Capítulo 36
Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Tudo estava um caos, enquanto eu corria por entre as árvores altas e terreno seco das pequenas colinas, atravessando o que um dia foi o Festival de Sangue dos Draculs.
De alguma forma, todos aqueles que lutavam no vilarejo, souberam que Henry e Kihyun fugiram, o que me faz pensar que haviam muito mais com eles do que pensávamos. Após isso, todos do lado de Henry fugiram, provavelmente indo encontrá-lo em algum esconderijo. A maioria dos seguidores de Taehyung, foram atrás dos lobos e dos vampiros traidores, e outros levaram Hyun para longe onde pudessem curar o ferimento do garotinho, cujo eu torcia com todas as minhas forças para que ficasse bem. Sally disse que fez o possível para ajudar Hyun, mas que não parecia o suficiente. Por isso, ele foi levado para longe, sendo acompanhado por Jimin e Blarie.
Eu poderia ter me voluntariado a ir junto atrás dos lobos, mas Skull apareceu na mansão algum tempo depois com Wendy e Sally, que me trouxe a capa vinho-escura de Taehyung, manchada de sangue. Eles carregavam nossas malas, que vieram direto da Transilvânia. Segundo o mordomo, Taehyung havia dado uma ordem direta para que ele nos tirasse de Upiór assim que tudo acabasse, pois, sem ter a certeza de que ele e seus irmãos voltariam, Taehyung queria garantir que eu estivesse segura em algum lugar longe da igreja.
Skull me entregou um bilhete escrito por Taehyung:
“Seja forte agora, por você e pela nossa criança.”
Quando li suas palavras, quis chorar e gritar que não poderia ser forte sem ele do meu lado, mas Taehyung já não estava mais lá para que eu fizesse isso.
Aperto com força o bilhete, enquanto seguro sua capa e continuo correndo por cima das pedras e folhas, até encontrar uma estrada de terra, onde um carro escuro já nos esperava. Eu não sei para aonde vamos, mas Skull garantiu que nos esconderia em um lugar que a igreja nunca nos acharia.
O mordomo ocupou o banco do motorista, e Sally foi do seu lado no carona. Atrás, me sentei entre Wendy e Lilu, que me abraçavam, me fazendo estar grata por elas estarem bem, pelo menos. Foi um alívio tão grande quando vi minha irmã e Sally chegando na mansão, ao menos uma parte do peso em meu coração sumiu naquele momento. Eu gostaria de ter me despedido de Meg, mas não pude. Wendy falou que ela lutou fielmente até o final, antes de ser liberta do exorcismo com os outros.
O carro começa a se movimentar sobre a estrada irregular, nos chacoalhando levemente para os lados, enquanto escutávamos o barulho dos pneus passando por cima do chão áspero.
Os braços de Lilu que estavam a redor do meu, se apertam um pouco, e quando a encaro, a vejo olhando além da janela com um olhar triste e abatido. Eu sei como ela se sente em relação a Jin e a Hoseok, por isso, sei exatamente como ela se sente nesse momento.
Wendy encosta sua cabeça em meu ombro e eu suspiro, enquanto sinto o cheiro de Taehyung vindo da sua capa que mantive comigo. Encaro minha mão, dando falta do anel que deveria estar no meu dedo. E com mais um suspiro, encaro minha outra mão, fitando o único anel que me sobrou: o de noivado, aquele que não saia do meu dedo porque representava tudo que Taehyung e eu sentíamos um pelo outro.
Quando outra onda ardente de choro sobe por minha garganta até os meus olhos, o barulho baixo do meu celular apitando me distrai um pouco. Abro o bolso da bolsa sobre o meu colo e puxo o aparelho para fora, vendo que havia chegado uma mensagem... era do Padre Albert e dizia: “Boa sorte, e que o Senhor te proteja.”
