Drácus Dementer: Lycanthrope


Escrita porHels
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo 19

Tempo estimado de leitura: 18 minutos

  Mais um dia, mais uma noite e mais invasões as igrejas. Esses eram nossos momentos finais, os lobos estavam, aos poucos, migrando para um novo esconderijo. Mas, desta vez, minha equipe acabou se desfazendo. Taehyung passou o dia inteiro trancado no calabouço com Carla, e eu não faço ideia se ele descobriu alguma coisa. A verdade é que, depois da nossa conversa, nós não nos vimos pelo castelo, apenas soube por Jimin que hoje Taehyung disse que não iria, então essa tarefa ficou para as equipes de Sally e Lilu.
  O restante do meu dia se arrastou como um castigo, e a todo minuto eu me lembrava do que fiz com Jungkook, e isso me deixava mal comigo mesma, pois sei que cedi apenas por estar chateada com Taehyung, por um motivo incrivelmente idiota.
  As coisas não se tornaram mais fáceis aqui e eu acabei ficando no castelo também, visto que não estava com ânimo para enfrentar lobos ou as provocações de Jungkook, que acabou se juntando à equipe de Sally esta noite.
  Eu sabia que, no fundo, só permaneci no castelo porque estava com medo de deixar Taehyung sozinho com Carla. Eu me sinto patética por isso, mas meu coração arde. Todos esses anos tentando reprimir os sentimentos que semeei em Upiór sem nem perceber, eclodiram no momento em que senti o gosto amargo de perder algo que eu estava tentando me desfazer. Eu me sentia segura nas palavras de Taehyung, “eu gosto de você", segura o bastante para manter a minha negação, mas eu não acho que posso fazer isso agora. E todos esses pensamentos parecem que vão me destruir a qualquer momento, pois eu sei o quão errado são; uma Van Helsing e um Drácula... quando isso foi certo? Eu estou jogando a minha alma no fogo, sem direito a uma redenção, estou fazendo tudo errado e não sei se Deus irá me salvar no final.
  Eu deveria estar com Wendy agora, apoiando minha irmã em sua recuperação, mas estou aqui, sentada no chão da sala de sacrifícios, em frente ao calabouço, espiando por uma pequena fresta, afastada o bastante para que eles não me notassem.
  Há vinte minutos, decidi que deveria conversar com Taehyung e me desculpar por agir tão descontroladamente, por ser como a Amia. Mas toda minha coragem foi embora quando os vi conversando. Carla parecia conhecer tão bem ele, até mais do que eu conheço. Ela não tinha vergonha de falar sobre seus sentimentos, e isso parecia deixar Taehyung conflituoso o bastante para não me notar e nem sentir o meu cheiro.
  Ele estava sentado no chão, com os joelhos dobrados e as mãos apoiadas nos joelhos, sua cabeça estava abaixada, e eu sabia que ele estava cansado de tudo isso. Já Carla, estava presa pelas pernas e braços por correntes, seu corpo estava coberto pelo suor sob sua pele negra, e os seus cabelos grudavam no rosto com alguns resquícios de sangue seco.
  – Por que você não acaba com isso logo, Taehyung? Nós dois sabemos que é assim que termina a nossa história. – Carla diz com um tom de voz sôfrego, como se tivesse acabado de correr.
  A cabeça de Taehyung se mexe e ele a ergue, encarando a parede escura na sua frente.
  – Não há motivos para despedidas tristes, meu querido, porque você sabe que eu te amei por todas as noites que nos encontramos, e isso é tudo. Não há mais nada entre nós, Taehy...
  – Me conte a verdade, Carla! – Sua voz alta corta o calabouço enquanto interrompe a mulher de cabelos enrolados e olhos amarelados.
  Taehyung se levanta em um único impulso, ficando de frente para ela.
  – Me conte a verdade, Carla! Me conte a verdade agora e pare com essa besteira! – Sua voz era tão sombria quanto uma noite de nevoeiro.
  Meu corpo se encolhe involuntariamente no chão e abraço as minhas pernas, me sentindo completamente tenso por esse momento que nem me pertencia.
  Carla sorri de lado, com os olhos brilhantes afundados no âmbar da malignidade.
