Capítulo 14
Tempo estimado de leitura: 36 minutos
O dia passou mais rápido do que eu gostaria, a tarde já havia chego e, com isso, eu sabia que estava cada vez mais perto de descobrir quem estava por trás dos lobos. Nem mesmo as minhas refeições eu conseguir fazer, o meu estômago não parava de dar voltas, eu me sentia extremamente ansiosa por isso. Mesmo na lua de sangue, não fiquei tão nervosa quanto estou agora.
Lilu foi cedo para a base do Padre, ela tinha sua missão, e partiu logo após nos reunirmos no quarto de Wendy para uma oração dedicada a Meg. Hoje completa cinco anos de sua morte. Nossa amiga foi enterrada em Hammond, a cidade onde passamos a morar, e todo quatro de julho, nós a visitamos no cemitério levando flores e fazendo uma oração, mas como esse ano estamos na Transilvânia, apenas oramos.
Como prometido, alguns vampiros, a mando de Taehyung, já estavam espalhados pela floresta da colina, vigiando o castelo. Isso me tranquilizava um pouco.
Eu já havia conversado e me despedido de Sally e Wendy. Para minha sorte e graças aos poderes curativos da Erva Anti-Parálysi, minha irmã estava em um bom estado de recuperação. Eu realmente gostaria de estar com ela até que melhorasse definitivamente, mas sei que preciso resolver toda essa situação com os lobos.
Respirando fundo, entro no corredor onde ficava o quarto de Taehyung e o meu, do qual eu só usava para trocar de roupa e tomar banho, tendo em vista que sempre fico no de Wendy.
Parada em frente à porta dupla de madeira, tateio meu corpo, me certificando de que as duas armas com balas de prata e a faca com lâmina de prata estavam muito bem escondidas debaixo das minhas roupas.
Pronta, solto o ar pela boca e levanto minha mão para bater na porta, mas ela é aberta antes que eu possa fazer. Taehyung me encara do batente e, por um segundo, meu corpo paralisa. Eu me pergunto como alguém pode ser tão bonito desse jeito. Me sinto extremamente boba por pensar dessa maneira, ele é um vampiro e isso foi um pensamento automático. Taehyung nem deve ter se esforçado para parecer assim, eu é que estou levando as coisas muito a sério.
– Vamos? – Pergunto, e ele assente, saindo do quarto e fechando a porta.
Juntos, caminhamos pelo corredor e descemos todos os andares, indo para sala de estar onde Jin, Jungkook, Namjoon e Yoongi já nos esperavam. Em silêncio, os quatro se juntam a nós, e assim vamos para fora do castelo, onde havia dois carros pretos à nossa espera. Antes de entrar nos automóveis, Taehyung conversou brevemente com alguns dos vampiros que vigiavam o castelo, querendo saber se eles viram alguma movimentação estranha, para se certificar de que não seríamos seguidos; para nossa sorte, os vampiros não viram nada.
No carro da frente, Taehyung e eu fomos sozinhos, enquanto seus irmãos foram no de trás, nos seguindo de maneira discreta.
O caminho foi silencioso, acho que não conseguiria manter uma conversa, pois eu estava muito nervosa por isso. Então, tentei ocupar minha cabeça com outras coisas para que eu não ficasse mais nervosa do que já estava. Pensei em Jimin, Hoseok e Blarie, que foram até a cidade vizinha à procura de informações sobre Amia. E torço internamente para que eles tenham sorte.
***
A Transilvânia era maior que eu imaginava, acho que ficamos pelo menos uns cinquenta minutos dentro desse carro até que chegássemos ao Oeste de Bran.
O carro preto estacionou em frente à entrada de mais uma das inúmeras florestas da Transilvânia. Taehyung e eu saímos do veículo, e ele disse para o motorista que poderia ir embora.
Discretamente olho em volta, tentando ver se conseguia vislumbrar qualquer vestígio do carro que trazia os outros quatro irmãos, mas não vi nada. Isso era bom, mostrava como eles estavam sendo discretos e, de qualquer forma, sei que eles já devem ter chegado e estão prontos para nos vigiarem.
Taehyung me fita de forma significativa, e eu aceno positivamente para ele, vendo o carro que nos trouxe, sumir pela estrada de terra e mato baixo. E com isso, nós dois começamos a caminhar para dentro da floresta de Bran.
O sol no céu azul era fraco, e apenas alguns raios iluminavam a terra seca do chão quando conseguiam passar por entre as folhas das árvores altas. O som dos galhos se quebrando debaixo dos nossos pés era o único barulho na floresta, fora o canto de alguns pequenos pássaros que nos sobrevoavam.
– Você sabe como achar essa igreja? – Pergunto, enquanto me abaixava para passar debaixo de um tronco.
– Sim. Ela fica escondida aqui dentro pra que ninguém encontre. – Taehyung responde, passando por debaixo do tronco também.
– Você sabe disso porque já esteve aqui antes?
– Sim, eu já estive.
– Eu pesquisei um pouco sobre essa igreja, mas não achei nada relevante. – Digo, passando por entre finos raios de sol que atingem meu rosto e parte do meu braço esquerdo.
– Santa Maria foi uma igreja fundada por lobos, mas os vampiros a fecharam anos atrás. – Taehyung me encara enquanto anda.
