernas de cima do que tropecei. E com algum esforço, consigo me levantar para, em seguida, repetir o que fiz no escritório, ao tatear pela parede dura até encontrar algum interruptor.
  Desta vez, tive um pouco mais de trabalho e esbarrei em mais coisas antes de conseguir ligar a luz do porão, que me fez inspirar todo o cheiro de podre ao enxergar o segredo que estava guardado aqui embaixo.
  Encosto meu corpo contra a parede em que o interruptor estava, e começo a respirar com dificuldade, enchendo os meus pulmões com o cheiro da morte. Aperto os dedos contra a parede, como se ela fosse alguém que pudesse me ajudar.
  Eu encontrei o inferno.
  O lugar era pequeno e sem qualquer móvel, apenas inúmeras vigas de madeira que pareciam sustentar alguns pares de algemas que já não conseguiam mais prender todos os ossos secos e sujos que estavam espalhadas as pilhas, por todos os lados. Mas quem me dera se o maior dos problemas fossem os ossos, e não os corpos que putrificavam no chão, fazendo com que moscas se apossassem de sua carne que parecia derreter.
  Os meus joelhos tremem, quando reconheço aquele rosto sem vida e rasgado, como sendo Caleb. Ele parecia estar aqui há tanto tempo, que seu corpo estava sumindo e enchendo o lugar com esse cheiro horrível.
  – Eu preciso sair daqui... preciso. – Com os olhos ardendo, e sem conseguir desviar do segredo horripilante que encontrei, tento correr para longe, mas acabo tropeçando em algo de novo e, dessa vez, não são só as minhas pernas que ficam sobre o que me derruba, e sim, o meu corpo todo.
  Olhos azuis e sem vida me encaravam, o longo cabelo que parecia não ter mais brilho, a pele sem cor, as marcas por seu corpo coberto por um vestido sujo e rasgado. Foi assim que eu encontrei Lydia.
  Completamente horrorizada, me levanto rapidamente, tirando meu corpo para longe do de Lydia, que era fria como a morte.
  Corro em direção às escadas de pedra e caio sobre os primeiros degraus, mas isso não me impede de subir, querendo fugir para bem longe desse inferno.
  Quando volto ao corredor, não me preocupo em fechar a porta, apenas saio correndo, passando em frente ao escritório que estava escuro.
  Praticamente, me jogo sobre as portas duplas que me tirariam daqui, mas sobressalto no lugar ao me assustar com Hyun parado do lado de fora. O garotinho carregava uma pequena boneca manchada de vermelho.
  – Veio brincar comigo hoje? – Hyun pergunta, com sua boca manchada de vermelho também, um vermelho que havia secado, mas que escorreu por seu queixo e sujou sua roupa.
  Corro para longe de Hyun, sentindo que poderia começar a chorar a qualquer momento.
  Atravesso o espaço vazio entre as escadas, escutando a música que vinha da sala. Depois, corro em direção ao hall vazio, avistando a porta de entrada como a minha única saída desse lugar.
  – Ei, você! Espera um pouco!
  Me viro em alerta quando escuto alguém gritando no hall.
  Um homem de cabelos escuros e terno branco, corria para tentar me alcançar.
  – Eu preciso falar com você. – Ele levanta uma de suas mãos e pede que eu espere.
  Encaro a porta que estava a literalmente uns seis passos de mim, e penso em ignorá-lo e fugir, mas ele se aproxima com rapidez.
  – Eu estive te procurando esse tempo todo. – Ele sorri quando para na minha frente.
  – Por quê? – Pergunto, com a voz um pouco embargada pelo choro que engoli.
  Pisco algumas vezes, tentando afastar todas as lágrimas.
  – Por quê? – Ele ri, e se aproxima mais de mim, me fazendo andar para trás até encostar na parede do hall. – Porque você é a garota mais bonita desse lugar. Eu não podia te deixar ir embora assim. – Ele tenta tocar o meu rosto, mas me esquivo.
  O homem de cabelos escuros e terno branco arqueia as sobrancelhas.
  – O que foi? Eu não sou tão bom quanto um deles? – Seu sorriso que embrulha meu estômago some, e seus olhos assumem um brilho ruim. – Isso tudo é por que eu não sou um Dracul como eles?
  O choro sobe por minha garganta quando ele coloca uma mão na minha cintura e a outra na lateral do meu pescoço.
  – Não se preocupe. Eu posso te mostrar que sou tão bom quanto eles. – Sua voz fica baixa, e ele leva seu rosto em direção ao meu.