  O som da respiração pesada de Taehyung preenche o calabouço, vazando para onde eu estava, antes que ele enfie sua mão na barriga de Carla, abrindo um grande buraco.
  Carla range os dentes, os apertando com força, como faz com os olhos, tentando comprimir sua dor que escapa por gemidos agudos.
  – I-Isso não te lembra os velhos tempos? – Com dificuldade, Carla ri, fazendo sangue saltar da sua boca.
  Taehyung retira sua mão de dentro da barriga de Carla, batendo-a na parede e deixando a marca de cinco dedos de sangue.
  – Eu sei que vou morrer, T-Taehyung.... n-não estou me importando com retaliações... – Carla fecha um dos olhos, apertando seu rosto em uma feição de dor. – Se você quer saber... a verdade, eu vou te contar. M-Mas já não vou estar aqui depois para te consolar... meu querido Taehyung.
  Com a mão direita ainda apoiada na parede, Taehyung se aproxima de Carla, deixando seu rosto bem próximo ao dela.
  – A verdade, Carla.
  Ela sorri de novo, enquanto algum sangue escorre para fora de sua boca e barriga, que já começava a se curar.
  – E-Em todas as religiões, sempre existe aquele que guiará seu povo.... nunca dois ou três, apenas um. É assim que as coisas são, Taehyung. – Seus olhos cor âmbar, encaram Taehyung com veemência. – Quando se experimenta estar no lugar de um Deus, é difícil deixar que outro usurpe o seu lugar, mesmo que esse alguém seja o seu próprio sangue.
  Puxo todo o ar para dentro dos meus pulmões, segurando a respiração por alguns segundos.
  – Você deveria ser a continuidade, aquele que compartilha sangue, carne e desejo, mas foi corrompida pela humana que te deu à luz. Você sabe o quanto decepcionou seu pai por isso?
  Os dedos de Taehyung se apertam na parede, se fechando lentamente enquanto deixam para trás um rastro de sangue.
  – Então ele está vivo. – Eu não conseguia ver o rosto de Taehyung com clareza, mas o tom de sua voz entregava toda sua raiva.
  Carla o encara por alguns segundos, antes de responder.
  – Sim, Henry está vivo, mas eu sei que você já sabe disso. Você não é burro, Taehyung, por isso se tornou o Drácula. Eu até perguntaria o que te levou a ser como o seu pai, mas sei que a sua sede por sangue foi a responsável pelas vidas que você já ceifou nessa terra.
  A mão de Taehyung vai da parede para o pescoço de Carla.
  Meu corpo fica ainda mais tenso, e tento controlar meu nervosismo para não ser descoberta.
  – E você será a próxima. – Enquanto sua voz transborda raiva, seu nariz encosta no rosto de Carla, que tenta mexer os braços, provavelmente para se livrar do aperto de Taehyung, mas as correntes não permitiam.
  – D-Deixe-me c-contar uma coisa.... a-antes que eu m-morra. – Com maior dificuldade, Carla tenta falar.
  Taehyung suaviza seu aperto, mas não solta o pescoço dela.
  A mulher puxa o ar para os pulmões com desespero, fazendo seu tronco subir e descer com rapidez. Ela olha para o chão e depois para Taehyung.
  – Amélia não morreu no parto de Hyun, Taehyung... – Carla faz uma pequena pausa para puxar mais ar. – Seu pai a matou.
  O meu corpo inteiro se arrepia de um jeito ruim, e sinto meu sangue correr gelado por minhas veias. Os meus olhos se arregalam, enquanto levo minhas mãos até à boca.
  – Do que você está falando?! – Taehyung grita contra o rosto de Carla, como um trovão em noite de tempestade.
  Carla fica um pouco mais séria, sem desviar seu olhar do de Taehyung.
  – Henry matou Amélia porque ela era a sua humanidade e dos seus irmãos. Ele queria arrancar isso de vocês para sempre, então a matou após dar à luz a Hyun, dizendo depois que ela morreu no parto.
  – Você está mentindo, não está, Carla? – A voz de Taehyung vai se tornando mais baixa e a fúria dava lugar a descrença.
  Carla aperta os lábios sujos de sangue.
  – Você está ligado ao seu pai. Tente mergulhar no passado dele e verá que não estou mentindo.