Seus cabelos brancos pareciam mais claros ao passarem pelos raios de sol, e os longos brincos em suas orelhas, balançavam junto com o movimento de seu corpo ao andar.
– Uma igreja de lobos? Estou surpresa que tenha existido isso aqui na Transilvânia. – Confesso, enquanto viramos à esquerda, floresta adentro.
– Era clandestina.
– Para um país, em sua maioria ocupado por vampiros, vocês foram muito bem enganados. – Digo, e Taehyung volta a me encarar, agora, com as sobrancelhas arqueadas.
– Não parecemos ser os únicos. – Ele sorri minimamente de lado e de um jeito irônico.
Aperto os olhos e volto a olhar para frente.
– Isso é diferente. – Resmungo baixo.
– Cuidado onde pisa. – Taehyung alerta, no mesmo instante em que me puxa pelo braço para perto dele. Involuntariamente, me apoio em seu tórax e encaro o chão, vendo perto de nós, um pequeno filhote de esquilo que corre para longe.
– Eu não vi. – Falo, surpresa.
– Aparentemente, você não vê muitas coisas. – Taehyung diz, e eu o fito. Ele sorri irônico outra vez, e estava mais perto do que eu gostaria, tão perto que eu podia ver as pequenas pintas em seu nariz e boca. Os fracos raios de sol acertavam seu rosto, passando por um de seus olhos, destacando os longos cílios e deixando sua íris mais clara.
Com o canto de mais um pássaro, levemente chacoalho minha cabeça e me afasto de Taehyung, voltando a andar, me sentindo um pouco atordoada.
Ele ri, e enfia suas mãos para dentro dos bolsos das calças jeans pretas, andando calmamente do meu lado. Tento me concentrar em memorizar o caminho que estamos fazendo, isso seria importante caso precisássemos voltar aqui, e eu gostaria de saber vir sozinha, afinal, nunca se sabe.
***
Após longos minutos de caminhada, sinto que já esqueci metade do caminho. Era impossível. As árvores pareciam todas iguais: as mesmas folhas, as mesmas cores, o mesmo céu, o mesmo chão de terra, os mesmos insetos e animaizinhos. Eu definitivamente não posso fazer isso.
– Aqui. – Taehyung aponta para a direita, e assim que viramos em um caminho fechado e com mais árvores, meus olhos se tornam grandes ao avistarem uma pequena e velha construção. Meus pés param sobre a terra, e meu estômago sente uma pequena pontada de ansiedade.
A pintura branca estava suja e com grande parte coberta por musgo. O concreto estava rachado e com buracos, e a pequena cruz no topo da igreja estava partida de modo pendurado.
Dois homens, de estaturas medianas, guardavam a pequena construção, parados um de cada lado dela. Não havia nada além do mato alto e das árvores por perto. Definitivamente era impossível encontrar esse lugar sem saber aonde exatamente ele ficava. A igreja estava muito bem escondida.
Assim que nos veem, os dois lobos saem de seus postos e caminham até onde estávamos parados.
– Majestade, por favor, nos siga. – O homem careca se curva exageradamente, claramente em tom de zombaria.
Taehyung não se importa, o encarando apático, esperando que ele nos guie. E através de grandes sorrisos de gozação, os homens de olhos cor de âmbar nos levam para perto da igreja.
– Desculpe não estar vestido adequadamente para recebê-los, mas, por favor, entrem. – O homem careca continua em seu tom de provocação, e sinto que gostaria de ser tão paciente quanto Taehyung, que apenas sobe os dois pequenos degraus de madeira e caminha para a entrada da igreja; sem ter problemas em pisar em solo sagrado, que já não era mais sagrado, pois, depois de vinte anos inativa, uma igreja deixa de ser sagrada e assim os vampiros podem entrar nela.
Com um olhar irritado, que era influência das provocações e da ansiedade que me cobria agora, encaro os dois homens uma última vez antes de seguir Taehyung, que me esperava perto da entrada.
A porta larga estava quebrada e caída para dentro da igreja que, ao entrarmos, se mostra parcialmente escura, apenas com pouca iluminação vinda dos vitrais coloridos e quebrados e da porta aberta. O cheiro de poeira e coisas velhas era bem forte do lado de dentro, e a madeira do chão range assim que adentramos.
Todos os bancos compridos de madeira, divididos em duas fileiras (esquerda e direita), estavam bagunçados e desalinhados. No meio deles, no fundo, havia um pequeno altar com uma grande imagem de uma mulher que julgo ser Santa Maria. E de joelhos de frente para essa imagem, havia um homem de cabelos pretos que parecia rezar.
– Essa é Maria Alexandra Vitória, a Santa Maria de todos os lobos. A nossa corajosa rainha fundadora dessa igreja, que um dia foi sagrada, antes dos vampiros a destruírem. – Ainda de joelhos, o homem de cabelos pretos vira sua cabeça, nos encarando sobre os ombros.
Ele sorri e meus olhos se arregalam ao reconhecê-lo.
– É um prazer enorme te rever, Elena. – Sua voz ecoa por toda igreja vazia, enquanto ele se levanta e limpa os joelhos de suas calças.
Sinto os olhos de Taehyung em mim, e sem olhá-lo, o respondo:
– Ele estava no castelo no dia do baile de máscaras.