  Sentindo todo o desespero fluir por mim, junto todas as minhas forças e o empurro para trás, mas ele acaba segurando em meu colar e o levando junto.
  As bolinhas brancas como pérolas, caem no chão, pingando para todos os lados.
  – Sua vadiazinha de merda. – Ele rosna entre os dentes, quando seu corpo bate na parede do outro lado do hall.
  Ele segurava o cordão transparente do colar, com uma feição irritada que não perdurou, já que seu rosto se torna surpreso poucos segundos depois.
  – Que cheiro é esse? – Ele olha confuso para os lados, enquanto parece farejar.
  Em seguida, seus olhos encontram os meus, e um sorriso completamente nojento aparece em seu rosto.
  – Espera, esse cheiro é seu? – Ele solta o cordão transparente do colar, e se aproxima de mim tão rápido que parece que eu apenas pisquei.
  Tento afastá-lo outra vez, mas ele agarra meu pulso direito com muita força, enquanto me mantém presa na parede.
  Sua mão esquerda volta para minha cintura, me apertando com brutalidade.
  Seus olhos começam a ganhar um tom de vermelho, e algumas veias finas e pretas saltam na parte debaixo de seus olhos. Ele abre a boca e seus caninos crescem no mesmo instante.
  Arregalo os olhos, respirando com rapidez, sentindo todo meu corpo tremer.
  Ele sorri de novo, e tenta aproximar sua boca do meu pulso direito.
  Começo a me debater freneticamente, mas ele era muito mais forte.
  As batidas do meu coração, aceleram e, tomada pelo completo desespero, lembro da seringa que trouxe comigo.
  Seus lábios tocam no meu pulso, e seus dentes roçam na minha pele, seguida de uma mordida leve que ficava mais intensa à medida que seus dentes pareciam que iam atravessar minha carne.
  Enfio a mão dentro do decote do meu vestido e pego a seringa, quase a derrubando pelo nervosismo.
  Entreabro minha boca, respirando pesado e alto. Seus dentes espetam minha pele, e posso ver duas gotas de sangue escorrerem. Cheia de desespero, levo minha mão esquerda em direção ao seu pescoço, acertando a seringa em sua pele pálida. Seus olhos vermelhos me encaram, e sua boca suja de sangue se afasta do meu pulso. Aperto o êmbolo da seringa, injetando todo o líquido de Erva-Verde nele.
  Seu corpo cai no mesmo instante, me libertando. E no chão, ele vomita sobre toda a roupa, uma grande quantidade de sangue.
  – O que é isso?! O que é isso?! – Ele me olha irritado, engasgando na próxima leva de sangue que vomita.
  Apavorada, me jogo contra a porta de entrada e a abro, correndo para fora da mansão.
  Desço os degraus com presa e entro no jardim, passando desesperada pelas flores e pela fonte de gárgula, mas sou obrigada a parar quando vejo Taehyung me esperando nos portões da mansão.
  – É melhor você ir embora de uma vez. Não vai demorar pra que eles sintam o seu cheiro. – Com uma expressão serena e com as mãos para dentro dos bolsos, Taehyung fala, enquanto o vento da noite, balança seus cabelos claros.
  Neste momento, encontrando-o depois de tudo que vi, já não sou capaz de segurar as lágrimas que enchiam os meus olhos.
  – Você mentiu pra mim... me enganou. – Cheia de mágoa, minha voz sai embolada e baixa.
  Seus olhos encontram meu pulso machucado e, como medida de proteção, tampo o sangue que escorria.
  – Eu nunca menti pra você, Elena. Você sabe disso. Esteve comigo por vontade própria. – O vento uiva entre nós, tornando frias as lágrimas que escorriam por meu rosto.
  – Você é um monstro. – Falo em meio ao choro.
  – Eu sou um vampiro.
  Ele depois desvia seu olhar do meu, olhando algo ao longe.
  – Vá embora, Elena. – Ele volta a me encarar. – Vá embora, agora! – Ele grita, me assustando e me fazendo correr para fora da mansão.
  Sem olhar para trás, entro no caminho de arbustos, sendo engolida pela noite da floresta.

Capítulo 31
0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Todos os comentários (0)
×

Comentários

×

ATENÇÃO!

História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

O Espaço Criativo não se responsabiliza pelo conteúdo das histórias hospedadas na sessão restrita ou apontadas pelo(a) autor(a) como não próprias para pessoas sensíveis.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x