  Entrelaço os dedos na frente do rosto, os encostando na boca. Eu queria correr até lá e tirar Taehyung de dentro desse calabouço, mas eu não conseguia, pois estava presa a uma horrível sensação, como se estivesse sonhando agora.
  Taehyung não diz mais nada, mas sua mão volta a se apertar ao redor do pescoço de Carla, a fazendo perder o ar mais uma vez. Em um gesto abrupto, Taehyung beija Carla. E não demora mais que segundos para que o corpo dela comece a perder cor e forma, deixando seus ossos saltados debaixo da fina camada de pele sem gordura, enquanto sua alma era sugada até a morte.
  Restando apenas um velho saco de ossos sem vida, Taehyung se afasta do corpo preso nas correntes, fazendo uma cortina de fumaça escura surgir, antes que um pequeno morcego saísse voando do calabouço.
  Me sentindo assustada, meus olhos correm por todas as direções e, com um último olhar para o corpo de Carla, me levanto do chão e saio correndo da sala de sacrifícios.
  Faço todo o caminho até estar de frente para a grande escada que levava para o segundo andar. Seguro no corrimão, sentindo meu coração saltar inúmeras vezes dentro de mim, fazendo as batidas martelarem em meus ouvidos.
  Desesperadamente, começo a subir todos lances de escadas, sentindo as minhas pernas queimarem. E assim que meus pés tocam o sétimo andar, escuto barulhos altos que fazem meu corpo ficar tenso.
  – Taehyung... – Sussurro, antes de correr em frente as portas dos escritórios e da sala das noivas, indo direto para as escadas do oitavo andar. E quando termino de subi-las, o barulho se torna ainda mais alto.
  Pancadas pesadas preenchendo todo o corredor.
  Havia uma única porta aberta, fazendo com que a luz de dentro dela iluminasse a parede do outro lado do corredor; era a sala de música. Corro até ela, parando na entrada, onde vejo Taehyung destruir tudo que encontrava pela frente.
  Ele segurava um delicado violino, que usou para acertar o piano inúmeras vezes, fazendo as teclas pretas e brancas voarem para todos os lados, antes que ele empurrasse o grande instrumento para o chão, que bate no assoalho com violência, me fazendo sobressaltar.
  – Taehyung, o que você está fazendo? – Exasperada, entro na sala de música e tento me aproximar dele.
  Taehyung olha em minha direção, me mostrando seu semblante de fúria, suas presas e olhos vermelhos cobertos por lágrimas.
  Paro no lugar, sentindo uma sensação horrível de enjoo ao vê-lo dessa forma. Os ossos dentro de mim pareciam mexer, enquanto sou dominada por uma angústia avassaladora, como se sentisse o mesmo que ele.
  Em seguida, Taehyung pega mais um dos instrumentos e atira contra as portas da sacada, fazendo estilhaços de vidro saltarem, enquanto o instrumento voa para fora do castelo.
  – Taehyung, para com isso! Pelo amor de Deus, para! – Vou até ele, tentando segurar seu braço para que ele não destrua mais nada.
  Ele me encara mais uma vez, de um jeito que me causava medo, e puxa seu braço rudemente, me afastando.
  – Sai daqui, Elena! – Ele grita, se descontrolando mais ainda, enquanto permanece destruindo tudo.
  Os meus olhos começam a marejar, mas engulo essa vontade de chorar.
  – Não te mova! Amarro-te agora, immunda spiritus! – Grito de volta para ele, erguendo minha mão em sua direção, conseguindo conter seu corpo, que paralisa no lugar.
  Limpo meu nariz com o antebraço, quando ele escorre devido ao choro que reprimo.
  Ele começa a tentar se libertar do exorcismo e, por ser tão forte como é, aos poucos, ele consegue ganhar alguma mobilidade.
  – Taehyung, já chega, por favor, para. – Lentamente me aproximo, até estar na sua frente.
  Seus olhos vermelhos me encaram e algumas lágrimas deslizam por seu rosto.
  O meu coração literalmente dói em uma fisgada, me fazendo libertar Taehyung do exorcismo, que cai de joelhos. Ele apoia as mãos no chão e abaixa a cabeça, fazendo suas lágrimas pingarem no chão.