– Sim. – O homem de pele extremamente clara e traços marcantes, sorri e desce do altar. – Por favor, vamos nos sentar. – Despreocupadamente, em suas roupas escuras, ele caminha até um dos bancos e se senta.
Pisco os olhos repetidas vezes de forma rápida, sem acreditar que dancei com um lobo em um baile de máscaras que aconteceu no castelo do Drácula. Eu sei que seus olhos tinham esse tom de amarelo, mas eu não senti nada de tão estranho, como o fato dele ser um lobo.
Percebendo que eu ainda estava surpresa, Taehyung segura minha mão e me puxa para acompanhá-lo até um comprido banco que estava virado de frente para o banco do lobo.
– Estou verdadeiramente emocionado por estar na presença do Drácula e de uma Van Helsing legítima. – Ele cruza as pernas longas, apoiando suas mãos sobre um dos joelhos, deixando à mostra o anel de pedra amarela em seu dedo anular.
– Qual o seu nome? – Pergunto, tensa sobre o banco sujo de madeira.
– Acho que não te disse o meu nome no dia do baile, não é? – Ele inclina levemente sua cabeça, fazendo alguns fios de seus cabelos pretos, balançarem. – Sou Kihyun Falls.
– Então... Kihyun, por que você queria que viéssemos até esse lugar? – Pergunto um pouco algo demais, sendo, momentaneamente, tomada por um sentimento ruim.
Taehyung toca meu braço e me olha como se dissesse “fique calma”.
– Acho que já estava na hora de nos conhecermos. – Com sua voz calma, que começava a me irritar, Kihyun responde.
Estou tensa, não posso negar, mas, definitivamente, também estou irritada, pois estou de frente para o lobo que mandou fazer aquela brutalidade com a minha irmã.
– Você poderia ter mandado um convite. – Taehyung responde, tão calmo quanto Kihyun.
– Desculpe o meu jeito excêntrico. Eu queria deixar uma boa primeira impressão. Sinto muito por suas noivas, mas eu certamente deixei a mais importante viva. – Kihyun sorri, e seus olhos amarelados me encaram. – Não é como se eu pudesse matar uma Van Helsing com a mesma facilidade que matei as outras.
– Como entrou no meu castelo? – Encaro Taehyung quando ele pergunta, e não entendo como ele pode estar tendo essa conversa com tanta serenidade.
Entre esses dois, eu sou a única tendo esse sentimento. Toda vez que Kihyun sorri, eu sinto que poderia atirar nele com uma das minhas armas. Alguém que parece tão jovem quanto Taehyung e eu, pode agir de forma tão cruel quanto um vampiro.
– Se eu te contasse, as coisas perderiam a graça. Mas posso te dar uma dica: só podemos confiar em nós mesmos. Você sabe, muitos querem ser um Drácula. – Kihyun dá de ombros, com uma expressão despreocupada.
Taehyung apenas assente, e eu o encaro com o cenho franzido. Ele praticamente acabou de receber uma confirmação de que há vampiros tentando tomar seu lugar e ele age dessa maneira?
– Por que começar essa briga, Kihyun? – Pergunto, depois respirar fundo para me acalmar.
– Não é óbvio? Porque eu não posso deixar que vocês se casem. – Ele aponta para nós dois. – Entenda bem, Elena, eu já tinha planos de acabar com o Drácula, mas com esse casamento, as coisas só se apressaram. – Suas palavras soam tão naturais quanto uma conversa de ponto de ônibus sobre o tempo.
A dissimulação de Kihyun era algo surreal, e me pergunto se todos os lobos nascem com esse “dom”.
– Desde o começo dos tempos, os lobos são associados aos vampiros, inimigos fadados. Entretanto, sempre ficamos em segundo plano, abaixo dos vampiros. – Kihyun gesticula com as mãos, indicando uma discrepância de altura. – Eu quero mudar isso. Quero libertar a minha espécie e finalmente colocá-los no topo. E para que isso aconteça, eu preciso arruinar vocês dois. – Mais um sorriso. – Você me entende, não é, Taehyung? Como líder dos vampiros sempre lutando pra que todos continuem temendo-o e respeitando-o, sabe o porquê de eu precisar fazer tudo isso.
– Sim, eu entendo, Kihyun. Vá em frente com seu plano, eu já aceitei o seu convite. Só não espere que facilitemos as coisas pra você. – Taehyung também cruza as pernas, com uma postura relaxada acerca de tudo isso.
– Eu não espero.
Me sentia como uma mera espectadora dessa conversa, alguém que não entendia aonde tudo isso iria chegar e o que esses dois planejavam.
– Admiro a sua coragem por tentar fazer algo que ninguém nunca conseguiu. – Com escárnio, Taehyung sorri para Kihyun.
– Estou confiante dessa vez, tem alguém muito importante olhando por nós. – Kihyun rebate sem se importar com a provocação de Taehyung.
– Quem? – Pergunto, desconfiada.
– Maria. – Kihyun aponta para trás, em direção ao altar.
– Espero que Maria esteja mesmo olhando por vocês, porque vão precisar. – Digo.
Kihyun arqueia as sobrancelhas.
– Vocês estão certos que terão companheiros para lutarem com vocês? Mesmo não tendo noção do tamanho do estrago que eu fiz? Eu posso ter desestabilizado os seguidores do Drácula. – Ele retira suas mãos do joelho e apoia seus braços sobre o topo do banco em que estava sentado.
– A única coisa que eu preciso pra te matar, são as minhas mãos. – Taehyung reponde sem hesitação, mas com tranquilidade.
– É definitivamente uma honra estar na sua frente. – Kihyun sorri.
Outra vez imersa na aura que esses dois criaram, sou despertada quando alguém chama Kihyun da entrada da igreja.
– Foi um prazer conversar com vocês. Tivemos uma conversa muito agradável, ela me fez sentir como se eu fosse parte da família. Mas preciso ir agora, vocês sabem, preparar novas emboscadas e esse tipo de coisa. – Kihyun se levanta do banco e se curva sutilmente antes de começar a se afastar.
– Vamos deixar ele sair? – Desconfiada com sua atitude, sussurro para Taehyung.
– Meus irmãos vão segui-lo.
– Mas...
– Ele só queria nos intimidar, Elena. Mostrar que está no controle e que pode nos derrubar quando quiser. – Taehyung me interrompe.
– E ele pode? – Encaro Taehyung com preocupação, depois que Kihyun deixa a igreja com um dos homens que nos recebeu.
– Precisamos deixar que ele acredite que sim. – Taehyung se levanta.
Por mais alguns segundos, permaneço sentada, apenas encarando Taehyung, tentando digerir toda essa conversa estranha que tivemos.
Com um longo e alto suspiro, me levanto também, e começo a caminhar para fora da igreja com Taehyung. Do lado de fora, a tarde começava a se despedir e já não havia mais sol, apesar do clima ainda ser quente. Kihyun ou qualquer um que estivesse com ele, já havia ido embora, e como sei como os lobos são criaturas rápidas, presumo que já estejam bem longes daqui nesse momento.
Enquanto repasso nosso encontro várias e várias vezes dentro da minha cabeça, Taehyung e eu começamos a refazer nosso caminho. Ele faz uma pequena ligação para seu motorista, pedindo que ele volte e nos espere na entrada da floresta. Essa foi a primeira vez que o vi usando um celular, na verdade, nem sabia que ele tinha um. Também acho notável como ele age como um humano quando estou por perto; sei que ele poderia ir voando para seu castelo e chegar muito mais rápido, mas sabendo que eu não posso fazer o mesmo, então ele precisa pegar um carro e aguentar cinquenta minutos de viagem.
Sinto seus dedos em torno do meu pulso, e o encaro. Por um segundo, fiquei tão dentro de meus pensamentos que apenas andei de forma automática.
Em um gesto rápido, Taehyung nos vira para trás, em direção a um trio de árvores, o que me deixa confusa.
Escuto alguns barulhos de galhos se partindo e folhas se amansando, e o mesmo homem careca que nos recebeu, sai de trás de uma das árvores, seguido por quatro homens desconhecidos.
– Estou impressionado por nos descobrir. – O homem careca, diz.
– O chefe já foi embora, portanto, não vai ver isso. – Um outro homem, esse do lado esquerdo, fala.
– Só queremos saber se as habilidades de vocês são tão boas quanto dizem por aí. – O homem careca logo assume seu tom zombeteiro. – A verdade, é só que não gostamos de vampiros e caçadores.
– Vocês não acham que podem nos matar, ou acham? – Pergunto, como se tivesse acabado de ouvir a piada mais engraçada.
– Matar não, quem vai fazer isso é o chefe. Nós só queremos diversão. – O homem careca sorri abertamente, me fazendo apertar os olhos e afastar meu pulso da mão de Taehyung.
– Que seja, vamos nos divertir então. – Puxo para fora do cós das calças, os dois revólveres que escondi, destravando-os.
De rabo de olho, percebo Taehyung virar sua cabeça em minha direção.
– O quê? Eles querem diversão, então vamos dar a eles diversão. – O fito. – Se você estiver com muito medo, pode ficar atrás de mim que eu te protejo. – Falo ironicamente para Taehyung que, em um piscar de olhos, surge na frente de um dos cinco lobos, atravessando seu peito com a mão direita, enquanto o encara de perto, fazendo uma pequena fumaça negra sair da boca do lobo e entrar na de Taehyung.
Ele estava roubando sua alma.
Quando acaba, Taehyung puxa sua mão para fora do peito do lobo, trazendo seu coração para fora do corpo, que cai sem vida no chão de terra da floresta.
– Se querem diversão, terão que ser mais rápidos que isso. – Taehyung provoca, enquanto os quatro que sobraram o encaram com espanto por conta de sua rapidez.
Os lobos de olhos amarelados, assumem posturas ariscas, alongando suas presas e unhas, e intensificando a cor de seus olhos. Eles se dividem, e dois deles vão para cima de Taehyung, enquanto os outros dois vêm em minha direção. E sem pestanejar, começo a atirar contra os lobos, que grunhem quando as balas de prata atravessam seus corpos; muito provavelmente eles pensaram que esses eram projéteis comuns, mas eu tenho uma surpresa: vim preparada para tudo hoje.