  Abro a boca e respiro fundo, piscando meus olhos várias vezes para afastar o choro. Depois, me agacho e me ajoelho no chão também. Toco uma de suas mãos, a segurando com suavidade.
  – Eu sinto muito pela sua mãe. Eu realmente sinto muito.
  Taehyung ergue lentamente sua cabeça, me deixando ver sua expressão de dor. Seus olhos não estavam mais vermelhos e suas presas haviam sumido.
  Sinto mais uma fisgada, enquanto meu corpo afunda em mais angústia.
  Fungo uma vez, antes de abraçá-lo. Taehyung retribui, apertando seus braços em mim, enquanto esconde seu rosto entre meu pescoço e ombro. Ele chorava como uma criança e seu corpo tremia como se estivesse com medo, de uma maneira tão frágil quanto um humano.

***

  A luz da lua atravessava as janelas quebradas da sala de música destruída, me fazendo suspirar baixo.
  Deslizo minhas mãos pelos fios brancos de cabelos do Taehyung, que tinha sua cabeça deitada em meu colo. Seus olhos castanhos também encaravam a lua do lado de fora, mas ele não parecia verdadeiramente prestar atenção nisso. Ao menos, ele não chorava mais, porém, não me disse nada, ficou em silêncio, e eu resolvi respeitar isso.
  Ele precisava disso, precisava desse momento, e não me importei de ficar aqui sentada com ele por todas as horas que passaram.
  Escuto um barulho baixo no corredor, seguindo pela imagem de Jimin, que surge na entrada da sala de música, se apoiando nos dois batentes enquanto encara a bagunça do lado de dentro.
  – O que aconteceu aqui? – Visivelmente perturbado e espantado, Jimin entra na sala, antes de me encarar.
  Respiro fundo e desvio meu olhar, sentindo à vontade chorar voltar.
  – Taehyung... o que é isso? – A voz de Jimin se torna cautelosa. Seus passos se aproximam com cuidado.
  Taehyung se levanta do meu colo, mas fica de costas para Jimin. Ele permanece encarando a lua do lado de fora.
  Fito ele por um segundo, e me levanto do chão coberto pelos destroços dos instrumentos. Passo perto de Jimin e paro do lado do seu corpo, sem saber o que fazer, e seu olhar para mim era de preocupação, como se ele temesse pelo que viria.
  Em silêncio, deixo a sala de música.

***

  Já tem algum tempo que Jimin, Hoseok e Jin se juntaram a Taehyung. Dessa vez, sei que Taehyung teve que contar a verdade, não havia mais como esconder sobre seu pai, não depois de hoje.
  A equipe de Lilu foi a primeira a chegar. Eles não tiveram muita sorte, e das quatro igrejas de vasculharam, apenas uma ainda estava ocupada pelos lobos.
  Eu realmente não estava muito interessada nisso agora, pois tudo que eu conseguia pensar, era na conversa dos irmãos e em como eles deveriam estar. Já passou tanto tempo e até agora nenhum deles veio aqui, e logo a equipe de Sally retornaria.
  – Ei. – Sinto alguém tocar meu braço.
  – Hã? Desculpa, o que você disse? – Encaro minha irmã.
  Wendy e Lilu, sentadas na cama, me encaram.
  – Você está preocupada, não está? – Wendy pergunta.
  Expiro alto, soltando o ar de uma vez.
  – Sim.
  – Então vai ver como eles estão. – Lilu diz.
  – Sim. Nós cuidamos da Sally quando ela voltar. – Wendy sorri compreensiva.
  – Obrigada. – Agradeço e me levanto da cama, saindo do quarto e fechando a porta com cuidado.
  Com esse sentimento de pesar, caminho pelo corredor, passando em frente à escada para o segundo andar, indo em direção ao outro lado do corredor, do qual me levaria para o próximo andar.
  Quando estou prestes a subir para o quinto andar, acabo encontrando Jimin sentado nos degraus da escada.
  – Oi. – Falo, um pouco receosa.
  Ele me olha e afasta seu corpo para o lado.
  – Oi. – Jimin se forçar a sorrir, minimamente. – Sente-se aqui.
  Assinto e sento no espaço vazo que ele deixou. Em silêncio, encaro seu rosto, ainda sem saber o que dizer. Seus olhos estavam avermelhados e levemente inchados; ele também havia chorado.