Um deles consegue desviar dos meus tiros, e tenta saltar em minha direção, mas me abaixo com rapidez, e do chão mesmo, o chuto para longe, acertando um tiro no meio de sua testa. Ele cambaleia para trás e praticamente uiva, antes de tentar me atacar de novo. Suas unhas passam rentes ao meu rosto, quase me tocando, mas consigo rolar para o lado, fazendo ele acertar seu companheiro, que também tentava me atingir.
Me levanto apressada, a tempo de ver Taehyung lançar o homem careca que nos provocou mais cedo, em direção ao outro lobo que o ajudava. Posso ver um grande buraco em seu peito aberto, mostrando que só restava um lobo para Taehyung matar.
Os grunhidos altos dos dois que me tinham como alvo, me fazem agilizar meus movimentos, voltando a atirar até que a munição de uma das minhas armas acabe.
– Droga! – Resmungo, encarando a arma vazia. Em seguida, a lanço em direção ao lobo mais próximo, acertando sua cabeça com a arma. Isso não o machuca, mas é o suficiente para atordoá-lo para que eu conseguia dar-lhe uma rasteira, levando-o para o chão a tempo de puxar a faca de caça presa em minhas calças, e acertar seu peito com ela.
O lobo ruge enquanto começa a morrer, e pela sombra projetada no chão, vejo quando o lobo que restou salta em minha direção, mas sou ágil o bastante para atirar nele, que cai sobre o meu corpo. O sangue que saia de sua boca, pinga no meu pescoço. Debaixo do seu corpo, arrasto minha mão e encosto o cano da minha arma contra seu peito, dando o último disparo para matá-lo de vez.
Expiro aliviada, e jogo seu corpo morto para o lado, vendo Taehyung se aproximar e estender sua mão suja de sangue em minha direção. A seguro e ele me ajuda a levantar do chão áspero.
Tento tirar a terra e as folhas secas da minha roupa, e quando passo a mão no pescoço, mancho ela de sangue, e sou obrigada a tentar limpá-la em minha roupa, que fica ainda mais suja. Taehyung não estava muito diferente: sua blusa de seda branca estava completamente manchada de sangue, principalmente, nas mangas largas, e havia alguns respingos em seu rosto; com certeza também havia no meu.
– Um começo de noite bem divertido, não acha? – Rio nasalada, pegando minhas armas e a faca cravada no peito do lobo morto, guardando-as em minhas calças de volta.
– É sempre divertido quando você está por perto. – Taehyung ri provocativo para mim, e dessa vez acabo rindo.
***
Cinquenta minutos sujos de sangue depois, fora os minutos de caminhada na floresta, e nós finalmente havíamos voltamos para o castelo.
Taehyung mais uma vez conversou com os vampiros que estavam vigiando o castelo, e eles o informaram que nada suspeito aconteceu, mas, mesmo assim, Taehyung pediu que eles permanecessem ali por essa noite. Após isso, debaixo do céu estrelado, nós dois caminhamos até à entrada do castelo, onde encontramos Skull, que disse que tanto Wendy, quanto Sally estavam bem, e que Lilu, Blarie e os outros irmãos ainda não haviam retornado. Agradeci ao mordomo e subi com Taehyung até o oitavo andar. Eu gostaria de conversar com ele e tomar um banho antes de ir falar com Wendy e Sally.
Quando entramos no corredor de nossos quartos, sigo Taehyung, que vai até à terceira e última porta do corredor. Ela era maior que todas as outras, e quando ele a abre, entendo que ela era desse tamanho para guardar a enorme sala do outro lado: a sala de música.
Taehyung caminha até as portas de vidro da sacada e afasta as longas cortinas brancas para o lado, deixando nelas, marcas de dedos sujos de sangue. Ele abre as portas e deixa o clima agradável da noite entrar. Em seguida, ele passa por entre os instrumentos organizados e distribuídos pela sala de música e vai em direção ao piano, que apesar de ficar fora da linha da sacada, conseguia ganhar certa iluminação, sombreando algumas partes. Taehyung se senta sobre o pequeno banco acolchoado e levanta a proteção que escondia as teclas do piano, antes de começar a tocar uma melodia um pouco melancólica.
Tentando não atrapalhá-lo, fecho com cuidado as portas da sala de música. E com passos silenciosos, caminho para perto do piano de cauda.
– Você foi sincera comigo ontem. Acho que eu gostaria de ser sincero com você também. – Taehyung diz, de olhos fechados, sem parar de tocar.
– Certo. – O incentivo, parando ao lado do piano, observando-o.
– Eu sempre soube de tudo. – Seus dedos passam suavemente de uma tecla para a outro.
– Tudo o quê? – Pergunto, confusa.
– Foi muito arriscado tentar tirar Amia do castelo daquele jeito. Ela poderia ter te matado.
Minha boca se abre, e meus olhos se arregalam levemente. Fico alguns segundos em silêncio, pensando.
– Você não a deixaria fazer isso. – Decido falar a verdade. Se ele realmente descobriu tudo, era idiotice continuar mentindo e escondendo.
– E se eu não estivesse no castelo naquele momento? – Sua expressão era como a de um boneco, sem qualquer emoção. Ele não precisava, seus dedos sobre as teclas, derramavam cada gota dessas emoções.
– Então outra pessoa viria me ajudar. – Aperto os lábios uns nos outros.
Ele sorri minimamente, de olhos fechados.
– Eu também estava desconfiada dela, Elena. E tinha os meus próprios planos de descobrir se Amia estava envolvida nisso. – Taehyung revela, me deixando surpresa. – Vampiros são criaturas muito sentimentais, e quebrar um vínculo com alguém, ainda mais quando esse alguém é alguém de anos, não é uma coisa fácil. Por isso, eu precisava pensar muito bem antes de jogar com a Amia.
– Nesse caso, por que você não agiu? Eu pensei que estava acreditando nela. – Confesso.
– Estava apenas entrando no seu plano. Você, na verdade, me atrapalhou, agiu antes do previsto. Eu só te deixei resolver isso. Como eu poderia investigar a Amia se ela desconfiasse que eu desconfio dela?
– Você está dizendo que me usou? Deixou que eu começasse uma briga com a Amia para que você saísse ileso? – Apoio um de minhas mãos no piano escuro, fitando Taehyung com descrença.
Ele finalmente abre os olhos e me encara.
– E o que você esteve fazendo comigo até agora, Elena? Tirar Amia daqui foi sua decisão, eu não iria estragar os seus planos.
Suas palavras me deixaram sem respostas, pois, de certa forma, ele tinha um pouco de razão.
– Se você também estava desconfiada dela, por que deixou Amia fazer aquilo com suas outras noivas?
Taehyung desvia seu olhar do meu, se concentrando no piano.
– Para ganhar algumas coisas, é preciso perder outras.
Fico em silêncio, me sentindo mais espantada do que deveria com sua resposta. Taehyung é um vampiro, a morte para ele não é tão complicada quanto é para mim.
– Há quase cinco anos, venho tendo a sensação de estar sendo vigiado. Eu também passei a ter sonhos estranhos com o meu pai, vendo coisas das quais não sabia explicar... até agora. – Os dedos de Taehyung apertam as teclas com mais força, fazendo a melodia ganhar maior intensidade.
– Do que você está falando? – Franzo o meu cenho.
– Isso acontece quando dois Dráculas existem ao mesmo tempo. Eles ficam conectados até que um deles morra.
Retiro minha mão do piano, e me inclino levemente para trás.
– Pensei que um Drácula renascia quando o outro morria. E você é o Drácula, Taehyung. – O encaro séria e ainda mais confusa.
– Aquele que consumir mais almas até à próxima lua de sangue, se torna o Drácula. O antigo Drácula não precisa necessariamente estar morto, Elena.
– Como não, Taehyung? Eu não estou entendendo.
– Se o atual Drácula ainda estiver vivo na lua de sangue, ele vai perder seu lugar para um novo Drácula. E com o passar dos anos, ele vai começar a enfraquecer até morrer, justamente por não ser mais o Drácula.
Os meus olhos se arregalam em espanto.
– Você está me dizendo que seu pai está vivo? – Pergunto, boquiaberta.
Taehyung assente.
– Eu pensei que ele havia morrido, mas depois de começar a ter esses sonhos, sei que não. – Taehyung fecha os olhos mais uma vez, e aperta com força as teclas de novo, descontando todos os seus sentimentos no piano. – É ele quem está ajudando os lobos. Eu tenho certeza.
Não consigo não lembrar de Kihyun dizendo que alguém está olhando pelos lobos. Ele falou que era Maria, mas, agora, com essa revelação de Taehyung... eu realmente estou chocada.
– Por que seu pai ajudaria os lobos? Isso é loucura, Taehyung. Ele é um vampiro.
– Eu não sei, mas vou descobrir.
– Os seus irmãos já sabem disso?
– Não. – Ele abre os olhos, e me encara com seriedade. – Não conte nada para o Jimin.
– Ele tem direito de saber.
Taehyung bate seus dedos com mais força nas teclas, quase deixando a melodia sem ritmo.
– Na hora certa, eu vou contar, Elena.
Não vou começar uma briga com Taehyung. Esse é um assunto delicado para ele e seus irmãos, o melhor a se fazer, é deixar que eles se resolvam entre si.
– Você acha que a Amia pode ter passado as informações para o seu pai? – Expiro alto.
– Talvez. Eu não sei. Vou descobrir quando souber se ela está do lado dos lobos.
Fico em silêncio.
– Você sabe por que eu te enviei aquele convite para o baile de máscaras, Elena? – Os dedos de Taehyung param abruptamente de tocar, e ele me encara de um jeito tão intenso que tenho calafrios.
– Você disse que era porque gostava de mim. – Respondo, sentindo meu corpo ficar desconfortavelmente tenso.
– Esse não é o único motivo. – Taehyung se levanta do assento acolchoado.
– E qual é o outro motivo? – Pergunto, observando seu corpo alto entre a sombra da sala de música, sendo iluminado parcialmente pela luz da lua que vinha de fora.
– Se o meu pai estiver mesmo vivo e ajudando os lobos, um casamento com uma Van Helsing, com certeza, o atrairia.
Sorrio sem humor, deixando o ar sair pesado por meu nariz.
– Então sou apenas uma pecinha no seu plano? Você só queria me usar? – Uma estranha sensação dentro de mim, me assola; era algo amargo.