  – Eu sei que pode ser uma pergunta idiota: mas como se sente?
  Jimin encara os degraus debaixo.
  – Eu sempre soube que o nosso pai não era o melhor dos vampiros, mas... – ele engole em seco, limpando o canto dos olhos – mas eu nunca imaginaria que ele pudesse fazer algo assim.
  Passo meu braço ao redor do seu e seguro sua mão, entrelaçando os nossos dedos. Jimin sorri minimamente para mim e encosta sua cabeça no meu ombro.
  – Pode não parecer agora, mas vai passar. – Falo, sincera.
  – Eu sei. – Sua voz baixa e suave é o último barulho antes que entremos em silêncio por alguns segundos.
  Nem sempre nós tivemos bons momentos, isso é verdade, mas não posso e não quero abandoná-lo agora, independente do que aconteceu no passado.
  – De todos os irmãos, eu sou o mais próximo de Taehyung, por isso, o entendo como nenhum outro jamais entenderá. – Jimin começa a falar, me fazendo prestar atenção em sua voz. – E tem algo que eu tenho certeza que ele nunca te disse e nunca vai dizer, você sabe, o Taehyung é desse jeito. – Ele ri fraco.
  Jimin afasta sua cabeça do meu ombro.
  – Você sabe o que levou o meu irmão a se apaixonar por você, Elena? – Seus pequenos olhos me fitam, me fazendo nervosa por um momento.
  Nego com a cabeça, em silêncio, um pouco ansiosa pelo que ele diria.
  Jimin solta minha mão e toca meu rosto, sorrindo daquele jeito que eu tanto amava admirar em Upiór.
  – Porque você se parece com ela. – Suas palavras fazem meus olhos lacrimejarem.
  Pisco-os várias vezes para não chorar.
  – Não existe ninguém que o Tae ame mais do que a nossa mãe. Ela era a humana mais incrível que eu já conheci e, com certeza, vocês se dariam muito bem, porque ela também se emocionava fácil, do mesmo jeito que você. – Jimin ri, me fazendo acompanhá-lo. – Ela era a pessoa mais doce e amável que existia. A humanidade dela parecia coisa de outro mundo, e mesmo que tivéssemos nascidos como vampiros, ela nos fazia querer ser criaturas melhores. Os anos em que vivi com ela, foram os melhores da minha vida inteira.
  Sorrio tristemente, sem ter boas palavras para consolá-lo.
  – Quando Tae começou a se aproximar de você, pensei que fosse por ser uma Van Helsing... como todos nós fizemos. – Jimin desvia o olhar, parecendo um pouco envergonhado. – Mas com o passar do tempo, depois de te conhecer melhor, eu soube exatamente o porquê dele te querer tanto.
  Jimin segura minhas mãos.
  – Não estou mentindo agora, eu sempre fui apaixonado por você, mas não da mesma maneira que o meu irmão. Eu sou apaixonado por ser seu amigo, Elena. – Os seus olhos nunca foram tão verdadeiros, eles não se escondiam mais, eram os mesmos daquela noite em Upiór, quando eu soube o que ele era. Mas, dessa vez, eu o entendia.
  – Eu também, Jimin. – Falo, sincera, apertando suas mãos de forma afetuosa.
  – Por favor, dê uma chance ao meu irmão. Você é a melhor coisa que aconteceu na vida dele nos últimos séculos. E eu tenho certeza que quando está com você, ele se lembra como é estar com ela. E isso é tudo que ele precisa.
  Fungo algumas vezes e puxo um pouco de ar, antes de assentir, involuntariamente, encarando o anel em meu dedo.
  – Estou feliz que tivemos essa conversa. – Jimin sorri mais uma vez e se levanta. – Depois do que Taehyung nos contou, Jin foi atrás do Jungkook, Yoongi e Namjoon pra conversar com eles. Não seria uma boa ideia fazer isso aqui, ou a sala de música não seria a única destruída. O Hoseok sumiu depois da conversa, então acho que vou atrás dele agora.
  Outra vez, assinto.
  – Espero que tudo fique bem.
  – Vai ficar. – Jimin fala com calmamente, antes de sair.

Capítulo 19
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