– Pensei que estivesse fazendo o mesmo comigo. – Taehyung arqueia as sobrancelhas. – Não entenda errado, Elena, eu realmente gosto de você. Eu só juntei as duas coisas. – Ele se afasta do banco e se aproxima de mim, segurando minha mão esquerda, encarando o anel em meu dedo anular. – Já pensou nas coisas que nós dois poderíamos fazer juntos?
Encaro o anel de pedra vermelha também, antes de responder:
– Não podemos ficar juntos, eu sou uma caçadora de vampiros. – Afasto minha mão da sua.
– Você caça vampiros por quê? Por que a igreja diz que você tem que caçar vampiros? Eu pensei que estivesse tomando suas próprias decisões agora. – Seus olhos encaram os meus, e suas íris parecem mais escuras.
– E-Eu caço vampiros porque vocês são uma ameaça, porque matam os humanos. – Minha voz treme como se eu tivesse sido pega em uma mentira.
– Os humanos também matam. E matam muito antes dos vampiros existirem. – Ele estende sua mão e toca meu rosto, inclinando a cabeça para o lado, enquanto me observa.
– Eu sou uma Van Helsing, Taehyung. – As batidas do meu coração se aceleram.
Ele sorri fechado.
– E quem se importa com isso!? – Em um único movimento, mesmo que lento, ele aproxima seu rosto do meu e encosta nossos lábios.
Um arrepio gelado corre por toda minha espinha quando seus lábios se movimentam sobre os meus. A mão que tocava meu rosto se arrasta para trás, entrando por entre os fios dos meus cabelos. E é nesse momento que percebo que nunca o superei e, muito menos, o esqueci.
Como se meu corpo inteiro pudesse suspirar de alívio por isso, me vejo segurando na blusa de Taehyung, enquanto o puxo para perto de mim, não aguentando mais fingir que isso nunca existiu entre nós.
Suas mãos vão para minha cintura e ele impulsiona meu corpo para cima, me sentando no piano. Sua língua finalmente encontra a minha, e os pelos do meu corpo se arriam com o toque molhado. Seus dedos apertam minha cintura por cima das roupas, e meus braços rodeiam seu pescoço, o mantenho o mais perto que posso.
Sua boca macia se afasta da minha, indo até meu maxilar, onde ele deixa um beijo molhado para, em seguida, arrastar seus lábios por minha pele que se tornava sensível, fazendo um caminho molhado até o meu pescoço. Lugar por qual ele distribui vários selares, ao mesmo tempo em que me provoca com sua língua quente, bem onde sei que havia a marca que ele fez no meu pescoço a cinco anos atrás.
Suspiro, e meu corpo começa a se tornar quente.
Após alguns longos e deliciosos minutos em meu pescoço, Taehyung enfia suas mãos por debaixo da minha blusa e a puxa para cima, me deixando apenas de sutiã. Com as batidas do coração, aceleradas, o encaro cheia de sentimentos e, segurando suas mãos manchadas de sangue seco, as levo até os meus seios cobertos pela renda clara. E com minhas mãos por cima das suas, aperto nossos dedos contra meus seios, suspirando com o toque que sujava meu sutiã e pele.
Ele encara nossas mãos sobre os meus seios, e percebo quando suas pupilas dilatam. Entrando em um novo estado de sentimentos, Taehyung puxa meu sutiã com força, rasgando a pequena peça de renda clara.
Completamente tomada por esse sentimento que fervilhava dentro de mim, o puxo para perto de novo, iniciando mais um beijo. Sua mão direita vai para minha nuca, e a esquerda sobe por todo meu tronco até chegar em meu seio descoberto, que ele aperta entre seus dedos longos e sujos de sangue, me fazendo suspirar entre nosso beijo.
Mais uma onda de calor me atinge, como se fosse um calafrio. E ansiando por mais contato, seguro na barra de sua blusa e a puxo para cima, quebrando nosso beijo por um momento. Seu tronco magro e não muito definido, reflete diante a luz da lua que vinha da sacada.
Ele apoia suas mãos no piano, uma de cada lado do meu corpo e se inclina para frente, me dando um longo selar e, em seguida, como fez no meu pescoço, ele traça o mesmo caminho, agora, com destino para o meu colo. Sua boca passa por entre o vão dos meus seios, antes de seus lábios tocarem meio seio direito, que logo é preenchido por sua boca. Sua língua me toca mais uma vez, e sinto sua saliva molhar minha pele sensível. Usando uma das mãos livres, ele segura meu seio esquerdo, o sujando ainda mais de sangue. De novo, coloco minha mão sobre a sua, ditando o ritmo em que seus dedos apalpavam meu seio. Inclino a cabeça para trás e fecho os olhos quando seus dentes prendem meu mamilo de forma suave.
Eu definitivamente posso me tornar muito quente apenas com isso.
Quando o primeiro gemido escapa da minha boca, Taehyung se afasta dos meus seios, agachando um pouco seu corpo para começar a desabotoar as minhas calças. Me apoiando no piano, ergue levemente meu corpo para que ele consiga puxar minhas calças para baixo, tirando minha calcinha e sapatos junto.
Completamente vulnerável a ele, Taehyung segura nas minhas coxas e arrasta meu corpo para o lado, de movo que, meus pés toquem as notas do piano, fazendo um barulho sem harmonia. Em seguida, me segurando pela cintura, ele me senta sobre as teclas para que sua cintura fique na altura da minha. O contato das teclas geladas com a minha pele quente, me faz suspirar alto e profundamente.
Ele empurra o pequeno banco acolchoado para o lado, e para na minha frente, começando a retirar as próprias calças, até que não restasse mais nada em seu corpo pálido.
Perco alguns segundos apenas o observando, principalmente, onde ele mais estava excitado. E todo meu corpo se torna ansioso por isso.
Taehyung era extremamente deslumbrante, em todos os aspectos, e quando estava assim, sem qualquer vestígio de roupas, eu me sentia admirando uma linda e delicada pintura de tons sombrios.
O cínico sorriso em seu rosto, indicava que ele percebeu a maneira como eu o admirava. Sinto meu rosto esquentar nas bochechas de um jeito que não acontecia desde Upiór, o exato jeito que eu ficava envergonha na frente dele.
Ele se aproxima mais e toca meu rosto com sua mão, espalmando na lateral dele. Apoio minhas mãos em seu tronco desnudo, enquanto ele me beija de novo. Sinto seu membro rígido e molhado tocar minha barriga, que se contrai.
Sem interromper nosso beijo, Taehyung segura minhas coxas, próximo a minha bunda, causando alguns barulhos nas teclas do piano. Ele se ajeita entre as minhas pernas, e posso sentir quando suas mãos seguram seu próprio membro, que ele logo posiciona em minha entrada. Não contenho o baixo gemido que sobe por minha garganta quando nossas intimidades se tocam.
Paro de beijo e ele encosta sua testa na minha. Ainda segurando seu membro, Taehyung não entra em mim, apenas me provoca, saindo de perto da minha entrada para arrastar a cabeça de seu membro por toda minha intimidade, que pingava excitação. Mordo o interior da minha boca quando ele se arrasta lentamente para cima e para baixo, em pura provocação.
Eu estava a ponto de enlouquecer com isso.
Mexo minha intimidade contra a sua, e o seguro pelos cabelos lisos e macios, com força, o trazendo para mais um beijo, na tentativa de amenizar a minha frustração por suas provocações. Mas, para o meu prazer, Taehyung não demora ao voltar para minha entrada, me penetrando de uma vez só, sem qualquer preparo, fazendo as teclas do piano produzirem um alto barulho.
Sinto minha boca cheia, e quando afasto nossos lábios, vejo alguns filetes de nossas salivas se misturando em pequenos fios que brilhavam sob a fraca lua da lua que iluminava a sala de música.
Apoio meus pés pouco acima de sua bunda, e seguro em seu pescoço, enquanto minha cabeça se inclina para trás. Minha boca se abre e vários gemidos que começam baixos e tímidos, ecoam por toda sala quando Taehyung começa a se movimentar, entrando e saindo de dentro de mim.
Ele não perde a oportunidade de voltar a beijar meu pescoço, uma vez que o vê exposto em sua direção. E acompanhando seus movimentos, sua boca se arrasta por cada parte do meu pescoço, enquanto alguns gemidos começam a sair de sua boca, se misturando aos meus e ao barulho do piano.
Eu literalmente perdi as contas de quantas vezes chamei por seu nome, enquanto meu corpo não parava quieto, completamente movido por uma enorme excitação que me fazia remexer o quadril contra o seu, à medida que arqueio as costas.
De pé, ele apoia suas mãos nas teclas do piano para poder ter um suporte para se impulsionar com mais força e rapidez para dentro de mim. E na tentativa de me aliviar um pouco, aperto minhas unhas na parte detrás de seus ombros, arranhando sua pele com força, enquanto tento amenizar todos esses sentimentos que me faziam pensar que eu morria, literalmente, de tanto prazer.
Sinto minhas unhas começarem a ficar molhadas, e sei que isso era sangue, pois, o cheiro dele logo se mistura ao cheiro do sexo que, aos poucos, preenche cada parte dessa sala de música, onde nós dois fazíamos nossa própria música através de gemidos, notas de piano mal tocadas e do barulho de nossos intimidades molhadas em movimento.
Meu corpo começa a pingar suor, e a cada vez que os meus seios roçavam contra seu tórax, eles ficavam mais rígidos. Seu membro pulsava dentro de mim, e isso o faz acelerar mais seus movimentos, que ganham uma intensidade que me faz contorcer os dedos dos pés ao chegar no meu ápice com um alto gemido misturado ao som das notas do piano. Tremo por completa, enquanto minha respiração é algo completamente descompassada.
Com alguns movimentos da minha parte, ajudo Taehyung a encontrar seu ápice também, que vem acompanhado de um gemido rouco que me faz arrepiar dos pés à cabeça, como uma porta de entrada para o céu. E quente como o sangue, o sinto se derramar, misturando sua satisfação e prazer aos meus, pingando e escorrendo para fora de mim, sujando as teclas do piano.
Ainda com seu membro molhado dentro da minha intimidade, Taehyung para seus movimentos, e encosta sua testa na minha, me dando a bela oportunidade de apreciá-lo em seu momento frágil de prazer. E por mais que eu odeie admitir isso, mesmo que só para mim mesma, eu estava com saudades desse maldito, perigoso e lindo vampiro.
